O presidente francês, Nicolas Sarkozy, começou neste domingo uma curta visita oficial ao Egito e, em uma entrevista coletiva com seu colega egípcio Hosni Mubarak, afirmou que a França não manterá mais contato com a Síria enquanto este país não demonstrar que está disposto a permitir que o Líbano eleja um presidente consensual.
Depois de vários dias de férias em Luxor (sul) e no balneário de Sharm El-Sheikh, nas margens do Mar Vermelho, o chefe de Estado francês chegou à capital egípcia acompanhado de seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, para analisar com Mubarak os principais assuntos da região, da crise institucional no Líbano até o processo de paz entre israelenses e palestinos, assim como Darfur e a luta contra o terrorismo.
"Agora é necessário dar provas, chegou o momento da Síria mostrá-las", afirmou o presidente francês. "O Líbano deve ter um presidente, um presidente de consenso", insistiu Sarkozy numa clara mensagem à Síria, a antiga potência tutelar do Líbano.
Por sua parte, Mubarak descreveu o impasse no Líbano como algo perigoso e apelou a Damasco que "use de toda sua influência no Líbano e trabalhe pela reconciliação a fim de que o Parlamento possa eleger um presidente".
"Eu peço à Síria que trabalhe para achar uma solução para esta questão porque ela tem forte influência sobre os partidos em conflito", acrescentou.
Os libaneses estão sem presidente desde a saída do pró-sírio Emile Lahoud no dia 23 de novembro por causa das persistentes divergências entre a maioria anti-síria e a oposição ligada a Damasco e Teerã.
A votação do Parlamento libanês para eleger um presidente foi adiada 11 vezes nos últimos três meses. A próxima tentativa de eleição foi marcada para 12 de janeiro.
Além disso, Sarkozy pediu aos israelenses que dêem os passos necessários para facilitar a criação de um "Estado palestino moderno, democrático e independente" porque seria "a melhor garantia" para sua segurança.
"Disse em várias ocasiões (...) que chegou o momento para Israel dar os passos que permitiriam provar que a paz é possível, o que inclui suspender a colonização, o assentamento de colônias", declarou.
"Nossa posição é constante, ser um amigo fiel não quer dizer ser um amigo complacente", acrescentou.
"Irei a Israel na próxima primavera (hemisfério norte) e direi a meus amigos israelenses que é agora que precisamos dos passos", destacou Sarkozy, antes de informar que também conversará com Mahmud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, para dizer que "o futuro Estado palestino inclui Gaza", atualmente controlada por seus adversários do movimento radical Hamas.
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