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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

‘QUEM VOTAR CONTRA A EDUCAÇÃO ESTARÁ COM AS MÃOS SUJAS POR 20 ANOS’

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado 247 - A jovem estudante Ana Júlia Ribeiro – que emocionou o País ao defender a luta dos estudantes secundaristas contra mudanças no Ensino Médio e contra a PEC 241, esteve nesta segunda-feira, 31, no Senado, para participar de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos.
A audiência contou com a presença de senadores do PT, representantes de associações da área da educação e estudantes. Em sua manifestação, Ana Júlia que os parlamentares que defendem a PEC do teto de gastos estarão com as "mãos sujas por 20 anos". "Em relação à PEC 55, a antiga PEC 241, eu quero dizer uma coisa: aqueles que votarem contra a educação estarão com as mão sujas por 20 anos", afirmou.
A estudante disse também que o movimento estudantil deve aumentar. "Nós vamos desenvolver métodos de desobediência civil, nós vamos levar a luta estudantil para frente, nós vamos mostrar que não estamos aqui de brincadeira, e que o Brasil vai ser um país de todos".
"Resistir não é só ficar na escola. É não abaixar as cabeças para as ideias contrárias, é continuar lutando pelo movimento estudantil [...] Nós vamos ocupar as ruas também", enfatizou.
A jovem denunciou a "repressão violenta" que os estudantes vêm sofrendo nas escolas ocupadas. "Infelizmente, nós temos sofrido repressão de movimentos contrários. E a repressão está sendo violenta. Repressão que, na calada da noite, passa nas escolas. Repressão que passa com som alto, tocando o Hino Nacional, como se nós não respeitássemos o Hino", destacou a estudante.
"Nós defendemos o direito que eles [os opositores das ocupações] têm de serem contrários. Nós vivemos em uma democracia e sabemos que é importante ter os dois lados. Mas nós abominamos a repressão violenta", acrescentou.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/263164/%E2%80%98Quem-votar-contra-a-educa%C3%A7%C3%A3o-estar%C3%A1-com-as-m%C3%A3os-sujas-por-20-anos%E2%80%99.htm

ZANIN: MP COMPROVA SUA PERSEGUIÇÃO A LULA

Por Cristiano Zanin Martins
O artigo publicado na Folha de S. Paulo por dois procuradores da República (leia aqui), que atuam na Lava Jato, longe de superar a perseguição política dirigida a alguns partidos políticos e, particularmente, ao ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, apenas deixa tal abuso ainda mais evidente.
A Lava Jato promove verdadeira guerra jurídica, mediante o uso manipulado das leis e dos procedimentos jurídicos, para perseguir seus inimigos políticos, fenômeno que é documentado por especialistas internacionais como “lawfare”.
Por que será que o PSDB não está dentre os partidos “mais atingidos” pela Lava Jato? Por que documentos que envolvem seus políticos tramitam em sigilo, em nome do “interesse público”, ao passo que aqueles relativos a Lula, inclusive os que têm sigilo garantido pela Constituição Federal, são devassados e expostos a todos em nome do mesmo “interesse público”? Não há como responder. Uma rápida consulta às reportagens produzidas pela própria Folha - a exemplo de outros veículos de imprensa - comprova a tese de dois pesos e duas medidas. Há muito a mídia perdeu sua imparcialidade.
Nações desenvolvidas não permitiriam que a Lava Jato deixasse de cumprir a lei, como ocorre no Brasil. Mas os procuradores não pensam assim, bem como o próprio TRF4, que julga os recursos da Lava Jato. Quando a lei é deixada de lado – seja por qual motivo for -, é o próprio Estado Democrático de Direito que está em risco. Você que está lendo esta publicação aceitaria ser investigado e julgado sem o rito das leis, mas, sim, pelas regras de conveniência de procuradores e juízes – por melhores que sejam suas intenções? É evidente que não!
Cada alegação dos procuradores em relação a Lula foi fulminada no campo jurídico por peças robustas que apresentamos nos autos e que podem ser consultadas em www.abemdaverdade.com.br. Ou seja, no plano estritamente jurídico, as frívolas acusações foram todas superadas pela defesa. Mas a Lava Jato, ao menos em relação a Lula, não busca o debate jurídico, mas o uso da violência da lei para promover perseguição política. Pretende reescrever a história. Pretende desconstruir a imagem e a reputação do ex-Presidente. E, para isso, usam da aparência da legitimidade de um procedimento, que devido processo legal nada tem!
Não é preciso ir longe para perceber isso. A denúncia apresentada contra Lula em 14/09/2016, com 172 páginas, não é uma peça jurídica; mas política. Aliás, depois que o próprio juiz Moro reconheceu, em recente despacho, que nenhum recurso relativo aos três contratos da Petrobras ali tratados foi destinado “diretamente a Lula”, a acusação perdeu qualquer sentido. Mas esse fato foi usado não para encerrar o caso, como seria de rigor, mas para indeferir provas que foram requeridas!
Se os procuradores e o juiz do caso efetivamente buscassem uma investigação legitima e dentro do devido processo legal, não estariam focados em uma pessoa – Lula -, mas sim em fatos. Não estariam promovendo acusações sem materialidade em rede nacional, com auxílio de assessoria de imprensa e, ainda, o uso de powerpoint semelhante a similar até já condenado pela Suprema Corte Americana, por violar a garantia da presunção de inocência. Não estariam violando inúmeras garantias fundamentais e desafiando até mesmo alguns dogmas do direito de defesa – como, por exemplo, ao grampear advogados formalmente constituídos (mesmo após terem sido alertados 2 vezes para empresa de telefonia) e divulgar as conversas mantidas com seu cliente.
Há, ainda, um derradeiro aspecto que deve ser registrado. O artigo de hoje pretendeu legitimar as ações da Lava Jato, citando o exemplo de combate à corrupção promovido por Hong Kong. MAS O EXEMPLO MOSTRA JUSTAMENTE O CONTRÁRIO! Aquele país, após constatar que a polícia e o ministério publico não estavam efetivamente preparados para promover o combate ISENTO à corrupção, adotou o sistema do ICAC – Independent Comission Against Corruption. Toda investigação relacionada à corrupção do sistema eleitoral, do judiciário e de outras áreas especificas é realizada naquele País por comissões INDEPENDENTES multidisciplinares – com máximo respeito às garantias individuais, que, posteriormente, entregam o resultado a um comitê de procuradores que irá decidir se é o caso de buscar a punição funcional ou penal dos envolvidos.
LÁ, OS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO (E MUITO MENOS O JUIZ QUE IRÁ JULGAR O CASO) NÃO PARTICIPAM DIRETAMENTE DA INVESTIGAÇÃO E, PORTANTO, NÃO FICAM “CONDENADOS A CONDENAR” ALGUÉM, COMO ESCREVEU LULA EM ARTIGO PARA A FOLHA. Nós sempre citamos o exemplo de Hong Kong como um CONTRAPONTO aos abusos da Lava Jato. Diga-se de passagem, ainda, que a Lava Jato, neste ponto, viola até mesmo o que foi decidido pelo STF no RE 593.727, que reconheceu o poder de investigação do Ministério Público apenas em situações excepcionais, quando a polícia não tem condições de promover a investigação.
Na Lava Jato todos - polícia, MPF e juiz – investigam, acusam e julgam! Enfim, a deturpação, a seletividade e a perseguição saltam aos olhos. E os procuradores precisam realmente conhecer o sistema de Hong Kong para verificar que lá eles não cometem os erros que estamos cometendo no Brasil, colocando em risco não apenas os empregos, a economia, mas, sobretudo, o Estado Democrático de Direito.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/263120/Zanin-MP-comprova-sua-persegui%C3%A7%C3%A3o-a-Lula.htm

SETOR PÚBLICO ACUMULA ROMBO FISCAL INÉDITO R$ 85,5 BILHÕES EM 2016

ANDRESSA ANHOLETE 247 - O Banco central divulgou nesta segunda-feira, 31, que as contas públicas do governo federal, os estados, os municípios e as empresas estatais, registraram um rombo recorde para o mês de setembro. Sem contar os gastos com pagamentos de juros da dívida, o déficit foi de R$ 26,64 bilhões, o pior resultado para o mês desde de 2014.
Contabilizando os nove primeiros meses do ano, o déficit fiscal das contas públicas chegou a R$ 85,5 bilhões, o pior número desde o início da série histórica das contas públicas, em dezembro de 2001.
Segundo o Banco Central, em doze meses até setembro deste ano, as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 188,32 bilhões - o equivalente a 3,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Em doze meses até agosto, o rombo havia somado R$ 169 bilhões – o equivalente a 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB).
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/263158/Setor-p%C3%BAblico-acumula-rombo-fiscal-in%C3%A9dito-R$-855-bilh%C3%B5es-em-2016.htm

GUIMARÃES: NÃO HÁ DERROTA DEFINITIVA, NEM VITÓRIA DEFINITIVA

Ceará 247 - Para o deputado federal José Guimarães, vice-presidente nacional do PT, o resultado eleitoral do partido neste segundo turno deve ser "colhido com humildade". Para ele, "não há vitória definitiva, nem derrota definitiva". Segundo Guimarães, as análises precipitadas deste momento ainda estão eivadas da campanha do "ódio e do preconceito" ao considerar o PT o maior derrotado. "Espero que a mesma virulência com que analisam o PT seja usada para analisar a derrota do Aécio, ou vocês acham que a derrota dele foi pouca coisa?
Para Guimarães, a mesma crise que levou o PT a esse fraco desempenho eleitoral, por outro lado, foi importante para reaproximar o partido e os movimentos sociais. E agora é preciso fortalecer ainda mais a relação para enfrentar os retrocessos da onda conservadora que envolveu o Brasil.
O deputado destacou ainda que passado o momento eleitoral o PT precisa, com calma, conversar e debater a renovação do projeto partidário. "Não adianta renovar a direção sem renovar o projeto".
Fortaleza
Na avaliação do deputado, venceu em Fortaleza o candidato mas identificado com o campo progressista. "Espero agora que o Prefeito Roberto Cláudio (PDT) receba o resultado com humildade e se reencontre com as áreas mais necessitadas da cidade, com políticas públicas mais voltadas para esse segmento".
Guimarães disse ainda que o PT do Ceará também não deve ter pressa e se reunir com calma, passado o clima eleitoral, para discutir os rumos para 2018, inclusive para conversar com o PDT e discutir um projeto articulado para o Ceará e para o País.
http://www.brasil247.com/pt/247/ceara247/263154/Guimar%C3%A3es-n%C3%A3o-h%C3%A1-derrota-definitiva-nem-vit%C3%B3ria-definitiva.htm

ECONOMISTAS ESPERAM RECESSÃO AINDA MAIOR EM 2016, MOSTRA BC

Do Infomoney - As expectativas dos economistas para o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e em 2017 pioraram na semana passada, conforme mostra o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (31). Segundo o documento com base em levantamento de 28 de outubro, a mediana das projeções dos especialistas consultados para a economia foi de queda de 3,22% para 3,30% em 2016 e de crescimento de 1,23% para 1,21% no ano seguinte.
Do lado da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as estimativas minguaram de 6,89% para 6,88% em 2016 e foram mantidas em 5% para o fim de 2017. Para o câmbio, os respectivos patamares de R$ 3,20 e R$ 3,40 para o dólar nesses dois anos foram mantidos pelos economistas ouvidos pelo BC.
Estabilidade também foi vista na projeção para a taxa básica de juros ao final deste ano, apontada em 13,50% -- o que significa apostas para um corte de 0,5 ponto percentual ainda em 2016. Já para o ano seguinte, as estimativas para a Selic sofreram um pequeno corte, indo de 11% para 10,75%.
Entre os cinco economistas que mais acertam, todas as expectativas foram mantidas: inflação a 6,81% em 2016 e 4,97% em 2017, câmbio a R$ 3,22 e R$ 3,45, Selic a 13,63% e 11%.
Para acessar à íntegra do relatório Focus, clique aqui.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/263139/Economistas-esperam-recess%C3%A3o-ainda-maior-em-2016-mostra-BC.htm

PF PEDE INDICIAMENTO DE CIRO NOGUEIRA

Moreira Mariz/Agência Senado Do Piauí Hoje / Folha Política - A Polícia Federal encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de indiciamento contra o senador Ciro Nogueira (PP) e de mais quatro pessoas. Ciro é acusado de receber R$ 2 milhões em propina da construtora UTC, em 2014, em troca de favorecê-la com contratos de obras públicas. Os investigadores querem que Nogueira responda por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Teori Zavascki pediu a opinião do Ministério Público antes de se manifestar.
A denúncia é de que R$ 1,4 milhão foram transportados de São Paulo até as mãos de Nogueira em Brasília. Outros R$ 475 mil foram repassados por meio de um escritório de advocacia. Nogueira, que disputava a eleição, cobrava pressa nos repasses. O último deles, agendado para novembro de 2014, não foi feito porque Ricardo Pessôa, dono da UTC, foi preso na sétima fase da Lava Jato.
Além de Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, o ex-dirigente da empreiteira Walmir Pinheiro Santana, também foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa. Ambos são delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Em março do ano passado o senador chegou a se defender quando teve seu nome divulgado entre os políticos com mandato envolvidos na Operação Lava Jato. Na época o senador disse que entregaria seu mandato caso ficasse provada alguma das denúncias. Ciro, até o momento, só tinha sido citado como presidente do PP, pois todas as denúncias abrangiam o período em que não estava a frente do partido.
A decisão sobre o futuro do senador Ciro está agora nas mãos do STF.
http://www.brasil247.com/pt/247/piaui247/263157/PF-pede-indiciamento-de-Ciro-Nogueira.htm

DELAÇÃO DE EXECUTIVOS DA ODEBRECHT NA LAVA JATO SERÁ GRAVADA EM VÍDEOS

Paraná 247 - Os cerca de 80 executivos da Odebrecht que participarão do acordo de delação da empreiteira terão seus depoimentos gravados em vídeo, como determinou o STF (Supremo Tribunal Federal). Os registros serão enviadas ao ministro Teori Zavascki que, depois de examiná-los, decide se homologa ou não cada uma das delações, diz a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
"A assinatura do acordo entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal, marcada inicialmente para o dia 8, foi adiada. Deve ocorrer, no entanto, ainda em novembro.
Após tudo isso, começam de fato os inquéritos, ou seja, investigações sobre os personagens delatados. Sem prazo certo para que sejam concluídas. Ainda assim, medidas como buscas, apreensões e prisões cautelares já poderão ser tomadas, o que se tornou comum na Operação Lava Jato."
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/263127/Dela%C3%A7%C3%A3o-de-executivos-da-Odebrecht-na-Lava-Jato-ser%C3%A1-gravada-em-v%C3%ADdeos.htm

Poder de compra das famílias encolhe quase 10% em dois anos

247 - O poder de compra das famílias brasileiras teve forte retração em 2015 e 2016, explicando o recuo do consumo no mesmo período. Segundo estimativas da Tendências Consultoria Integrada, depois de cair 2,8% no ano passado, o poder de compra dos brasileiros vai encolher mais 7% neste ano, descontada a inflação, num cenário marcado pela retração do crédito e queda da massa ampliada de renda. Em dois anos, é uma queda real de quase 10%. Para 2017, a expectativa é de expansão de 1,1% em termos reais, puxada por uma evolução melhor de empréstimos e financiamentos, diz reportagem do Valor.
"O objetivo do indicador é analisar em conjunto a dinâmica da renda real, do emprego e do crédito - os "principais condicionantes do consumo das famílias" -, diz o economista João Morais, da Tendências. Ele é definido a partir da massa ampliada de rendimentos e das captações líquidas de crédito pelas famílias, esta calculada pela diferença entre os novos empréstimos concedidos à pessoa física e os pagamentos do serviço da dívida.
A massa ampliada engloba a massa da renda do trabalho (a combinação do salário médio real e do número de trabalhadores), a de benefícios previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a do Bolsa Família e a de outras fontes, como juros e aluguéis. Desse total de rendimentos, são deduzidas a arrecadação de Imposto de Renda e as contribuições previdenciárias.
O indicador mostra que o poder de compra das famílias cresceu continuamente entre 2003 e 2014, até atingir o recorde de R$ 3,5 trilhões, em valores de setembro deste ano, atualizados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No ano passado, houve uma queda real de 2,8% "Foi um recuo mais tímido e totalmente puxado pelo crédito", diz Morais.
Em 2015, as novas concessões de empréstimos para a pessoa física com recursos livres caíram 10,7%, descontada a inflação. Já a massa ampliada de rendimentos cresceu 1,2% em termos reais, especialmente por causa do comportamento da massa de salários. Medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, ela ainda teve aumento real no ano passado, de 1,4%.
Em 2016, tanto o crédito quanto a massa de renda puxam o poder de compra para baixo, diz Morais. Ele nota que a queda prevista para o indicador é bem mais forte, refletindo a deterioração das condições de emprego e renda e a continuidade da retração do mercado de crédito. A estimativa é de que ele encolha para R$ 3,16 trilhões neste ano."
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/263125/Poder-de-compra-das-famílias-encolhe-quase-10-em-dois-anos.htm

domingo, 30 de outubro de 2016

GILMAR: LAVA JATO TORNA REFORMA POLÍTICA INEVITÁVEL

Rovena Rosa/Agência Brasil 247 - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que os senadores e deputados estão acossados, expostos e fragilizados em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Segundo ele, esta situação torna a realização da reforma política como algo "inevitável" por parte do Congresso Nacional.
"O que me leva a acreditar que o sistema vai mudar? A Lava Jato. Os parlamentares estão num quadro de fragilidade, acossados. Eles estão expostos. Se não é um deputado, é um companheiro do partido, é o partido que é acusado de ter recebido dinheiro", afirmou o ministro durante uma passagem pelo Rio de Janeiro para conferir a votação do segundo turno das eleições municipais.
Segundo Gilmar, "a única segurança é dar outro perfil ao sistema político". O ministro disse, ainda, que atualmente "meio Congresso é investigado" e esta situação acaba por sobrecarregar o STF, que acaba por não conseguir decidir com celeridade sobre o foro privilegiado dos parlamentares.
"O STF não tem capacidade de dar a resposta a tantas denúncias, porque houve uma criminalização endêmica (de políticos)", afirmou.
Gilmar disse, também, que o STF só deverá julgar as denuncias da chapa que elegeu Dilma Rousseff à Presidência da República e Michel Temer como vice no próximo ano.
"O processo está andando na celeridade devida. O ministro Herman Benjamin, corregedor (do TSE) e relator (do processo), está participando de todas as audiências, ouvindo todas as pessoas indicadas, mas estamos ainda na fase de instrução ao processo. A questão que vai se colocar logo no início do julgamento é essa possível separação entre a presidente Dilma e o presidente Temer", assegurou.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/263033/Gilmar-Lava-Jato-torna-reforma-pol%C3%ADtica-inevit%C3%A1vel.htm

MORO GRAVA VÍDEO COM DISCURSO DE ROOSEVELT CONTRA CORRUPÇÃO

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil 247 - O juiz federal Sérgio Moro gravou um vídeo com um trecho de um discurso feito pelo presidente norte-americano Theodoro Roosevelt, em 1903, condenando a corrupção. O trecho do discurso do ex-presidente norte-americano, gravado pela mulher de Moro e veiculado em uma pagina mantida por ela no Facebook, é o mesmo utilizado pelo magistrado ao condenar o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa. "Não existe crime mais sério que a corrupção", destacou.
"Não existe crime mais sério do que a corrupção. Outras ofensas violam uma lei enquanto a corrupção ataca as fundações de todas as leis" assinalou o juiz da Lava Jato. "Sob nossa forma de Governo, toda a autoridade está investida no povo e é por ele delegada para aqueles que o representam nos cargos oficiais. Não existe ofensa mais grave do que a daquele no qual é depositada tão sagrada confiança, quem a vende para seu próprio ganho e enriquecimento, e não menos grave é a ofensa do pagador de propinas. Ele é pior que o ladrão, porque o ladrão rouba o indivíduo, enquanto que o agente corrupto saqueia uma cidade inteira ou o Estado. Ele é tão maligno como o assassino, porque o assassino pode somente tomar uma vida contra a lei, enquanto o agente corrupto e a pessoa que o corrompe miram, de forma semelhante, o assassinato da própria comunidade", disse.
"A exposição e a punição da corrupção pública são uma honra para uma nação, não uma desgraça. A vergonha reside na tolerância, não na correção. Nenhuma cidade ou Estado, muito menos a Nação, pode ser ofendida pela aplicação da lei. (..). Se nós falharmos em dar tudo o que temos para expulsar a corrupção, nós não poderemos escapar de nossa parcela de responsabilidade pela culpa. O primeiro requisito para o autogoverno bem sucedido é a aplicação da lei, sem vacilos, e a eliminação da corrupção", finalizou.
https://youtu.be/pSXK7uN5qFg
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/263014/Moro-grava-v%C3%ADdeo-com-discurso-de-Roosevelt-contra-corrup%C3%A7%C3%A3o.htm

ARCEBISPO DE SALVADOR SE REVOLTA CONTRA PEC 241

Por Robson Sávio Reis Souza
Estou surpreso com uma nota publicada no Facebook da Arquidiocese de Salvador (abaixo). Nela, Dom Murilo Krieger, primaz do Brasil, não somente faz uma defesa contundente do posicionamento vigoroso da CNBB (desta semana) contra a PEC 241 (agora PEC 55, no Senado), como vai além. Diz, por exemplo, que "para o capital mundial, esta PEC é tudo o que ele gostaria de ver aprovado. Os bancos, que já ganharam muito nos últimos anos, vão ganhar ainda mais. Sobrará dinheiro para investirem na imprensa, dizendo que esse sacrifício é mesmo necessário para o bem "do Brasil".
Dom Murilo pergunta: "Se a PEC 241 é tão boa assim, porque seu conteúdo não foi colocado para a sociedade discutir? Por que foi aprovada pela Câmara Federal tão rapidamente? (Alguém se lembra de outra Proposta de Emenda à Constituição aprovada em tão pouco tempo?...)"
E o arcebispo de Salvador desafia: "chamar de marxista quem pensa diferente de nós é o mesmo que condenar Jesus por ter dito aos apóstolos, diante da fome da multidão: "Dai-lhes vós mesmos de comer!" Se pensar nos pobres e nos que mais serão afetados pela PEC 241 for um gesto marxista, perguntemo-nos: O que fazer com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, dele consequente?"
Minha (grata) surpresa é porque o arcebispo de Salvador é considerado um dos prelados mais conservadores da Igreja do Brasil. Recentemente, por exemplo, ele explicitou sua insatisfação com um projeto de reforma política encabeçado pela CNBB e o Movimento de Combate à Corrupção, entre outras entidades. Quando foi nomeado para a primeira arquidiocese do Brasil, em 2011, comentava-se tratar de uma estratégia do Papa Bento XVI para reforçar a ala conservadora no país...
Há um imenso simbolismo num prelado que é primaz, ou seja, o primeiro; da primeira diocese do Brasil, criada em 1551. Francisco, quando foi eleito, disse que era simplesmente o bispo de Roma, o primaz da Igreja. Ser primaz da Igreja no Brasil sempre foi um papel de destaque...
O que teria mudado na cabeça do arcebispo primaz do Brasil?
Lembro dia 20 de outubro, dom Murilo, juntamente com o presidente da CNBB, Dom Sérgio (recém nomeado cardeal pelo Papa Francisco), e o secretário da entidade, Dom Leonardo, estiveram reunidos com o Papa Francisco, ocasião na qual o pontífice anunciou que não virá ao Brasil no ano de 2017 (foto acima).
Será que a conversa com o Papa foi importante para um posicionamento mais claro e incisivo da Igreja no Brasil sobre o recrudescimento de medidas governamentais e judiciais que atingirão fundamentalmente a vida dos mais pobres e excluídos da nossa sociedade?
Vale a pena ler a nota na íntegra. E se surpreender, também:
"O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj, em apoio a nota publicada pela CNBB sobre a PEC 241, publicou as seguintes observações:
Quanto às reações à NOTA DA CNBB PEC 241, aprovada pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, tenho a dizer o seguinte:
1º - "Um ponto de vista, é a vista de um ponto!" O Conselho Permanente da CNBB emitiu esta Nota consciente de que é preciso alertar a Nação para os males da PEC 241. Procurou colocar-se, pois, do ponto de vista dos mais necessitados e que mais sofrerão suas consequências. Se a PEC 241 é tão boa assim, porque seu conteúdo não foi colocado para a sociedade discutir? Por que foi aprovada pela Câmara Federal tão rapidamente? (Alguém se lembra de outra Proposta de Emenda à Constituição aprovada em tão pouco tempo?...). Afinal, não se trata de uma Proposta qualquer, mas de uma proposta de emenda àquele que é o nosso texto principal: a Constituição.
2º - Com a PEC 241 haverá limites para o investimento em saúde, educação etc., mas não foi colocado limite algum para o pagamento dos juros da dívida pública. Aliás, por que o Governo não faz uma auditoria da dívida pública? Não fazendo, apenas repete o comportamento do Governo anterior que, antes de ser eleito, falou muito da necessidade de fazer essa auditoria; ficou no Governo 14 anos e nada fez. Vamos continuar assim, simplesmente pagando juros?
3º - Para o capital mundial, esta PEC é tudo o que ele gostaria de ver aprovado. Os Bancos, que já ganharam muito nos últimos anos, vão ganhar ainda mais. Sobrará dinheiro para investirem na Imprensa, dizendo que esse sacrifício é mesmo necessário para o bem "do Brasil".
4º - Chamar de marxista quem pensa diferente de nós é o mesmo que condenar Jesus por ter dito aos apóstolos, diante da fome da multidão: "Dai-lhes vós mesmos de comer!" Se pensar nos pobres e nos que mais serão afetados pela PEC 241 for um gesto marxista, perguntemo-nos: O que fazer com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, dele consequente?
5º - Cada qual tem direito de pensar diferente; a própria Nota incentiva o diálogo, que não tem havido. Peço apenas, aos que pensam diferente do que está na referida Nota, que a guardem e a releiam daqui a 3 ou 4 anos...
Quem viver, verá.
Em Cristo Jesus,
Dom Murilo S. R. Krieger, scj
Arcebispo de Salvador
Primaz do Brasil
http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/263004/Arcebispo-de-Salvador-se-revolta-contra-PEC-241.htm

A desconcertante confissão involuntária de Deltan Dallagnol.

Diário do Centro do Mundo

Isenção a esta algura dos acontecimentos?
Isenção a esta algura dos acontecimentos?
Escondidinha, uma nota na primeira página da Folha de hoje traz o que se pode definir como uma confissão aterradora.
A nota chama para um artigo de Deltan Dallagnol e outro procurador, e o título é este: “Lata Jato avança ao atingir todos sem distinção”.
Vou repetir, tamanha a importância da frase:
“Lata Jato avança ao atingir todos sem distinção”.
Quer dizer: agora, e somente agora, a Lava Jato atinge — alegadamente — a todos?
Ao longo de todo este tempo Moro e seus comandados trataram de destruir o PT. Num jogo combinado com a mídia, a começar pela Globo, armaram operações cinematográficas quando se tratava de prender pessoas de alguma forma vinculadas a Lula.
Como esquecer as cenas da condução coercitiva de Lula para um depoimento para o qual ele sequer fora convocado?
E o vazamento ilegal das falas entre Lula e Dilma?
E tantas, tantas, tantas outras coisas que colaboraram decisivamente para a derrubada de Dilma e que, pelo script previsto, levariam a tirar Lula do caminho em 2018?
Uma democracia foi destruída. 54 milhões de votos foram incinerados para que a plutocracia chegasse ao lugar a que não consegue pelas urnas.
E agora somos obrigados a engolir que a Lava Jato é, aspas e gargalhadas, “apartidária”? Isenta?
Coloquemos assim: a Lava Jato tem a isenção que está fixada na missão do Jornal Nacional. Nela, o JN diz que noticia os fatos do dia com “isenção”.
A Lava Jato foi, desde o início, tão isenta quanto o Jornal Nacional.
As coisas saíram do controle de seus mentores, e da própria mídia, quando delatores graúdos citaram pessoas, de novo aspas e gargalhadas, “acima de qualquer suspeita”.
Veio o caos, para os administradores da Lava Jato e para a imprensa. Nenhum entre eles poderia esperar que da Odebrech saísse a informação preciosa de que Serra recebera 23 milhões de dólares num banco suíço para a campanha de 2010.
E atenção: em dinheiro de 2010. Hoje, seriam 34 milhões.
A confusão entre as corporações jornalísticas ficou estampada notavemente nisso: a Folha deu manchete e o JN ignorou.
O fato é que mudaram as circunstâncias: Moro já não é o mesmo. Caminha para ser o juiz de primeira instância de origem. Hoje é menor do que foi ontem, e amanhã será menor do que é hoje.
E a ideia disparatada de Dallagnol de que a Lava Jato “avança ao atingir a todos sem distinção” merece que evoquemos Wellington.
Só acredita nela quem acredita em tudo. A não ser que a tomemos como uma confissão de que ela até aqui pegou apenas um lado.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

REQUIÃO: BRASIL RESISTE À ODEBRECHT, NÃO À SELVAGERIA DE TEMER

Paraná 247 - Lembrando a frase atribuída ao juiz Sérgio Moro pela revista Veja neste fim de semana, em que o magistrado diz esperar que o Brasil "sobreviva" ao acordo de delação firmado entre a Odebrecht e o Ministério Público no âmbito da Lava Jato, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou pelo Twitter neste domingo 30 que "não há dúvida" que o Brasil resistirá à denúncia da Odebrecht. Porém, não deve resistir "à proposta da selvageria do liberalismo" do governo de Michel Temer.
"Não há dúvida que o Brasil resiste à denúncia da Odebrecht. O que não deve resistir é à proposta da selvageria do liberalismo. Felizmente!", publicou o senador. "É triste e inimagináveis as razões que levam o congresso nacional a aderir a predação proposta pelo Meireles e o capital financeiro. A proposta de congelamento de gastos acompanhada da liberação para pagamento de juros da dívida não auditada é uma regressão à barbárie", criticou em seguida.
"Sem mais adjetivos, a PEC 241/55 é uma rematada besteira. Por ex, quebrou a perna, e não pode tratá-la por ter que pagar juros a rentistas?", questionou ainda Requião. Ele comentou também a denúncia da Odebrecht contra José Serra: "Para mim é bem claro que um sujeito com vocação de ministro das relações exteriores tenha recebido um Pixuleco fora do Brasil. LÓGICO!".
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/262974/Requi%C3%A3o-Brasil-resiste-%C3%A0-Odebrecht-n%C3%A3o-%C3%A0-selvageria-de-Temer.htm

CASO SERRA REVELA O LADO B DA MÍDIA BRASILEIRA

Em artigo sobre o comportamento da mídia após a denúncia da Odebrecht contra José Serra, o jornalista George Marques, que escreve sobre os bastidores da política, analisa: "Passado quase 48 horas que a matéria da Folha denuncia que o ministro José Serra (PSDB) teria recebido cerca de R$ 23 milhões em propina, fruto de corrupção e caixa dois da Odebrecht, os jornais O Globo, Estadão, G1, entre outros veículos e articulistas da Grande Imprensa sequer tocam no assunto. Houve um cala-boca geral nas redações. Esse tipo de conveniência faz parte do jornalismo de omissão, de compadrio, do jornalismo rasteiro e imoral"; "Capturado pelo poder econômico, o jornalismo no Brasil passa por um momento de descrédito, subserviência e de proteção conveniente. Há um outro caminho a seguir?", questiona
30 DE OUTUBRO DE 2016 ÀS 10:33 //
Por George Marques
É perceptível que há algo de muito estranho acontecendo no mundo jornalistico-político de Brasília.
Desde que o jornal Folha de S. Paulo noticiou que a empreiteira Odebrecht pagou caixa dois para José Serra (PSDB-SP) em contas secretas na Suíça, um silêncio ensurdecedor toma de contas nas redações dos G1, do jornal O Estado de São Paulo, e no jornal O Globo. O cala-boca nas redações é generalizado.
Articulistas mantêm o foco no 2º turno nas capitais e também na fabricada reunião para resolver e suposta crise entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Numa omissão praticamente inédita, O Globo, Estadão e G1 deixam de reproduzir a denúncia. Vale lembrar que Serrá é virtual candidato à Presidência da República em 2018 (não se sabe ainda por qual partido, pelo PSBD, PMDB ou pelo PSB).
A denúncia que pode acarretar na demissão do ministro e acentuar a crise política por qual passa o governo, até o momento é deixada de escanteio nas rodas de debate dos principais comentaristas políticos da Grande Imprensa.
A denúncia contra Serra faz parte das informações contidas na delação premiada da empreiteira Odebrecht.
As explosivas revelações da Odebrecht tem potencial para desmoronar o governo Temer. Envolve também integrantes da oposição e do antigo governo petista, num rolo compressor multipartidário.
Há ainda como fator de preocupação no mundo político a iminente delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso por tempo indeterminando suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em contas secretas na Suíça.
Eduardo Cunha teve muitos papéis no PMDB e conhece muito bem Michel Temer. Cunha já foi líder do PMDB, e mais recentemente um dos mais poderosos presidentes que a Câmara dos Deputados já viu. O presidente Michel Temer, em um culto celebrado numa Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro, confessou que as tarefas difíceis ele entregaria à fé de Cunha. Confira:
No Palácio do Planalto há ainda a preocupação com as crescentes ocupações nas escolas em todo o país. Alunos protestam contra a reforma do Ensino Médio enviada ao Congresso Nacional por meio de medida provisória, sem discutir com a sociedade, e também contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que tem potencial para fragilizar as áreas de saúde e educação, conforme indica o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea):

Logo após a divulgação do estudo o governo Temer deu um jeito de abafar o caso e de desmentir o estudo. O presidente do Ipea veio a público para contestar o estudo dos pesquisadores.
É neste contexto de fragilidade e alerta política que a denúncia contra o chanceler José Serra se apresenta.
O pepino da vez que coloca mais fervura na base política do governo é a denúncia envolvendo José Serra. O mais curioso, no entanto, é a morbidez silenciosa e fria que parte da Grande Mídia trata o caso.
Passado quase 48 horas que a matéria da Folha denuncia que o ministro José Serra (PSDB-SP) teria recebido cerca de R$ 23 milhões em propina, fruto de corrupção e caixa dois da Odebrecht, os jornais O Globo, Estadão, G1, entre outros veículos e articulistas da Grande Imprensa sequer tocam no assunto.
Houve um cala-boca geral nas redações. Esse tipo de conveniência faz parte do jornalismo de omissão, de compadrio, do jornalismo rasteiro e imoral.
Oras, alguém duvida que, se no lugar do tucano José Serra fosse o ex-presidente Lula ou alguém do PT a denúncia teria amplo destaque em todos os portais acima, com direito a helicóptero sobrevoando o diretório do partido, plantão de meia em meia nos jornais locais? Não há dúvida.
Fica cada dia mais nítido de que lado da história estão esses veículos de imprensa. É curioso que até há um tempo atrás, quando Dilma Rousseff era presidente da República, cada escândalo, cada vazamento proposital de notícias que abalam o já trôpego governo, não passava sem uma cobertura exaustiva dessa mesma mídia que hoje se omite, vergonhosamente.
Capturado pelo poder econômico, o jornalismo no Brasil passa por um momento de descrédito, subserviência e de proteção conveniente. Há um outro caminho a seguir?
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/262962/Caso-Serra-revela-o-lado-B-da-m%C3%ADdia-brasileira.htm

GUILHERME BOULOS AO 247: “PRISÃO DE LULA É DECLARAÇÃO DE GUERRA”

Por Alex Solnik, do 247 - Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que congrega 40 mil famílias em onze estados brasileiros, Guilherme Boulos prevê, nessa entrevista exclusiva ao 247, um 2017 de conflitos no Brasil, mas sobretudo na maior cidade do país, onde o movimento é mais robusto.
"São Paulo vai virar uma praça de guerra", diz ele, antevendo que o novo prefeito irá usar a força para reprimir a luta pela moradia. "Doria disse que vai acabar com as ocupações. É próprio de alguém que nunca saiu do Jardim Europa. Ninguém pede licença ao prefeito para fazer ocupação".
Boulos classifica o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, como "um sujeito de índole autoritária", sempre "à procura de um inimigo interno". Sergio Moro "não é uma referência de Justiça" e " tem mentalidade de justiceiro". "Para ele", diz Boulos, "vale qualquer coisa, até passar por cima da constituição, para que ele possa pegar quem ele quer pegar".
E define a missão do general Etchegoyen no governo Temer: "Ele tem o papel de infiltrar gente, como fez com aquele capitão do Exército aqui em São Paulo nos movimentos sociais, com o objetivo de monitorar os movimentos, preparar a escalada repressiva... um cenário preocupante".
O MTST irá às ruas se Lula for preso? "Uma prisão arbitrária do Lula não é um ataque apenas ao Lula. É uma declaração de guerra. Evidente que vai gerar reações".
Há quanto tempo você mora na periferia?
Eu moro na periferia de São Paulo há quinze anos, desde que eu entrei no MTST.
É perigoso morar lá?
Olha, não acho. Perigoso é andar pelo Congresso Nacional. Eu me sinto mais seguro no meu bairro do que quando eu tenho que ir para Brasília.
Por que você foi morar lá?
Olha, você sabe que eu tenho origem nas camadas médias, mas logo cedo, ainda secundarista comecei a militar no movimento estudantil. E fui me envolvendo com os movimentos sociais, com os movimentos de esquerda e quando o MTST entra na região metropolitana de São Paulo, em 2001, eu tinha acabado de entrar na faculdade, eu passei a apoiar as ocupações que ocorriam, vi nessas ocupações uma legitimidade, uma capacidade de organização e de mobilização muito forte, um espaço onde podia renascer o contato da esquerda com o povo. O bom e velho trabalho de base. Perdido, esquecido. Por isso fui morar nas ocupações.
Você é um sem-teto?
Existe uma falta de compreensão de quem é o sem teto por parte da sociedade brasileira. As pessoas acham que sem teto é a pessoa que está em situação de rua. Claro que é, mas não só ela. O déficit habitacional é de 6 milhões de famílias no Brasil. E esse déficit é composto majoritariamente por famílias que pagam aluguel, comprometendo uma parte expressiva da sua renda, relacionada a coabitação, várias famílias morando na mesma casa, famílias morando em situação de risco – esses também são sem teto. O cara que está pagando aluguel em situação precaríssima, se amanhã ele perde o emprego ele vai para a rua. Então, as pessoas que vão para as ocupações e se organizam no MTST são desse perfil de trabalhadores.
Quantos vocês são?
São 35 mil a 40 mil famílias organizadas no país. Divididas em onze estados brasileiros. Principalmente nas capitais e nas regiões metropolitanas. O movimento se organiza através de ocupações de terrenos urbanos e de núcleos comunitários em bairros, onde também se organiza a luta por moradia. Em São Paulo temos mais de 90 núcleos comunitários. E 27 ocupações. É onde o movimento é maior. É forte em Fortaleza, em Curitiba, Uberlândia, tem uma força razoável no Distrito Federal, Rio de Janeiro.
O número de ocupações cresce ou diminui?
Há uma crescente nas ocupações urbanas e na luta por moradia. De 2008 a 2014 houve um surto inédito de especulação imobiliária no Brasil. A valorização do metro quadrado nas maiores cidades brasileiras superou 200%, em São Paulo chegou a 215%, no Rio de Janeiro, 260%. Isso gerou uma inflação de aluguéis. E essa dinâmica gerou novos sem-teto. As pessoas que moravam numa região foram jogadas em regiões mais distantes, piorando a sua qualidade de vida, foram sendo despejadas. Terra virou ouro. A disputa pelas terras significa o aumento do número de despejos coletivos. Tudo isso agravou o conflito fundiário urbano no Brasil. E aumentou muito o número das ocupações. No próximo período a tendência é que isso se torne ainda mais explosivo. A especulação imobiliária diminui com a recessão, mas a esse processo se somam o desemprego que não havia antes e o arrocho salarial. Como as pessoas vão pagar aluguel? A tendência no próximo período é haver um aumento da luta por moradia.
O que você espera da relação com o novo prefeito de São Paulo? Haverá diálogo?
Olha, o João Doria deixa claro que não quer diálogo conosco. Doria vem de uma elite preconceituosa. Durante a campanha construiu um discurso raivoso em relação ao movimento social, às ocupações, como se ocupação fosse um gesto de vontade...o MTST resolveu fazer ocupações! Como se a ocupação não fosse o resultado da falta de escolha de milhares, de milhões de pessoas a quem nunca foi dada oportunidade de moradia digna. Ele disse que vai acabar com as ocupações. “Não vai ter ocupações no meu governo”. É próprio de alguém que nunca saiu do Jardim Europa. Ele não entende o que é dinâmica de ocupação. Ninguém pede licença ao prefeito para fazer ocupação. As ocupações vão haver porque existe um agravamento da situação social no Brasil. Ninguém vai pedir licença pro João Doria pra fazer ocupação. E tudo indica que o governo dele tende a reagir com repressão, com tentativa de ataque aos movimentos, ondas de despejo. São Paulo vai virar uma praça de guerra.
A relação de vocês com a Dilma já era difícil. E agora, com Temer, vai existir alguma relação?
O MTST sempre prezou por manter uma rigorosa autonomia política em relação aos governos. Nunca foi um movimento do PT. O MTST fez uma série de mobilizações de enfrentamento aos governos petistas quando a pauta do movimento não era atendida. Evidentemente que esse cenário, com a consumação do golpe institucional, você tem um governo que apresenta uma ofensiva maior aos trabalhadores e isso reforça a necessidade de luta social. A relação do MTST com os governos é uma relação de luta social. Evidentemente que o MTST negocia programas habitacionais, sua pauta específica, mas faz isso respaldado e rastreado na mobilização social.
Vai haver algum tipo de diálogo com o governo Temer?
É difícil...
Como você define esse governo? Direita? Centro-direita? Extrema direita?
É um governo de direita, conservador na política, ultraliberal na economia...a PEC 241 é um escândalo! Ela está passando sob a apatia e o silêncio da maior parte da sociedade. Não há precedentes em nenhum lugar do mundo de uma regra, ainda mais de uma regra constitucionalizada que estabeleça política de austeridade por vinte anos! Congele os investimentos sociais por vinte anos!
E por que vinte anos? De onde tiraram esse número?
Deve ser um número cabalístico. O que pega aí é que, evidentemente, vai haver momentos de crescimento econômico nos próximos dez ou vinte anos... e isso tem sido pouco falado... que a PEC vai cortar investimentos em saúde e educação, assistência social, programas sociais, isso tem se falado... agora, tudo bem, e o crescimento econômico? Com o crescimento econômico vai aumentar a arrecadação, mas como vai haver teto de gastos, mesmo com o aumento da arrecadação isso não vai poder ir para investimento social. Para onde vai a receita do crescimento econômico brasileiro nos próximos vinte anos? Vai para o pagamento dos juros da dívida pública que não tem teto. Vai para meia dúzia de detentores de títulos do estado brasileiro. Isso é escandaloso! Isso é uma captura do estado pelo capital financeiro! É selvagem! Daí se diz olha, nós estamos num nível de endividamento alto... a dívida em relação ao PIB representa hoje 60% do PIB... dos Estados Unidos é 108% do PIB...do Japão, mais de 200%...na Alemanha que é o símbolo da austeridade é de 75% do PIB...não há nada que justifique uma medida draconiana dessa natureza. A não ser a oportunidade de rapinagem dada por uma situação política de um governo ultraliberal, sem legitimidade social, não respaldado no voto popular e que não tem um programa eleito que ele precise seguir. Essa circunstância vai fazer o país pagar caro. Se isso for aprovado o brasileiro vai pagar caro pelas próximas gerações.
Os movimentos sociais vão continuar indo pra rua contra a PEC mesmo depois das derrotas na Câmara?
Nós temos ido às ruas contra a PEC, essa semana, no dia da votação teve manifestação em várias capitais do Brasil. Qual é o problema? O problema é que só os movimentos sociais não têm força suficiente para reverter o processo. As pessoas dizem “os movimentos estão paralisados, os movimentos estão silenciados”, o que não é verdade, tem manifestação toda semana. O problema é que esses temas essenciais pelos quais a gente tem feito mobilização ainda não têm atraído a grande massa, que é a principal afetada por essas políticas. A massa trabalhadora, o povão das periferias urbanas não tem ido às ruas, a não ser aqueles que já estão organizados em movimentos sociais. Mas esses que estão organizados em movimentos sociais, embora combativos, importantes, não têm força suficiente para barrar projetos dessa natureza... os caras têm 3/5 do Congresso Nacional. Pra barrar isso vai ser preciso colocar não milhares nas ruas, mas centenas de milhares, milhões e não é esse o cenário que está colocado, apesar das iniciativas e das mobilizações dos movimentos sociais.
Quais são as caras que caracterizam esse governo como um governo autoritário? Para mim, os dois rostos mais emblemáticos são os de Alexandre de Moraes e de Sergio Moro (embora não seja do governo, mas do sistema).
Desde esse ponto de vista da escalada autoritária, de criminalização de lutas, de criminalização dos movimentos sociais o Alexandre de Moraes representa isso com primor. É um sujeito de índole autoritária. A primeira declaração quando ele assume o Ministério da Justiça é que supostos excessos dos movimentos sociais vão ser arrolados como crimes. Depois, ele vem e diz que não falta treinamento, preparo técnico ou teórico às polícias, falta armamento, falta poder bélico. É a velha lógica do inimigo interno que marca todos os governos autoritários. Mas não é só o Alexandre de Moraes. Nós temos o general Etchegoyen, com status de ministro, chefe do Gabinete de Segurança Institucional...
E ninguém sabe o que ele faz...
Ele tem o papel de infiltrar gente, como fez com aquele capitão do Exército aqui em São Paulo nos movimentos sociais, com o papel de monitorar os movimentos, preparar a escalada repressiva... um cenário preocupante. Porque nós temos esse processo atuando contra os movimentos em diversos níveis. Tem esse nível da repressão direta, tem o nível da criminalização judicial e tem o nível da desmoralização. Que esse não é feito no porrete. Esse é feito com aparato midiático. Construíram um consenso na sociedade de que movimento social é coisa de quem quer boquinha, coisa de quem quer um cargo, de quem quer pegar dinheiro público...esse tipo de desmoralização da luta por direitos dos movimentos sociais tem ecoado diariamente no discurso da grande mídia e ele legitima e prepara uma criminalização e uma repressão mais dura.
Esse Plano Nacional de Segurança que está sendo preparado o que te parece?
Eu não tenho muito conhecimento, acompanhei pela imprensa.
O nome é parecido com Lei de Segurança Nacional.
Imagino que não seja coisa boa. Vindo de onde vem, imagino que coisa boa não deve ser...
Você acha que essa aliança PMDB-PSDB, essa maioria de 3/5 no Congresso é coisa para durar?
Eles têm uma aliança. O Fernando Henrique chamou isso de Novo Bloco de Poder. Agora, no meio do caminho tem um Eduardo Cunha, no meio do caminho tem a Lava Jato, que pode criar problemas para essa aliança deles também. Não sabemos aonde isso vai chegar, quem vai pegar, se pega o próprio Temer, quem vai pegar do PSDB, se é que vai pegar alguém... quem vai pegar da cúpula do PMDB...há uma incerteza no cenário político que está relacionada a isso. Mas, do ponto de vista programático eles têm uma afinidade importante e, do ponto de vista do método, a velha lógica de comprar votos do centrão... distribuir cargos pelos métodos mais fisiológicos...
E banquetes... aliás, esse hábito de banquetes é dos anos 30, quando o então candidato à presidência em 1937, Armando Salles de Oliveira oferecia gigantescos banquetes em sua campanha, verdadeiros banquetes-comício...Parece que voltamos à década de 1930...
Eu acho que se a volta fosse para 1930 não seria tão ruim, na minha opinião, desde alguns pontos progressivos que se pode verificar no período Vargas. A CLT é da década de 1940...
Em 1930 faltavam sete anos para o Estado Novo... havia tortura... queima de livros... queimaram a obra de Jorge Amado e de José Lins do Rego...
Claro, claro, mas o governo Vargas é um governo contraditório, teve esse elemento repressivo mas teve elementos populares que no governo Temer não se tem.
Nenhum.
Por isso é que eu acho que a analogia tem esse limite.
Nem eu quis comparar Getúlio com Temer... nada disso, Temer não tem condições nem de engraxar os sapatos de Getúlio...
Não há comparação.
Quem é o Moro para você? Um fascista? Como você o descreve?
Olha...
Ele é popular na periferia?
Todo mundo que a Globo elege como herói ganha popularidade. Eu acho que o Sérgio Moro é alguém com uma mentalidade fortemente autoritária. Mentalidade de justiceiro. Ele trabalha no registro de justiceiro mais do que de juiz. Para quem vale qualquer coisa para que ele possa pegar quem quer pegar. Vale passar por cima da constituição, vale desrespeitar garantias individuais elementares, vale acabar com o direito de defesa, vale acabar com a presunção de inocência, vale eliminar o habeas corpus que é o elemento básico de um estado de direito. E além dos seus procedimentos, digamos, autoritários, atua de forma evidentemente seletiva. Não há como não ver, no caso do Lula, por exemplo, que há uma perseguição, uma tentativa de linchamento, de julgamento, ancorado também numa aliança com a mídia, mas há uma perseguição decidida do Moro e da Procuradoria, colocaram como alvo: queremos prender o Lula. Depois vamos encontrar como. E é o que eles estão fazendo há mais de um ano. Encontrando como. E preparando a opinião pública para isso. Eu não acho Sérgio Moro referência de Justiça.
Se Lula for preso vocês vão pra rua?
Uma prisão arbitrária do Lula não é um ataque apenas ao Lula. Alguns dias depois da condução coercitiva do Lula, em março, aconteceu um fenômeno, muito localizado, mas que me chamou atenção. Numa ocupação do MTST na Zona Sul de São Paulo, a polícia foi, fez uma abordagem, começou a agredir as pessoas e um dos policiais que estava comandando falou “vai lá, chama Lula agora”! Qual é o simbolismo disso? “Se nós estamos fazendo isso com o Lula, o que não vamos fazer com vocês”?! Fazem isso com um cara que foi tido em qualquer pesquisa como o melhor presidente da história do país, que saiu com uma popularidade incrível, ex-presidente da República duas vezes...então, uma prisão arbitrária do Lula significa um avanço no sentido dos ataques, na nossa opinião, ao movimento social, inclusive. Evidente que vai gerar reações.
Você acha que a prisão dele seria uma espécie de declaração de guerra?
Olha, são tantas as declarações de guerra... eu acho que essa é mais uma... a PEC 241 é uma declaração de guerra... a reforma da Previdência é uma declaração de guerra...os vários gestos de criminalização dos movimentos são declarações de guerra. Essa é mais uma.
O que aconteceu com o PT? Por que o PT trilhou esse caminho que deu no que deu?
Eu acho, Alexander, que foi uma escolha que foi sendo construída ao longo do tempo, não foi uma decisão numa encruzilhada. Ocorreram várias encruzilhadas nessa história. O PT nasce como uma inovação – partido vindo das lutas sociais – nasce a quente. Resultado das greves, das comunidades eclesiais de base, movimentos urbanos, movimentos rurais, esse caldo forma o PT. E, pouco a pouco, ao longo dos anos 90, o PT constrói o entendimento de que o centro da sua política e da sua estratégia é a disputa institucional, particularmente ganhar a presidência da República. Até aí eu não vejo que esse seja o grande problema. O problema é que isso foi dissociado das lutas e mobilizações. Se entendeu que era necessário, para ser aceito no jogo eleitoral, abrir mão de ferramentas mobilizatórias que eram a própria origem do PT. Era a sua substância, aquilo que ele tinha de mais poderoso. Quando chega ao governo depois das eleições de 2002 já chega mediante essas escolhas, esses pactos. E a estratégia que estabelece a partir de 2003, 2004 é uma estratégia de tentar governar sem conflitos. Ao mesmo tempo que é verdade – e isso precisa ser reconhecido como mérito dos governos petistas – que houve aumento progressivo do salário mínimo, houve crédito popular, houve a formação de uma série de programas sociais importantes para o povo mais pobre, ou seja, que o andar de baixo ganhou, é também verdade que isso foi feito sem mexer com nenhum privilégio do andar de cima. Foi feito sem pautar as reformas estruturais e populares que seriam o centro dessa estratégia de esquerda: reforma tributária, reforma urbana, reforma agrária, o tema da dívida pública, democratização das comunicações, democratização do sistema político. A lógica da governabilidade junto aos setores conservadores que mantiveram o controle do Parlamento tão enraizados no estado brasileiro significou abrir mão de pontos fundamentais. Aí poderia se perguntar: mas poderia ser de outro jeito? Como poderia ter sido feito diferente? É evidente que é preciso construir condições de governabilidade, uma vez que se chega ao governo. Mas restringir essa governabilidade a aliança parlamentar com os partidos conservadores é você despotencializar o seu projeto político. Governabilidade também se constrói – e há várias experiências políticas que mostram isso - nas ruas, se constrói mobilizando, estimulando as forças sociais, inclusive a pressionar o Parlamento e construir um polo que dê condições ao governo de tomar medidas mais à esquerda. Foi uma sucessão de escolhas que levou à situação em que estamos hoje. E, de algum modo, o golpe representa a ruptura da própria burguesia, que não deixou de ganhar nesses governos, ao contrário, ganhou muito com esse pacto. Foi o momento em que a burguesia acredita que está forte o suficiente para não precisar mais da conciliação. E pode vir com um programa de espoliação mais radical...
E ela também percebeu que o governo perdeu o apoio popular...
Esse foi um ponto decisivo. Por isso que a política de ajuste fiscal executada pela Dilma após as eleições de 2014 tem uma responsabilidade importante no desfecho dessa situação. Porque quando ela ganha as eleições naquele segundo turno polarizado e muito mobilizado, inclusive, e no dia seguinte começa a aplicar o programa derrotado, faz um ajuste, por mais que seja um ajuste que perto do que está acontecendo agora é brincadeira de criança, mas esse ajuste fez com que a base popular que havia eleito ela e aquele programa e ainda confiava no PT como uma alternativa e que foi colocada na condição de ter que pagar a conta da crise, essa base, digamos, se distancia do governo, deixa de sustentá-lo e o governo fica numa situação flutuante, não tem mais sustentação social, ele cai para 10% de aprovação, de popularidade. Quando a burguesia vê isso eles falam “bom, é a hora”.
Na periferia também há posições de esquerda e de direita ou são todos de esquerda?
Claro que há posições. Agora, há na sociedade brasileira em geral uma tremenda despolitização. Claro que essa despolitização não é responsabilidade do PT, ela é secular. Agora, o PT teve uma oportunidade de envolver as periferias, as massas urbanas como atores sociais e não só como beneficiários. Teria possibilidade de trabalhar com essas pessoas como foi feito em outros lugares da América Latina para que, mobilizadas percebessem o processo como um avanço de direitos e não uma dádiva do estado. Ou, o que é pior, dentro do registro meritocrático. Esse enfrentamento ideológico político não foi feito. E aí é que vemos “prounistas” que apoiaram o impeachment e foram para avenida Paulista de verde e amarelo. Beneficiários de políticas de melhora social que não entenderam isso como parte da política de mudança. Periferias urbanas são complexas, você vai encontrar lá gente de esquerda, gente com pensamento de direita, você tem uma penetração fortíssima dos evangélicos, neo pentecostais...ainda há uma força muito grande da lógica clientelista, mas, de forma geral, hoje, na periferia predomina uma desilusão com a política. A crise de representatividade pega fundo. No sentido de não se perceber alternativa de mudanças. As pessoas votam, é evidente, votam dentro da perspectiva clientelista, mas a falta de esperança de que algo possa mudar através da política e, em especial, da política institucional é generalizada. Não à toa que nós nas últimas eleições tivemos um número de abstenção, de votos nulos e brancos crescente, bateu recordes históricos.
O que você prevê para os dois próximos anos?
Olha, há poucas certezas sobre os dois próximos anos. Talvez uma das mais fortes delas é que será um período de instabilidade social no Brasil. Quando aplicaram um golpe parlamentar da maneira como fizeram, quando guela abaixo da sociedade brasileira impõem um programa que não foi eleito pelo povo, um programa de retrocessos, de regressão social, isso abriu a porteira da instabilidade social no Brasil. Essa ferida não se fecha do dia pra noite. Pode ter alguns momentos como esse em que a reação não é tão forte, a maior parte da sociedade ainda não entende o que está em jogo, demonstra uma certa apatia, mas vão haver momentos, seguramente, de maior enfrentamento. É inimaginável que haja os ataques da maneira que querem implementar e que isso se dê sem reação da sociedade. Os próximos anos vão ser anos de turbulência no Brasil. Agora, acho que precisa ser pontuado que a seletividade não começa com a Lava Jato e com Sergio Moro. Porque o estado brasileiro historicamente é seletivo contra os mais pobres. Garantias constitucionais na periferia nunca existiram. Habeas corpus? Julgamento? Periferia é porrada da polícia, é extermínio, é abuso das prisões preventivas, é forjar provas, forjar flagrantes. A ação da polícia na periferia é uma ação miliciana. Não tem lei. Eles fazem a lei. A polícia brasileira é uma das que mais mata no mundo. Só a polícia de São Paulo matou mais no último ano do que todas as polícias americanas juntas. E tem os autos de resistência. É extermínio. Juventude negra periférica é a que mais morre. Então, esse estado policial e seletivo que fica agora aos olhos do país na Lava Jato não é nenhuma novidade. Para a maior parte do povo brasileiro é regra há muito tempo
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/262837/Guilherme-Boulos-ao-247-%E2%80%9CPris%C3%A3o-de-Lula-%C3%A9-declara%C3%A7%C3%A3o-de-guerra%E2%80%9D.htm

DALLAGNOL CONDENA ANISTIA AO CAIXA DOIS POLÍTICO

Vladimir Platonow/Repórter da Agência Brasil 247 – Em artigo publicado neste domingo, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello, integrantes da Lava Jato, condenaram a iniciativa de deputados e senadores que pretendem anistiar o crime de caixa dois, no momento em que a delação da Odebrecht ameaça vários políticos, como José Serra, que recebeu R$ 23 milhões na Suíça.
Leia abaixo:
Lava Jato, de onde veio e para onde vamos
Por Deltan Dallagnol e Orlando Martello
A equipe da Lava Jato formou-se para o combate a crimes financeiros e de lavagem de dinheiro praticados por doleiros como Alberto Youssef. Jamais se imaginou, inicialmente, topar com um esquema de corrupção.
Foi uma surpresa quando se reuniram provas da lavagem de cerca de R$ 26 milhões ligados a um contrato da refinaria Abreu e Lima. Meses depois, quando Paulo Roberto Costa decidiu colaborar, sua narrativa foi estarrecedora: a confissão foi muito além daquele contrato.
Propinas eram pagas nos grandes negócios da Petrobras. Estávamos falando, como descobriríamos mais tarde, de R$ 6,2 bilhões só de subornos, valor que seria reconhecido pela estatal.
Mas as investigações -e o prejuízo aos cofres públicos- não pararam por aí.
Como observou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, "onde você destampa tem alguma coisa errada".
Removidas as tampas, emergiram propinas nas diretorias da Petrobras, nos ministérios do Planejamento e da Saúde, na Caixa Econômica Federal e na Eletronuclear.
A sistemática era a mesma. Dirigentes eram escolhidos por partidos e políticos com o compromisso de arrecadar propinas. Currículos e critérios técnicos ficaram em segundo plano.
Nesse esquema, empresários pagavam agentes públicos (dirigentes e políticos) por meio de operadores financeiros, que faziam o dinheiro sujo chegar com aparência limpa aos destinatários.
Até o momento, em primeira instância, as investigações levaram a 52 acusações contra 241 pessoas, por crimes como corrupção, lavagem e organização criminosa.
Dentre elas, 110 foram condenadas a penas que ultrapassam mil anos de prisão. O ressarcimento soma mais de R$ 3,6 bilhões -antes da Lava Jato, virtualmente nenhum caso recuperou mais de R$ 100 milhões, e a regra é não reaver um tostão sequer.
No entanto, talvez o maior impacto da Lava Jato tenha sido a responsabilização igualitária dos criminosos, pouco importando cargo ou bolso. Perseguiu-se a "grande corrupção", aquela que deslegitima as instituições e até então era imune ao Judiciário.
A corrupção de que tratamos afeta a eficiência da gestão pública, drena recursos de serviços essenciais, desequilibra o processo democrático e violenta os princípios republicanos.
É a corrupção que mata pela fila do SUS, pela falta de manutenção das estradas, que nutre a violência pela ausência de políticas públicas e que atrasa o país pela deficiência da infraestrutura.
Como o mensalão, a Lava Jato tem se mostrado excepcionalmente diferente em relação à impunidade. É a exceção que confirma a regra.
Precisamos reconhecer que o relativo sucesso é fruto de uma multidão de fatores, que incluem um trabalho coordenado, inovador e profissional de vários órgãos, o amadurecimento de leis e instituições e... muitos lances de sorte. Foi valioso ainda o apoio da sociedade.
O avanço se deu sobre um tripé formado por colaborações premiadas, cooperações internacionais e transparência.
As delações -sempre ponto de partida, jamais de chegada- permitiram a expansão exponencial da investigação. Embasaram buscas e apreensões, colheita de depoimentos e quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico; as transações bancárias rastreadas somam mais de R$ 1 trilhão.
As cooperações internacionais -mais de 120 intercâmbios com 34 países- permitiram alcançar documentos de contas secretas no exterior usadas há décadas.
Por fim, a realização de entrevistas coletivas, o lançamento do primeiro website de um caso criminal do país, a assistência de assessores de comunicação e a publicidade dos processos eletrônicos garantiram o que Albert Meijer denominou transparência virtual, facilitando o acesso à informação, o acompanhamento da investigação e, principalmente, propiciando o controle social.
O debate transcendeu o meio jurídico e, para nossa sorte, ganhou o gosto popular.
O acervo probatório produzido é imenso. Como a usual tática dos investigados de negar os fatos já não funcionava, passaram a difundir a falsa ideia de abusos na Lava Jato.
Tal noção não se sustenta. Foram feitas somente prisões excepcionalmente necessárias. Apenas 9% dos acusados estão presos -e só 3% estão encarcerados sem condenação.
Diante da inusitada perspectiva de punição, a colaboração passou a ser a melhor estratégia de defesa: 70% delas foram feitas com réus soltos, e diariamente recusam-se novos acordos por não se vislumbrar ganho efetivo.
Observe-se ainda que, se "abusos" ou "excessos" existissem, os tribunais os corrigiriam. Mesmo contestados por grandes bancas advocatícias em três cortes, os atos do juiz Sergio Moro foram confirmados em mais de 95% dos casos.
Alega-se também que as investigações são partidárias. Outro disparate! Além de as equipes de procuradores, delegados e auditores terem sido formadas, em grande parte, antes de se descobrirem os crimes na Petrobras, trata-se de dezenas de profissionais de perfil técnico, sem histórico de vínculo político.
A alegada perseguição é o mantra da defesa política quando a defesa jurídica não prospera.
Verdade que os partidos mais atingidos na Lava Jato são PT, PP e PMDB. No Supremo, dentre os 17 políticos acusados, 9 são do PP, 4 do PMDB, 3 do PT e 1 do PTC.
Contudo, isso não ocorre por escolha dos investigadores, e sim porque as indicações de dirigentes de órgãos federais se dão pelo partido no poder ou sua base aliada. Assim, os cargos de diretoria da Petrobras foram ocupados por essas legendas, e não pela oposição ao governo petista.
O ataque mendaz à credibilidade da Lava Jato e dos investigadores tem um propósito. Prepara-se o terreno para, em evidente desvio de finalidade, aprovar projetos de abuso de autoridade, de obstáculos à colaboração premiada, de alterações na leniência e de anistia ao caixa dois.
O Brasil, quarta nação mais corrupta do mundo segundo ranking do Fórum Econômico Mundial, está numa encruzilhada.
Se forem aprovados projetos como os mencionados, seguiremos o caminho da Itália, que, nas palavras de um procurador da Mãos Limpas -operação da década de 90 semelhante à Lava Jato-, lutou contra a corrupção, mas perdeu.
O Brasil, porém, pode seguir os passos de Hong Kong, nos anos 1960 considerado o lugar mais corrupto do mundo. Após um escândalo na década seguinte, realizaram-se reformas e, hoje, é o 18º país mais honesto no ranking da Transparência Internacional (o Brasil está na 76ª posição).
A história do Brasil é também uma história de fracassos na luta contra a corrupção. Casos como Anões do Orçamento, Marka Fonte-Cindam, Propinoduto, Banestado, Maluf, Castelo de Areia, Boi Barrica e tantos outros caíram na vala comum da impunidade.
A corrupção tem alto custo ao país. Temos de fechar essas brechas por onde escapam os ladrões e o dinheiro público.
Alterações legislativas, como a reforma política e as dez medidas contra a corrupção, sanam problemas estruturais e podem nos pôr no rumo de Hong Kong, o que recomenda seu debate, aperfeiçoamento e aprovação pelo Congresso.
É importante, ainda, incentivar controles sociais e que os cidadãos, bem informados, repilam os políticos desonestos pelo voto.
É impossível reduzir o nível de corrupção a zero, mas estamos no polo oposto. A grande corrupção tem de ser extirpada para surgir um Brasil competitivo, inovador, igualitário, democrático, republicano e, sobretudo, orgulhoso de si.
A sociedade tem de reagir. Parafraseando Martin Luther King, estamos rodeados da perversidade dos maus, mas o que mais tememos é o silêncio dos bons.
Dallagnol e Martello são procuradores e integrantes da Lava Jato
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/262940/Dallagnol-condena-anistia-ao-caixa-dois-pol%C3%ADtico.htm

Querem sauvar os salafrários e corruptos, enquanto tentam lascar os cidadãos

MELLO FRANCO: ANISTIA AO CAIXA DOIS VEM A GALOPE

Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil 247 – A anistia aos políticos implicados na Lava Jato virá a galope. É o que diz o colunista Bernardo Mello Franco em coluna publicada neste domingo.
"A ideia é ousada: usar um pacote moralizador para legalizar o financiamento ilegal de campanhas. Os parlamentares prometem aprovar a criminalização do caixa dois, uma das chamadas dez medidas contra a corrupção. Parece boa notícia, mas há um detalhe. Ao proibir o trambique no futuro, a Câmara quer perdoar quem o praticou no passado", diz ele.
"O lance já foi ensaiado em setembro. A bola não entrou graças a deputados da Rede e do PSOL, que se insurgiram contra o acordo fechado pelos grandes partidos. Agora a anistia ameaça voltar a galope. O motivo da pressa é a delação da Odebrecht, que deve entregar mais de 200 políticos de todas as siglas."
A delação da Odebrecht atinge Michel Temer e vários de seus ministros, como Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e José Serra – este, beneficiário de uma doação de R$ 23 milhões numa conta secreta na Suíça, pelo caixa dois da empreiteira.
Segundo Mello Franco, a anistia tem aval de Temer e Rodrigo Maia, presidente da Câmara.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/262941/Mello-Franco-anistia-ao-caixa-dois-vem-a-galope.htm

É POSSÍVEL PUNIR LULA E SE CALAR SOBRE JOSÉ SERRA?

247 – Os mais de 300 anexos da delação premiada da Odebrecht criaram um problema de difícil solução para a arquitetura final da Operação Lava Jato, que parecia ser a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "chefe do petrolão", após a derrubada da presidente Dilma Rousseff, e um certo perdão ao restante do sistema político, que seria acusado "apenas" de caixa dois.
O problema maior reside na desproporção das acusações contra Lula e seus adversários. Nas denúncias que já enfrenta, Lula é acusado de se beneficiar de reformas em dois imóveis que, segundo os registros imobiliários competentes, não lhe pertecem: o sítio em Atibaia (SP) e o apartamento no Guarujá (SP).
José Serra, por sua vez, foi apontado como beneficiário de uma conta secreta na Suíça onde foram depositados R$ 23 milhões – repita-se VINTE E TRÊS MILHÕES DE REAIS, hoje equivalentes a TRINTA E QUATRO MILHÕES e meio de reais. Mais do que simplesmente acusar, a Odebrecht pretende entregar os recibos dos depósitos, feitos por intemédio de dois operadores do PSDB: Márcio Fortes e Ronaldo Cezar Coelho.
Evidentemente, se tal acusação tivesse sido dirigida contra Lula, a conta já teria tido seu sigilo quebrado e exposto no Jornal Nacional e os operadores estariam presos. Contra Serra, o tema mereceu uma nota na revista Época e, até agora, nada no JN.
Ainda assim, como a população se dá conta da seletividade da mídia e de parte do poder Judiciário, Lula continua crescendo nas pesquisas. Um dos motivos para explicar esse cenário, de acordo com o sociólogo Marcos Coimbra, da Vox Populi, "é a crescente percepção de seletividade na campanha que contra ele movem partes do Judiciário, do Ministério Público e da grande imprensa." (saiba mais aqui)
Ou seja: no cenário atual, seria absolutamente incompreensível para a sociedade prender Lula sem que antes Serra e os beneficiários da conta suíça do PSDB fossem minimamente incomodados. E também seria inexplicável condenar Lula a toque de caixa, em duas instâncias, para que ele fosse retirado da disputa presidencial de 2018, permitindo que Serra, com conta em paraíso fiscal, continuasse a representar o Brasil no palco global como ministro das Relações Exteriores.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/262904/%C3%89-poss%C3%ADvel-punir-Lula-e-se-calar-sobre-Jos%C3%A9-Serra.htm

NEM NA DITADURA GAROTOS ERAM ALGEMADOS COMO EM MIRACEMA

247 - O jornalista Elio Gaspari faz uma comparação em sua coluna deste domingo entre a prisão de "marmanjos do andar de cima", como grandes empresários e políticos da Lava Jato, e os estudantes que ocupavam uma escola em Miracema, no Tocantins, onde "a PM algemou estudantes", um deles com 15 anos.
Ele lembra que no mesmo Estado, o ex-governador Sandoval Cardoso foi escoltado sem algemas há duas semanas. Gaspari recorda: o episódio de Miracema acontece em uma semana em que o presidente do Senado chamou um juiz de "juizeco", a presidente do Supremo disse não ter horário para o presidente da República".
"Os mecanismos de protesto e manipulação que resultaram na ocupação das escolas foram disparados pela bagunça dos adultos poderosos de Brasília. O presidente Michel Temer, que se apresentou ao país como um "pacificador", resolveu reformar o ensino médio do país editando uma Medida Provisória. Nem durante a ditadura aconteciam coisas assim".
http://www.brasil247.com/pt/247/tocantins247/262946/Gaspari-Nem-na-ditadura-garotos-eram-algemados-como-em-Miracema.htm

CAVENDISH VAI ENTREGAR FARRAS DE CABRAL EM PARIS

Rio 247 – O dono da Delta Engenharia, Fernando Cavendish, decidiu contar, em sua delação premiada na Operação Saqueador, detalhes das farras do ex-governador Sergio Cabral, em suas viagens a Paris, dando ainda informações sobre os ex-secretários Wilson Carlos e Sérgio Côrtes.
Segundo o colunista Lauro Jardim, o padrão de consumo da turma, que foi chamada pelo ex-governador Anthony Garotinho de "gangue dos guardanapos", era padrão Versailles.
De acordo com Jardim, também está sendo investigada Adriana Anselmo, esposa de Cabral, e a "guilhotina da Operação Saqueador" se aproxima.
http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/262944/Cavendish-vai-entregar-farras-de-Cabral-em-Paris.htm

sábado, 29 de outubro de 2016

Denúncia contra Serra não sai no Jornal Nacional


Todo mundo que tem vergonha na cara sabe que a corrupção não tem partido e que o PT está pagando sozinho uma dívida que é de todos os partidos. Afinal, políticos de todos os partidos vêm sendo denunciados por empresários picaretas que corrompem o Estado há décadas, subornando Executivo, Legislativo e Judiciário em nível federal, estadual e municipal.
Para as pessoas decentes e responsáveis, portanto, não constitui novidade alguma que mais um tucano tenha sofrido acusação tão ou mais grave do que as que pesam contra quaisquer petistas e que essa acusação (reiterada) não receba da mídia tratamento sequer parecido com o que é dado a estes.
Nesse aspecto, a denúncia feita pela Folha de S. Paulo em agosto e agora reiterada pelo jornal, de que Serra recebeu propina da Odebrecht, soma-se a denúncias iguais contra outros tucanos – FHC, Alckmin, Aécio – que ocorrem sempre mas que não se tornam de conhecimento público porque ficam restritas ao único veículo da grande mídia que faz denúncias contra caciques do PSDB: à Folha.
E ninguém lê a Folha. Ou o Estadão. Ou a Veja. As denúncias deles só têm repercussão quando vão para o Jornal Nacional. E o Jornal Nacional não denuncia tucanos graúdos. No máximo, um Aécio. Serra, Alckmin e FHC são os políticos mais blindados do Brasil.
A matéria da Folha em questão decorre de planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa de um ex-executivo da Odebrecht em março deste ano. Essas planilhas listaram possíveis repasses a pelo menos 316 políticos de 24 partidos. Ecumênica, a lista da empreiteira aumentou a tensão ao tragar governistas e oposicionistas –muitos deles integrantes da tropa de choque que votaria o impeachment de Dilma – para o centro da Lava Jato.
Quem tiver curiosidade em saber que nomes apareceram na lista só tem que clicar aqui para ver.
O material foi apreendido em fevereiro com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio, durante a fase Acarajé da Lava Jato. Os documentos se tornaram públicos em março.
O Jornal Nacional não divulgou os nomes da lista afirmando que “não haveria tempo” para divulgar “200 nomes” de envolvidos. Mas haveria, sim. Demoraria 15 ou 20 minutos. Para atacar o PT durante campanhas eleitorais o Jornal Nacional já usou tempo maior em uma única matéria.
Imediatamente após a censura da Globo, Sergio Moro decidiu colocar o inquérito sob sigilo.
Mas que não exaltem muito a Folha por esse furo de reportagem porque o jornal está apenas sendo esperto, pois, apesar do antipetismo, pode se dar ao luxo de posar como único veículo “isento” do país, já que os outros grandes grupos de mídia (Globo, Estado, Abril) até podem noticiar sua denúncia em algum cantinho de seus portais ou veículos impressos, mas jamais produziriam matérias como a do jornal da família Frias contra um tucano tão graúdo.
A Folha se tornou o maior jornal do país graças à burrice da concorrência, que pratica um antipetismo suicida, desabrido, escancarado, enquanto blinda os adversários do PT.
A imagem desses veículos entre quem pensa e pode ou não ser de esquerda, desaba. Nos círculos sérios, ninguém leva a sério uma Veja, um Estadão ou uma Globo justamente porque blindam descaradamente os tucanos graúdos.
O resultado é que a Folha pode se arrogar o título de único órgão de imprensa isento, ainda que isso esteja longe da verdade devido ao volume de antipetismo ser muito maior do que as reportagens e opiniões desfavoráveis para o PSDB, o xodó da mídia do eixo São Paulo-Rio.
Ao fim de sua segunda reportagem sobre os 23 milhões de propina a Serra (que, em valores atualizados, agora são 36), porém, o jornal dos Frias tenta esfriar a denúncia contra o grão-tucano informando que “(…) Nas conversas preliminares da Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, governadores e parlamentares.”
Ah, então, tá.
Mas se todos estão envolvidos da mesma forma, o tratamento a todos é dado da mesma forma pela mídia, pela Justiça, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal?
Alguém aí teria a cara-de-pau de dizer isso, que mídia e autoridades tratam igualmente tucanos e petistas acusados da mesma forma? Provavelmente aparecerá algum desavergonhado para afirmar tal enormidade, mas todos sabem que é mentira.
A relação de Dilma com a Odebrecht e outras empreiteiras gerou processo do PSDB contra a ex-presidente no TSE, afirmando que as doações que ela recebeu das empresas foram produto de propina. A mídia trata as doações das empreiteiras a Dilma como propina. Vaccari está preso por isso. Palocci também. Mantega quase foi preso por isso.
E quanto à propina que a delação da Odebrecht diz que pagou a Serra e a Alckmin? Os tesoureiros das campanhas eleitorais desses dois foram presos? Aliás, alguém investigou? Quem foi que comprou a tese criminosa de que as doações legais ao PT são propina e as doações legais ao PSDB são… legais?
Quanto a Lula, nem se fala. É ocioso falar. Lula já foi até conduzido coercitivamente por muito menos do que pesa contra um Serra ou um Aécio, reiteradamente acusados por delatores. Mas sem investigação fica difícil. E as denúncias se sucedem e não são investigadas. Até porque, à exceção da folha, a mídia não pressiona por investigações contra tucanos.
A razão é muito simples: hoje o Brasil é governado por uma aliança entre a Globo, a Lava Jato, o PSDB e parte do Supremo. Assim, podemos todos ter certeza de que a denúncia da Odebrecht contra Serra vai para as calendas enquanto o mesmo Serra e seu partido continuarão acusando petistas de terem sido acusados pela Odebrecht…
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/eduardoguimaraes/262890/Den%C3%BAncia-contra-Serra-n%C3%A3o-sai-no-Jornal-Nacional.htm

Presidente do Equador condena "golpes brandos" no Brasil e Argentina

STRINGER 247 - O presidente do Equador, Rafael Correa, reiterou sua "contundente rejeição" ao que definiu como "golpes brandos" que tiveram os ex-presidentes do Brasil Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, e Cristina Kirchner, da Argentina, como vítimas. Correa disse, durante discurso na XXV Cúpula Ibero-Americana em Cartagena de Indias, que as autoridades e os investigadores "não puderam encontrar um mínimo de corrupção" contra Dilma.
"Mas como já a tinham condenado, encontraram um tema administrativo para destituí-la", afirmou Correa referindo-se ao precoce de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff do cargo para o qual havia sido eleita democraticamente.
O presidente equatoriano também denunciou o que ele definiu como uma "perseguição" a Lula, "um simples operário que passou a dirigir a maior economia da América Latina". Segundo ele, a mesma situação, agora, está sendo replicada contra Cristina Kirchner, na Argentina.
Correa aproveitou a ocasião para reafirmar a "eterna solidariedade" do Equador a Cuba e taxou o bloqueio econômico norte- americano contra a nação caribenha como "criminoso". "O mais claro abuso e desprezo à soberania dos povos", completou.
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/262918/Presidente-do-Equador-condena-golpes-brandos-no-Brasil-e-Argentina.htm

Moro diz que Brasil pode não sobreviver à delação da Odebrecht

247 - O juiz federal Sérgio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância, teria feito o seguinte comentário a um interlocutor de Brasília, de acordo com a revista Veja dessa semana: "Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva".
Na capa, a publicação se refere à delação da Odebrecht como "a delação do fim do mundo", que promete atingir parlamentares, governadores e ministros de diversos partidos, sem contar Michel Temer (PMDB), presidente da República.
Trechos da delação já incriminaram o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que segundo executivos recebeu R$ 23 milhões em propina da empreiteira por meio de uma conta na Suíça.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi outro cacique tucano citado na delação, como beneficiário de doações de campanha em troca da participação da construtora nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Ele seria o "Santo", codinome registrado em planilha da Odebrecht.
Segundo a delação, Temer pediu, em uma reunião com Marcelo Odebrecht realizada no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões para seu partido. Parte do dinheiro teria sido entregue em dinheiro ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O acordo da empreiteira com o Ministério Público Federal deve ser fechado nos próximos dias e promete abalar todos os corredores de Brasília.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/262851/Moro-diz-que-Brasil-pode-n%C3%A3o-sobreviver-%C3%A0-dela%C3%A7%C3%A3o-da-Odebrecht.htm

Lula manda avisar que é “dono” do Taj Mahal

247 - A equipe do ex-presidente Lula rebateu com ironia à reportagem "A conexão Uruguai da família Lula", divulgada na revista IstoÉ desta semana, que aponta que Lula seria dono de uma casa em Punta del Este, no Uruguai. Em seu Facebook, Lula publicou que, pela lógica da revista, ele também seria dono do Taj Mahal.
"A propriedade não é de Lula, é de outra pessoa, mas não sendo dele, para atribuir ao ex-presidente, basta dizer que ele a oculta. Ou seja, é dele porque não é dele, entende?", diz o texto, irônico. A nota também ressalta que "Lula nem colocou os pés" na cidade uruguaia "depois de ter sido presidente". "Contra Lula a Lava-Jato investiga até terrenos na Lua!", protesta.
A defesa de Lula também divulgou nota para responder à reportagem, em que afirma que a denúncia apenas reforça a tese dos advogados de uso de táticas de lawfare – expressão usada para indicar o uso da lei como uma arma de guerra – contra o petista.
"Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político oposto na mira da Operação Lava Jato", afirmam ainda os advogados, em referência indireta a José Serra, acusado nesta sexta-feira 29 de ter recebido R$ 23 milhões em propina da Odebrecht por meio de uma conta na Suíça.
Confira abaixo o post de Lula no Facebook e a íntegra da nota dos advogados:
Nota da defesa:
Obra de ficção patética, a reportagem A conexão Uruguai da família Lula (IstoÉ edição 28/10/2016) produziu efeito não previsto pela publicação ao ajudar a defesa do ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva: é uma das mais contundentes provas de uso de táticas do lawfare que temos demonstrado – e nossa tese sai agora mais revigorada depois da consulta por nós feita nesta semana a especialistas nos Estados Unidos, que acompanharam casos semelhantes no mundo. Prevalece o entendimento de que a democracia está em risco em muitos países – Brasil incluído -, em virtude da prevalência do ativismo judicial ideológico e das práticas de lawfare, que beiram, para alguns, o facismo.
IstoÉ deixa à mostra indiscutível aliança entre procuradores, juiz e setores da imprensa na Lava-Jato, evidenciando manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Produziu, assim, peça perfeita para marcar a guerra jurídica em andamento no Brasil, face à inexistência de qualquer prova de que Lula tenha praticado um ilícito. É o uso da lei em sua forma ilegítima, em ambiente preparado artificialmente com o objetivo precípuo de macular a imagem e reputação de Lula e sua família, de promover um ambiente de desilusão popular, que busca dificultar sua atuação política mediante a abertura de diversos procedimentos investigatórios sem a existência de materialidade.
No embalo de informação errônea anteriormente divulgada – a de que Luis Claudio Lula da Silva seria o novo "funcionário" do Juventud de Las Piedras, time da primeira divisão do Uruguai, quando a verdade é que o filho de Lula apenas recebeu do dirigente convite para conhecer o projeto de reestruturação do clube – IstoÉ produziu sua ficção semanal. Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político oposto na mira da Operação Lava Jato.
Essa ilegítima perseguição política viola o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos incorporado pela ONU, que o Brasil se obrigou a cumprir em 1992. Tal violação, dentre outras, foi submetida em julho ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que esta semana registrou o comunicado e determinou ao governo brasileiro que apresente explicações no prazo de dois meses.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/262888/Lula-manda-avisar-que-%C3%A9-%E2%80%9Cdono%E2%80%9D-do-Taj-Mahal.htm