
"A propriedade não é de Lula, é de outra pessoa, mas não sendo dele, para atribuir ao ex-presidente, basta dizer que ele a oculta. Ou seja, é dele porque não é dele, entende?", diz o texto, irônico. A nota também ressalta que "Lula nem colocou os pés" na cidade uruguaia "depois de ter sido presidente". "Contra Lula a Lava-Jato investiga até terrenos na Lua!", protesta.
A defesa de Lula também divulgou nota para responder à reportagem, em que afirma que a denúncia apenas reforça a tese dos advogados de uso de táticas de lawfare – expressão usada para indicar o uso da lei como uma arma de guerra – contra o petista.
"Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político oposto na mira da Operação Lava Jato", afirmam ainda os advogados, em referência indireta a José Serra, acusado nesta sexta-feira 29 de ter recebido R$ 23 milhões em propina da Odebrecht por meio de uma conta na Suíça.
Confira abaixo o post de Lula no Facebook e a íntegra da nota dos advogados:
Nota da defesa:
Obra de ficção patética, a reportagem A conexão Uruguai da família Lula (IstoÉ edição 28/10/2016) produziu efeito não previsto pela publicação ao ajudar a defesa do ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva: é uma das mais contundentes provas de uso de táticas do lawfare que temos demonstrado – e nossa tese sai agora mais revigorada depois da consulta por nós feita nesta semana a especialistas nos Estados Unidos, que acompanharam casos semelhantes no mundo. Prevalece o entendimento de que a democracia está em risco em muitos países – Brasil incluído -, em virtude da prevalência do ativismo judicial ideológico e das práticas de lawfare, que beiram, para alguns, o facismo.
IstoÉ deixa à mostra indiscutível aliança entre procuradores, juiz e setores da imprensa na Lava-Jato, evidenciando manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Produziu, assim, peça perfeita para marcar a guerra jurídica em andamento no Brasil, face à inexistência de qualquer prova de que Lula tenha praticado um ilícito. É o uso da lei em sua forma ilegítima, em ambiente preparado artificialmente com o objetivo precípuo de macular a imagem e reputação de Lula e sua família, de promover um ambiente de desilusão popular, que busca dificultar sua atuação política mediante a abertura de diversos procedimentos investigatórios sem a existência de materialidade.
No embalo de informação errônea anteriormente divulgada – a de que Luis Claudio Lula da Silva seria o novo "funcionário" do Juventud de Las Piedras, time da primeira divisão do Uruguai, quando a verdade é que o filho de Lula apenas recebeu do dirigente convite para conhecer o projeto de reestruturação do clube – IstoÉ produziu sua ficção semanal. Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político oposto na mira da Operação Lava Jato.
Essa ilegítima perseguição política viola o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos incorporado pela ONU, que o Brasil se obrigou a cumprir em 1992. Tal violação, dentre outras, foi submetida em julho ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que esta semana registrou o comunicado e determinou ao governo brasileiro que apresente explicações no prazo de dois meses.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/262888/Lula-manda-avisar-que-%C3%A9-%E2%80%9Cdono%E2%80%9D-do-Taj-Mahal.htm
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