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terça-feira, 28 de julho de 2020

Novas especializações no mundo da ciência


Nova Especialização "Brain Science", "Neuroéticas": Controle Remoto do Pensamento Humano, Neuroarmas, "Simulação de Personalidades", Nanobotes

Prova que os políticos não conseguem lidar com "a crise da civilização"

Por Mojmir Babacek

Os rápidos avanços na ciência do cérebro, apoiados pelos fundos do governo de bilhões de dólares e euros, resultaram desde o início do século 21 no nascimento de um novo ramo da ciência - a neuroética. Nas publicações sobre esse tópico, cientistas engajados, familiarizados com os avanços na pesquisa do cérebro e percebem os riscos que esses avanços significam para a vida da sociedade. James Girodano, professor da Universidade de Georgetown e funcionário da agência americana de pesquisa de tecnologias militares avançadas DARPA, propôs no artigo da revista Bulletin of the Atomic Scientists que o governo dos EUA deveria monitorar a pesquisa do cérebro em todo o mundo para impedir o desenvolvimento de neuroweapons.

Ele também afirmou que o governo dos EUA e seus aliados devem "apoiar os esforços para melhorar a Convenção sobre Armas Biológicas para dar conta das ameaças às armas de neurociência". No final do artigo, ele admitiu que não estava expressando as opiniões da agência DARPA ou do Departamento de Defesa Americano. No entanto, como funcionário da DARPA, ele deve estar ciente de que a CIA e diferentes agências de defesa dos EUA estão trabalhando nesse tipo de arma desde a década de 1950 do século passado (veja isso). Como funcionário do estado americano, ele não podia falar sobre isso para não divulgar informações de segurança nacional dos EUA. Ele escreveu apenas que os governos estão escondendo suas pesquisas por "classificações secretas de estado".

A Dra. Sarah Lisanby, do Instituto Nacional de Saúde Mental de Maryland, pode produzir movimentos em diferentes partes do corpo humano, que os sujeitos de sua experimentação não podem suprimir, pela estimulação magnética do cérebro (veja isso). Ela só precisa enviar frequências de pulsos magnéticos correspondentes a frequências de atividades neuronais nas localizações cerebrais que controlam os movimentos do corpo, e isso não depende mais do livre arbítrio do sujeito, que movimento suas partes do corpo realizarão. Existem várias tecnologias que podem ser usadas para controlar a atividade do cérebro humano (veja isso), comportamento e pensamentos, mesmo à distância, mas continuam classificadas, porque os governos não estão dispostos a admitir aos cidadãos que estão em posse de tais tecnologias. A razão é que eles sabem que seus cidadãos exigiriam sua proibição imediata.

O único funcionário do governo que admitiu a existência dessas armas foi o ministro da defesa polonês Antoni Macierewicz em 2016. Quando, após vários meses, os jornalistas poloneses perguntaram ao Departamento de Defesa da Polônia se havia uma comissão de investigação estabelecida, que deveria investigar ataques eletromagnéticos. para os cidadãos poloneses, como prometido por Antoni Macierewicz, o departamento de defesa respondeu que essa é uma questão de segredo de estado, relacionada à defesa da nação (veja this).

Robert MC Creight, que trabalhou por 35 anos no Departamento de Estado dos EUA, entre outros como delegado dos EUA na Organização das Nações Unidas nas negociações sobre controle de armas (veja isso), escreveu:

“Que nação hesitaria em desenvolver e encontrar uma arma que pudesse controlar, moldar ou redirecionar pensamentos e ações humanas - dado o poder que essa arma produziria? ... O poder de influenciar ou direcionar os pensamentos e comportamentos de outras pessoas sem que elas conheçam cruzamentos um limiar no comportamento humano e conduta criminosa que nunca encontramos ou examinamos seriamente. Podemos saber se insurreições civis, golpes encenados, tumultos urbanos ou revoltas nas fronteiras ocorreram naturalmente ou foram induzidos externamente?

Ele acrescentou que a produção de armas neurológicas não requer um conhecimento científico e tecnológico tão amplo como a produção de armas nucleares e concordou com James Giordano que acordos internacionais são necessários para impedir o abuso de descobertas da neurociência para deformar o livre arbítrio humano. Ele concluiu:

"O fato é que, a menos que um mecanismo globalmente aplicável seja planejado e acordado para controlar a conduta e os resultados da própria pesquisa em neurociência, podemos esperar que não encontremos salvaguardas ou garantias reais" (ver isso).

O professor de filosofia e psiquiatria da prestigiosa universidade alemã de Heidelberg, Thomas Fuchs, escreveu:

“Os pesquisadores estão começando a identificar processos cerebrais relacionados a experiências e conceitos como livre arbítrio, agência, julgamento moral, personalidade e eu. Ao mesmo tempo, esses processos tornam-se cada vez mais acessíveis a técnicas específicas de modificação. Esse desenvolvimento levanta problemas éticos cuja importância provavelmente superará até as implicações da genética moderna. Quais são as conseqüências sociais e culturais das tecnologias que permitem aos seres humanos manipularem suas próprias mentes? ”E“ novos métodos e técnicas, ao estabelecer correlatos neurais nus da identidade pessoal, causam problemas de direitos individuais de privacidade, não-interferência e inviolabilidade ”(de pessoal). identidade) (see this and this).

Askin Sokman, especialista na Universidade de Istambul, entre outros, em segurança internacional e controle de armas, escreveu no artigo "Usando tecnologias de nanotecnologia e neurociência no combate ao terrorismo" que é possível usar pesquisa neurocientífica "para aumentar a capacidade dos soldados (como combater por um período prolongado, coragem), bem como coletar informações, acabar com a capacidade de combater do inimigo, direcionar o comportamento das massas em operações psicológicas e fazê-las se render sem lutar " (Veja this).

Já em 1997, o Instituto de Estudos Estratégicos da Escola de Guerra do Exército dos EUA publicou um estudo, onde a seguinte imagem do futuro era descrita:

Potenciais ou possíveis apoiadores da insurgência em todo o mundo foram identificados usando o abrangente banco de dados integrado entre agências. Eles foram classificados como "potencial" ou "ativo", com sofisticadas simulações de personalidade usadas para desenvolver, adaptar e focar campanhas psicológicas para cada uma (consulte this)”.

O sistema, que deve ser capaz de encontrar essas pessoas, já está sendo projetado nos EUA.(veja isto e isto).

Os métodos de controle remoto do pensamento humano também podem ser usados na propaganda. Um grupo de cientistas canadenses e americanos escreveu que já existem pelo menos dez empresas cujo objetivo explícito é usar essas tecnologias avançadas para começar a oferecer neuromarketing( veja isto).

Dessa maneira, um ser humano e seu "livre-arbítrio" podem facilmente se tornar objeto de manipulações por organizações estatais, industriais e comerciais ou serviços de inteligência estrangeiros. O fato de a existência dessas tecnologias não ser publicada apenas contribui para a impressão de que os governos estão se preparando para usá-las e transformar seus cidadãos em escravos (ou como o político russo Vladimir Lopatin colocou - em biorobôs (veja isso)), que implementará as idéias das elites sobre o próximo desenvolvimento da humanidade. Se não fosse esse o caso, os governos deveriam poder chegar a um acordo e banir armas internacionalmente, permitindo o controle remoto do cérebro humano. Em vez disso, estão aproveitando o fato de que seus cidadãos não estão cientes da existência dessas armas e, por esse motivo, não lhes pressionam a trabalhar nas legislações que proíbem a manipulação remota da mente humana em casa e no exterior.

Enquanto isso, até as pesquisas sobre o cérebro que não são classificadas avançam em mais de um ritmo acelerado. Os cientistas trabalham em um chip de silício contendo neurônios vivos, que podem ser inseridos no cérebro e usados ​​para produzir falsas memórias (veja isso) (em 2006, eles já produziam falsas memórias no cérebro de ratos usando eletrodos.

De acordo com a organização sem fins lucrativos Institute of Electric and Electronic Engineers (IEEE), após o desenvolvimento de tecnologias benignas para a humanidade, na Berkeley University, em 2018, foi produzido um "pó de estimulação". Essas são partículas 3 a 4 vezes menores que um grão de arroz contendo cristal piezzo como atena. É possível transportar essa "poeira" para o cérebro e depois se comunicar com ele usando um computador e "ler" a atividade do cérebro e controlá-la. É capaz, por exemplo, de prevenir crises epilépticas ou uma aritmia cardíaca. Quando os cientistas colocaram essa partícula no neurônio de movimento de um rato, eles foram capazes de mover sua perna independentemente de sua situação ou vontade (veja isso).

As empresas de telefonia celular desenvolvem dispositivos que podem transportar a atividade cerebral diretamente para os celulares ou computadores e de lá para a Internet (veja isso). Tirar as idéias sem usar o teclado e executar os pensamentos sem usar o mouse ou o teclado certamente acelerará todas as ações. As pessoas ansiosas por serem eficazes no trabalho de escritório não poderão evitar o uso dessa tecnologia se quiserem permanecer competitivas. Espera-se que a sexta geração de telefones celulares conecte o cérebro à Internet (veja isso) e a quinta geração já seja onipresente e não haverá chance do ser humano escapar de seu alcance.

Os cientistas também desenvolveram "nanobotes" - partículas que eles inseririam no sangue e através das quais o cérebro poderia se comunicar com a Internet. Dessa maneira, o cérebro poderá extrair conhecimento sem aprender. Professor de engenharia mecânica da Universidade de San Diego, James Friend acredita que o uso efetivo de "nanobotes" pode começar dentro de cinco anos (veja isso).

Assim que o cérebro estiver conectado à Internet, será possível controlar sua atividade também. Os hackers terão apenas que expandir suas atividades para brincar com as ondas cerebrais usando a internet. Os políticos decidirão banir, de maneira verificável, o controle remoto da atividade do cérebro humano e também o controle de sua atividade pela Internet? Até agora, não há indícios de que em qualquer lugar do mundo os governos estariam trabalhando em legislação para proteger a atividade cerebral da manipulação externa.

É bom saber que para interferir com a atividade cerebral, são necessárias mais de cem vezes menos do que as energias necessárias para produzir disparo de neurônios (veja isso) e que, em experimentos com controle remoto do sistema nervoso animal, mais de cem vezes foram necessárias energias menores para produzir sua atividade, do que os limites de exposição a campos eletromagnéticos estabelecidos pela maioria dos governos do mundo(Veja  isto).

*

Imagem destacada: A neurotecnologia pode ajudar as pessoas com deficiência a usar seus pensamentos para controlar os dispositivos no mundo físico. Também pode ser útil em sistemas de armas. Empresas privadas, militares e outras organizações estão financiando pesquisas em neurotecnologia. Crédito:US Army.

https://www.globalresearch.ca

Fonte: https://undhorizontenews2.blogspot.com/

Investimento direto no país tem o pior resultado para o primeiro semestre desde 2015


Segundo o Banco Central (BC), o Investimento Direto no País fechou o primeiro semestre em R$ 25,4 bilhões, ante US$ 25,3 bilhões em 2015

28 de julho de 2020, 10:33 h Atualizado em 28 de julho de 2020, 11:21...

Prédio do Banco Central em Brasília Prédio do Banco Central em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O Brasil registrou ao longo do primeiro semestre o menor volume do chamado Investimento Direto no País (IDP) desde 2015. Segundo dados do Banco Central (BC), apesar da entrada de US$ 4,8 bilhões em junho, o IDP fechou em R$ 25,4 bilhões, ante US$ 25,3 bilhões em 2015.

A retração foi atribuída pela autoridade monetária às incertezas econômicas decorrentes da pandemia e a consequente redução dos investimentos em países emergentes.

Nos últimos 12 meses, o IDP registrou a entrada de US$ 71,7 bilhões, volume que corresponde a 4,41% do PIB. O resultado foi acima do registrado no mês anterior, de US$ 67,5 bilhões (4,05% do PIB).

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/investimento-direto-no-pais-tem-o-pior-resultado-para-o-primeiro-semestre-desde-2015-bv7urowe

Editorial do Estadão diz que Bolsonaro elevou o charlatanismo à condição de política de Estado


Editorial do jornal O Estado de S.Paulo destaca que a politização da pandemia por parte de Jair Bolsonaro e sua defesa pelo uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 resultou no “charlatanismo elevado à categoria de política de Estado para a área da saúde"

28 de julho de 2020, 08:04 h Atualizado em 28 de julho de 2020, 09:48Jair Bolsonaro segurando caixa de cloroquina Jair Bolsonaro segurando caixa de cloroquina (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

247 - O editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (28) destaca que a politização da pandemia por parte de Jair Bolsonaro, que inclui a defesa da cloroquina no tratamento da Covid-19, apesar de sua eficácia não ter sido comprovada e dos riscos que o medicamento oferece, resultou no “charlatanismo elevado à categoria de política de Estado para a área da saúde”.

“Quando um presidente da República – ouvido com atenção por toda a Nação pelo cargo que ocupa – insiste em fazer propaganda a respeito dos supostos efeitos benéficos da cloroquina contra a covid-19, mesmo depois que esse medicamento foi considerado ineficaz por vários estudos, reina uma perigosa confusão”, ressalta o editorial intitulado "O efeito do charlatanismo".

Para o jornal, “esse é o resultado da politização da pandemia por parte de Bolsonaro. Preocupado com os efeitos da crise sobre sua popularidade, o presidente agarrou-se à cloroquina como panaceia – e passou a tratar os médicos e as autoridades que questionaram a eficácia da droga como adversários políticos".

“Como bem lembrou a Associação Médica Brasileira em nota, os médicos são autônomos para receitar medicamentos ainda que não haja comprovação de que funcionem no caso, mas, graças ao presidente Bolsonaro, muitos estão sendo constrangidos a fazê-lo, inclusive sob ameaça, no caso da cloroquina – mesmo ante o risco de efeitos colaterais perigosos. Nada disso é ciência, muito menos o pleno exercício da medicina; é, apenas, irresponsabilidade. A cloroquina, é bom que se lembre, provoca efeitos secundários que podem levar à morte”, finaliza.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/editorial-do-estadao-diz-que-bolsonaro-elevou-o-charlatanismo-a-condicao-de-politica-de-estado

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Governador do Piauí reage: "operação ridícula" da PF. E avisa: "muitos espetáculos ainda virão"


Governador do Piauí reage à operação da PF desfechada contra ele e sua família na manhã desta segunda-feira e qualifica a ação de "ridícula". Em nota, explica todo o caso. E adverte: "muitos espetáculos ainda virão"

27 de julho de 2020, 10:07 h Atualizado em 27 de julho de 2020, 11:40Governador do Piauí, Wellington Dias Governador do Piauí, Wellington Dias (Foto: Divulgação)

247 - O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), reagiu à operação da Polícia Federal deflagrada contra à sua gestão - trata-se de uma ostensiva do governo Jair Bolsonaro em cima de governos estaduais. De acordo com o governador, "muitos espetáculos ainda virão".

"Ainda bem que temos a lei de abuso de autoridade e estamos tratando com advogados sobre isto", afirmou ele, ao comentar a ação da PF contra supostas fraudes em licitações de transporte escolar. Ele disse, ainda, que a ação da PF "fica mais ridícula e desnecessária por que estamos falando de um fato de 2013" quando ele nem era governo, com operação em 2020.

Leia a íntegra da nota:

Mais um espetáculo em nome de investigação. Desta operação já é o terceiro espetáculo, um processo que vem de 2013, quando eu nem era governo, em contratos que seguia um padrão nacional, pagamento por quilômetro rodado. Quando a Sec Rejane assumiu a Sec da Educação em 2015, tinha que começar as aulas em fevereiro, os contratos estavam vencendo e, com base em parecer técnico e na lei, considerando a necessidade de não prejudicar aos alunos que precisavam de transporte escolar, foi renovado o contrato, dando tempo para nova licitação e novos contratos. Fizemos uma mudança que hoje é modelo para outros Estados e municípios, em que passamos a pagar por aluno transportado, como se paga uma passagem de ônibus.

Neste caso, como diz o processo, o Estado seria vítima, alegação é que algum contratado pudesse cobrar uma quantidade de km rodado maior que o tamanho das rotas.

Fica mais ridícula e desnecessária por que estamos falando de um fato de 2013, com operação em 2020, quando a ex Secretaria da Educação, hoje deputada federal, se prontificou a colaborar, por duas vezes nos últimos meses se colocou a disposição para prestar depoimento, para repassar todo e quakquer documento ou equipamento que precisar, fez questão de registrar assim, e foi dito que não era possível ela depor agora por que tinha  a pandemia e estavam suspensos os depoimentos.

A operação na Câmara, na casa onde hoje quem mora é nosso filho e família, que nunca trabalharam para o estado. Ele é médico e salvando vidas pegou coronavirus... o espetáculo está feito. Ela afirma que a vida inteira agiu na forma da lei, está com a consciência tranquila, pronta para colaborar, e espera agora o direito de ser ouvida.

Acho eu que, infelizmente, muitos espetáculos ainda virão. Ainda bem que temos a lei de abuso de autoridade e estamos tratando com advogados sobre isto

Veja agora a matéria publicada pelo Brasil 247 sobre o assunto:

A Polícia Federal fez buscas na casa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), no gabinete da primeira-dama e deputada Rejane Dias (PT), em Brasília, em empresas e na casa do irmão da deputada, e na sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Teresina. Ação integra ofensiva prometida pelo governo Bolsonaro contra governadores de oposição.

De acordo com a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar. Em nota, a Seduc afirmou que está "colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Federal e sempre se colocou à total disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos, visando a transparência e o correto funcionamento da administração pública". Os relatos foram publicados no portal G1.

A deputada Rejane Dias disse que "recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação" e que está à disposição para esclarecer o caso. "Durante seu exercício à frente da Secretaria de Educação, a parlamentar sempre se portou em observância às Leis, tendo em vista a melhoria dos índices educacionais e a ampliação do acesso à educação dos piauienses".

Segundo a PF, entre 2015 e 2016, servidores da cúpula administrativa da Seduc teriam se associado a empresários do setor de locação de veículos e desviado, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).

Fonte: https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/governador-do-piaui-reage-operacao-ridicula-da-pf-e-avisa-muitos-espetaculos-ainda-virao

domingo, 26 de julho de 2020

Estados Unidos: A FAVELA que ninguem quer mostrar! favelas nos EUA.

China: devemos temê-la? Quem pode pará-la? E o Brasil? Live com Prof Die...

Bolsonaro confessa ser o chefe da máfia ao usar a AGU para defender fake news, diz Jean Wyllys


O ex-deputado Jean Wyllys, que se exilou após ser vítima do gabinete do ódio de Jair Bolsonaro, critica a decisão de usar a AGU para defender personagens banidos do Twitter por ordem do STF

26 de julho de 2020, 05:47 h Atualizado em 26 de julho de 2020, 10:41

 

247 – A decisão de Jair Bolsonaro de recorrer à Advocacia-Geral da União para defender bolsonaristas que tiveram suas contas banidas do twitter pelo uso de fake news e discurso de ódio provocou reação imediata do ex-deputado Jean Wyllys, que se exilou após ser alvo deste gabinete do ódio.

"Isso é uma confissão de que ele é o chefe da organização criminosa? É a confirmação de que ele não atua sem a rede de mentirosos, assediadores e ameaçadores? É a ratificação pública de que o Poder Executivo está ocupado por bandidos? E ainda usando o dinheiro do povo pra isso?", questionou. Saiba mais abaixo:

Jair Bolsonaro informou na noite deste sábado (25) que entrou com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal para tentar liberar as contas de bolsonaristas bloqueadas pelo Twitter e pelo Facebook, após decisão do ministro Alexandre de Moraes.

“Agora às 18h, juntamente com a AGU [Advocacia-Geral da União], entrei com uma Adin [Ação Direta de Inconstitucionalidade] no STF visando ao cumprimento de dispositivos constitucionais. Uma ação baseada na clareza do Art. 5° [da Constituição], dos direitos e garantias fundamentais”, postou Bolsonaro em sua página no Facebook.

“Caberá ao STF a oportunidade, com seu zelo e responsabilidade, interpretar sobre liberdades de manifestação do pensamento, de expressão, ... além dos princípios da legalidade”, acrescentou.

Entre os apoiadores de Bolsonaro que tiveram suas contas bloqueadas estão Roberto Jefferson, Luciano Hang, Sara Winter e Allan dos Santos.

Fonte:https://www.brasil247.com/midia/bolsonaro-confessa-ser-o-chefe-da-mafia-ao-usar-a-agu-para-defender-fake-news-diz-jean-wyllys

Lula à Al Jazeera: EUA estão por trás de todos os golpes na América Latina


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denuncia em entrevista à emissora de TV árabe Al Jazeera que os Estados Unidos estão sempre por trás das mudanças de regime na América Latina e tratam a região como seu quintal

26 de julho de 2020, 11:09 h Atualizado em 26 de julho de 2020, 11:32Luiz Inácio Lula da Silva Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Roberto Parizotti/CUT)

247 - “A verdade é que a América Latina não tem o direito de ser democrática e cuidar do seu povo, porque os norte-americanos ameaçam os latino-americanos como se fosse seu próprio quintal (...) alguém sempre aparece e estrangula, alguém sempre vem prejudicar a democracia. Os Estados Unidos estão sempre por trás disso”, afirmou o ex-presidente Lula em entrevista à Al Jazeera neste sábado (25).

Lula denunciou a interferência do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos dos países da América Latina, incluindo Venezuela e Bolívia.

O ex-presidente afirmou que os Estados Unidos e os países da Europa deviam "entender que que a Venezuela tem o direito de resolver seus próprios problemas internos e que a soberania do país não deve ser tocada".

Lula também criticou a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro ao lidar com o novo coronavírus, assinalando que o Brasil vive uma grave crise sanitária.

Lula lembrou que Bolsonaro minimizou a Covid-19 desde o início da pandemia e participou de vários eventos públicos sem máscara, além de atacar as medidas de isolamento social, apesar de o número de infecções e mortes continuar se expandindo rapidamente no país.

Além disso, o tempo todo, Bolsonaro tentou demonstrar, juntamente com Trump, o benefício da cloroquina, um medicamento indicado para o tratamento de malária, tentando justificar que pode ser usado também contra a Covid-19, em contradição com a opinião de toda a comunidade científica.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/lula-a-al-jazeera-eua-estao-por-tras-de-todos-os-golpes-na-america-latina

sábado, 25 de julho de 2020

Nem a ema tolera as palhaçadas de Bolsonaro

Estados rejeitam cloroquina doada por Trump e estoque de remédio vai para o Exército

O Brasil não tem o que fazer com os comprimidos de cloroquina que vêm sendo foco da propaganda constante de Jair Bolsonaro

25 de julho de 2020, 05:38 h Atualizado em 25 de julho de 2020, 09:38


(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Comprimidos de hidroxicloroquina doados ao Brasil pelo governo dos Estados Unidos e por um laboratório foram enviados ao laboratório do Exército, depois que os secretários estaduais de Saúde se posicionarem contra o uso do medicamento mediante estudos que demonstram falta de eficácia contra a Covid-19 e registro de efeitos adversos.

A doação norte-americana foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro no final de maio, depois de uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil pediu ajuda dos EUA para combate à epidemia do novo coronavírus e recebeu a promessa do envio do medicamento, que é defendido por ambos os líderes para tratar a Covid-19, apesar da falta de comprovação de eficácia em diferentes estudos.

No entanto, a maior parte dos governos estaduais não chancela o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19 e os secretários estaduais rejeitaram uma tentativa do governo federal de repassar aos Estados os custos para fracionar e reembalar os comprimidos, o que provocou um impasse.

O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira que os comprimidos doados —dois milhões enviados pelo governo norte-americano e um milhão pelo laboratório Novartis— foram enviados em parte ao laboratório do Exército, que já havia aumentando a produção própria de cloroquina a pedido de Bolsonaro.

“O Brasil recebeu essa doação no quantitativo de 3 milhões de compridos e esse quantitativo está hoje sob a guarda do Ministério da Saúde e do Laboratório do Exército”, disse Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do ministério, em entrevista coletiva.

“Não há gastos para o fracionamento da carga doada, há sim um apoio do Ministério da Defesa, a quem nós agradecemos, e esforços entre os laboratórios oficiais da rede pública para equacionar o fracionamento”, acrescentou.

Segundo uma fonte com conhecimento da questão, o medicamento foi enviado em embalagens de 100 comprimidos, e precisa ser dividido nas doses em que devem ser distribuídas aos pacientes —frascos de 6 ou 12 comprimidos— e reembaladas em ambiente específico, sob acompanhamento de farmacêuticos.

O secretário negou que haja um estoque em excesso de hidroxicloroquina e de cloroquina, afirmando que o aumento de produção pelo laboratório do Exército e a doação internacional se justificaram por um aumento da procurada pelos remédios depois que seu uso passou a ser recomendado por médicos para enfrentar a Covid-19.

Segundo ele, há no ministério estoque de 472 mil comprimidos de cloroquina. No entanto, o ministério já enviou 4,8 milhões de comprimidos aos Estados, que têm se colocado contrários ao uso do medicamento, apesar de recomendação do ministério para que seja adotado em todas as fases da doença.

O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) ressaltou nesta semana, em nota, que não existem estudos clínicos que comprovem a eficácia do remédio, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não reconhece ainda nenhum medicamento para a Covid-19 e que a Food and Drug Administration, agência norte-americana equivalente à Anvisa, já alertou que não há provas que seja eficaz e seguro.

“Nesse sentido, o Conass entende que não há racionalidade em defender o uso desses produtos dentro de uma política pública de medicamentos, muito menos para uso de forma precoce”, diz o texto, ressalvando apenas que os médicos têm direito de receitarem, se assim o desejarem.

Na entrevista coletiva, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do ministério também comentou sobre estudo realizado por hospitais brasileiros sobre a hidroxicloroquina, divulgado na véspera, que afirmou que o medicamento não traz melhoria em pacientes hospitalizados com Covid-19 leve ou moderada.

Segundo o secretário, os critérios utilizados na pesquisa para considerar os pacientes como casos leves ou moderados de Covid-19 diferem dos critérios do ministério, que os enquadrariam como pacientes graves, e o medicamento foi utilizado em dose diferente da recomendada pela pasta.

“Há fatores de confusão, há terminologias que diferem, os autores do artigo foram bem prudentes, inclusive falaram que a hidroxicloroquina teoricamente seria mais eficaz no início da doença e não no momento de foco desse trabalho, que já foi em fase intermediária, com pacientes, pela classificação do ministério como moderados e graves, enfim, isso tudo para falar que houve limitações, os autores reconhecem isso.”

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/estados-rejeitam-cloroquina-doada-por-trump-e-estoque-de-remedio-vai-para-o-exercito

Acusação de que Rússia roubou vacina britânica é exemplo de desinformação, diz jornalista da Sputnik


A jornalista Tatiana Kukhareva, uma das mais importantes editoras da Sputnik, agência de notícias russa, comentou em entrevista ao jornalista uma Brian Mier na TV 247 sobre a onda de acusações de potências ocidentais ao governo de Vladimir Putin. Ela refutou a tese de que a Rússia roubou dados sobre a vacina britânica

22 de julho de 2020, 12:53 h Atualizado em 22 de julho de 2020, 15:09Tatiana Kukhareva e imagem de vacina da covid-19 Tatiana Kukhareva e imagem de vacina da covid-19 (Foto: Reprodução | Reuters)

247 - Em entrevista ao correspondente internacional Brian Mier na TV 247, a jornalista Tatiana Kukhareva, da agência noticiosa Sputnik, refutou as acusações da mídia ocidental à Rússia, que refletem as opiniões de governos e das elites.

Kukhareva disse que a cobertura da mídia ocidental a respeito da Rússia é distorcida e leva à desinformação. "É muito fácil culpar a Rússia por qualquer problema. Isto se tornou uma tendência 'popular' nos Estados Unidos".

A jornalista disse que o maior exemplo de desinformação da atualidade é a acusação do Reino Unido de que a Rússia está tentando roubar sua vacina. 

Kukhareva disse que a Rússia lidou bem com a pandemia, contrariamente ao que fizeram países como os EUA e o Reino Unido. Testamos as pessoas desde o início, não agimos como o Reino Unido, que no início da pandemia, ao invés de testar, buscou criar a imunidade de rebanho, afirmou.

A editora da Sputnik disse que a Rússia não precisa roubar informações, pois foi o primeiro país a começar a desenvolver a vacina. E informou que duas vacinas da Rússia já passaram em testes com humanos, entre várias que estão sendo testadas. Segundo ela, a acusação de roubo se deve ao medo de que a vacina russa seja mais eficaz.

Tatiana Kukhareva faz parte da equipe dirigente da Sputnik, um serviço global de notícias que divulga informações sobre a Rússia, em contraste com notícias falsas e comentários hostis no ocidente.

Os sites de notícias da agência operam em mais de 30 idiomas, incluindo português.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/acusacao-de-que-russia-roubou-vacina-britanica-e-exemplo-de-desinformacao-diz-jornalista-da-sputnik

‘Lula vê o pobre como a solução, não o problema’, diz Haddad


Ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT) elogiou os feitos do ex-presidente Lula no Nordeste e denunciou o oportunismo de Bolsonaro, que tenta faturar com projetos petistas

25 de julho de 2020, 10:54 h Atualizado em 25 de julho de 2020, 11:24

(Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O ex-candidato à Presidência do PT Fernando Haddad escreveu, em sua coluna “Nordeste”, publicada na Folha de S. Paulo, na noite de sexta-feira, 24, que “Lula nunca fez segredo do seu projeto político. Via o pobre como parte da solução, não parte do problema”. “Lula optou por redefinir prioridades e, nas suas palavras, ‘pôr os pobres no Orçamento da União’”, ressaltou Haddad.

Segundo o petista, as mudanças feitas pelo ex-presidente na região gerou “uma mudança estrutural que nenhum especialista em desenvolvimento regional esperaria”, levando energia elétrica, estradas, creches e muito mais para vários municípios.

“As mais debatidas, contudo”, salientou, “ foram o Fundeb, o Bolsa Família e a transposição do rio São Francisco, ações das quais Bolsonaro tenta se apropriar”. Haddad denunciou o oportunismo de Jair Bolsonaro que sempre atacou o Bolsa Família, mas tenta faturar com o programa (que mudou de nome para Renda Brasil), “boicotou o quanto pôde” a PEC de prorrogação do Fundeb e comemorou a transposição do Rio São Francisco, obra dos petistas “que recebeu praticamente pronta”.

“O homem que estima o peso de negros em arrobas e chama os nordestinos de "paraíba" há de receber uma resposta à altura da sua visão agropecuária da nossa gente”, concluiu o professor Fernando Haddad.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/lula-via-o-pobre-com-a-solucao-nao-o-problema-diz-haddad

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Think tank: EUA começam a perder influência na América Latina para China


Estudo do think tank norte-americano Brookings aponta que as relações entre a China e os países latino-americanos estão crescendo enquanto os EUA estão perdendo sua influência na região

24 de julho de 2020, 13:17 h Atualizado em 24 de julho de 2020, 13:48

Bandeiras dos Estados Unidos e da China Bandeiras dos Estados Unidos e da China (Foto: REUTERS/Aly Song)

Sputnik - A China vem aumentando seu poder brando na América Latina desde que começou a investir mais na região, em meados dos anos 2000, e a abordagem da administração Trump não seria a melhor para contrariar Pequim.

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As relações entre a China e os países latino-americanos estão florescendo, mas ao mesmo tempo enfrentam novos desafios, já que a região lida com várias crises em diferentes áreas. Enquanto isso, os EUA estão perdendo sua influência na região, conclui um estudo do think tank norte-americano Brookings.

À procura de novos caminhos para o desenvolvimento sustentável, os governos latino-americanos receberam calorosamente a China quando ela fez sua estreia na região, em meados dos anos 2000, observa o estudo.

As relações entre os países latino-americanos e Pequim depois se tornaram mais pragmáticas, quando elites e parte da população dos países da região começaram a perceber os benefícios da aproximação com a China com mais ceticismo, mas reconhecendo as vantagens líquidas, diz o autor, Ted Piccone.

Reação dos EUA

Os Estados Unidos começaram a prestar atenção à crescente influência da China e passaram a entender que seu papel histórico como principal potência na região estava em risco. O estudo salienta que a administração Trump não conseguiu alterar essa tendência e falhou em ter prioridade nas relações dos países latino-americanos com o resto do mundo, com Ted Piccone enfatizando que Washington precisa de uma abordagem mais generosa e sofisticada.

Em termos de comércio e investimento, em questão de uma década, a China passou de um país quase sem presença na região latino-americana para um jogador de peso, com uma política benéfica para todos os envolvidos.

Os Estados Unidos, por sua vez, lançaram uma campanha que pretende ser capaz de competir com Pequim em diferentes partes do planeta, especialmente no Hemisfério Ocidental. O estudo aponta que a abordagem não pode ser única para toda a região: os EUA têm que ter abordagens para cada país da América Latina.

Que procura o 'dragão' na América Latina?

Com a chegada de Donald Trump ao poder, os países latino-americanos começaram a perceber a China ainda mais como uma parceira viável, uma vez que o presidente dos EUA recorreu repetidamente à retórica nacionalista e anti-imigração, explica o autor.

Pequim procura assegurar a entrada de energia, metais e alimentos em seu território, porque precisa deles para alimentar sua economia robusta e sua crescente classe média. Outro objetivo da atual política chinesa é expandir as exportações, bem como chegar ao topo da cadeia alimentar internacional, deduz o autor da pesquisa.

O gigante asiático quer apoiar seus parceiros ideológicos na América Latina: o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, e as novas autoridades comunistas em Cuba.

A expansão econômica e política da China está ocorrendo sob a bandeira da proteção da soberania nacional dos países da região, juntamente com um aumento significativo no comércio, empréstimos e investimentos. Essa abordagem, como esperado, foi bem recebida na região, observa o estudo.

Em 2000, o volume do comércio entre a República Popular da China e a região da América Latina e do Caribe foi de US$ 12 bilhões (R$ 62,3 bilhões), mas em 2019 tinha atingido quase US$ 315 bilhões (R$ 1,63 trilhão). Hoje, Pequim é a principal parceira comercial de Brasil, Chile, Uruguai, Peru e Argentina, emprestando dinheiro em grandes quantidades aos governos latino-americanos, que são reembolsados por alguns países em matérias-primas como o petróleo.

Ultimamente, as empresas chinesas deixaram de investir exclusivamente no setor extrativo e começaram a investir também na prestação de serviços e na construção de infraestrutura, bem como em projetos de eletricidade, Internet, ferrovias e construção de portos, inclusive para facilitar o próprio comércio entre os dois lados.

Visão realista da relação

Apesar de tudo, os fabricantes latino-americanos não estão satisfeitos com a política de importação da China, com Pequim não cumprindo sua promessa de abrir totalmente seu mercado interno a produtos e serviços dos países da região, observa Piccone.

As elites dos países da América Latina continuam divididas em dois grupos: um se beneficiou do estreitamento das relações econômicas com Pequim; o outro, como os fabricantes brasileiros, sofreu com as importações baratas provenientes do país asiático.

Apesar de todas as adversidades, a atividade econômica da China parece ter um efeito positivo sobre a região. Entre os países latino-americanos, Brasil exporta minério de ferro, Argentina soja, e Chile metais, com Pequim exigindo novas pontes, túneis e estádios de futebol.

As ações da China levaram ao enriquecimento da classe alta e, portanto, fizeram crescer a desigualdade nos respectivos países, mas alguns acreditam que a presença de Pequim é um contrapeso para os Estados Unidos.

A maioria dos governos latino-americanos, afirma o autor do estudo, reconhece que não pode sair da grave recessão causada pelo surto de coronavírus sem a generosidade de Pequim. Muitos deles recebem doações chinesas sob a forma de suprimentos médicos.

As empresas chinesas também estão se oferecendo para desempenhar um papel maior no espaço de telecomunicações da América Latina e do Caribe. Por exemplo, a Huawei está concorrendo a grandes concessões em redes 5G, levantando preocupações sobre segurança nacional, privacidade e vigilância por parte da China na região, explica o estudo.

Diferentes abordagens dos EUA para América Latina

"Após décadas de comportamento hegemônico e intervencionista na região, os Estados Unidos, após a Guerra Fria, começaram a desempenhar um papel mais benevolente", garante o especialista do think tank.

As abordagens à política dos EUA na América Latina e no Caribe variaram de acordo com as prioridades das administrações dos EUA em matéria de política externa.

Segundo o estudo, a administração Clinton defendeu uma agenda ambiciosa que envolveria todo o Hemisfério Ocidental: a política de unir a região com base na "democracia liberal representativa, livre comércio e economia de mercado" como uma forma de alcançar o desenvolvimento sustentável.

A administração Bush, especialmente após os ataques de 11 de setembro de 2001, adotou uma abordagem mais onerosa da segurança nacional e de luta contra o terrorismo na região. Ao mesmo tempo, manteve-se fiel ao financiamento da ajuda ao desenvolvimento dos países latino-americanos.

A administração Obama, focada na crise dos imigrantes do Triângulo Norte da América Central, no entanto, deu um avanço significativo nos laços com os governos da região. Piccone aponta que a administração Obama melhorou as relações com Cuba e facilitou a assinatura de um acordo de paz na Colômbia.

Em geral, a influência dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe foi grande nesses oito anos, embora já tenha começado a diminuir.

Após três anos com Trump no poder, os Estados Unidos estão em grande parte ausentes da América Latina e do Caribe e se tornaram mais uma vez uma força hegemônica que representa uma ameaça para os países regionais, fazendo surgir novamente opiniões menos favoráveis sobre Washington, explica Piccone.

"O antagonismo ao estilo 'ianque volte para casa' está revigorado [...] Trump trouxe de volta a retórica intervencionista da doutrina Monroe do século XIX", afirma o relatório.

Futuro dos poderes na América Latina

Em novembro de 2020, os eleitores norte-americanos escolherão o caminho que seu país seguirá, incluindo em relação aos laços com seus vizinhos mais próximos ao sul do país.

Durante a administração Trump, o Partido Republicano, a que pertence o presidente, colocou mais ênfase no protecionismo e na política anti-imigração, políticas que o Partido Democrata não concorda e está determinado em retornar às políticas praticadas durante a administração Obama.

Joe Biden, o pré-candidato à presidência dos EUA, culpa Washington mais do que Pequim pelo estado deplorável das relações entre os Estados Unidos e os países da América Latina e do Caribe, mas afirma que os EUA têm uma grande vantagem na região. Segundo Biden, China e Rússia não têm os mesmos laços e história comum com os povos latino-americanos.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/think-tank-eua-comecam-a-perder-influencia-na-america-latina-para-china

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Lula: brasileiros são vítimas de um presidente que se acha médico


O ex-presidente Lula condenou nesta quinta-feira a cruzada de Jair Bolsonaro, que tem prescrito cloroquina para a cura do coronavírus: “Os brasileiros são vítimas de um presidente que se acha médico e agora deu pra receitar remédio."

23 de julho de 2020, 13:45 h Atualizado em 23 de julho de 2020, 14:15

Lula e Jair Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina Lula e Jair Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)

247 - O ex-presidente Lula condenou nesta quinta-feira (23), em entrevista concedida à Rádio Itatiaia, a cruzada feita por Jair Bolsonaro e sua insistente propaganda em defesa de medicação cloroquina, que não possui eficácia médica comprovada no combate ao novo coronavírus.

“Os brasileiros são vítimas de um presidente que se acha médico e agora deu pra receitar remédio. As duas principais agências de saúde dos EUA descartaram o efeito da cloroquina e por isso o Trump doou 3 milhões de doses para o Brasil. Agora os estados sofrem pressão pra usar”, declarou Lula.

O ex-presidente também afirmou durante a entrevista que a "verdade é que a forma que o Trump encontrou de jogar a cloroquina dele fora foi mandando pro Bolsonaro usar. E ele segue defendendo o uso contra todas as orientações médicas".

"É por essas e outras que defendo o Fora Bolsonaro", acrescentou.

Garoto-propaganda

Além de aceitar a doação da cloroquina dos EUA, Bolsonaro também investe dinheiro público na produção do medicamento. O laboratório do Exército brasileiro já produziu, até o presente momento, 3 milhões de comprimidos de cloroquina 150 mg.

Segundo o Sindusfarma, o consumo de cloroquina cresceu 358% no Brasil desde o início da pandemia. Além da produção do medicamento realizada pelo Exército, laboratórios que produzem o medicamento no país pertencem a amigos de Jair Bolsonaro, que se tornou uma espécie de garoto propaganda da substância.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/lula-brasileiros-sao-vitimas-de-um-presidente-que-se-acha-medico

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Compras da imobiliária Bolsonaros & Cia. PF mira PSDB e caça Serra. E o ...

Sete deputados votaram contra o Fundeb. Saiba quem são eles


O novo fundo para a educação pública foi aprovado em primeiro turno na Câmara com 499 votos favoráveis e apenas sete contrários. Sabe quem são os deputados que votaram contra

21 de julho de 2020, 21:27 h Atualizado em 22 de julho de 2020, 11:17

(Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados | © Tânia Rêgo/Agência Brasil)

247 - Em votação histórica e em derrota do governo, o Fundeb foi aprovado com quase unanimidade pela Câmara Federal na noite desta terça-feira (21), com 499 favoráveis e apenas sete contrários.

Paulo Martins (PSC-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Chris Tonietto (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz P. O.Bragança (PSL-SP) e Márcio Labre (PSL-RJ) foram os deputados que se posicionaram contra o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15.

Ao longo da tarde, a base do governo Bolsonaro tentou adiar a votação, sem sucesso. Sem votos, os governistas acabaram cedendo e a votação com um acordo favorável à oposição foi iniciada. O relatório da Professora Dorinha (DEM-TO) foi apresentado com uma parcela de 23% de contribuição da União.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/sete-deputados-votaram-contra-o-fundeb-saiba-quem-sao-eles

terça-feira, 21 de julho de 2020

Parente de paciente morta por cloroquina lamenta uso de remédio alardeado por Bolsonaro


“Se tivessem me falado dos perigos, eu não teria autorizado”, diz irmã de paciente medicada com cloroquina sem consentimento

21 de julho de 2020, 04:56 h Atualizado em 21 de julho de 2020, 07:42

Jair Bolsonaro toma cloroquina Jair Bolsonaro toma cloroquina (Foto: Reprodução | Reuters)Por João de Mari, da Agência Pública – No dia 1º de maio deste ano, o telefone da auxiliar de enfermagem aposentada e cuidadora de idosos Zileide Silva do Nascimento, de 56 anos, tocou em sua casa em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, enquanto ela se arrumava para iniciar um fim de semana de trabalho. Do outro lado da linha, uma pessoa da equipe comandada pelo médico Renan Kenji Hanada Pereira, que atua no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, referência no tratamento da Covid-19 na região, informou o estado de saúde de sua irmã Zemilda Silva do Nascimento Gonçalves: “Ela está estável, mas entramos com o medicamento hidroxicloroquina”.

Zemilda, que passou duas semanas internada no hospital por causa da Covid-19, seguiria com o tratamento por mais três dias, segundo o informado pelo hospital. A dona de casa de 54 anos foi medicada com a hidroxicloroquina entre os dias 30 de abril e dia 4 de maio. Depois disso teve que fazer duas hemodiálises porque teve problemas nos rins. No dia 10 de maio, porém, Zileide recebeu um telefonema esperançoso: a equipe médica disse que o estado de saúde de sua irmã estava melhorando, que o pulmão ainda estava afetado, mas que os demais órgãos estavam reagindo bem, inclusive o rim.

Mas na madrugada do dia 11 o hospital ligou para Zileide comunicando o óbito de Zemilda. “Um médico só me falou que ela teve uma parada respiratória. Esse médico me disse que ela estava mal, com os rins comprometidos, completamente o oposto do que me passaram horas antes”, conta Zileide, relembrando a dor de não poder reconhecer o corpo de sua irmã, pois não tinham roupa apropriada.

“Não assinei o reconhecimento do corpo. O hospital me informou que iria verificar se tinha roupa apropriada para eu entrar em uma ala com dois pacientes mortos pela Covid-19, mas no final das contas só me pediram para assinar o atestado de óbito.” No velório, Zileide e seus familiares ainda tentaram olhar para a irmã pela última vez. Ao perguntarem aos funcionários do cemitério como eles tinham certeza de que era Zemilda dentro do caixão lacrado ouviram que bastava ler seu nome na etiqueta colada na madeira.

Na certidão de óbito de Zemilda Silva do Nascimento Gonçalves, constam como causas da morte insuficiência respiratória aguda e infecção por coronavírus, HAS (pressão alta) e hipercolesterolemia (colesterol alto). As duas últimas complicações, que Zemilda já apresentava ao ser internada, além de obesidade mórbida, estão relacionadas com problemas cardíacos, o que torna ainda mais perigoso o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, como já comprovaram estudos realizados no Brasil e em outros países. No dia 17 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu definitivamente as pesquisas para avaliar a eficácia da cloroquina e de sua derivada, a hidroxicloroquina, pois os resultados mostram que, além de representar riscos para pacientes, não há benefício na droga para tratar a doença provocada pelo novo coronavírus.

Zemilda era mãe solo de um menino de 14 anos que nasceu com síndrome de Down. A irmã, Zileide, que cuida do garoto enquanto ele não vai morar com a família do pai, falecido há quatro anos, diz pra ele todas as noites que Zemilda “virou uma estrelinha no céu”, como ela conta.

Desrespeitando o protocolo

O telefonema em que Zileide foi informada de que Zemilda seria medicada com hidroxicloroquina ocorreu no terceiro dia de internação. A comunicação diária com familiares de pacientes foi adotada como protocolo por muitos hospitais brasileiros durante a pandemia porque os familiares não podem acompanhar os doentes na internação. Mas, em relação ao uso da cloroquina e hidroxicloroquina, o protocolo do Ministério de Saúde não foi cumprido, de acordo com o relato dos familiares. Eles dizem que Zemilda não poderia ter autorizado o uso dos medicamentos, como exigido, porque estava entubada; nesse caso, segundo o protocolo, a família é que teria que consentir, mas alega que foi apenas comunicada do tratamento. Também não foi informada de que a droga não tem eficácia nem segurança cientificamente comprovadas, razão pela qual paciente e/ou família poderia recusar a medicação, conforme o protocolo do Ministério da Saúde.

A irmã Zileide, que já trabalhou como enfermeira em uma UTI de um hospital particular de Mogi das Cruzes, diz que nem sabia da existência desses protocolos. “No primeiro dia, o hospital me disse: ‘Sua irmã está ruim; segundo dia, está ruim; no terceiro dia, falaram que entraram com hidroxicloroquina’. Eu até pensei: ‘Só agora?’. Eu imaginava que fosse algum medicamento bom. Se tivessem me falado dos perigos, eu não teria autorizado.”

O Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, onde Zemilda foi internada e morreu, é referência ao combate da pandemia de Covid-19, sendo a unidade mais equipada das dez cidades que compõem a região do Alto Tietê. Inaugurado em 2014, em uma parceria entre o estado de São Paulo e a prefeitura, hoje é administrado pela Fundação do ABC, uma Organização Social de Saúde (OSS). A Agência Pública entrou em contato com a OSS pedindo explicações sobre o protocolo conhecido internamente como “Protocolo Covid”, que traz as normas para ministrar as drogas — uma combinação da hidroxicloroquina com antibióticos e antivirais — no tratamento do coronavírus. Solicitou também entrevistas com o diretor do hospital e com o médico responsável por atender Zemilda. A assessoria de imprensa informou apenas “não divulgar dados relacionados ao atendimento prestado aos pacientes, como determina o Código de Ética Médica”.

Bolsonaro e os protocolos da cloroquina

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pressionava sua equipe de saúde a adotar um protocolo orientador sobre o uso da cloroquina. Em maio, com a queda do segundo ministro da pasta, Nelson Teich, que era contra a recomendação do presidente assim como o anterior, Luiz Henrique Mandetta, criou-se um documento de orientação ao uso da hidroxicloroquina em pacientes com a Covid-19, que teve versão atualizada em junho, incluindo diretrizes para lidar com gestantes e crianças.

Na sexta-feira passada, porém, o Ministério da Saúde admitiu a possibilidade de rever o uso da cloroquina, também condenado pela Sociedade Brasileira de Infectologia. Bolsonaro também moderou o discurso por temor de um possível julgamento no Tribunal Penal Internacional por suas atitudes na pandemia, inclusive em relação à propaganda que fez da cloroquina, pelo risco que representa para os pacientes.

Até o momento, porém, a orientação do Ministério da Saúde recomendando a cloroquina continua sendo a base de diversos protocolos de atendimento em cidades por todo o país — Mogi das Cruzes é uma delas. Cerca de um mês antes da publicação da normatização, porém, o município já anunciava que adotaria um protocolo único para o uso da cloroquina. Segundo o prefeito Marcus Melo (PSDB), a medida foi tomada após uma decisão do Comitê Gestor do Coronavírus em conjunto com diretores clínicos dos hospitais públicos e privados. A reportagem tentou contato com o Comitê Gestor do Coronavírus, solicitando explicação sobre a medida. Até o fechamento, porém, não teve resposta.

À época, o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, destacou que a indicação do medicamento ficaria a cargo do médico responsável pelo paciente. Mas, segundo orientações, a prescrição seria feita assim que o paciente fosse internado com o objetivo de prevenir eventuais complicações e reduzir o número de casos que precisem de UTI. “Desde que haja prescrição médica e consentimento do paciente ou da família, a cloroquina já tem sido utilizada”, explicou Naufel.

Mas nem as secretarias municipais nem o Ministério da Saúde estão fiscalizando o uso da droga, o que preocupa sindicatos e entidades de profissionais. Victor Vilela Dourado, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), diz que não cabe à entidade regular e fiscalizar as decisões dos médicos.

“O Simesp é contra orientações que não tenham comprovação científica. No caso do uso de hidroxicloroquina em pacientes de Covid-19, vale ressaltar que, segundo os pareceres da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Imunologia, pode ocorrer malefícios graves à saúde dessas pessoas”, afirmou.

Também não há canais para os profissionais comunicarem à Vigilância Sanitária ou outras autoridades o uso de hidroxicloroquina na Covid-19. Ou seja, em todo o Sistema Único de Saúde (SUS) a única maneira de saber se o medicamento foi prescrito a algum paciente com coronavírus é pelo prontuário médico.

“O que está acontecendo com as normas do governo federal para o uso da hidroxicloroquina é que o médico fica desobrigado de avisar qualquer autoridade sanitária. Mas mesmo assim ele tem que avisar a família ou paciente, e isso está na própria normatização”, diz a médica e diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Denize Ornelas.

Denize lembra que, além do descontrole no uso do medicamento e da impossibilidade de saber exatamente como o protocolo está sendo executado, medicar pacientes com hidroxicloroquina sem autorização pode levar o profissional a responder processos éticos no Conselho Federal de Medicina (CFM). “Por mais que o protocolo do governo federal não tenha força de lei, não me obrigando a prescrever nada tanto para Covid-19 quanto para outra doença, porque meu exercício profissional não pode ser restrito por nenhum protocolo, o documento está tendo um valor para respaldar os médicos que querem fazer isso”, avalia.

A médica explica que uma possibilidade para a manipulação da hidroxicloroquina sem autorização do paciente ou família seria o médico declarar o chamado “uso compassivo” — reservado a doentes em estado grave e com prognóstico ruim. No entanto, a ação deve estar detalhada no prontuário do paciente.

O prontuário de Zemilda

A Pública constatou que o prontuário médico da paciente assinado pelo médico Renan Kenji Hanada Pereira, a que teve acesso, não registra informações sobre seu consentimento — ou de seus parentes — ao uso da hidroxicloroquina. Procurado pela Pública por telefone, o dr. Hanada disse que não se lembra do caso da paciente e que todas as dúvidas referentes aos protocolos devem ser tratadas com o hospital. A reportagem enviou o prontuário para que ele analisasse o conteúdo, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

O prontuário de Zemilda revela o descumprimento também de um protocolo da Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, qualificado no próprio documento como fundamental para “iniciar o tratamento antes do agravamento do caso e, desta forma, reduzir a necessidade de internação e de cuidados de terapia intensiva”.

Elaborado apenas em maio deste ano, o protocolo orienta as Unidades de Pronto Atendimento (Upas) 24 horas e Unidades Básicas de Saúde (UBS) a encaminhar os pacientes suspeitos de Covid-19 diretamente ao Hospital Municipal de Mogi das Cruzes. Antes de ser internada, porém, Zemilda procurou atendimento médico duas vezes: no dia 23 de abril, ela foi à Upa Oropó com sintomas de febre, coriza e tosse. Foi medicada e voltou para casa. No dia 27 de abril, retornou ao posto sentindo falta de ar. Assim como da primeira vez, recomendaram que voltasse para casa.

Só no dia 28 de abril, quando foi socorrida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionada pela irmã Zileide, a dona de casa foi levada ao Hospital Municipal de Mogi das Cruzes. Entrou na unidade às 20h44.

“Me deixaram ver minha irmã de longe, e ela estava sentada em uma poltrona, ainda dizendo que estava com muita falta de ar. Era 3 e pouco da manhã e ela ainda estava lá”, relembra a enfermeira.

A internação só ocorreu cerca de 12 horas após a entrada no hospital, na manhã do dia 28 de abril. “Me pediram para subir junto para o quarto, o que achei um protocolo super errado, porque subi dentro do elevador com uma cama enorme, três auxiliares e uma mulher que parecia enfermeira. Eu fui bem próxima à minha irmã, que estava com a Covid-19”, conta Zileide.

Além de Zemilda, ao menos cinco pessoas de sua família testaram positivo para a Covid-19 à época. Uma de suas irmãs também teve que ser internada.

Cloroquina a rodo nos hospitais públicos

O enfermeiro Rodrigo Romão, profissional que esteve na linha de frente em hospitais de campanha administrados pela mesma OSS do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, acredita que os carregamentos de cloroquina e hidroxicloroquina que estão chegando aos hospitais acabam impulsionando as prescrições feitas pelos profissionais de saúde, também pressionados pelos administradores.

Até maio deste ano, que são os dados mais recentes do governo, o Ministério da Saúde adquiriu 3 milhões de comprimidos de cloroquina. À época, o órgão anunciou que estaria negociando com o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEX), que já tinha produzido 1 milhão de comprimidos e colocado à disposição da pasta a produção de novas unidades do medicamento. Até aquele mês, foram distribuídos 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina em três envios diferentes para os estados com base no número de casos confirmados apresentados nos boletins epidemiológicos do próprio ministério.

“O Ministério da Saúde vai mandar cloroquina para todo lugar, porque compraram muitos remédios. Hospitais particulares de referência como o Albert Einstein, por exemplo, não vão se queimar por causa de uma declaração do presidente sobre um medicamento sem comprovação de eficácia. Já nos hospitais públicos parecem adotar protocolos para empurrar a medicação nos pacientes”, diz ele, que também é o diretor do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo e representante da subsede da entidade em Mogi das Cruzes.

O hospital de elite Albert Einstein, localizado em São Paulo, epicentro da doença no Brasil, em 25 de junho orientou que seus médicos não prescrevessem cloroquina e hidroxicloroquina. O Einstein foi a unidade que admitiu o primeiro paciente com sintomas da Covid-19 no país.

“Se o próprio governo contrata as empresas para que elas façam o atendimento sem serem obrigadas a abrir os dados, ele dá total autonomia para fazer a administração do jeito que bem entendem”, diz Kátia Santos, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúdeSP) da região do Alto Tietê. “As Organizações Sociais que administram os hospitais de campanha têm adotado a prática de prescrever a cloroquina”, afirma.

A batalha pró-cloroquina

A cloroquina é utilizada há muitos anos para a prevenção e tratamento da malária, e sua derivada, a hidroxicloroquina, indicada para o tratamento de algumas doenças reumáticas como artrite reumatoide e lúpus. Em março, após pesquisadores chineses demonstrarem, em laboratório, que essas drogas tinham a possibilidade de inibir a replicação do coronavírus, seu uso foi encampado como causa pelos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, que fizeram propagandas públicas do medicamento. Trump chegou a dizer que estava tomando a droga preventivamente. Já Bolsonaro, após ter declarado em 7 de julho passado que testou positivo para a Covid-19, disse estar usando o medicamento e se “sentindo muito bem”.

A batalha se transferiu para as redes sociais, onde apoiadores de Bolsonaro, inclusive médicos pró-cloroquina, defendem abertamente o seu uso e de sua derivada, apesar do parecer contrário de cientistas de todo o mundo. No dia 3 de julho, o site Covid Tem Tratamento Sim, que divulgava o tratamento com um coquetel de medicamentos, incluindo a hidroxicloroquina, como cura para a Covid-19 (com base em uma suposta análise feita por uma comunidade médica internacional), saiu do ar depois de uma reportagem publicada no Uol mostrando que, dos 17 profissionais citados no site, ao menos três disseram não ter conhecimento do uso de sua imagem. A página retornou ao ar em 7 de julho sem citar os nomes das medicações e dos profissionais que estariam dispostos a receitar as drogas.

A obsessão bolsonarista pela cloroquina atrapalhou o trabalho de médicos que estão na linha de frente do atendimento à Covid-19. Uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), publicada no dia 7 de julho, apontou que 69,2% dos médicos afirma que notícias falsas, informações sensacionalistas ou sem comprovação técnica são inimigos que hoje enfrentam simultaneamente à pandemia. Outros 48,9% falam que, por causa das fake news, pacientes e familiares pressionam por tratamentos sem comprovação científica, incluindo drogas como cloroquina e hidroxicloroquina.

Uma pesquisa do Instituto Ipsos, que consultou formadores de opinião e jornalistas de 14 países da América Latina, publicado em abril deste ano, revelou que o Brasil apresenta um dos piores índices de “bom exemplo” durante a crise do coronavírus, com apenas 14%, ficando à frente apenas do México, com 12%, e Venezuela, com 11%.

Para Pedro Tourinho, professor de saúde da família da PUC-Campinas e médico sanitarista especializado em medicina preventiva e social, o principal responsável pela má performance brasileira no combate a pandemia é o governo, especialmente o presidente da República, que promoveu a desinformação entre os brasileiros com seus discursos sobre a “gripezinha” e a cloroquina, e com atos de desrespeito público a normas de prevenção da doença.

“O principal prejuízo, na minha opinião, foi que o Bolsonaro boicotou as orientações de isolamento social. A cloroquina foi parte desse combo, porque ele vendeu às pessoas uma falsa cura, como bom charlatão que ele é. Isso fez com que muitas pessoas topassem se expor a um risco maior, e isso indiscutivelmente levou a dezenas de milhares de mortes.”

Até o fechamento desta reportagem, o Brasil registrava mais de 2 milhões de casos confirmados da Covid-19 e quase 80 mil mortes decorrentes do vírus.

Fonte: https://www.brasil247.com/saude/parente-de-paciente-morta-por-cloroquina-lamenta-uso-de-remedio-alardeado-por-bolsonaro

PF prende quatro do esquema de Serra em investigação sobre caixa 2


A Polícia Federal cumpre quatro mandados de prisão em uma investigação sobre suposto caixa 2 na campanha de José Serra ao Senado em 2014. De acordo com as investigações, o tucano recebeu cifras milionárias em doações não contabilizadas. Um dos presos é o empresário José Seripieri Júnior, fundador e ex-presidente da Qualicorp

21 de julho de 2020, 07:17 h Atualizado em 21 de julho de 2020, 07:42

José Serra José Serra (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)


247 - A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (21) mandados em uma investigação sobre suposto caixa 2 na campanha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ao Senado em 2014. De acordo com as investigações, o tucano recebeu R$ 5 milhões em doações não contabilizadas.

Vale ressaltar que as apurações não são referentes apenas a 2014, quando ele ainda não tinha o mandato de senador. Um dos mandados de prisão é contra o empresário José Seripieri Júnior, fundador e ex-presidente da Qualicorp.

Agentes da PF cumprem quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu.

No começo deste mês, a Operação Lava Jato denunciou o ex-governador por lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, entre 2006 e 2007, ele usou seu cargo para receber da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios nas obras do Rodoanel Sul.

No âmbito desta denúncia, o Judiciário bloqueou R$ 40 milhões em conta usada por Verônica, filha dele, para receber propinas.

O ex-governador havia marcado em 2016 um encontro com integrantes da Odebrecht e pediu para ser poupado das delações.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/pf-cumpre-mandados-em-investigacao-sobre-suposto-caixa-2-de-serra

Lava Jato usou lei dos EUA para punir empresas brasileiras em conjunto com governo americano


A operação Lava Jato atuou ao lado de autoridades dos EUA para aplicar o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) e punir empresas brasileiras. A lei permite que autoridades estadunidenses investiguem e punam fatos ocorridos em outros países. Para especialistas, ela é instrumento de exercício de poder econômico e político dos norte-americanos no mundo

21 de julho de 2020, 09:50 h Atualizado em 21 de julho de 2020, 09:54Deltan Dallagnol, Polícia Federal e FBI Deltan Dallagnol, Polícia Federal e FBI (Foto: Agência Brasil | Reuters)

Conjur - Os procuradores da operação "lava jato" atuaram junto a autoridades dos EUA na aplicação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) para punir empresas brasileiras. A norma permite que autoridades norte-americanas investiguem e punam fatos ocorridos em outros países. Para especialistas, ela é instrumento de exercício de poder econômico e político dos norte-americanos no mundo.

O FCPA foi editado em 1977. O objetivo original da norma era punir empresas norte-americanas que subornassem funcionários públicos no exterior. A lei proíbe que companhias dos EUA ou estrangeiras que tenham valores mobiliários negociados em bolsa no país, além de seus funcionários, cidadãos norte-americanos e estrangeiros na nação, de pagar, prometer pagar ou autorizar pagamento de dinheiro ou objeto de valor para servidor de governo estrangeiro ou para obter negócios. Além disso, o FCPA abrange lavagem de dinheiro. Qualquer operação que tenha passado pelo sistema financeiro norte-americano pode justificar a abertura de uma investigação no país.

Há ainda outros casos em que os EUA costumam justificar sua competência com base no FCPA, chamados por eles de the long arm of Justice, afirmou o especialista em Direito Internacional Jorge Nemr, sócio do Leite, Tosto e Barros Advogados, em entrevista à ConJur em 2016.

"Por exemplo, às vezes a competência é atraída pelo fato de a empresa ter uma filial nos EUA, uma subsidiária, um escritório de representação. Muitas vezes, o mero fato de haver um servidor baseado nos EUA ou de uma reunião ter sido feita lá já serve de justificativa. Na cabeça dos norte-americanos, eles são quase que como a polícia do mundo, essa é a grande verdade. Então, qualquer coisa relacionada a eles justifica sua jurisdição, e para eles é o suficiente para abrir algum tipo de investigação."

Com o passar do tempo, o FCPA passou a ser aplicado por autoridades norte-americanas para ampliar a jurisdição dos Estados Unidos ao redor do mundo, "numa verdadeira guerra econômica e geopolítica subterrânea", apontam os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins, que defendem o ex-presidente Lula na "lava jato".

Segundo eles, o FCPA é uma das normas mais usadas para a prática de lawfare, que eles conceituam como "a cooptação do poder do Estado para fazer uso estratégico do direito para fins políticos, geopolíticos, comerciais e militares". Os dois, em conjunto com Rafael Valim, são autores do livro Lawfare: uma introdução (Contracorrente).

Jorge Nemr destacou que o uso da norma só foi ampliado mais recentemente, com justificativas econômicas. "O FCPA é uma lei da década de 1970, mas só começou a ser realmente usado pelos EUA após a crise econômica de 2008. Foi uma forma de ajudar as empresas locais. A diferença do Brasil e dos EUA é que no Brasil o privado trabalha para o público, e nos EUA o público trabalha para o privado."

A ampliação indevida do FCPA, destacam os Zanin Martins, só foi possível porque países estrangeiros concordaram com a interferência dos EUA em seus territórios. Eles ressaltam que um guia editado pelo governo norte-americano em 2020 ampliou ainda mais o conceito de funcionário público para fins de aplicação da norma.

Há quem afirme que o FCPA viola o princípio da territorialidade do Direito Penal e a soberania dos países. Porém, é delicado contestar a lei, opinou Nemr. "Questionar essa norma é um completamente imoral. Alguém vai questionar que você não pode corromper funcionário público? Abertamente, esse questionamento nunca foi feito."

Interferência no Brasil

O Brasil chegou a responder por cerca de 30% dos valores arrecadados pelo Tesouro norte-americano com base no FCPA, ressaltam Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins, lembrando que há diversos outros procedimentos em curso envolvendo a lei e companhias brasileiras.

"Por isso, as empresas brasileiras precisam estar efetivamente preparadas para se defender de acusações baseadas na FCPA, porque elas podem ser atingidas até mesmo por frágeis elementos de conexão, como um e-mail que tenha transitado por servidores nos EUA, reuniões que tenham sido realizadas naquele país, dentre outras construções que estão sendo aplicadas para tentar configurar a operacionalização dos negócios a partir do território norte-americano. Não raramente os litígios envolvendo a aplicação do FCPA são decisivos para a empresa (bet-the-company), porque podem leva-las à ruína", alertam os advogados.

E agentes do Estado brasileiro ajudaram os EUA a punir empresas com base no FCPA, citam os Zanin Martins. Eles apontam que os procuradores da operação "lava jato" atuaram junto com autoridades norte-americanas, como Federal Bureau of Investigation (FBI, equivalente à Polícia Federal), Department of Justice (DOJ, equivalente ao Ministério da Justiça), Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários) e Nacional Security Agency (NSA, equivalente à Agência Brasileira de Inteligência), na aplicação do FCPA contra empresas brasileiras e seus executivos.

Essa atuação, ressaltam, levou executivos à prisão nos EUA e ao pagamento de "valores estratosféricos" a título de multa em favor do Tesouro norte-americano. Também com o aval da "lava jato", contam os advogados, foram colocados monitores norte-americanos em empresas brasileiras para acompanhar suas atividades. "Segundo os nossos estudos, algumas dessas empresas tiveram suas atividades comerciais arruinadas ou severamente prejudicadas. A Embraer, por exemplo, quase foi vendida para a Boeing após passar pelos procedimentos do FCPA", declaram.

O DOJ, com base no FCPA, aplicou multas bilionárias a empresas brasileiras investigadas na "lava jato". A Petrobras concordou em pagar US$ 1,78 bilhão em 2018 para encerrar as investigações. Já a Odebrecht aceitou pagar US$ 2,6 bilhões a Brasil, Suíça e EUA. Este país recebeu US$ 93 milhões.

'Ajuda' espontânea

Além disso, conforme a ConJur já vem noticiando desde 2018, a força-tarefa atuou de forma próxima do FBI em muitas etapas da investigações, pedindo auxílio técnico sem passar pelos canais formais e compartilhando mais com os norte-americanos sobre o andamento dos processos do que com as autoridades brasileiras.

Talvez o principal exemplo dessa proximidade seja o da norte-americana Leslie R. Backschies, designada em 2014 para ajudar nas investigações brasileiras. A história foi contada pela Agência Pública, em uma reportagem da série da "vaza jato". Leslie participou de palestras de procuradores do DOJ e agentes do FBI a integrantes do Ministério Público Federal para ensinar o funcionamento do FCPA.

Atualmente, Leslie comanda a Unidade de Corrupção Internacional do FBI, a mesma que inaugurou um escritório em Miami só para investigar casos de corrupção em países estratégicos na América do Sul. O foco da unidade é a própria especialidade de Leslie: a aplicação do FCPA.

A "vaza jato" também mostrou que os procuradores tentavam driblar o governo brasileiro sempre que possível nos casos de "cooperação" com os Estados Unidos. Em 2015, por exemplo, procuradores ligados ao DoJ e ao FBI fizeram uma visita ao MPF brasileiro, que não foi informada ao Ministério da Justiça, órgão responsável por intermediar a cooperação internacional. Também não passou pelos canais oficiais um pedido de ajuda feito ao FBI para "hackear" os sistemas da Odebrecht quando o material ainda estava na Suíça.

Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins não sabem dizem por que a "lava jato" quis ajudar o governo dos EUA. Eles ressaltam, contudo, que os norte-americanos destinaram R$ 2,5 bilhões para a constituição de uma fundação que teria a ingerência de membros do Ministério Público que, direta ou indiretamente, atuaram na aplicação da FCPA no Brasil.

O fundo foi alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal e, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, acabou sendo dividido entre o combate aos incêndios na Amazônia e programas estaduais de enfrentamento à epidemia de Covid-19 no país.

Fonte: https://www.brasil247.com/poder/lava-jato-usou-lei-dos-eua-para-punir-empresas-brasileiras-em-conjunto-com-governo-americano

Tribunal de Justiça de São Paulo reafirma absolvição de Haddad no processo de caixa 2 da UTC


O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a absolvição do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) da acusação de improbidade administrativa. A denúncia foi a de que ele teria sido favorecido pela empresa UTC Engenharia

21 de julho de 2020, 09:18 h Atualizado em 21 de julho de 2020, 09:54

Fernando Haddad Fernando Haddad 

247 - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve por unanimidade, nesta segunda-feira (20), a sentença de primeira instância que absolveu o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) da acusação de improbidade administrativa. A informação é do blog do Fausto Macedo. O Ministério Público (MP-SP) moveu a ação com base na delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-dirigente da empresa UTC Engenharia e delator na Operação Lava Jato. Segundo ele, a companhia teria pagado, a pedido do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, dívidas da campanha do ex-prefeito datadas de 2012 com uma gráfica em troca de futuros benefícios.

Vale ressaltar que o juiz Thiago Baldani Gomes De Filippo, da 8ª Vara de Fazenda de São Paulo, já havia rejeitado a ação, em dezembro do ano passado. De acordo com o magistrado, à época, Haddad não era prefeito e não houve demonstração de benefícios obtidos pela UTC na gestão do petista.

O juiz também apontou impossibilidade de utilização da colaboração premiada do ex-dirigente da empresa UTC Engenharia, que não havia sido autorizada pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Lava Jato, e de adesão do MP-SP ao acordo celebrado com Ministério Público Federal.

Fonte: https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/tribunal-de-justica-de-sao-paulo-reafirma-absolvicao-de-haddad-no-processo-de-caixa-2-da-utc

segunda-feira, 20 de julho de 2020

China pondera retaliação contra Nokia e Ericsson se países da UE excluírem Huawei das redes 5G


Sede da Huawei em Reading, Reino Unido, 14 de julho de 2020

© REUTERS / Matthew Childs

Europa

13:06 20.07.2020URL curta

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China não descarta retaliação contra a companhia finlandesa Nokia e a empresa sueca de telecomunicações Ericsson se os países da União Europeia (UE) seguirem os passos do Reino Unido e EUA de excluir a Huawei do desenvolvimento da rede 5G.

De acordo com The Wall Street Journal, que cita pessoas que acompanham o assunto, Pequim considera impor controles de exportação que impedirão as empresas Nokia e Ericsson de enviar os produtos que fabricam na China a outros países.

No entanto, o WSJ ressalta que Pequim só aplicaria estas medidas no caso do pior cenário, se os países europeus proibirem efetivamente a utilização de equipamentos de fornecedores chineses para redes 5G.

Anteriormente, tanto Nokia como Ericsson anunciaram que estavam prontas para avançarem após o Reino Unido decidir banir a Huawei de sua rede 5G.

Diretor-executivo da Nokia no Reino Unido e Irlanda, Cormac Whelan, afirmou que a empresa tinha capacidade para substituir rapidamente e em larga escala todos os equipamentos da Huawei nas redes do Reino Unido.

Por sua vez, Arun Bansal, presidente da Ericsson para Europa e América Latina, disse que a companhia estava pronta para trabalhar com os operadores do Reino Unido para cumprir seu calendário, sem quaisquer interrupções para os clientes.

Na semana passada, o ministro da Cultura do Reino Unido, Oliver Dowden, anunciou que o governo britânico proibirá a compra de novos equipamentos para redes 5G produzidos pela Huawei a partir de 31 de dezembro, enquanto os equipamentos e componentes da empresa chinesa já instalados nas redes 5G no território britânico serão retirados até 2027

Fonte:https://br.sputniknews.com/europa/2020072015850003-china-pondera-retaliacao-contra-nokia-e-ericsson-se-paises-da-ue-excluirem-huawei-das-redes-5g/

EUA combatem China à custa de seus próprios aliados, avalia especialista


Nova loja principal da Huawei antes da abertura oficial em 24 de junho em Xangai, em meio à propagação da doença do coronavírus (COVID-19), China, 23 de junho de 2020


© REUTERS / Aly Song

Análise

11:44 20.07.2020(atualizado 13:51 20.07.2020) URL curta

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Em agosto, os EUA vão impor um bloqueio para companhias que utilizam partes produzidas pela Huawei e por outras companhias chinesas.

Conforme analisa a Nikkei Asian Review, esta decisão afetará mais de 800 empresas japonesas. Agências federais dos EUA não poderão assinar ou renovar contratos com companhias que usem produtos ou serviços da Huawei, ZTE, Hangzhou Hikvision Digital Technology, Zhejiang Dahua Technology e Hytera Communications.

Washington afirma que as empresas chinesas representam um risco de vazamento de informações sensíveis para Pequim. O bloqueio passará a ser válido desde 13 de agosto, depois dessa data as companhias que almejam contratos com órgãos federais norte-americanos deverão provar que não usam produtos banidos.

Sede da Huawei em Reading, Reino Unido, 14 de julho de 2020

© REUTERS / Matthew Childs

Sede da Huawei em Reading, Reino Unido, 14 de julho de 2020

Contudo, ainda não está bem definido o que Washington reconhece como uso de serviços e produtos chineses.

"Não está claro o quão longe será necessário ir para garantir que produtos das cinco companhias não estão sendo usados", afirmou Ryo Okubo, codiretor do escritório da Nagashima Ohno & Tsunematsu em Nova York, conforme cita a Nikkei Asian Review, acrescentando que "empresas japonesas devem ficar em alerta".

A mudança, efetivamente, obrigará companhias japonesas a optarem entre fornecedores chineses e vendas no mercado norte-americano, analisa em entrevista à Sputnik China, Zhou Yongsheng, professor da Universidade de Relações Internacionais da China.

"Ataques a Huawei e outras companhias chinesas perseguem um único objetivo principal – atrapalhar o desenvolvimento científico e tecnológico da China. Para os EUA é necessário remover a concorrência. Desse ponto de vista, o ataque à Huawei é nada menos que o desejo dos EUA de conservar, com todos os meios e forças, sua posição como líder tecnológico mundial [...]", avaliou o especialista.

As ações norte-americanas possuem um efeito negativo nas próprias empresas do país. Por exemplo, devido às sanções, a Qualcomm, que obtém 60% de seu lucro graças às vendas ao mercado chinês, terá grandes perdas.

Publicidade da rede 5G desenvolvida pela empresa Qualcomm dos EUA

© AP Photo / John Locher

Publicidade da rede 5G desenvolvida pela empresa Qualcomm dos EUA

Em 2019, a Huawei realizou compras no valor de US$ 18 bilhões (R$ 96,9 bilhões) dessa empresa dos EUA especializada em semicondutores. Além destes exemplos, existem diversas outras empresas na China que realizam importações de materiais tecnológicos dos EUA em grande escala.

"Eu acredito que na atual situação é pouco provável que os aliados dos EUA se oponham de alguma forma às exigências dos EUA [...] Até mesmo em relação à Alemanha é difícil afirmar se para ela será possível demonstrar seu desacordo com a posição dos EUA", comenta Zhou Yongsheng.

De fato, considerando a situação atual, a Alemanha busca manter um razoável nível de neutralidade. Portanto, apesar da pressão política de Washington, Berlim não se apressa em arriscar os interesses econômicos do país.

Desta forma, dias após o Reino Unido excluir a Huawei do desenvolvimento de sua rede 5G, as autoridades alemãs afirmam que atualmente não existe nenhuma base para alterar a política alemã em relação à companhia chinesa.

No momento, é difícil precisar se Washington terá sucesso em suas investidas contra a China em outros países. As tensões entre os dois gigantes econômicos entram em novos setores, desafiando a recuperação da economia mundial, fortemente afetada pela crise do coronavírus.

Fonte: https://br.sputniknews.com/opiniao/2020072015849440-eua-combatem-china-a-custa-de-seus-proprios-aliados-avalia-especialista/

Bohn Gass defende votação dos projetos da agricultura familiar e do Fundeb e denuncia que o governo trabalha contra


Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

O deputado Bohnh Gass (PT-RS) cobrou, na sessão virtual dessa quinta-feira (16), a votação de duas propostas fundamentais para o País: a proposta de emenda à Constituição (PEC 15/15), que cria o novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e o projeto de lei (PL 735/2020), que dispõe sobre ações emergenciais para a agricultura familiar durante a pandemia. “Estranhamente, esses temas previstos para esta semana não entraram em pauta. Ficaram para a próxima semana. O governo está trabalhando para não aprovar esses projetos”, denunciou.

Na avaliação do deputado, se a Câmara não votar o novo Fundeb e nem o PL da agricultura familiar, o Parlamento está diminuindo a sua força. “Isso não pode acontecer, pois nós, mesmo contra a vontade de Bolsonaro, já aprovamos temas importantes para o enfrentamento da pandemia, como os temas do emprego e da saúde”, citou.

“Imagina não aprovar um Fundeb permanente?”, questionou o deputado, alertando que o ministro da Economia, Paulo Guedes, já propôs usar parte dos recursos destinados ao fundo da educação para a área social. “Não! Eles precisam ser permanentes e integralmente para a educação. Essa é a nossa cobrança! Por isso: #FundebPermanenteJá”, defendeu.

Agricultura familiar

Em defesa do projeto da agricultura familiar, de autoria da Bancada do PT, Bohn Gass citou que no Brasil 70% da comida que é consumida são produzidas pela agricultura familiar. “Essa agricultura familiar não tem mais o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) porque, depois do golpe, quando tiraram a presidente Dilma Rousseff do poder, acabaram como ele”, lamentou.

O deputado frisou que não há mais Plano Safra específico para quem produz alimento neste País. “Isso é um absurdo! Nós cobramos isso do governo Bolsonaro, mas ele não o fez. Estimulou o Plano Safra praticamente só para commodities de latifúndios para exportação. É a primeira vez no Plano Safra que o juro é mais alto do que a Taxa Selic, ou seja, não há mais o subsídio do governo no aporte, como é preciso”, lamentou.

Bohn Gass explicou que o PL 735/20 foi construído com as entidades, com os movimentos, com os sindicatos, com diferentes partidos e com um conjunto de técnicos da área que dialogam com a produção de alimentos neste País. “A esse projeto de lei foram apensados mais de 20 projetos de vários colegas. Quero saudar todos eles por estarem envolvidos na construção desse projeto urgente e, espero que ele possa, de fato, conforme foi dito pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia, ser votado na semana que vem”, cobrou.

O deputado reforçou que o PL 735 é fundamental para garantir um Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) emergencial, para assegurar a assistência técnica e extensão rural e para a renegociação das dívidas dos agricultores.

Bohn Gass conclui defendendo ainda a derrubada do veto do presidente Bolsonaro ao auxílio emergencial de R$ 600 para os pequenos agricultores. “A nossa bancada vai continuar defendendo os interesses da população brasileira contra o descaso, contra o desleixo e contra os vetos que o presidente tem apostado e colocado nos projetos pelos quais lutamos”.

Vânia Rodrigues

Fonte: https://ptnacamara.org.br/portal/2020/07/17/bohn-gass-defende-votacao-dos-projetos-da-agricultura-familiar-e-do-fundeb-e-denuncia-que-o-governo-trabalha-contra/