Governador do Piauí reage à operação da PF desfechada contra ele e sua família na manhã desta segunda-feira e qualifica a ação de "ridícula". Em nota, explica todo o caso. E adverte: "muitos espetáculos ainda virão"
27 de julho de 2020, 10:07 h Atualizado em 27 de julho de 2020, 11:40 Governador do Piauí, Wellington Dias (Foto: Divulgação)
247 - O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), reagiu à operação da Polícia Federal deflagrada contra à sua gestão - trata-se de uma ostensiva do governo Jair Bolsonaro em cima de governos estaduais. De acordo com o governador, "muitos espetáculos ainda virão".
"Ainda bem que temos a lei de abuso de autoridade e estamos tratando com advogados sobre isto", afirmou ele, ao comentar a ação da PF contra supostas fraudes em licitações de transporte escolar. Ele disse, ainda, que a ação da PF "fica mais ridícula e desnecessária por que estamos falando de um fato de 2013" quando ele nem era governo, com operação em 2020.
Leia a íntegra da nota:
Mais um espetáculo em nome de investigação. Desta operação já é o terceiro espetáculo, um processo que vem de 2013, quando eu nem era governo, em contratos que seguia um padrão nacional, pagamento por quilômetro rodado. Quando a Sec Rejane assumiu a Sec da Educação em 2015, tinha que começar as aulas em fevereiro, os contratos estavam vencendo e, com base em parecer técnico e na lei, considerando a necessidade de não prejudicar aos alunos que precisavam de transporte escolar, foi renovado o contrato, dando tempo para nova licitação e novos contratos. Fizemos uma mudança que hoje é modelo para outros Estados e municípios, em que passamos a pagar por aluno transportado, como se paga uma passagem de ônibus.
Neste caso, como diz o processo, o Estado seria vítima, alegação é que algum contratado pudesse cobrar uma quantidade de km rodado maior que o tamanho das rotas.
Fica mais ridícula e desnecessária por que estamos falando de um fato de 2013, com operação em 2020, quando a ex Secretaria da Educação, hoje deputada federal, se prontificou a colaborar, por duas vezes nos últimos meses se colocou a disposição para prestar depoimento, para repassar todo e quakquer documento ou equipamento que precisar, fez questão de registrar assim, e foi dito que não era possível ela depor agora por que tinha a pandemia e estavam suspensos os depoimentos.
A operação na Câmara, na casa onde hoje quem mora é nosso filho e família, que nunca trabalharam para o estado. Ele é médico e salvando vidas pegou coronavirus... o espetáculo está feito. Ela afirma que a vida inteira agiu na forma da lei, está com a consciência tranquila, pronta para colaborar, e espera agora o direito de ser ouvida.
Acho eu que, infelizmente, muitos espetáculos ainda virão. Ainda bem que temos a lei de abuso de autoridade e estamos tratando com advogados sobre isto
Veja agora a matéria publicada pelo Brasil 247 sobre o assunto:
A Polícia Federal fez buscas na casa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), no gabinete da primeira-dama e deputada Rejane Dias (PT), em Brasília, em empresas e na casa do irmão da deputada, e na sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Teresina. Ação integra ofensiva prometida pelo governo Bolsonaro contra governadores de oposição.
De acordo com a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar. Em nota, a Seduc afirmou que está "colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Federal e sempre se colocou à total disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos, visando a transparência e o correto funcionamento da administração pública". Os relatos foram publicados no portal G1.
A deputada Rejane Dias disse que "recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação" e que está à disposição para esclarecer o caso. "Durante seu exercício à frente da Secretaria de Educação, a parlamentar sempre se portou em observância às Leis, tendo em vista a melhoria dos índices educacionais e a ampliação do acesso à educação dos piauienses".
Segundo a PF, entre 2015 e 2016, servidores da cúpula administrativa da Seduc teriam se associado a empresários do setor de locação de veículos e desviado, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).
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