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terça-feira, 31 de maio de 2022

Putin se solidariza com vítimas das chuvas no Nordeste brasileiro


“Aceitem nossas profundas condolências em relação às trágicas consequências das chuvas e enchentes nos estados nordestinos”, disse o presidente da Rússia

30 de maio de 2022, 14:43 h Atualizado em 30 de maio de 2022, 16:09

www.brasil247.com - (Foto: Reprodução | Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS)

247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  encaminhou uma mensagem de condolências e solidariedade às vítimas das fortes chuvas que assolam o Nordeste e que em Pernambuco já deixaram ao menos 91 mortos e mais de 5 mil desabrigados.

“Aceitem nossas profundas condolências em relação às trágicas consequências das chuvas e enchentes nos estados nordestinos”, diz Putin na mensagem endereçada a Jair Bolsonaro, de acordo com o Kremlin.

“Compartilhamos na Rússia a tristeza dos que perderam seus entes queridos e esperamos a recuperação rápida de todas as vítimas”, completou.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/putin-se-solidariza-com-vitimas-das-chuvas-em-pernambuco

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Celso Rocha de Barros: "Se uma coisa ruim acontece no mundo, Bolsonaro faz com que seja pior no Brasil"


Colunista da Folha de S.Paulo comenta os dados de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas sobre a fome

30 de maio de 2022, 05:33 h Atualizado em 30 de maio de 2022, 06:03

www.brasil247.com - Celso Rocha de Barros e Jair Bolsonaro

Celso Rocha de Barros e Jair Bolsonaro

247 - O colunista da Folha de S.Paulo Celso Rocha de Barros comenta nesta segunda-feira (30) o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre insegurança alimentar no final de 2021 ao redor do mundo. "A porcentagem de brasileiros que relatou não ter tido dinheiro para alimentar a si mesmo ou a seus familiares em algum momento dos últimos 12 meses subiu de 30% para 36%", pontua, chamando a atenção para o fato de que pela primeira vez desde que a pesquisa é feita, o percentual brasileiro é maior do que a média mundial (35%).

"Como se pode imaginar, o problema foi muito pior entre os brasileiros mais pobres. Em 2021, 75% dos cidadãos que compõem os 20% mais pobres da população brasileira ficaram sem dinheiro para comer ou para alimentar suas famílias em algum momento. Três quartos".

"Como notam os pesquisadores da FGV, a proporção de brasileiros a quem faltou dinheiro para comprar comida é próxima da proporção entre os cidadãos do Zimbábue, em que 80% da população relataram ter passado pela mesma aflição".

"A tragédia da fome bolsonarista é uma tragédia feminina. A insegurança alimentar masculina, na verdade, caiu um ponto percentual, de 27% para 26%". "Entre as mulheres, a fome cresceu de 33% para 47%. A diferença entre homens e mulheres no Brasil é seis vezes maior do que no resto do mundo. É altamente provável que fome de mulher seja sinônimo de fome de criança."

O colunista chega a uma conclusão que se tornou majoritária na população brasileira. "A lição é clara: vote para presidente supondo que o (a) eleito (a) pode ser o (a) responsável por conduzir o Brasil durante crises de vida ou morte.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/celso-rocha-de-barros-se-uma-coisa-ruim-acontece-no-mundo-bolsonaro-faz-com-que-seja-pior-no-brasil

Nassif: Arthur Lira tem que ser detido


"Sua última tentativa é um projeto de lei obrigando o BNDES a vender sua participação na Petrobrás. Bastaria isso para consumar-se o golpe", diz o jornalista

28 de maio de 2022, 11:04 h Atualizado em 28 de maio de 2022, 11:05

www.brasil247.com - Arthur Lira Arthur Lira (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

Por Luis Nassif, GGN - Quando o país for redemocratizado novamente, o presidente da Câmara Arthur Lira será investigado, denunciado, condenado e, espero, preso. Mas, até lá, poderá produzir desastres irreversíveis.

Sua última tentativa é um projeto de lei obrigando o BNDES a vender sua participação na Petrobrás. Bastaria isso para a União deixar de ser controladora da empresa, e consumar-se o golpe, pior ainda do que o perpetrado por Pedro Parente, ao decidir administrativamente basear-se no Preço de Paridade de Importação para os preços internos da Petrobrás.

Leia a íntegra no GGN.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/nassif-arthur-lira-tem-que-ser-detido

Comparecimento de 54,9% do eleitorado é o mais alto na Colômbia no século 21


Em 2014, 47,4% votaram; em 2010, 43,9%; em 2006, 44,7% e em 2002, 46%

30 de maio de 2022, 04:05 h Atualizado em 30 de maio de 2022, 04:05

www.brasil247.com - (Foto: ARN/Reprodução)

ARN - Compareceram às eleições presidenciais neste domingo na Colômbia 54,9% do eleitorado, um recorde neste século.

Na Colômbia, o voto não é obrigatório. Neste domingo, 39.002.239 colombianos puderam votar entre os seis candidatos presidenciais. Quase um milhão deles vivem fora do país.

De acordo com os dados publicados pelo Registro Nacional do Estado Civil da Colômbia, com 99,97% das mesas de votação apuradas,, 54,9% dos eleitores cadastrados compareceram. Os votos nulos foram 1,13% e os brancos 1,73%.

Nas eleições de 2018, 53% votaram. Até agora neste século, essas duas últimas eleições foram as únicas em que 50% foi ultrapassado.

Fonte:

https://www.brasil247.com/americalatina/comparecimento-de-54-9-do-eleitorado-e-o-mais-alto-na-colombia-no-seculo-21-w6bec4at

Quem é Rodolfo Hernández, que vai disputar o segundo turno com Gustavo Petro na Colômbia


Assim como Jair Bolsonaro, Hernández faz uso de palavrões e adjetivos pouco delicados e classifica como um 'gesto espontâneo'

29 de maio de 2022, 20:31 h Atualizado em 29 de maio de 2022, 20:58

www.brasil247.com - (Foto: JEISON GUTIERREZ AFP)

247 - Com discurso xenofóbico e misógino, além de frases curtas de efeito, vídeos no TikTok e estilo bolsonarista, Rodolfo Hernández será o adversário de Gustavo Petro, de esquerda, no segundo turno das eleições colombianas.

"Entre as propostas do candidato estão o corte de gastos, a redução do número de embaixadas e consulados e, de maneira genérica, "o fim da corrupção". Ele também prometeu fazer uma "limpeza" na Federação Colombiana de Futebol, que considera corrupta. Por outro lado, é a favor da legalização das drogas, como forma de acabar com o narcotráfico", destaca reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Assim como Jair Bolsonaro, Hernández faz uso de palavrões e adjetivos pouco delicados e classifica como um gesto espontâneo. Chegou a dizer que o Corpo de Bombeiros local era formado por "gordos e preguiçosos".

Ele também fez uso em sua campanha de marchas de motos e caminhonetas, conhecidas aqui como "motociatas" e lá é chamada de "rodolfonetas".

"Bem-vindos à caravana rodolfista. Participem de carro, caminhão, trator, moto, cavalo, burro ou mesmo a pé", dizem os posts. Nos comícios, apoiadores usam camisetas com frases como "eu apoio o velhinho", referência aos 76 anos de idade de Hernández.

Ele é filho de um alfaiate e de uma gerente de tabacaria, Fez fortuna no ramo imobiliário no departamento de Santander, no norte do país.

Apesar de se vender como "outsider", não é um desconhecido no meio político. Foi prefeito de Bucaramanga, capital da região, e deixou o cargo bem avaliado, com cerca de 50% de aprovação popular, mesmo após ter sido alvo de uma investigação por irregularidades na contratação de serviços públicos e favorecimento de familiares. Quando convocado a responder o processo referente ao caso, renunciou. O caso ainda não foi concluído.

Rodolfo Hernández fez um breve discurso após os primeiros resultados que lhe deram 28,19% dos votos.

Ele diz que chegará à presidência do país e que está ciente das dificuldades que vai enfrentar no governo. Ele tem apenas dois deputados na Câmara.

“ Não sou ingênuo quanto à resistência que haverá contra o governo determinado a acabar com a politicagem e a corrupção especial por parte de alguns dos que se sentiram donos deste país”, afirmou.

Assegurou que será “o povo colombiano” que o acompanhará “na defesa das decisões” que tomará e também será responsável por construir “a vitória no segundo turno”.

“Quero dizer a quem votou em mim que não vou falhar com vocês e não vou descansar um minuto em cumprir meu compromisso com todos vocês , meu compromisso é hoje e sempre será fazer da Colômbia um país com oportunidades para todos. , onde o governo trabalha todos os dias para o bem-estar dos colombianos, principalmente daqueles que mais precisam de apoio”, destacou.

Finte: https://www.brasil247.com/mundo/quem-e-rodolfo-hernandez-que-vai-disputar-o-segundo-turno-com-gustavo-petro-na-colombia

domingo, 29 de maio de 2022

“A presença do Império na Amazônia é assustadora” | Aldo Rebelo no 247 n...

Colômbia vai às urnas para eleição que pode trazer mudança histórica


Gustavo Petro tem a chance de, pela primeira vez, quebrar o padrão de governos de direita e alinhados com os Estados Unidos

29 de maio de 2022, 07:25 h Atualizado em 29 de maio de 2022, 07:52

www.brasil247.com - (Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)

247 - Neste domingo, 29, os colombianos vão às urnas para eleger um novo presidente. Historicamente conservadora, a Colômbia tem a chance de, pela primeira vez, quebrar o padrão de governos de direita e alinhados com os Estados Unidos.

Pouco menos de 39 milhões dos 50 milhões de colombianos podem votar entre 8h e 16h (13h00-21h GMT). Resultados são esperados 4 horas após o encerramento da votação. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, haverá um segundo turno em junho.

Gustavo Petro, ex-guerrilheiro e senador do M-19, enfrenta vários rivais, mas seu principal adversário é Federico Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín que encabeça a coalizão ligada ao atual presidente de extrema direita, Iván Duque. O magnata Rodolfo Hernández também viu um aumento tardio nas intenções de voto.

Pesquisa da Invamer, divulgada em 19 de maio, mostra a estabilidade de Petro na liderança. Se ele vencer, será quebrada a hegemonia de 24 anos de governos liberais e conservadores na Colômbia.

Cerca de 300.000 policiais e soldados armados manterão a paz em 12.000 estações de voto em todo o país, que estarão sob o olhar de observadores da Organização dos Estados Americanos e da União Europeia.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/colombia-vai-as-urnas-para-eleicao-que-pode-trazer-mudanca-historica

sábado, 28 de maio de 2022

Ipespe: 62% dizem que a economia está no caminho errado


A pesquisa do instituto mostrou também que pouco mais 30% dos entrevistam acham correta a política econômica do governo Jair Bolsonaro

27 de maio de 2022, 15:24 h Atualizado em 27 de maio de 2022, 15:55

www.brasil247.com - (Foto: Reuters)

247 - A pesquisa telefônica do Instituto Ipespe, patrocinada pela XP Investimentos e divulgada nesta sexta-feira (27), apontou que, para 62% dos brasileiros, a economia está no caminho errado. De acordo com o levantamento, 32% acham que está no rumo certo e 6% não responderam.

Os entrevistados também foram questionados sobre a inflação. Para 71%, os custos "aumentaram muito" e 24% disseram que "aumentaram". Apenas 3% consideram que os preços "ficaram iguais" e 1% que diminuíram.

A pesquisa Ipespe foi realizado com 1000 pessoas de todas as regiões do País, entre os dias 23 a 25 de maio. A margem de erro é 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95,5%.

Intenções de voto

O levantamento mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro lugar, com 45% dos votos, mais de 10 pontos percentuais à frente de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno. No segundo turno, a diferença chega a quase 20 pontos.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/ipespe-62-dizem-que-a-economia-esta-no-caminho-errado

"Com Lula, a recuperação econômica será muito rápida", diz Paulo Nogueira Batista Júnior


"Será quase como num pós-guerra, com melhoria acentuada dos indicadores, bem no início da gestão", afirma

27 de maio de 2022, 15:45 h Atualizado em 27 de maio de 2022, 15:55

www.brasil247.com - Paulo Nogueira Batista Junior e Lula Paulo Nogueira Batista Junior e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert)

247 – O economista Paulo Nogueira Batista Júnior avalia que a economia brasileira está tão contida pela má gestão atual que o processo de recuperação, após a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será extremamente rápido. "A dinâmica da recuperação econômica será rápida. Será quase um pós-guerra", diz ele.

Paulo Nogueira lembra, no entanto, que a autonomia de Lula não será total na economia. "Mas dá pra fazer muita coisa sem romper compromissos principais", afirma. "A turma da bufunfa, da Faria Lima, quer escalar o governo Lula. O banco central já está com eles. O que eles querem mais? É pedir demais querer o ministério da Fazenda", acrescenta.

O economista também falou sobre o fim melancólico do PSDB. "Nunca tive a menor simpatia pelo PSDB. Era uma falsa social-democracia. Sempre foi uma UDN dos tempos atuais. A social-democracia brasileira está em outro lugar, que é o PT. A direita tradicional brasileira para ganhar eleições tem que apelar para figuras exóticas, como Jânio Quadros, Fernando Collor e Jair Bolsonaro. Não sentiremos saudades do PSDB", afirma.

Na entrevista, ele também falou sobre o ex-juiz suspeito Sergio Moro, que se tornou réu na semana passada, pelos prejuízos causados ao Brasil. "Moro recebe a merecida lei do retorno. Figura nefasta, que muito mal causou ao Brasil. Fez o serviço de destruir empresas importantes. É um tremendo quinta coluna. Terem tratado esse medíocre como herói mostra o grau de decadência da classe média brasileira", aponta.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/com-lula-a-recuperacao-economica-sera-muito-rapida-diz-paulo-nogueira-batista-junior

“Erro mais grosseiro de Bolsonaro foi se aliar ao vírus contra a população brasileira”, diz César Calejon


Jornalista analisa o resultados das pesquisas e afirma que a estratégia de campanha petista está funcionando

27 de maio de 2022, 20:24 h Atualizado em 27 de maio de 2022, 21:08

www.brasil247.com - (Foto: Adriano Machado/Reuters | Reprodução)

247 - O jornalista César Calejon analisou o resultado das pesquisas de intenção de votos que apontam vantagem do ex-presidente Lula na corrida presidencial.

Para ele, o resultado das pesquisas demonstram que a estratégia de campanha lulista está funcionando, mas salientou que a característica individual do ex-presidente tem peso determinante.

“Lula tem uma capacidade de resiliência e inteligência que o Bolsonaro nunca vai ter. Outros líderes que têm viés autocrático no mundo, como o Trump e outros, foram capazes de fazer uma correção de rota. Adotaram uma postura alinhada ao vírus, estimulando a disseminação, mas perceberam que a coisa era muito mais complicada do que se pensava inicialmente e foram capazes de fazer a correção de rota. O Bolsonaro não mudou uma única postura”, destacou Calejon.

Segundo ele, o que Bolsonaro está enfrentando hoje é consequência da tragédia que ele promoveu no Brasil. “É também resultado de uma incapacidade de aprender. Ele é um sujeito limítrofe, assim como todas as pessoas que se alinham com esse movimento sócio-político”, frisou.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/erro-mais-grosseiro-de-bolsonaro-foi-se-aliar-ao-virus-contra-a-populacao-brasileira-diz-cesar-calejon

Aliança por um mundo multipolar: especialistas de Mercosul e Rússia discutem desenvolvimento mútuo

14:34 27.05.2022

Bandeiras expostas durante encontro do Mercosul em Mendoza, na Argentina (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 27.05.2022

© AFP 2022 / Juan Mabromata

O grupo midiático Rossiya Segodnya (do qual a Sputnik também faz parte), com o apoio do Fundo de Diplomacia Pública Alexander Gorchakov e da organização autônoma não comercial Centro de Apoio a Programas Humanitários e Educativos, organizou uma conferência on-line dedicada à cooperação dos países do Mercosul com a Rússia.

O evento foi a continuação da série de videoconferências no âmbito do projeto "Processos integracionais da Rússia com organizações intergovernamentais estrangeiras e grupos regionais".

Participaram da discussão o especialista em relações internacionais e conselheiro para assuntos internacionais do chefe da administração de Buenos Aires, Marcelo Brignoni (Argentina); o vice-diretor científico do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia e professor da Faculdade de Economia Mundial e Assuntos Internacionais da Escola Superior de Economia (ESE), Dmitry Rozental (Rússia); o vice-presidente do Centro de Estudos Nacionais de Desenvolvimento Alternativo (CENDA), José Manuel Riesco Larraín (Chile); o diretor do Centro de Estudos Ibero-Americanos da Universidade Estatal de São Petersburgo, Viktor Jeifets (Rússia); o diretor-geral e fundador do portal Opera Mundi, Breno Altman (Brasil); o diretor do Centro de Programas Ibero-Americanos da Universidade Estatal Linguística de Moscou, Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário Yan Burliay (Rússia); o presidente da Associação da Imprensa Uruguaia (APU, na sigla em espanhol), Fabián Cardozo (Uruguai); e o diretor do Centro para a Cooperação Técnico-Científica e Inovativa com os Países Ibero-Americanos da Universidade Estatal do Sudoeste, Nikolai Frolov (Rússia).

No evento, os especialistas discutiram o estado atual das relações entre o continente latino-americano e a Rússia, os problemas que impedem a ampliação da cooperação e as perspectivas de parceria futuras.

Marcelo Brignoni, representante da Argentina, destacou a importância e a necessidade de construir um mundo multipolar: "Nós já podemos falar em um mundo multipolar, o futuro da humanidade consiste na eliminação da possibilidade de que exista uma hegemonia, que determina o nível da desigualdade, e arbitrariedade nas relações internacionais. O mundo precisa voltar ao respeito no palco internacional e ao respeito do direito internacional".

Participantes da conferência on-line dedicada à cooperação dos países do Mercosul com a Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 27.05.2022

Participantes da conferência on-line dedicada à cooperação dos países do Mercosul com a Rússia

© Sputnik / Vladimir Trefilov

Ele observou também que o Mercosul foi criado exatamente com o intuito de construir uma ordem mundial justa.

O representante do Brasil, Breno Altman, concordou com o argentino. Altman analisou as possibilidades de ampliação da cooperação entre os países da América Latina, a China e a Rússia, meditando sobre a criação de uma aliança que favoreça a consolidação do mundo multipolar e da integração regional, o desenvolvimento econômico e a proteção dos interesses nacionais.

Em seu discurso, Dmitry Rozental sublinhou que o Mercosul é um parceiro potencial interessante e importante para a Rússia, mas observou que, hoje em dia, vários problemas pendentes impedem a parceria e assinalou que é necessário assinar um acordo comercial e econômico para facilitar a aproximação mútua, que seria muito importante no futuro.

Viktor Jeifets falou sobre o aprofundamento das relações entre os países latino-americanos e a Rússia com base no BRICS (agrupamento econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Ele observou o alto nível de acordos cumpridos no seio do grupo. Jeifets manifestou a esperança de que a parceria russo-brasileira continue se desenvolvendo com a mesma dinâmica, tanto em nível bilateral quanto no âmbito do BRICS.

Além disso, o especialista duvidou da possibilidade de o BRICS ser ampliado neste momento.

Os líderes dos países do BRICS participam de encontro do bloco em Brasília, Brasil, 14 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 27.05.2022

Os líderes dos países do BRICS participam de encontro do agrupamento em Brasília, Brasil, 14 de novembro de 2019

© AP Photo / Pavel Golovkin / Pool

O chileno Riesco Larraín destacou o papel essencial da Rússia na integração regional. Ele notou que a cooperação ativa entre o Chile e a Rússia pode facilitar a adesão do Chile ao Mercosul e deu uma alta avaliação às relações econômicas entre os dois países.

Yan Burliay comentou o "novo instrumento, ou seja, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Tecnológico, que visa facilitar o intercâmbio de tecnologias de ponta entre a Rússia e países estrangeiros", manifestando a esperança de que os países do Mercosul estejam interessados nessa iniciativa. Ele sublinhou também a "necessidade de concentrar os esforços no estabelecimento de relações diretas entre a Rússia e o Mercosul".

Nikolai Frolov também falou da parceria nas áreas de novos desenvolvimentos, do espaço e das nanotecnologias. Ele contou sobre as relações amplas com universidades da América Latina, sobre o crescimento do intercâmbio internacional de estudantes, sobre o êxito de um teste de nanossatélite criado por estudantes de sua universidade e sobre a transferência de tecnologias de satélites a estudantes do Equador.

O uruguaio Fabián Cardozo sugeriu a integração e uma América Latina unida: "É muito importante que nestes momentos de complicação geopolítica o Uruguai esteja se manifestando pela paz e pela diplomacia". Ele também comentou que a mídia é a base da compreensão mútua entre países.

A série de mesas redondas prevê também encontros com especialistas dos países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), da África e do mundo islâmico. O projeto visa analisar os processos atuais de integração internacional e também favorecer a troca de opiniões sobre o papel que a Rússia desempenha neles.

Em Moscou, o chanceler brasileiro, Carlos França (à esquerda), e o chanceler russo, Sergei Lavrov, participam de coletiva de imprensa, em 16 de fevereiro de 2022 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2022

Notícias do Brasil

Brasil denuncia politização na OMS e não apoia resolução para condenar a Rússia

Fonte: https://br.sputniknews.com/20220527/alianca-mundo-multipolar-especialistas-mercosul-russia-desenvolvimento-mutuo-22823937.html

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Datafolha: Lula abre vantagem de 21 pontos, chega a 54% dos votos válidos e ganharia em 1º turno

18:45 26.05.2022

O ex-presidente Lula (PT) em Juiz de Fora, 11 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2022

© Folhapress / Eduardo Anizelli

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua vantagem para 21 pontos sobre o segundo colocado nas eleições brasileiras de 2022, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula lidera com 48% das intenções, contra 27% de Bolsonaro, de acordo com os dados divulgados pelo Datafolha nesta quinta-feira (26).

Votos brancos ou nulos somam 7%, e 4% dos eleitores responderam não saber em quem votar.

No total de votos válidos (que excluem os brancos e nulos), Lula mantém 54% e estaria virtualmente eleito em 1º turno. Neste cenário, Bolsonaro tem 30% das intenções. Trata-se do critério considerado pela Justiça Eleitoral na conclusão dos resultados do pleito.

Para ganhar em 1º ou 2º turnos, é preciso que o candidato some 50% dos votos válidos mais um. A primeira fase da disputa ocorre em 2 de outubro, enquanto que o 2º turno, caso haja, está previsto para o dia 30 do mesmo mês.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante coletiva de imprensa realizada em Brasília, 8 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 06.05.2022

Notícias do Brasil

Eleições 2022: o programa econômico de Lula resistirá até outubro?

6 de maio, 18:49

De acordo com as respostas, na terceira posição vem Ciro Gomes (PDT), com 7%. Demais postulantes ao cargo presidencial chegaram a, no máximo, 2%.

O Datafolha informou que a pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, na quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Na pesquisa anterior feita pelo instituto, Bolsonaro recuperou alguns pontos e chegou a 26%, mas a distância para o petista, que era de 17 pontos, aumentou para 21. Lula marcou 43% das intenções na ocasião.

Urna eletrônica no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), em Brasília, em 19 de setembro de 2018. - Sputnik Brasil, 1920, 11.04.2022

Notícias do Brasil

Brasil convida União Europeia pela 1ª vez para observar eleições nacionais

11 de abril, 21:06

Os dados apontam que ex-presidente Lula cresceu na pesquisa espontânea — quando não são apresentados nomes dos candidatos — com 38% (em março eram 30%). Bolsonaro tinha 23% em março e agora pontua 22%.

Ainda segundo o instituto, em votos válidos, Ciro teria no primeiro turno 8%, seguido por André Janones (Avante, 2%), Simone Tebet (MDB, 2%), Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU), estes dois com 1%. Os demais concorrentes nas eleições presidenciais não pontuariam.

Fonte: https://br.sputniknews.com/20220526/datafolha-lula-abre-vantagem-de-21-pontos-chega-a-54-dos-votos-validos-e-ganharia-em-1-turno-22815191.html

Refinaria da Petrobras é vendida por preço 55% abaixo do valor de mercado, diz Ineep

17:50 26.05.2022

Instalações da Refinaria de Paulínia (Replan), da Petrobras, em São Paulo, Brasil, 3 de maio de 2022 (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2022

© Folhapress / Luciano Claudino / Código 19

A gestão da Petrobras anunciou a venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, por US$ 34 milhões (cerca de R$ 161,8 milhões). Em nota, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, prometeu contestar judicialmente a decisão, que considera "aviltante".

A FUP anunciou que estuda, ao lado do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), os critérios adotados na transação de venda da Lubnor à Grepar Participações. Segundo estudo do Ineep, o preço está 55% abaixo da estimativa de valor de mercado da refinaria.

"De acordo com os parâmetros utilizados, a refinaria localizada no Ceará está avaliada com um valor mínimo, pelas projeções cambiais mais elevadas deste ano, de US$ 62 milhões [cerca de R$ 323,6 milhões], quando o valor negociado pela estatal com o potencial comprador foi de US$ 34 milhões [cerca de R$ 161,8 milhões]", detalhou o Ineep em nota à imprensa.

A Lubnor é apontada como uma das líderes nacionais na produção de asfalto, além de ser a única produtora nacional de lubrificantes naftênicos de usos nobres, empregados na fabricação de transformadores, amortecedores e compressores, entre outros itens.

Refinaria da Petrobras em Cubatão, São Paulo - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2022

Refinaria da Petrobras em Cubatão, São Paulo

© AFP 2022 / NELSON ALMEIDA

"Uma decisão equivocada, com possíveis efeitos perversos para a economia e o emprego nordestinos", disse em nota à imprensa o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, sobre a venda da Lubnor. "Com política equivocada, e em conjuntura de escalada dos preços dos combustíveis, da inflação, e de ameaça de desabastecimento interno de derivados de petróleo, a Petrobras se desfaz de mais um ativo no refino", acrescentou.

Na mesma nota, o presidente da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro), Mário Dal Zot, classifica a venda de "uma doação" e alerta para a criação de um "monopólio privado do mercado de asfalto da região Nordeste e Norte".

Outras refinarias vendidas também tiveram valor abaixo do mercado

A venda da refinaria segue o padrão dos últimos anos de privatização de ativos da estatal. A Petrobras afirma que pretende vender oito refinarias. A Lubnor é a terceira refinaria da empresa colocada à venda. As transações anteriores foram as da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, em novembro de 2021, e da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, em agosto de 2021.

A Rlam foi vendida à Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos. A transação teve valor de US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 8,57 bilhões). Já a Reman foi vendida por US$ 189,5 milhões (cerca de R$ 903,2 milhões) ao grupo Atem, mas a venda segue contestada judicialmente.

Segundo estimativa do Ineep, o valor das vendas estava 30% abaixo do mercado no caso da Rlam e 70% no caso da Reman.

Fonte: https://br.sputniknews.com/20220526/refinaria-da-petrobras-e-vendida-por-preco-55-abaixo-do-valor-de-mercado-diz-ineep-22814072.html

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Desindustrialização: o que explica o Brasil ter chegado a esse ponto?

14:13 25.05.2022

Linha de montagem de caminhões da montadora Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, São Paulo (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 25.05.2022

© Folhapress / Bruno Santos

Especiais

O processo de desindustrialização no Brasil é um fato, mas o país pouco fala sobre o assunto, como se não fosse uma questão urgente. Qual é a explicação para isso? Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Lucas Azeredo da Silva Teixeira avalia que é possível reverter esse processo, mas antes será preciso pensar diferente.

Houve um tempo que o Brasil sonhava em ser um país plenamente industrializado, pois havia um consenso social, entre a elite intelectual e os formadores de políticas públicas, de que o subdesenvolvimento brasileiro, responsável pela imensa massa de pobreza, decorria de o país ter focado sua economia na agricultura, com um setor industrial atrasado e primário.

O projeto de industrialização, que ganhou força na década de 1970 durante a ditadura militar, promoveu avanços consideráveis, mas também erros que, como em um efeito de bola de neve, fizeram o país chegar à situação em que se encontra: de perda de indústrias. Entre 2015 e 2020, foram extintas 36,6 mil fábricas, segundo estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Cnc).

Em meados dos anos 1970, 46% dos brasileiros viviam na zona rural. O êxodo para as cidades no período, e também ao longo dos anos 1980, expôs a condição de um país que se urbanizou rapidamente, mas com uma economia industrial pequena. As famílias vindas do campo, em geral com baixa escolaridade, conseguiram empregos apenas no setor comercial e de serviços.

Linha de produção do veículo Renegade, produzido pela Jeep, do grupo Fiat Chrysler, em sua fábrica em Goiana (PE). - Sputnik Brasil, 1920, 07.04.2022

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Este é o problema da desindustrialização no Brasil, conforme explica Lucas Teixeira, diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon), do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp): é um paradoxo que começa em um processo de industrialização equivocado, acentuado a partir dos anos 1990 em razão de uma "abertura comercial muito brusca".

Brasil no mito da globalização

O Brasil chegou a ter 30% do seu PIB extraído da sua produção industrial. Atualmente, a proporção caiu para 11%, com tendência de queda progressiva. Nos últimos anos, diversas gigantes multinacionais anunciaram que deixariam o Brasil, como a norte-americana Ford (depois de mais de 100 anos), a alemã Mercedes-Benz e a japonesa Sony. Segundo a Cnc, mais de 5 mil fábricas encerraram suas atividades em 2021.

A desindustrialização é apontada também por um relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), mostrando que a participação do setor industrial no PIB brasileiro vem caindo ano a ano. Em 2018, a indústria representou apenas 11,3% do PIB, quase metade dos 20% registrados em 1976. E por que isso está acontecendo?

Fábrica da Ford, em Taubaté, no interior de São Paulo, no dia 12 de janeiro de 2021; montadora encerrou suas operações no Brasil - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2021

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Embora se saiba dos fenômenos geopolíticos que conduziram as indústrias do mundo para o sudeste asiático, em especial para a China, Lucas Teixeira avalia que no caso do Brasil é preciso levar em conta e compreender os efeitos da "abertura comercial muito brusca nos anos 1990, associada a longos períodos de câmbio valorizado".

Ele explica que esses fatores foram fundamentais para que o país passasse a importar com mais frequência, "pois o processo ficou mais barato". Com isso, "o Brasil abriu mão de instrumentos que auxiliavam a industrialização do país. O câmbio valorizado tinha o objetivo de estabilizar a inflação, mas isso, em contrapartida, prejudicou a produção da indústria". Daí para frente, o setor industrial foi perdendo espaço para o mercado externo.

Além disso, o economista entende que o país não passou impune pela onda neoliberal que varreu o mundo no início dos anos 1990, em especial a partir da eleição de Fernando Collor. Ele aponta que o período marca "uma mudança no papel do Estado, que deixou de planejar e fazer políticas industriais com a expectativa de que a abertura comercial poderia impulsionar a economia brasileira para uma melhor situação. Havia uma crença de que o mito da globalização levaria a economia adiante".

Processo de desindustrialização diferente do de outros países

Como o tempo mostrou, o mercado não se ajustou às necessidades da indústria nacional e a globalização agravou a crise. Quando o país tentou abrir sua economia para o exterior, no governo Collor, valendo-se de um câmbio valorizado, descobriu-se que a indústria brasileira não poderia competir com os concorrentes estrangeiros e que os produtos importados eram mais baratos que os fabricados internamente.

As particularidades do processo de desindustrialização no Brasil revelam os erros na industrialização do país. Lucas Teixeira aponta que "a perda da participação da indústria no PIB, ou a redução do emprego no setor industrial, é um movimento que aconteceu em diversas economias do mundo. As economias desenvolvidas passaram por isso". O caso brasileiro, e em geral nos países subdesenvolvidos, é que chama atenção.

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"O que acontece é que, nas economias desenvolvidas, esse processo [desindustrialização] começou quando os países atingiram determinado ponto de desenvolvimento econômico, elevado nível de renda per capita, e esse emprego industrial que diminuiu deu lugar aos empregos no setor de serviços, pesquisa e desenvolvimento, e no mercado financeiro. Eles preservaram o setor de tecnologia", disse o economista.

"Em contraposição, o que aconteceu no Brasil, e em outros países em desenvolvimento, é que a desindustrialização foi prematura. Ela aconteceu antes do país se tornar desenvolvido, sem um acompanhamento da renda per capita, sem uma diversificação industrial no setor de alta tecnologia e de empregos de alta remuneração", completou.

O que deu lugar ao setor industrial, concluiu o economista, foram serviços de baixa qualidade e baixa remuneração, como entrega de alimentos, transporte de passageiros e terceirizados em geral. "Essas são algumas das características que tornam a desindustrialização brasileira algo muito danoso para o país."

'Posição muito ruim'

Lucas Teixeira afirmou que para se compreender as consequências da desindustrialização no Brasil basta olhar para o setor automotivo. "A gente exportava esses produtos e a gente parou de ter uma entrada de dólar associada a essa indústria. Quando essas indústrias somem, isso significa que temos que importá-los", disse.

A conta é simples, explicou ele. "Quando a economia brasileira cresce, isso antes repercutia no aumento de demanda pela produção interna. Se a gente não produz mais, vira uma demanda por produtos importados". Consequentemente, "se aumentarmos a importação, significa que quando a gente crescer, o déficit externo será mais alto".

Como a conta não fecha, a posição brasileira é ruim. A fuga de indústrias resultou "na perda de densidade do nosso tecido social e produtivo. Há perda de empregos de qualidade e com níveis salariais adequados. Perdemos também o dinamismo da economia", disse o economista da Unicamp, acrescentando que empregos qualificados ajudam não apenas a manter a economia do país girando, mas também desenvolver a pesquisa e a ciência.

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O problema de não estarmos olhando com atenção para o assunto é que há uma tendência internacional de organização da produção em torno de cadeias globais de valor. Isso significa, como afirmou o economista, que "à medida que a gente desindustrializa, como será a nossa inserção nessa cadeia global de produção? Seremos apenas fornecedores de matéria-prima? Isso é uma posição muito ruim, de baixo valor adicionado, que não gera emprego de qualidade".

Analogamente, é notório que os últimos governos brasileiros privilegiaram o setor agrícola para exportação de alimentos, minério e energia. De 2013 a 2019, o país perdeu mais de 28 mil indústrias e 1,4 milhão de postos de trabalho no setor. Ao mesmo tempo, valendo-se de uma política cambial (com o dólar alto) que valoriza a exportação de commodities, o Brasil viu a participação do agronegócio no PIB do país crescer progressivamente.

E como reverter a desindustrialização no Brasil?

A desindustrialização de um país é um processo de mudança estrutural. Não é algo que pode ser percebido na conjuntura. Lucas Teixeira, questionado sobre um caminho para retomar a industrialização no Brasil, recorreu a uma análise sobre o que foi feito em países mais desenvolvidos, como os EUA.

O que acontece é que nos países centrais "há uma preocupação grande com a questão do dinamismo econômico e do emprego. A preocupação do [Donald] Trump, por exemplo, era trazer empregos de volta para os EUA. Portanto, mesmo em um país como os EUA, cuja desindustrialização aconteceu durante um elevado nível de renda per capita, com bons empregos, mesmo lá havia essa preocupação, de aumentar os empregos industriais".

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Ele explica que isso também acontece com Joe Biden. "Ele demostra preocupação com o dinamismo econômico dos EUA e tem criado programas nesse sentido." Portanto Teixeira entende que para promover o fortalecimento da indústria "é preciso repensar o papel do Estado. É o que está sendo feito nos principais países do mundo".

A ideia de um Estado planejador, defende ele, ganhou uma conotação pejorativa no início dos anos 1990, a partir da progressão do neoliberalismo como teoria econômica dominante. Isso resultou na ausência de planejamento, enquanto a globalização agravou a crise ao longo dos anos.

Explicando a questão de forma sucinta, Teixeira defende que é "preciso pensar em políticas públicas para o setor industrial orientadas a cumprir objetivos, assim como desenvolver a cadeia do complexo econômico industrial de diversos setores (saúde, tecnologia e outros), gerando empregos de qualidade, pesquisa e desenvolvimento, patentes".

Ao defender a volta do planejamento do Estado, o economista da Unicamp disse que o primeiro caminho seria repensar as estatais estratégicas do país, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, "que pode ser mais ativo na formulação e implantação de políticas industriais, assim como a Petrobras e a Eletrobras".

Em Wilmington, no estado norte-americano de Delaware, o então candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, aparece ao lado de sua vice na chapa, Kamala Harris, durante convenção partidária, em 20 de agosto de 2020. - Sputnik Brasil, 1920, 02.05.2022

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Fonte: https://br.sputniknews.com/20220525/desindustrializacao-o-que-explica-o-brasil-ter-chegado-a-esse-ponto-22785756.html

Sakamoto: celebração bolsonarista da chacina na Vila Cruzeiro é alerta para o dia após a eleição


O jornalista fez um alerta para o "risco de insurreição de apoiadores" de Jair Bolsonaro "contra instituições em caso de derrota em outubro". "Quando vierem, muitos virão armados"

25 de maio de 2022, 20:31 h Atualizado em 25 de maio de 2022, 20:55

www.brasil247.com - Jornalista Leonardo Sakamoto e a Vila Cruzeiro Jornalista Leonardo Sakamoto e a Vila Cruzeiro (Foto: Reprodução)

247 - Em sua coluna publicada nesta quarta-feira (25) no portal Uol, o jornalista Leonardo Sakamoto citou a chacina na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, onde 25 foram mortos nessa terça-feira (24), e disse que a "falta de respeito à Justiça e o apoio ao justiciamento com as próprias mãos é o mesmo motor que alimenta o risco de insurreição de apoiadores do presidente contra instituições em caso de derrota em outubro".

"Em meio a esse clima do 'tá tudo dominado', muitos não hesitariam em atender a um chamado do 'mito' se as urnas não entregarem o resultado que querem ouvir. E, quando vierem, muitos virão armados - seja porque a sua profissão garante porte de arma, seja porque Jair facilitou o porte e a compra de armas e munição", continuou.

"A ideologia que substitui a política e a justiça pela violência como forma de resolver conflitos deixa uma montanha de corpos negros mortos em comunidades como o Jacarezinho e a Vila Cruzeiro. Mas também tem o poder de entregar o cadáver da democracia", acrescentou.

Leia a íntegra no Blog do Sakamoto

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/sakamoto-celebracao-bolsonarista-da-chacina-na-vila-cruzeiro-e-alerta-para-o-dia-apos-a-eleicao

Estados projetam perdas de até R$ 83,5 bilhões com teto do ICMS a 17%


Projeto que limita ICMS a 17% pode ser analisado nesta quarta-feira, 25, pela Câmara

25 de maio de 2022, 16:53 h Atualizado em 25 de maio de 2022, 16:55

www.brasil247.com - (Foto: Paulo Whitaker - Reuters)

247 - A limitação do ICMS a 17% para combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público, proposta apoiada por governistas, pode gerar perdas de até R$ 83,5 bilhões para os estados e municípios, segundo estimativas do Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz). Esta perda ocorreria no "pior cenário" -- uma alta de 30% dos combustíveis até o final do ano. Nos parâmetros atuais, as perdas são estimadas em R$ 64,2 bilhões.

Nesta conta, está a parcela que vai aos municípios: perdas de R$ 16,05 bilhões às prefeituras no cenário atual e de R$ 20,875 bilhões caso os combustíveis continuem subindo de preço.

Já o autor do projeto, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), prevê que a proposta pode levar a uma redução de até 12% no valor final da gasolina e de 11% no valor da energia. Em alguns locais, o ICMS sobre combustíveis ultrapassa 30% e chega a 21% em média sobre a conta de luz.

"O que eu posso dizer em relação a número: se a gente conseguir votar no combustível, a gente tem uma redução que varia de 9% a 12% na gasolina. A gente tem algo em torno de 10% no etanol e a gente tem algo em torno de 11% na conta de energia no final do mês", afirmou.

A expectativa de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, é colocar o projeto para a análise dos deputados nesta quarta-feira, 25.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/estados-projetam-perdas-de-ate-r-83-5-bilhoes-com-teto-do-icms-a-17-mmrh6c16

Com Bolsonaro, risco de fome bate recorde e alcança 36% das famílias brasileiras


Pesquisa da FGV Social aponta que entre 2019 e 2021 a piora do risco de fome no Brasil foi quatro vezes maior que no restante do mundo

25 de maio de 2022, 12:56 h Atualizado em 25 de maio de 2022, 12:59

www.brasil247.com - Bolsonaro Bolsonaro (Foto: Reuters | ABr | Pxhere)

247 - A falta de rumo da economia sob o governo Jair Bolsonaro (PL) elevou de 30% para 36% o índice de famílias brasileiras que não tiveram recursos para comprar alimentos entre os anos de 2019 e 2021, o mais alto patamar já alcançado pela série histórica iniciada em 2016. O nível nacional também supera a média mundial.

Os dados, divulgados pelo jornal O Globo, constam de uma pesquisa elaborada pelo economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social, que aponta que “considerando a média de 120 países, a insegurança alimentar aumentou 1,5 ponto percentual no mundo contra 6 pontos percentuais no Brasil, ou seja, a piora do risco de fome foi quatro vezes maior no país”.

Ainda de acordo com o estudo, a insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil saltou de 36% em 2014 para 53% em 2019, chegando ao patamar de 75% no ano passado, um incremento de 22 pontos percentuais em apenas dois anos.

Já entre os 20% mais ricos da população brasileira, houve uma queda da ordem de três percentuais no mesmo período, com o indicador passando de 10% para 7%.

“Na comparação com a média global de 122 países em 2021, os 20% mais pobres no Brasil registram 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar, enquanto os 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos”, ressalta a reportagem.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/com-bolsonaro-risco-de-fome-bate-recorde-no-brasil-e-alcanca-36-das-familias-brasileiras

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Bolsonaro elogia chacina no Rio que deixou 24 mortos


Ocupante do Palácio do Planalto explora episódio com fins eleitorais e parabeniza policiais que participaram de ação violenta no Rio

25 de maio de 2022, 04:18 h Atualizado em 25 de maio de 2022, 10:02

www.brasil247.com - (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

247 - Jair Bolsonaro parabenizou nesta terça-feira (24) a chacina que deixou ao menos 24 mortos em um bairro do Rio de Janeiro. Foi a terceira mais letal da história recente da região metropolitana da capital fluminense.

Bolsonaro chamou os policiais militares que participaram da chacina de "guerreiros". As polícias Federal e Rodoviária Federal também participaram da ação.

Em pronunciamento nas redes sociais, o chefe do Executivo federal afirmou que a operação foi planejada durante vários meses. Ele disse que os agentes de segurança monitoravam os passos de chefes do tráfico de drogas com o objetivo de prendê-los fora da comunidade e que isso não foi possível devido ao ataque de uma facção criminosa, "fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações".

Bolsonaro criticou os especialistas em segurança pública que apontaram erros na operação.

Entre os mortos está Gabrielle Ferreira da Cunha, 41, alvejada dentro de casa.

A operação policial provocou pânico entre os moradores do local.

A operação conjunta que resultou em chacina é alvo de investigação nos Ministérios Públicos federal e do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é apurar violações de direitos durante a ação da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal na comunidade da zona norte carioca, informa a Folha de S.Paulo. :

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/bolsonaro-elogia-chacina-no-rio-que-deixou-22-mortos

terça-feira, 24 de maio de 2022

Tribunal dos Povos julga Bolsonaro por crimes contra a humanidade


A condenação não determinaria a aplicação de pena, mas teria forte efeito moral

24 de maio de 2022, 04:45 h Atualizado em 24 de maio de 2022, 04:54

www.brasil247.com - Sônia Guajajara e indígenas Sônia Guajajara e indígenas (Foto: Divulgação | REUTERS/Ricardo Moraes)

247 - O tribunal internacional vai julgar, nesta terça (24) e quarta-feira (25), se Jair Bolsonaro cometeu ou não crimes contra a humanidade durante a pandemia da Covid-19.

O ocupante do Palácio do Planalto é alvo de denúncia feita em conjunto pela Comissão Arns (Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coalizão Negra por Direitos e a Internacional de Serviços Públicos (ISP).

O TPP (Tribunal Permanente dos Povos) é considerado como um tribunal de opinião com impacto simbólico. Profere vereditos sem aplicar penalidades.

Bolsonaro é acusado de disseminação intencional do coronavírus a partir de ações e omissões do governo brasileiro, que afetaram as populações indígena e negra bem como os profissionais de saúde, acentuando violações de direitos humanos, vulnerabilidades e desigualdades que promoveram mortes evitáveis, aponta reportagem da Folha de S.Paulo.

A acusação será sustentada a partir do salão nobre da Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, durante a 50ª sessão do TPP, que acontece simultaneamente na capital paulista e em Roma, onde fica a sede do órgão.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/tribunal-dos-povos-julga-bolsonaro-por-crimes-contra-a-humanidade

Desaprovação de presidente do Equador ultrapassa 70%


No decorrer de um ano, a imagem do presidente Guillermo Lasso caiu 36 pontos

24 de maio de 2022, 05:39 h Atualizado em 24 de maio de 2022, 05:57

www.brasil247.com - Guillermo Lasso, presidente eleito do Equador Guillermo Lasso, presidente eleito do Equador (Foto: REUTERS/Maria Fernanda Landin)

247 - Segundo o instituto de pesquisa Ciees, 74% dos entrevistados desconfiam do governo e 69% têm uma imagem negativa de Guillermo Lasso, informa a Telesul.

Um dia antes de o presidente Guillermo Lasso completar seu primeiro ano de mandato, sete em cada dez equatorianos desaprovam a gestão do atual chefe de Estado.

Os resultados da pesquisa realizada pela empresa Ciees, correspondem aos divulgados por várias sondagens que indicam que a desaprovação do presidente Lasso ronda os 70 por cento.

De acordo com os resultados do estudo de opinião do Ciees, 74% dos entrevistados desconfiam do governo e 69% têm uma má imagem do atual presidente equatoriano.

De acordo com o instituto, no decorrer de um ano, a imagem positiva do presidente Guillermo Lasso caiu 36 pontos. Paralelamente, 83% dos consultados têm uma percepção negativa da situação do país.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/desaprovacao-de-presidente-do-equador-ultrapassa-70-ic86el3k

Miriam Leitão compara Bolsonaro a Chávez e diz que ele vai destruir a Petrobrás


Jornalista defende a política de preços que foi adotada após o golpe de estado de 2016

24 de maio de 2022, 05:14 h Atualizado em 24 de maio de 2022, 05:56www.brasil247.com - (Foto: ABr | Reprodução)

247 – A jornalista Miriam Leitão, que apoiou o golpe de estado de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que teve como objetivo mudar a política de preços da Petrobrás, de modo a transferir recursos dos brasileiros para os acionistas privados da estatal, fez seu mais duro ataque a Jair Bolsonaro, depois que ele demitiu mais um presidente da empresa.

"A queda de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras já era previsível desde que Adolfo Sachsida assumiu o Ministério das Minas e Energia. Mas, de qualquer maneira, espanta pela forma e frequência com que o presidente Bolsonaro ataca e desmoraliza a governança da Petrobras. E agora com a ajuda de dois ministros, Paulo Guedes e Sachsida. Os dois ministros que deveriam tomar decisões técnicas são hoje parte da campanha de reeleição do presidente e por isso estão dispostos a tudo para chegar a esse resultado", escreve a jornalista, em sua coluna no Globo.

"Bolsonaro sabe que a inflação é seu grande tirador de votos nesta eleição e por isso terá que controlar preços. Guedes e Sachsida terão que rasgar a última página do manual liberal que um dia exibiram. Caio Paes de Andrade, sem qualquer experiência no setor, vai para a empresa com um objetivo: controlar preços dos combustíveis e usar isso eleitoralmente", prossegue, sem mencionar que a política de preços da Petrobrás, além de irracional, é a principal causa da inflação brasileira.

Por fim, Miriam comparou Bolsonaro a Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela. "O que acontece na Petrobras, com golpes sucessivos na governança, é a melhor representação do governo Bolsonaro. E é uma indicação do tipo de governo que ele fará se for reeleito, a demolição de qualquer institucionalidade, inclusive na área corporativa. Segue à risca o manual de Hugo Chávez para se perpetuar no poder. Também foi a PDVSA o alvo dos ataques de Chávez", finaliza.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/miriam-leitao-compara-bolsonaro-a-chavez-e-diz-que-ele-vai-destruir-a-petrobras

10 homens mais ricos do mundo têm mesma riqueza que 3,1 bilhões de pessoas, diz relatório


Pesquisa da Oxfam diz ainda que novos 573 bilionários foram formados desde o início da pandemia

23 de maio de 2022, 17:23 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 17:59

www.brasil247.com - Jeff Bezos Jeff Bezos (Foto: Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Brasil de Fato - A pandemia de covid-19 beneficiou empresas e empresários do setor alimentício, grandes petrolíferas, gigantes farmacêuticas e o setor de tecnologia, afirma pesquisa da Oxfam publicada neste domingo (22), mesmo dia da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

O relatório "Lucrando com a Dor" traz dados sobre o processo de concentração de riqueza impulsionado pela pandemia global. A pesquisa afirma que 573 novos bilionários foram formados desde o início da calamidade de saúde pública e agora o mundo têm 2.668 bilionários. Esse seleto clube de ultrarricos controla hoje uma fortuna estimada em US$ 12,7 trilhões, um aumento de 42% desde o início da pandemia de covid-19.

Além disso, a pandemia acentuou a desigualdade de gênero e racial, aponta a pesquisa. As mulheres foram mais atingidas pela onda de desemprego gerada pela covid-19 e as populações negras enfrentam "impactos duradouros desproporcionais da pandemia", diz o levantamento.

"No mundo inteiro, alimentos registraram um aumento vertiginoso de 33,6% no ano passado e devem aumentar 23% em 2022. Em março de 2022, tal alta foi a maior desde o início dos registros pelas Nações Unidas (ONU), iniciada em 1990. A Oxfam estima que 263 milhões de pessoas podem ser levadas a níveis extremos de pobreza este ano por causa da covid-19, do aumento da desigualdade global e do impacto da subida dos preços dos alimentos, sobrecarregados ainda mais pela guerra na Ucrânia", diz a pesquisa.

O levantamento cita como empresas beneficiadas pela atual situação global a gigante mundial do setor de alimentos Cargill, a rede de supermercados WalMart, as petroleiras BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron, as farmacêuticas Pfizer, Moderna e as empresas de tecnologia  Apple, Microsoft, Tesla, Amazon e Alphabet.

Para enfrentar a atual situação, a Oxfam defende impostos progressivos para financiar medidas como proteção social e saúde pública.

"O governo francês, por exemplo, tributou a riqueza excessiva durante a guerra a uma taxa de 100% após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, precisamos de um nível semelhante de ambição. A Oxfam insta por um imposto temporário de 90% sobre os lucros excedentes, para capturar os lucros extraordinários das empresas em todos os setores", diz o relatório.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/10-homens-mais-ricos-do-mundo-tem-mesma-riqueza-que-3-1-bilhoes-de-pessoas-diz-relatorio

Na pandemia, enquanto 99% perderam renda, surgiram 573 novos bilionários


Nos últimos dois anos, renda dos bilionários cresceu 42%, enquanto os 40% mais pobres perderam 6,7% dos ganhos

23 de maio de 2022, 20:03 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 21:02

www.brasil247.com - (Foto: Oswaldo Forte/Agência Belém)

Rede Brasil Atual - De acordo com a Oxfam, os bilionários do mundo todo que estão reunidos em Davos, na Suíça, “têm muito o que comemorar”. Isso porque a “riqueza bilionária” e os “lucros corporativos” cresceram vertiginosamente, atingindo níveis recordes durante a pandemia da covid-19. Nesse período, surgiu um novo bilionário a cada 30 horas, em média. Atualmente, existem 573 bilionários a mais do que em 2020, quando a pandemia começou. Em 24 meses, esse grupo viu suas fortunas atingirem US$ 12,7 trilhões, crescimento de 42%.

Por outro lado, a combinação entre a crise da covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, revertendo décadas de progresso.

Os números são do relatório Lucrando com a Dor que a Oxfam publicou nesta segunda-feira (23). Com dados da revista Forbes e do Banco Mundial, a ONG mediu o avanço da “pandemia de desigualdade” durante o auge da emergência em saúde, que já matou mais de 6,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo indica que, atualmente, a riqueza total dos bilionários equivalente a 13,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Trata-se de um aumento de 4,4% em relação a 2000. O resultado é que os 10 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que os 40% mais pobres juntos. Somente os 20 bilionários mais ricos possuem mais do que todo o PIB da África Subsaariana.

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Como exemplo, a Oxfam afirma que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, poderia perder 99% de sua fortuna e, ainda assim, estaria entre os 0,0001% dos mais ricos. Desde 2019, o seu patrimônio aumentou 699%, de acordo com o relatório.

Outro lado

A ONG destaca que a covid-19 impulsionou o “maior aumento sistêmico” da desigualdade já visto. Nesse sentido, a explosão nos preços dos alimentos e da energia, que afetam mais fortemente a renda dos mais pobres, deve aumentar ainda mais a desigualdade global.

O estudo indica que a renda de 99% da população mundial caiu durante a pandemia, enquanto os bilionários já se recuperaram, ampliando renda e patrimônio. Somente no ano passado, a renda dos 40% mais pobres registrou queda de 6,7%. Em 2021, um total de 125 milhões de empregos em tempo integral foram perdidos.

O relatório também indica que os governos não conseguiram impedir que a pandemia aprofundasse as desigualdades de gênero. Nesse período, as mulheres foram afastadas do trabalho “de maneira desproporcional”. Isso porque os setores de serviços, como turismo, hospitalidade e assistência, os mais afetados pelos lockdowns e medidas restritivas, são os que contam com a maior presença feminina. Como resultado, aumentou de 100 para 136 anos a projeção para a eliminação da diferença salarial entre homens e mulheres.

A pandemia também afetou mais fortemente grupos “racializados”, como indígenas e afrodescentendes no Brasil, do que a população branca. Além disso, os países mais pobres registraram um número quatro vezes
maior de mortes do que os ricos.

Quem mais lucrou com a dor

O relatório da Oxfam também aponta alguns dos “titãs” bilionários que mais lucraram com a dor durante a pandemia. Dentre eles, estão “dinastias” do setor alimentício, grandes petrolíferas, gigantes do setor farmacêutico e empresas do setor de tecnologia. A família Walton, por exemplo, dona da rede de norte-americana de supermercados Walmart, viu sua riqueza crescer US$ 8,8 bilhões durante a pandemia.

Cinco das maiores empresas de petróleo (BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron) obtiveram um lucro combinado de US$ 82 bilhões somente no ano passado. Em 2021, elas pagaram US$ 51 bilhões em dividendos nos Estados Unidos. Mas a maior parte dessa riqueza é apropriada por uma minoria, já que os 10% mais ricos dos norte-americanos possuem 89% das ações do país. A farmacêutica Pfizer, empresa que mais vendeu vacinas no mundo, pagou US$ 8,7 bilhões em dividendos aos seus acionistas.

Caminhos

Para conter a riqueza extrema, o relatório propõe um imposto pandêmico “urgente” sobre os lucros excessivos das maiores corporações do mundo. “A Oxfam insta por um imposto temporário de 90% sobre os lucros excedentes134, para capturar os lucros extraordinários das empresas em todos os setores”. Também defendem um “imposto de solidariedade pandêmico” de 99% sobre as novas riquezas dos bilionários.

Além disso, organização também defende um “imposto patrimonial permanente” para os mais ricos. A Oxfam sugere um imposto patrimonial líquido de 2% sobre fortunas pessoais acima de US$ 5 milhões; 3% 3% para fortunas acima de US$ 50 milhões; e 5% para as acima de US$ 1 bilhão. No total, seriam arrecadados US$ 2,52 trilhões em todo o mundo. Assim, seria o suficiente para tirar 2,3 bilhões de pessoas da
pobreza, produzir vacinas contra a covid-19 para o mundo e oferecer saúde universal e proteção social para todos que vivem em países de baixa e média renda, que somam 3,6 bilhões de pessoas.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/na-pandemia-enquanto-99-perderam-renda-surgiram-573-novos-bilionarios

Lula lidera com 46% das intenções de voto no Rio, mostra Ipec


Segundo o levantamento, o ex-presidente Lula tem uma diferença de 15 pontos percentuais para o segundo colocado, Jair Bolsonaro

23 de maio de 2022, 21:37 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 21:48

www.brasil247.com - Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

Agenda do Poder - Na sucessão presidencial, a pesquisa IPEC revela que Lula continua liderando no Rio, com 46% das intenções de voto, contra 31% de Jair Bolsonaro. Neste cenário, Ciro Gomes aparece com 4% e João Dória, que anunciou que sairá da disputa, com apenas 2%.

André Janones, Felipe D`Ávila e Simone Tebet aparecem com 1% cada. Os demais – Luciano Bi var, Leonardo Péricles e Paulo Marçal – não pontuaram.

>>> Com apoio de Lula, André Ceciliano lidera a disputa ao Senado, diz pesquisa IPEC

Na espontânea, Lula tem 37%; Bolsonaro, 27%; Ciro Gomes, 2% e João Doria, 1%.

No Rio, a gestão de Jair Bolsonaro é avaliada como ruim e péssima por 49%; já os que a consideram ótima e boa chegam a 28%; regular, 21%. E 2% não sabem.

Fonte: https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/lula-lidera-com-46-das-intencoes-de-voto-no-rio

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Auxílio Brasil devia ser chamado de Auxílio segundo turno

por Jacinto Pereira

O programa Auxílio Brasil que o Governo criou ara substituir o O programa Bolsa Família, para vigorar até o final do ano, é um programa eleitoreiro com o objetivo de levar Bolsonara para o segundo turno . Ou seja, feito para funcionar até terminar as eleições. O Governo acabou o Bolsa Família que atendia a 39 milhões de famílias pobres e criou o Auxílio Brasil que vai atender a menos da metade desse total. Extinguiu um programa que já estava estruturado e contendo verbas orçamentarias, para criar uma nova estrutura sem verbas no orçamento e sem consultar as prefeituras, que ajudavam a fazer o Bolsa Família funcionar. O argumento de que o bolsa família era de valor menor, não se sustenta, pois bastaria aumentar o valor do bolsa família e subir a linha da pobreza para uma faixa mais alta da população mais pobres e com isso aumentaria o número de famílias beneficiadas 

Veja, a seguir, a divisão dos beneficiários entre as regiões do país:

  • Nordeste: 8,5 milhões de famílias
  • Sudeste: 5,2 milhões de famílias
  • Norte: 2,1 milhões de famílias
  • Sul: 1,2 milhão de famílias
  • Centro-Oeste: 937 mil de famílias

EXCLUSIVO! Falcatrua Eletrobrás revelada! Bolsonaro e Guedes: traição! M...

Número de deslocados e refugiados no mundo ultrapassa 100 milhões pela primeira vez, diz ONU


O número é "alarmante" e deve mobilizar o mundo para acabar com os conflitos, diz a agência de refugiados da ONU

23 de maio de 2022, 03:45 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 03:58

www.brasil247.com - (Foto: Paulo Emílio)

247 - O número de pessoas forçadas a fugir de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguição ultrapassou a impressionante marca de 100 milhões pela primeira vez, impulsionada por conflitos mortais, informou o ACNUR, a agência de refugiados da ONU.

O número é "alarmante" e deve mobilizar o mundo para acabar com os conflitos, forçando um número recorde de pessoas a fugir de suas próprias casas, disse o ACNUR em comunicado.

O ACNUR disse que o número de pessoas deslocadas à força aumentou para 90 milhões até o final de 2021, estimulado pela violência na Etiópia, Burkina Faso, Mianmar, Nigéria, Afeganistão e República Democrática do Congo.

O conflito na Ucrânia acrescentou mais 14 milhões de pessoas a essa conta. Desde o início do conflito do país do leste europeu,  mais de oito milhões de pessoas foram deslocadas dentro do país, enquanto mais de seis milhões de refugiados fugiram pelas fronteiras.

"Cem milhões é um número gritante - preocupante e alarmante em igual medida. É um recorde que nunca deveria ter sido estabelecido", disse o chefe do ACNUR, Filippo Grandi.

“Isso deve servir como um alerta para resolver e prevenir conflitos destrutivos, acabar com as perseguições e abordar as causas subjacentes que forçam pessoas inocentes a fugir de suas casas”.

O número de 100 milhões equivale a mais de um por cento da população global, enquanto apenas 13 países têm uma população maior do que o número de pessoas deslocadas à força no mundo.

Os números combinam refugiados, requerentes de asilo e mais de 50 milhões de pessoas deslocadas dentro de seus próprios países.

"Para reverter essa tendência, a única resposta é a paz e a estabilidade”.

O ACNUR apresentará os dados completos sobre deslocamento forçado em 2021 em seu Relatório de Tendências Globais anual, com lançamento previsto para 16 de junho.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/numero-de-deslocados-e-refugiados-no-mundo-ultrapassa-100-milhoes-pela-primeira-vez-diz-onu

Nicolás Maduro parabeniza Alberto Fernández por reativar os Conselhos de Ministros da Celac


"A Celac é o nosso caminho", disse o presidente venezuelano

20 de maio de 2022, 03:44 h Atualizado em 20 de maio de 2022, 05:52

www.brasil247.com - (Foto: Reuters)

ARN - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, parabenizou nesta quinta-feira (19) seu homólogo argentino, Alberto Fernández, pela reativação dos Conselhos de Ministros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e disse que esta é a forma de fortalecer as relações na região.

Em declarações à Rádio Miraflores, o presidente destacou que o ministro da Cultura do país, Ernesto Villegas, esteve em Buenos Aires para participar da cúpula e ali destacou "as conquistas culturais" do país.

"Parabenizo o presidente Alberto Fernández da Argentina porque está reativando os Conselhos de Ministros da Celac. A Celac é o nosso caminho, nosso caminho é a América Latina e o Caribe, o caminho da união, inclusão, diversidade, tolerância , compartilhamento", enfatizou.

Para o presidente, com essas estratégias permanecem a “luta e história” que são a  América Latina e o Caribe.

Enquanto isso, o governo argentino destacou a realização da 5ª Reunião de Ministros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, realizada no Centro Cultural Kirchner, tendo o México como país convidado e onde a Argentina foi escolhida para ocupar a Presidência Pro Tempore durante este ano.

"O objetivo deste evento foi retomar a agenda cultural do bloco, bem como facilitar um espaço em que os ministros pudessem discutir iniciativas concretas para contribuir para o fortalecimento da integração regional", disse o governo argentino, destacando que entre os temas estava a atualização do plano de ação cultural da Celac, fortalecimento das indústrias culturais da região e diálogo regional.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/nicolas-maduro-parabeniza-alberto-fernandez-por-reativar-os-conselho-de-ministros-da-celac

Comício de encerramento da Gustavo Petro reúne multidão em Bogotá


O candidato progressista fez um chamamento à união de todas as candidaturas contra um eventual golpe

23 de maio de 2022, 05:42 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 05:51www.brasil247.com - Encerramento da campanha presidencial de Gustavo Petro Encerramento da campanha presidencial de Gustavo Petro (Foto: Divulgação/Telesul)

247 - O candidato presidencial colombiano pela coalizão do Pacto Histórico, Gustavo Petro, encerrou sua campanha neste domingo (22) com um grande comício na histórica Praça Simón Bolívar, em Bogotá, informa a Telesul.

Diante de milhares de apoiadores e militantes, o candidato progressista que lidera a intenção de votos nas eleições presidenciais de 29 de maio, destacou em seu discurso a necessidade de construir um governo que priorize a vida, o meio ambiente e o desenvolvimento produtivo no país.

Ao mesmo tempo, Gustavo Petro exortou os colombianos a ficarem atentos a uma possível sabotagem das eleições pelo governo de Iván Duque, cuja rejeição atualmente chega a 70%.

“Eles não querem que as eleições ocorram em 29 de maio porque sabem que vão perder. Estão tentando um golpe contra o voto popular (...) Convoco as demais campanhas presidenciais para se reunirem". O chamamento é para que todas as candidaturas impeçam um golpe contra as eleições do próximo domingo, 29 de maio.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/comicio-de-encerramento-da-gustavo-petro-reune-multidao-em-bogota

Mudança de lei das armas favorece traficantes internacionais


Decretos assinados por Jair Bolsonaro acabaram com restrição de uma série de equipamentos, além de reduzir pena de criminosos

23 de maio de 2022, 04:56 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 04:57

www.brasil247.com - (Foto: ABr)

GGN, por Tatiane Correia - Os traficantes de armas foram os principais favorecidos pela série de decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro para facilitar a compra e uso de armamentos no país.

Levantamento do jornal O Globo aponta que pelo menos sete traficantes de armas condenados por entrar ilegalmente no país com acessórios bélicos (como lunetas, miras ou carregadores) foram absolvidos ou tiveram suas penas reduzidas pelos decretos assinados por Bolsonaro.

Desde 2019, diversas armas e acessórios passaram a ser comercializados e deixaram de fazer parte da lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE). Com isso, esses equipamentos não são mais restritos ou proibidos, e deixaram de depender de uma autorização do Exército para serem adquiridos.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/mudanca-de-lei-das-armas-favorece-traficantes-internacionais

Bolsonaro trocou verde da bandeira pelo dos dólares, diz presidente do Sindicato dos Eletricitários


Presidente do sindicato dos Eletricitários faz crítica severa à privatização da Eletrobrás

23 de maio de 2022, 04:09 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 04:57

www.brasil247.com - (Foto: Reprodução)

247 - O presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Eduardo Annunciato, o Chicão, diz que a privatização da Eletrobras joga o Brasil na contramão das discussões globais sobre energia, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

"Jair Bolsonaro, supostamente nacionalista e conservador, parece ter trocado o verde da bandeira pelo dos dólares", afirma.

O sindicalista critica "a completa ausência de consulta a órgãos públicos responsáveis na privatização da Eletrobras".

"São R$ 743 milhões de dividendos não pagos pela Eletronuclear ao governo federal e uma diferença de R$ 30,64 bilhões no cálculo do endividamento líquido da empresa", afirma.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/bolsonaro-trocou-verde-da-bandeira-pelo-dos-dolares-diz-presidente-do-sindicato-dos-eletricitarios

Governo Bolsonaro tira R$ 90 milhões de auxílio a famílias pobres para dar trator a aliados


Compra foi feita pelo Ministério da Cidadania com dinheiro remanescente da transição do Bolsa Família para o Auxílio Brasil, que deveria ser destinado a 'despesas da pandemia'

23 de maio de 2022, 06:54 h Atualizado em 23 de maio de 2022, 06:54

www.brasil247.com - Bolsonaro diz que EUA concederam cota maior para açúcar; setor minimiza Bolsonaro diz que EUA concederam cota maior para açúcar; setor minimiza (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

247 - O governo Jair Bolsonaro (PL) retirou R$ 89,8 milhões que seriam usados para reduzir o impacto da pandemia de Covid-19 em comunidades pobres e destinou o recurso para a compra de tratores, informa a Folha de S. Paulo.

Os equipamentos foram adquiridos pelo Ministério da Cidadania no âmbito de uma ação voltada a famílias de extrema pobreza da zona rural.

Em junho, o Tribunal de Contas da União (TCU) permitiu que sobras da transição do Bolsa Família para o Auxílio Brasil fossem liberadas, mas seu gasto tinha uma condição: "[o dinheiro] deverá ser direcionado exclusivamente ao custeio de despesas com enfrentamento do contexto da calamidade relativa à pandemia de Covid-19 e de seus efeitos sociais e econômicos e que tenham a mesma classificação funcional da dotação cancelada ou substituída".

Foram comprados 247 equipamentos, ainda no apagar das luzes de 2021. A aquisição foi fechada sem nem haver definição da pasta sobre quais seriam os municípios beneficiados, o que denota a ausência de critérios técnicos.

No governo Bolsonaro, a compra de milhares de máquinas agrícolas se tornou motivo de crise. Políticos da base governista têm usado as emendas de relator do Orçamento para direcionar os equipamentos a suas bases eleitorais.

Neste caso, porém, a compra foi feita pela União, e não por congressistas.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/governo-bolsonaro-tira-r-90-milhoes-de-auxilio-a-familias-pobres-para-dar-trator-a-aliados