Páginas

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Descarbonização e segurança alimentar: Arábia Saudita mostra suas ambições de investimento no Brasil

Ministro de Investimentos do reino conversou com executivos e gestores sobre as oportunidades de sinergia entre os dois países

Executivos e profissionais do mercado se reuniram em São Paulo para ouvir os planos do Guilherme Benchimol e o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih
Executivos e profissionais do mercado se reuniram em São Paulo para ouvir os planos do Guilherme Benchimol e o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih (Foto: Divulgação)

Por Rikardy Tooge, InfoMoney - A Arábia Saudita está disposta a aumentar seus investimentos no Brasil e em diferentes setores, com olhar especial para negócios envolvendo transição energética. Essa foi a mensagem transmitida pelo ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih, durante o evento “Welcome Saudi Arabia”, promovido nesta segunda-feira (31), pela XP.

“Estamos trabalhando para alavancar as oportunidades que existem no Brasil. Vemos mineração e os créditos de carbono como iniciativas que vão ajudar a descarbonizar a economia global. A Arábia Saudita tem o compromisso de ser carbono zero, é uma transição que vai demandar muito investimento e tem fit com o Brasil”, analisou Al-Falih, durante o evento que reuniu mais de 300 executivos e gestores dos dois países, além do ministro dos Transportes, Renan Filho.

O ministro saudita lembrou do acordo de US$ 3,4 bilhões anunciado na semana passada entre Vale (VALE3) e o PIF (Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, em inglês) para que a mineradora brasileira avance com seu negócio de metais básicos, utilizados amplamente na produção de baterias para carros elétricos.

Com a economia fortemente atrelada ao petróleo, o ministro da Arábia Saudita explica que a estratégia voltada à transição energética não significa um abandono da commodity. Al-Falih aponta que os sauditas podem ganhar em agregar valor ao petróleo como substituto de itens duráveis, como plástico e concreto, por exemplo.

Outra pauta de interesse do governo da Arábia Saudita no Brasil, prossegue Khalid A. Al-Falih, é na segurança alimentar. O fundo soberano para o tema, Salic, que investiu R$ 1,6 bilhão recentemente na BRF (BRFS3) e é acionista relevante também na Minerva (BEEF3) e o ministro de Investimentos entende que a agropecuária seguirá sendo um ativo estratégico para os aportes do reino.

“A segurança alimentar é um tema importante para nós e queremos tornar a Arábia Saudita em um polo para a segurança alimentar. Vemos oportunidade em transporte e logística, construção de silos. Por outro lado, melhorar a logística para a exportação de nossos fertilizantes”. O ministro lembrou que o plano estratégico do país prevê cerca de US$ 3 trilhões até 2030 nos mais diversos setores da economia.

Ainda no contexto da descarbonização e segurança alimentar, o ministro destacou ainda a importância de Brasil e Arábia Saudita como “potências” que estão emergindo no novo contexto global. “Um dos pilares da nova ordem mundial é a ascensão do Sul Global. Isso nos coloca como bons parceiros geopolíticos e acreditamos que discussões como essas nos ajudam a encontrar novos modelos de parceria para endereçarmos os nossos desafios”, acrescentou.

Por outro lado, Al-Falih vê que o Brasil poderá ajudar os sauditas na expansão do mercado de capitais do reino. Atualmente, o reino tem um mercado estimado em US$ 2,4 trilhões, o nono maior do planeta. “A entrada de capital internacional será importante para nós. Convidamos todos – gestores de ativos, bancos de investimento, venture capital…– a investirem no nosso país. Queremos criar um polo internacional para trading e negociação de crédito de carbono”.

Guilherme Benchimol, fundador e chairman da XP Inc., exaltou a importância da interação entre executivos brasileiros e sauditas e prevê que o mercado de capitais deverá se interessar cada vez mais pela Arábia Saudita. “Estamos otimistas em abrir um escritório em Riad e fazer o que fazemos no Brasil lá também”, completou.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/descarbonizacao-e-seguranca-alimentar-arabia-saudita-mostra-suas-ambicoes-de-investimento-no-brasil

 

Produção de petróleo no Brasil deve crescer até 80% em 10 anos

Estimativas apontam que a produção nacional de petróleo passará dos atuais 3 milhões para 5,4 milhões de barris por dia em 2029

(Foto: Divulgação)

247 - Nos próximos dez anos, o Brasil está prestes a vivenciar um verdadeiro boom na produção de petróleo. Segundo o Metrópoles, as estimativas apontam para um crescimento impressionante da commodity, passando de 3 milhões para 5,4 milhões de barris por dia até 2029, o que representa um aumento de 80%. A partir daí, a produção deve se estabilizar em torno de 4,9 milhões de barris diários até 2032. 

O que é mais surpreendente é que esse crescimento não se baseia em mera especulação ou na busca por novas áreas exploratórias, como a Margem Equatorial, incluindo a foz do Amazonas. Na verdade, a produção já está garantida, sendo impulsionada pelo aumento da produtividade das áreas atualmente em exploração e pela entrada de novas plataformas nessas regiões. 

Segundo o professor Helder Queiroz, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), todo esse crescimento será fortemente concentrado no pré-sal, onde mais de 70% da produção nacional tem origem nas reservas em águas profundas e ultraprofundas, a cerca de 7 mil metros abaixo da superfície do mar.

Dentre os destaques desse promissor cenário petrolífero, encontra-se o Campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Santo e que é considerado o maior do mundo em águas profundas, que recentemente celebrou a produção de 1 bilhão de barris de petróleo em apenas cinco anos de atividade. Atualmente, O Campo de Búzios produz em média 700 mil barris por dia, mas especialistas preveem que esse número possa alcançar a marca de 2 milhões de barris diários nos próximos cinco anos. No ano passado, a produção total do Brasil foi de 3 milhões de barris por dia.

Em outras palavras, Búzios poderá representar mais de 60% da extração nacional de petróleo em breve. Para atender a essa demanda crescente, o campo contará com 11 plataformas em operação, sendo quatro em construção e três com contratos assinados pela Petrobras.

A indústria de petróleo e gás já representa 15% do Produto Interno Bruto industrial do país, empregando cerca de 1,5 milhão de pessoas em toda a cadeia de produção e gerando R$ 170 bilhões em tributos em 2021. Com o aumento da produção, esses números crescerão substancialmente, especialmente considerando a previsão de investimentos na ordem de US$ 180 bilhões até 2030, de acordo com o economista João Victor Marques Cardoso, pesquisador do Centro de Estudos de Energia da Fundação Getulio Vagas (FGV Energia). 

“A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) calcula que a arrecadação com royalties e participações especiais – que têm como destino a União, além de estados e municípios nos quais há produção de petróleo – deste ano será de R$ 93 bilhões. Em 2026, o limite da projeção ANP, ela chegará a R$ 108,5 bilhões”, ressalta a reportagem. 

O avanço na produção de petróleo também traz implicações geopolíticas. O Brasil, atualmente o nono maior produtor de petróleo do mundo, deve saltar para a quinta posição na próxima década. Essa mudança de status confere ao país uma posição estratégica mais relevante no cenário mundial de produção de óleo e gás. Ao contrário dos principais polos petrolíferos cercados por tensões e conflitos, como Oriente Médio, Rússia e alguns países africanos, o Brasil poderá oferecer uma fonte mais confiável de fornecimento do produto. Isso pode fortalecer a sua posição na arena geopolítica global.

Embora a exploração de petróleo possa levantar questões sobre sustentabilidade, especialistas apontam aspectos favoráveis para o Brasil. A intensidade de carbono resultante da produção nacional de petróleo é inferior à média mundial, especialmente em campos como Tupi e o Campo de Búzios, onde é de menos de 10 quilos de CO2 por barril de petróleo equivalente. Em comparação, no Canadá, esse valor ultrapassa 40 quilos. 

Embora o mundo esteja caminhando para a transição energética, com redução da demanda por petróleo, é importante notar que essa transição não ocorrerá de forma imediata. Estimativas apontam que a demanda por petróleo permanecerá intensa até 2050. Além disso, o petróleo é essencial para setores como têxtil e farmacêutico, onde ainda não existem alternativas viáveis de matéria-prima.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/producao-de-petroleo-no-brasil-deve-crescer-ate-80-em-10-anos

 

Lula sanciona Programa de Escola Integral e diz que pretende criar "escola especial de matemática" para "acolher nossos gênios"

Presidente afirmou que o país tem “milhares de gênios” que, se acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade do século XXI”

Lula com medalhistas das Olimpíadas de Matemática e Física
Lula com medalhistas das Olimpíadas de Matemática e Física (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (31), em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto que institui o Programa Escola em Tempo Integral. Em seu discurso, ele falou novamente na intenção de fundar no Brasil uma “escola especial” de matemática, para “acolher nossos gênios”.

O presidente disse que o país tem “milhares de gênios” que, se acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade do século XXI”. “O povo não tem noção do quanto de gênio tinha o Santos Dumont.E aqui no Brasil a gente não está habituado, não sei se é uma cultura nossa, mas a gente não está habituado a criar ídolos, símbolos, pessoas que deram importância. Na verdade, a gente só aprendeu com o Ayrton Senna depois que ele morreu e com o Pelé. Mas a gente não tem símbolos. E a história do Santos Dumont é uma história que merece orgulho. Ele que inventou o avião, o único que conseguiu fazer uma coisa mais pesada que o ar subir, e os americanos criaram a ideia que foram eles que inventaram o avião. Eu acho que nós poderemos ter milhares de gênios espalhados por esse país, que se a gente acolher, a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade do século XXI. A gente não pode esperar para a segunda metade”.

Lula ainda rasgou elogios ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT). “Haddad foi o melhor ministro da Educação que eu tive. Pelo que eu estou vendo, o Haddad precisa se preparar, porque eu acho que ele pode perder o pódio se você [Camilo Santana] conseguir fertilizar nesse país um pouco daquilo que é uma qualidade excepcional de um estado como o Ceará. Eu não sei se é porque as escolas de lá são melhores, se os professores são melhores. O dado concreto é que 40% dos alunos que entram no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) estudam no Ceará”.

Sobre a criação do Programa de Escola em Tempo Integral, o presidente admitiu que sua implementação vem com atraso. “A história do nosso país é triste porque a gente nunca fez as coisas no tempo que era necessário e possível fazer. Sempre se utilizava o discurso de que ‘isso é gasto, isso não pode fazer, gasta muito’. A gente nunca se perguntou quanto custou a gente não fazer. Nunca paramos para perguntar quanto custou não alfabetizar esse país no começo do século passado. É só lembrar que até 1920 a Argentina já tinha feito sua primeira reforma universitária e a gente não tinha sequer a nossa primeira universidade. Então no Brasil é sempre tudo muito atrasado. O voto da mulher demorou muito, a libertação dos escravos demorou muito, a independência demorou muito, a igualdade salarial entre mulher e homem só foi feita 20 dias atrás. Então tudo é atrasado. E a escola em tempo integral chega atrasada, porque quem sabe a gente pudesse ter feito há 20 anos, 30 anos. Mas não foi, certamente porque alguém dizia que custava muito. E assim a gente vai levando a vida, e quem vai ficando sempre para escanteio é o povo mais humilde”.

“A educação precisa ser enxergada como o mais importante investimento que pode ser feito. E aí a gente tem que levar em conta a necessidade de os professores terem salários razoáveis, pelo menos. A gente tem que levar em conta a mudança do feitio das escolas brasileiras, porque as escolas brasileiras em muitas cidades são quase como uma caixa em que o aluno entra e fica preso. Não é uma escola prevista para ser uma coisa prazerosa. Por que as crianças não gostam muito de ir para a escola? Porque não é atrativa. Às vezes as professoras e professores não são atrativos na questão de dar aula, o espaço não é atrativo. Então as crianças ficam desestimuladas. Precisamos então recriar essa coisa da criança ir para a escola porque ela está alegre, feliz, vai aprender, vai ter contato com as coisas. Obviamente que é importante a gente saber que [Pedro Álvares] Cabral descobriu o Brasil, mas ele já descobriu. Pronto. Agora, a questão do clima tem que ser discutida na escola, porque se não as crianças não ajudam a educar os pais dentro de casa. Tem um monte de coisa que a gente tem que discutir dentro da escola porque a criança pode mudar a cabeça do pai. O pai tem mais dificuldade de mudar a cabeça da criança do que a criança a cabeça do pai se a criança for orientada para isso”.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/lula-sanciona-programa-de-escola-integral-e-diz-que-pretende-criar-escola-especial-de-matematica-para-acolher-nossos-genios

 

Rio de Janeiro passa a figurar entre os principais destinos turísticos para os chineses

A capital fluminense agora faz parte de um seleto clube de cidades turísticas reconhecidas internacionalmente por Pequim

Rio de Janeiro um dos 5 lugares do mundo que você precisa conhecer - foto Vamos Por Aí
Rio de Janeiro um dos 5 lugares do mundo que você precisa conhecer - foto Vamos Por Aí

247 – A cidade do Rio de Janeiro foi oficialmente aceita na Federação Mundial de Cidades Turísticas, em Pequim, e passa a integrar um seleto grupo de 238 cidades de 83 países ao redor do mundo, segundo informa o jornalista Ancelmo Gois, do Globo. O ingresso na federação é uma oportunidade única para o Rio de Janeiro expandir seus horizontes turísticos e atrair visitantes chineses, ávidos por explorar novos destinos exóticos.

A capital fluminense agora faz parte de um seleto clube de cidades turísticas reconhecidas internacionalmente, o que pode impulsionar ainda mais o potencial turístico do Rio. O encontro anual que acontecerá em setembro, em Taiwan, proporcionará ao Rio de Janeiro a chance de apresentar o que a cidade tem de melhor diretamente ao mercado chinês.

"É a primeira vez que o Rio tem a oportunidade de oferecer o destino Rio para os chineses in loco e aproveitar a pujança de sua economia e o poder de seu turista que gosta de viajar", comemora Daniela Maia, secretária de Turismo do Rio de Janeiro. A adesão à Federação Mundial de Cidades Turísticas é vista como um marco significativo para o turismo carioca, que anseia por atrair visitantes de todas as partes do mundo, incluindo a crescente classe média chinesa com alto poder aquisitivo.

A China tem se tornado um mercado turístico extremamente importante nos últimos anos. O número de chineses que viajam para o exterior tem crescido significativamente, à medida que a economia do país prospera e a classe média chinesa busca novas experiências culturais e destinos paradisíacos.

O potencial turístico do Rio de Janeiro é vasto e diversificado, desde suas famosas praias, como Copacabana e Ipanema, até atrações históricas como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Além disso, a cidade é reconhecida mundialmente pelo seu Carnaval espetacular e por uma rica cena cultural.

A entrada na Federação Mundial de Cidades Turísticas certamente colocará o Rio de Janeiro no radar dos turistas chineses, permitindo que eles descubram e se encantem com todas as maravilhas que a cidade tem a oferecer.

Com estratégias de marketing e promoção bem planejadas, o turismo do Rio tem grandes possibilidades de obter sucesso no mercado chinês e estabelecer uma relação duradoura e mutuamente benéfica com os turistas asiáticos. Além disso, o intercâmbio de conhecimentos e experiências com outras cidades turísticas ao redor do mundo pode abrir portas para parcerias comerciais e investimentos.

O mercado turístico chinês representa uma grande oportunidade para o Rio de Janeiro expandir sua economia, gerar empregos e aumentar sua visibilidade global. Com a participação na Federação Mundial de Cidades Turísticas, a cidade se posiciona estrategicamente para atrair um número cada vez maior de visitantes da China, consolidando seu status como um destino de renome internacional.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/rio-de-janeiro-passa-figurar-entre-os-principais-destinos-turisticos-para-os-chineses

 

Agência internacional eleva nota de crédito da Petrobrás e de 18 empresas brasileiras

Segundo a Fitch, mudança foi motivada pelo desempenho macroeconômico e fiscal do Brasil, que superou expectativas e adotou "políticas proativas e reformas"

Lula e Jean Paul Prates
Lula e Jean Paul Prates (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Tomaz Silva/Agência Brasil | Paulo Whitaker/Reuters)

247 - A agência de classificação de risco Fitch elevou as classificações de longo prazo da Petrobrás, Comgas, brMalls e diversas outras empresas brasileiras, seguindo a melhora no rating soberano do país, divulgada na última quarta-feira (26). De acordo com a agência, essa mudança foi motivada pelo desempenho macroeconômico e fiscal do Brasil, que superou as expectativas em meio a choques, bem como pelas "políticas proativas e reformas" adotadas e a expectativa de que o novo governo continuará trabalhando para promover melhorias adicionais. A Fitch também destacou o crescimento resiliente do país e a política monetária "prudente" como fatores que influenciaram as avaliações.

A Petrobrás teve sua nota de classificação de longo prazo elevada para BB, com perspectiva estável. A classificação de longo prazo em moeda local também foi elevada para BB, com perspectiva estável. Já o rating nacional de longo prazo subiu para AAA, com perspectiva estável.

Além da Petrobrás, tiveram suas classificações alteradas: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), MRS Logística, Energisa Minas Rio, Energisa Paraíba, Energisa Sergipe, Aché Laboratórios Farmacêuticos, Transportadora Associada de Gás (TAG), Globo Comunicação e Participações, Rumo, Localiza, Engie Brasil, Rede D’Or, Energisa, Taesa, BR Malls e Alupar.

Essas mudanças nas classificações refletem o otimismo da agência em relação à economia brasileira e sua confiança nas ações tomadas pelo governo para promover o crescimento e a estabilidade. Com a melhoria no rating soberano e a consequente elevação das notas de diversas empresas, espera-se um cenário mais favorável para os negócios e investimentos no Brasil.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/agencia-internacional-eleva-nota-de-credito-da-petrobras-e-de-18-empresas-brasileiras

 

Eduardo Bolsonaro pagou funcionário argentino que mentiu sobre urnas

Funcionário do Derecha Diario acompanhou Eduardo em visita à Argentina “patrocinada” pelo dono do site durante campanha



Por Alice Maciel, Juliana Dal Piva e Laura Scofield, Agência Pública - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo seu site, La Derecha Diario. 

Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada por isso.

Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem, pode configurar abuso de poder político.

É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no continente. 

Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição. Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 3.900 pelo serviço.

Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”. 

Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem, reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. 

“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fazer a live. 

Ele disse que foi procurado por um amigo “que é um estudioso do Brasil e fanático por Bolsonaro”, que teria desconfiado de erros na contagem da votação. “Nem os militares nem ninguém do partido entrou em contato comigo antes da live. Eu não conseguia nem falar com Eduardo”, ressaltou, mesmo que semanas antes eles estivessem juntos. 

De acordo com documentos obtidos pela Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a ida de Eduardo Bolsonaro para a Argentina contou com apoio institucional do Itamaraty e da Câmara dos Deputados. Mas o parlamentar nunca informou publicamente o caráter oficial da viagem nem quem foi encontrar no país vizinho. 

Esses dados não constam também em sua prestação de contas no portal da transparência da Câmara. Segundo a assessoria de imprensa, a viagem não foi paga pela Casa e teria como objetivo “fortalecer os laços para alcançar um crescimento econômico sustentado na Região”.

De acordo com as regras do Legislativo federal, os deputados viajam em missão oficial “para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato”. No entanto, a agenda de Eduardo Bolsonaro na capital argentina, organizada pela equipe de Fernando Cerimedo, cumpriu objetivos estritamente eleitoreiros, tendo se reunido com figuras da extrema direita argentina e produzido vídeos a favor do seu pai para postar nas redes. 

Para a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MG, Isabela Damasceno, o episódio pode configurar abuso de poder político, “tendo em vista que o cargo eletivo fora utilizado, inclusive com comunicado oficial que o deputado/agente público estava em missão institucional”, ressaltou. “Quando manifestamente não são localizados o evento e os atos a serviço do país que o deputado deveria ter realizado, se mostra ficcional a missão institucional, sendo nítido o desvio de finalidade”, acrescentou. 

De acordo com o advogado Marcelo Weick, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), além de abuso de poder político, o caso pode configurar improbidade administrativa, uma vez que houve uso da máquina pública.

Disseminador de fake news

Disseminar fake news faz parte do trabalho de Fernando Cerimedo, segundo apurou o consórcio de veículos. E, para tal, o site de notícias La Derecha Diario, seu principal canal, é um caminho. 

Além do La Derecha Diario, Cerimedo diz possuir outros 35 pequenos meios digitais. Em quatro anos, ele teve uma carreira meteórica: montou um grupo empresarial com sede em Buenos Aires, integrado por uma empresa de segurança privada, uma academia que oferece cursos sobre marketing digital – que diz ter parcerias com TikTok, Google, Meta e Twitter – e uma agência de publicidade, a Numen Publicidad. 

Porém, em retorno, o Tiktok afirmou que “não existe parceria com essa empresa” e o Google disse que não encontrou “registro da empresa mencionada em nosso diretório de Google Partners”. Twitter e Meta não responderam. 

Em seu site, a Numen Publicidad informa que utiliza “recursos tecnológicos exclusivos para posicionamento e comunicação de candidatos e governos, gestão e leitura da opinião pública”, e Cerimedo admitiu em entrevista ao consórcio que possui “um monte de trolls”. De acordo com ele, as contas falsas nas redes sociais não são utilizadas para atacar adversários, mas para enganar algoritmos e, assim, dar um melhor posicionamento às mensagens de seus clientes.

Porém, isso também é proibido pelas redes. Tanto os termos de uso do Twitter quanto os do Facebook banem “comportamento coordenado inautêntico” para amplificar ou suprimir informações artificialmente. 

Ainda de acordo com o site da Numen Publicidad, a empresa já prestou consultoria política para 50 campanhas eleitorais na América Latina e Estados Unidos e possui escritórios em Buenos Aires, Santiago (Chile) e São Paulo. Entretanto, Cerimedo disse em entrevista que não possui escritório nem clientes no Brasil e que sua relação com Eduardo Bolsonaro é apenas de amizade.

 investigação transnacional identificou que o consultor político utilizou na Argentina e no Chile estratégias semelhantes às usadas no Brasil. 

No Chile, por exemplo, Cerimedo atuou pela rejeição da nova Constituição proposta pelo governo de Gabriel Boric. Sua agência de publicidade publicou dados apontando uma menor diferença entre as pessoas que aprovavam e rejeitavam a realização de um plebiscito do que outros estudos – que se mostraram corretos. 

Após a derrota da consulta sobre o novo texto constitucional dois anos depois, o La Derecha Diario divulgou uma reportagem alegando que Boric teve um “colapso nervoso”. Uma análise das redes sociais detectou que a hashtag #Boricinternado já estava em movimento minutos antes de a notícia ter sido publicada no site, o que pode ser um indício do uso de trolls.

O veículo de Cerimedo espalhou também informações falsas sobre o atentado ocorrido em 1o de setembro do ano passado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Apesar de as mentiras publicadas no La Derecha Diario terem sido desbancadas por diversos sites de checagem, o consultor nega ser um produtor de fake news. “Chamar-nos de desinformadores em série por duas ou três bobagens é a única maneira que eles têm de nos atingir. Sou contra as fake news”, afirmou. “La Derecha Diario é o único dos meus veículos que faz travessuras”, ameniza.

Viagem “patrocinada” por Cerimedo

O consultor político argentino foi o anfitrião de Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. 

O deputado desembarcou na capital argentina em 12 de outubro, onde ficou até o dia 15, duas semanas antes do pleito. Durante esse período, Eduardo se encontrou com lideranças da extrema direita do país, deu entrevistas para veículos locais e gravou quatro vídeos para a campanha do pai. Tudo foi registrado pelo La Derecha Diario.

As imagens gravadas em Buenos Aires mostram Eduardo Bolsonaro entrevistando pessoas nas ruas da cidade, que reclamam da inflação e mandam mensagens a favor da reeleição de Jair Bolsonaro. O objetivo era convencer eleitores indecisos de que, se Lula fosse eleito, o Brasil entraria numa crise econômica semelhante à da Argentina, país que fechou 2022 com 94,8% de inflação. O presidente do país vizinho, Alberto Fernández, é aliado do petista. 

“Como seria no Brasil se o presidente fosse do PT? Seria semelhante à Argentina”, escreveu o deputado na legenda de um dos registros da viagem, compartilhado em seu Instagram em 27 de outubro. Outros vídeos com teor semelhante já haviam sido compartilhados pelo parlamentar em suas redes sociais nos dias 13, 15 e 16, assim como nas redes do La Derecha Diario. 

A viagem de Eduardo Bolsonaro foi comunicada em um ofício enviado em 10 de outubro pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores (Sere) à embaixada do Brasil na Argentina. Ainda de acordo com a Sere, a viagem havia sido informada pela Secretaria de Relações Internacionais da Câmara. Publicamente, porém, a informação sobre a “missão oficial” foi omitida. Classificado como “urgentíssimo”, o documento informava a missão oficial do filho do então presidente Jair Bolsonaro a Buenos Aires “para participar do evento Ciclo de Atividades para Difusão das Ideias de Liberdade”, no período de 12 a 15 de outubro.

A agenda do parlamentar na cidade foi amplamente divulgada no La Derecha Diario. O portal noticiou que Eduardo Bolsonaro se reuniu na noite de 13 de outubro com lideranças de direita argentina, “com o objetivo de consolidar os diferentes espaços da direita e conseguir apoio comum para o líder máximo da direita na região: Jair Bolsonaro”. O encontro foi organizado por Fernando Cerimedo e sua esposa, Natalia Basil, diretora do Madero Media, segundo o portal. 

Em seu último dia na Argentina, o parlamentar tomou um café da manhã privado com o deputado e atual candidato à presidência do país, Javier Milei, a deputada Victoria Villarruel e com Giovanni Larosa. Segundo o La Derecha Diario, “eles falaram sobre a importância de a direita estar conectada a nível regional e como é vital que Bolsonaro seja reeleito”.

Ainda de acordo com a notícia titulada “La Derecha Diario e Agencia Numen trouxeram Eduardo Bolsonaro à Argentina: os motivos e a agenda do filho do presidente”, foi Cerimedo quem “patrocinou” a ida de Eduardo ao país vizinho. Mas, em entrevista ao consórcio, ele negou: “Ninguém nos pagou nem nós pagamos nada”, disse. 

O editor do portal e diretor executivo da Numen Publicidad, Ezequiel Acuña, ficou encarregado de acompanhar e coordenar a agenda do político brasileiro, segundo o portal. Em seu currículo, Acuña diz que é especialista em marketing político digital com experiência na Argentina, Chile e Brasil. 

Acuña e Cerimedo aparecem em um dos vídeos publicados por Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires a favor da campanha de seu pai. A imagem, compartilhada em 13 de outubro nas redes do parlamentar, mostra os três andando pelas ruas de Buenos Aires acompanhados de uma equipe de filmagem. 

Na ocasião, Eduardo cumprimenta apoiadores de Jair Bolsonaro e em dado momento abre uma geladeira vazia em um supermercado e diz: “É o que faz o socialismo”.

Dois dias depois, Eduardo Bolsonaro postou outro vídeo da Argentina, em que ele aparece contando várias notas de dinheiro em um restaurante. Na legenda, escreveu: “Pagando almoço na Argentina. Se você não quer isso para o Brasil, vote Bolsonaro 22 e peça mais votos”. 

Em todas as postagens que fez em Buenos Aires, ele marcou os perfis de Giovanni Larosa e do La Derecha Diario. 

Marqueteiro “imparcial”

Os perfis do La Derecha Diario Brasil no Twitter, Instagram e Telegram foram suspensos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar mentiras sobre a segurança das eleições brasileiras.

A live “Brazil Was Stolen” (O Brasil foi roubado, em português), de 4 de novembro, foi repercutida por políticos e influenciadores bolsonaristas para inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil, que resultou nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Nela, Cerimedo apresenta a tese de que houve uma diferença de votos favorecendo Lula entre as urnas que teriam sido auditadas e as mais antigas, que, segundo ele, não passaram pela auditoria. Mas isso não é verdade: todas as urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 passaram por auditoria e fiscalização.

Fernando Cerimedo fez ainda outras três transmissões com o mesmo teor nos dias 6 e 8 de novembro e 11 de dezembro. As gravações continuam disponíveis na plataforma Rumble, seja no canal de Cerimedo ou no de outros usuários. Uma das lives continua acessível no Facebook. 

“Foi comprovado judicialmente que não espalhei desinformação. Minhas contas foram suspensas em novembro e eles me desbloquearam quando aconteceu o que aconteceu em 8 de janeiro, porque eles descobriram que eu não era o responsável”, disse Cerimedo em entrevista ao Clip. “Eu nunca disse que houve fraude no Brasil, mas que tinha que ser investigada”, argumentou, embora seus vídeos e postagens repitam que houve fraude. Além disso, as contas do La Derecha Diario continuam suspensas no Brasil por decisão do TSE. 

A Justiça Eleitoral publicou duas notas desmentindo o consultor político, nos dias 9 de novembro e 20 de dezembro. A primeira resposta se refere à live de Cerimedo, em 4 de novembro. O TSE afirma que “todos os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por auditoria”. Já a segunda nota foi feita em resposta à live de 11 de dezembro: “Todas as alegações feitas pelo apresentador da transmissão são mentirosas ou estão gravemente distorcidas”, responde o tribunal. 

Quando a live foi ao ar, o Brasil registrava dezenas de pontos de bloqueios nas estradas, iniciados após o resultado do pleito, em 31 de outubro. A fake news ajudou a manter os militantes bolsonaristas nas ruas e incentivou mais pessoas a se juntarem aos atos antidemocráticos que pediam intervenção federal, como foi o caso da dona de casa Luísa*, que conversou com a reportagem da Pública em 5 de novembro, sob a condição de anonimato.

Após assistir à live do consultor político argentino, ela vestiu sua camisa da seleção brasileira e foi para a beira da estrada, em Barra Velha, Santa Catarina, protestar contra o resultado das eleições. 

“Não acredito em tudo que chega em meu WhatsApp. Eu e meus vizinhos nos reunimos e ficamos ontem até tarde da noite analisando os dados que ele [Fernando Cerimedo] apresentou”, justificou.

Motivada pela fake news, Luísa saiu de casa com suas três filhas quando o sol ainda despontava no céu, levou cadeiras, comida e água suficientes para passar o dia no ato.

Diante das câmeras, Fernando Cerimedo se apresentou como um sujeito imparcial, omitindo sua relação com Eduardo Bolsonaro e com a campanha do ex-presidente. Ele disse que havia recebido as informações que embasaram as mentiras “de entidades privadas”. “É importante esclarecer que esta informação não tem nada a ver com a campanha de Bolsonaro nem do governo. Essa informação chegou às nossas mãos por parte de entidades privadas”, ressaltou. 

As mesmas mentiras foram repetidas em sua fala durante uma audiência pública no Senado, convocada pelo senador aliado do ex-presidente Eduardo Girão (Podemos), em 30 de novembro de 2022. 

No evento, Cerimedo disse que o resultado eleitoral que deu a vitória a Lula era “matematicamente impossível de acontecer” e que “a paz do Brasil só acontecerá com uma auditoria e um voto de papel” – proposta que fora rejeitada em votação na Câmara dos Deputados. 

Ao fim de sua apresentação, o consultor político defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu que a população brasileira fosse às ruas para “salvar o país”. 

“Você pode até ter votado na esquerda ou se omitido por estar magoado com o presidente Bolsonaro, mas ele luta pela sua liberdade e pelo seu direito de se expressar”, disse. “Façam algo, agora, nesse momento, levantem de seus sofás, saiam para as ruas, lutem pelo futuro das próximas gerações e entrem para história. O Brasil é lindo e merece um povo que o mereça de verdade. Lembrem-se: o único supremo é o povo”, finalizou, repetindo o lema de protestos bolsonaristas.

Um dos funcionários de Fernando Cerimedo que atua no Brasil é o brasileiro Giovanni Larosa, que recebeu ao menos R$ 3.900 para coordenar a campanha de reeleição de Eduardo Bolsonaro nas cidades do oeste de São Paulo, sob a rubrica “divulgação de propaganda eleitoral e apoio à campanha”, no período de 12 a 30 de setembro, de acordo com dados da Justiça Eleitoral.

Além de correspondente do La Derecha Diario Brasil, ele é apresentado no portal como assessor de Eduardo para assuntos internacionais. Em entrevista ao Cip, no entanto, Cerimedo diz: “[Esses serviços] não foram prestados nem para La Derecha Diario nem para Eduardo. É o brasileiro que viaja muito e faz vídeos. Ficou amigo de Eduardo e o leva para todo lado. De nossa parte, só pagamos diárias para ele fazer notas sobre a campanha”. 

Em um vídeo postado por Eduardo Bolsonaro no dia 7 de outubro, Larosa aparece acompanhando o parlamentar em uma viagem a São Paulo. Eles entram no avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB), onde também estavam Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

A relação da família Bolsonaro com Larosa é anterior ao período eleitoral. Em 2021, ele divulgou sua visita ao Palácio da Alvorada quando levou o típico doce argentino, alfajor, para o então presidente. No mesmo ano, Larosa cobriu pelo La Derecha Diario o CPAC – autointitulado o “maior evento conservador do país”. Na ocasião, ele fez uma entrevista exclusiva com Jair Bolsonaro.

Com 77,5 mil seguidores no Instagram, 26 mil no Twitter e 39 mil no TikTok, Larosa gravou vários vídeos com os Bolsonaros durante a campanha e reproduziu ataques a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também ajudou a espalhar fake news sobre as urnas. Em 10 de novembro do ano passado, por exemplo, escreveu no Twitter: “Se não é possível garantir que as eleições no Brasil foram limpas, deve haver outra com maior transparência”. 

Larosa compartilhou imagens da invasão de 8 de janeiro aos prédios dos três poderes em Brasília e escreveu notícias favoráveis ao ex-presidente para o La Derecha Diario ao longo de 2022. 

Em 2021, Giovanni Larosa fez parte da equipe de Cerimedo contratada para a campanha da argentina Patricia Bullrich, presidente do partido de direita Proposta Republicana. A mesma equipe hoje trabalha para Javier Milei, candidato da ultradireita à presidência na Argentina e aliado político da família Bolsonaro. Repetindo a estratégia bolsonarista, Cerimedo solicitou informações ao governo argentino sobre o sistema eleitoral, para supostamente evitar irregularidades nas eleições. 

Paralelamente, o consultor flerta com a campanha de Donald Trump. Em 22 de março, ele postou uma foto no Twitter tomando café da manhã com pessoas ligadas a Trump: “Grande café da manhã de trabalho esta manhã com Carlos Diaz Rosillo, principal assessor do Secretário de Defesa em Assuntos de Segurança Internacional do governo de @realDonaldTrump”, escreveu em espanhol. 

Ao ser questionado se vai trabalhar com Trump nas próximas eleições, ele deixou o mistério no ar: “não posso compartilhar essa informação”. 

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-pagou-funcionario-argentino-que-mentiu-sobre-urnas

 

Militares tentam culpar governo Lula pelo terrorismo de 8 de janeiro

Apesar de tentar culpar Lula, relatório aponta para militares do GSI remanescentes do governo Bolsonaro, indicados pelo general Augusto Heleno

Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro
Lula, militares e os atos terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro (Foto: ABR)

247 - A conclusão do inquérito policial militar instaurado para investigar a conduta dos militares do Exército durante os atentados terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro tenta livrar as tropas de culpa pelas invasões e atribui "indícios de responsabilidade" ao governo Lula, informa a Folha de S. Paulo. Inquérito militar culpa generais aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-minisrto do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, mantidos no Planalto no início administração petista.

A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto (CMP). O inquérito cita supostas falhas da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e do Departamento de Segurança Presidencial, ambos subordinados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Os chefes de ambas as pastas, contudo, haviam sido nomeados durante o governo Bolsonaro, pelo ex-ministro da pasta, general Augusto Heleno, e mantidos pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da liderança do ministério em abril após filmagens o mostrarem circulando entre os terroristas no dia das invasões.

"É possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito [...] Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos", diz um trecho da conclusão do relatório.

A tentativa de atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelas invasões oculta, no entanto, a conivência de autoridades do Exército com os acampamentos golpistas montados em frente ao QG de Brasília meses antes dos ataques golpistas, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas urnas. As investigações da CPMI do 8 de janeiro apontam os acampamentos como o centro de planejamento para as invasões e também revelam uma série de crimes que ocorriam nos espaços protegidos pelo Exército. Os acampamentos, inclusive, contavam com a presença de familiares de militares.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/militares-tentam-culpar-governo-lula-pelo-terrorismo-de-8-de-janeiro

 

domingo, 30 de julho de 2023

Brasil vai participar de nova cúpula pela paz na Ucrânia

 

Reunião está marcada para ocorrer em agosto na Arábia Saudita contará com a presença de representantes de cerca de 30 países, incluindo membros dos Brics e do governo dos EUA

Presidente Lula discursa no Fórum Empresarial Brasil-Espanha | Guerra na Ucrânia
Presidente Lula discursa no Fórum Empresarial Brasil-Espanha | Guerra na Ucrânia (Foto: Reuters)

247 - O Brasil participará de uma cúpula pela paz na Ucrânia, marcada para ocorrer em agosto na Arábia Saudita. Segundo a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, fontes diplomáticas do Itamaraty informaram que as negociações foram concretizadas nos últimos dias. A reunião, que deve ocorrer na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, contará com a presença de representantes de cerca de 30 países, incluindo membros dos Brics e do governo dos Estados Unidos.

Esta não é a primeira vez que o Brasil se envolve em iniciativas de paz para a Ucrânia. No final de junho, o país já havia participado de uma iniciativa semelhante com representantes dos países do G7, além de nações emergentes e a própria Ucrânia.

O governo brasileiro enviou emissários tanto a Kiev quanto a Moscou como parte dos preparativos para a conferência. No entanto, o próprio presidente brasileiro alertou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que uma negociação de paz não pode estar baseada na tentativa de impor unilateralmente um plano de saída para a crise.

Naquela ocasião, durante o encontro realizado na Dinamarca, houve uma tentativa de aprovação de uma declaração final em apoio a alguns pontos do plano de paz ucraniano, mas a ideia foi barrada pela resistência dos países emergentes, incluindo o Brasil.

O representante brasileiro, Celso Amorim, naquele momento destacou que "não seria produtivo" aprovar o documento, argumentando que qualquer ideia de paz precisaria surgir a partir do diálogo entre russos e ucranianos.

Apesar disso, Amorim enfatizou que o encontro foi concluído com um acordo para manter o diálogo, o que já foi considerado um avanço significativo em meio à crise internacional.

Para o processo de paz evoluir, o Brasil enfatizou a importância de incluir a China e a Rússia nas conversações, uma vez que não há como alcançar um acordo apenas entre os ucranianos. Nesse sentido, a conferência em agosto será uma oportunidade crucial para fortalecer o diálogo entre todas as partes envolvidas.

“Por enquanto, o processo ainda não será transformado em uma reunião de cúpula de chefes de Estado. Mas não se descarta que, no futuro, o grupo possa ganhar tal dimensão”, ressalta Chade.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/brasil-vai-participar-de-nova-cupula-pela-paz-na-ucrania

Ministros do STF foram hostilizados 74 vezes entre 2017 e 2023. Jair Bolsonaro foi o principal agressor

O ministro Alexandre de Moraes foi o alvo preferencial dos ataques. 2021 e 2022 foram os anos com mais casos registrados

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | REUTERS/Adriano Machado)

247 - Um levantamento realizado pelo Poder360 apontou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvos de hostilizações em pelo menos 74 ocasiões no período de 2017 a 2023. A pesquisa levou em consideração a composição mais recente da Corte. O último incidente registrado aconteceu em 14 de julho, quando o ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram insultados no aeroporto de Roma, na Itália. Os responsáveis pelas ofensas estão sob investigação.

Dentre os 74 episódios de hostilização, em 53 deles não houve ação judicial. Moraes foi o mais frequente alvo de ofensas, totalizando 30 casos neste período. No entanto, todos os ministros do STF foram atingidos por pelo menos uma ocorrência de insulto ou acusação.alvo

O ano de 2021 se destacou com o maior número de casos, totalizando 24 ofensas dirigidas aos magistrados. Alexandre de Moraes e Roberto Barroso foram os ministros mais visados, com 11 e 8 episódios de hostilização, respectivamente. O ano de 2022 também apresentou uma alta incidência, com 21 casos registrados.

Jair Bolsonaro (PL) se destacou como um dos principais responsáveis pelas hostilizações aos ministros, tendo dirigido insultos aos magistrados em pelo menos 23 ocasiões durante o seu mandato. Alguns casos geraram pedidos de investigação, mas até o momento, poucos foram judicializados.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), reagiu aos números: "isso é péssimo para o Brasil, na medida em que são tentativas de impedir o livre exercício do Poder Judiciário. Não são 'hostilidades' pessoais, são agressões contra a Constituição".

Fontge:  https://www.brasil247.com/brasil/ministros-do-stf-foram-hostilizados-74-vezes-entre-2017-e-2023-jair-bolsonaro-foi-o-principal-agressor

 

A Mídia corporativa não aceita um governo progressista

Por Jacinto Pereira

Míriam Leitão era contra o pré sal, depois dizia que o Brasil não tinha como explorar esse petróleo em águas profundas, agora diz que a PETROBRAS tem que aumentar o preço dos combustíveis. Quem será que paga ela para ser contra nosso desenvolvimento? Ela sempre tenta pautar ou dar pitaco no governo Lula, até tenta desqualificar o economista e professor Marcio Pochmann, indicado pelo Presidente para dirigir o IBGE

Bom Dia 247, com Attuch, Hilde e Florestan (30.07.23)

sábado, 29 de julho de 2023

"O Brasil não estará livre da fome enquanto houver Rede Globo e Lula deve enfrentá-la", diz Gustavo Conde

 

Linguista afirma que Lula acabou com a fome, mas ela voltou após o golpismo liderado pela Globo

Gustavo Conde e Lula
Gustavo Conde e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Ricardo Stuckert)

247 – Na última edição da Live do Conde, o jornalista e linguista Gustavo Conde trouxe à tona uma contundente reflexão sobre a persistência da fome no Brasil, destacando a relação entre esse problema social e a atuação da Rede Globo. Além disso, ele instigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a enfrentar a influência da emissora em questões cruciais para o desenvolvimento do país.

Gustavo Conde destacou que, com o apoio da população, o presidente Lula desenvolveu políticas sociais que resultaram na significativa redução da pobreza e da insegurança alimentar durante seus mandatos. No entanto, o jornalista aponta que esse avanço foi temporário e a fome voltou a ser uma realidade para muitos brasileiros.

De acordo com Conde, o ressurgimento da fome não pode ser atribuído exclusivamente a Jair Bolsonaro, Michel Temer ou Aécio Neves. Em suas palavras, a verdadeira responsável é a "mãe de todos eles": a Rede Globo. O comunicador critica a emissora por conduzir uma campanha permanente contra o Brasil e seu desenvolvimento, enfatizando que essa postura da mídia teria impacto direto nas políticas públicas e nas decisões governamentais. "O Brasil não estará livre da fome enquanto houver Rede Globo e Lula deve enfrentá-la", diz Gustavo Conde.

Fonte:  https://www.brasil247.com/midia/o-brasil-nao-estara-livre-da-fome-enquanto-houver-rede-globo-e-lula-deve-enfrenta-la-diz-gustavo-conde


Nova política de dividendos da Petrobrás cumpre promessa de Lula

Valor distribuído aos investidores será menor e com isso a empresa poderá investir mais

Petrobrás, Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Luiz Inácio Lula da Silva e Jean Paul Prates (gravata vermelha)
Petrobrás, Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Luiz Inácio Lula da Silva e Jean Paul Prates (gravata vermelha) (Foto: Divulgação | ABR | Ricardo Stuckert)

247 – Nesta sexta-feira (28), o conselho de administração da Petrobrás concretizou uma importante promessa de campanha do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aprovar uma nova política de dividendos. Essa medida resultará na redução do valor distribuído aos acionistas, além de permitir a criação de um programa de recompra de ações, seguindo o exemplo de outras empresas concorrentes do setor. A mudança na política de dividendos busca modificar a antiga abordagem que transformou a Petrobrás em uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A nova política estabelece que 45% do fluxo de caixa livre – a diferença entre fluxo de caixa e investimentos – será destinado aos dividendos, quando a dívida da empresa estiver abaixo dos US$ 65 bilhões. Além disso, ficou definida uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões em dividendos sempre que o preço do petróleo ultrapassar a marca de US$ 40 por barril, independentemente do nível de endividamento.

Essa mudança de direcionamento também contempla uma revisão no conceito de investimentos que influenciam o valor dos dividendos, incluindo aquisições de participações acionárias. A Petrobrás destaca que a nova política visa garantir a previsibilidade dos pagamentos aos acionistas e assegurar a sustentabilidade financeira de longo prazo, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento contínuo da companhia.

Com a redução dos dividendos, a Petrobrás se alinha a outras empresas do setor internacional, que costumam distribuir entre 25% e 40% do indicador de fluxo de caixa. A gestão petista justifica que essa medida permitirá direcionar uma parcela maior dos recursos gerados para investimentos em setores negligenciados em gestões anteriores, como as energias renováveis e a petroquímica. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, tem defendido um diálogo aberto com os investidores para discutir os projetos que receberão esses recursos antes destinados aos dividendos. A expectativa é de que o plano estratégico revisado seja divulgado nas próximas semanas, incluindo indicações de investimentos em energias renováveis e aporte em unidades de refino à base de óleos vegetais, visando a concretização desses planos até o fim do ano. Além disso, a nova política de dividendos permitirá a criação de um programa de recompra de ações, embora ainda não haja detalhes específicos sobre essa estratégia.

Com a promulgação da nova política de dividendos, a Petrobrás busca consolidar uma nova abordagem para seus investimentos e remuneração dos acionistas, cumprindo assim uma das propostas-chave do governo Lula. O objetivo é assegurar a saúde financeira da empresa no longo prazo, ao mesmo tempo em que possibilita o direcionamento de recursos para áreas estratégicas e projetos voltados para a sustentabilidade e o crescimento futuro da companhia.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/nova-politica-de-dividendos-da-petrobras-cumpre-promessa-de-lula

 

Ricardo Salles recebe punição da Comissão de Ética por viagens com dinheiro público a São Paulo sem agendas

 

Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens pelo país, 90 delas com destino a São Paulo

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República tomou uma decisão sancionatória contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, em decorrência de uma série de deslocamentos realizados a São Paulo, seu reduto eleitoral, utilizando recursos públicos. Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens dentro do país, sendo 90 delas com destino a São Paulo.

“De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles à São Paulo, sobretudo aos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração ética pelo ex-ministro”, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. As viagens teriam custado R$ 230,4 mil aos cofres públicos.

Ainda conforme a reportagem, o colegiado entendeu que  Salles teria violado o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF), o qual estabelece que autoridades públicas devem pautar-se pelos padrões da ética, "principalmente no que diz respeito à integridade, moralidade, clareza de posições e decoro".

“A votação foi acirrada. Três conselheiros indicados por Bolsonaro entenderam não haver irregularidade na conduta do ex-ministro do Meio Ambiente. Outros três membros do colegiado, indicados por Lula num ato sem precedentes, votaram a favor da punição. Foi necessário o voto de minerva do presidente da Comissão de Ética, Edson Leonardo, para punir Salles”, ressalta a reportagem. A sanção aplicada se caracteriza como uma censura ética, o que, na prática, configura uma mancha no currículo do ex-ministro.

Procurado para comentar a decisão, Salles afirmou, inicialmente, que não tinha conhecimento da punição. Em seguida, ele explicou que foram fornecidas informações à CEP alegando que, durante a pandemia, com a escassez de voos diretos, "quase todos os voos para diferentes regiões do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado na decisão".

Em junho, a Comissão de Ética Pública instaurou um procedimento contra Ricardo Salles por suspeita de interferência na atuação da Polícia Federal. Salles foi alvo da operação Akuanduba em maio de 2021, com suspeitas de ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Um mês antes, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva foi afastado da chefia da Superintendência do Amazonas após acusar o então ministro do Meio Ambiente de obstruir uma investigação que resultou em uma apreensão recorde de madeira ilegal.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/ricardo-salles-recebe-punicao-da-comissao-de-etica-por-viagens-com-dinheiro-publico-a-sao-paulo-sem-agendas

Liderados pelo governo da Arábia Saudita, investidores e empresários desembarcam no Brasil para fechar contratos no país

Acordos que serão anunciados devem abranger setores estratégicos como defesa, farmacêuticos e até mesmo o futebol. Alckmin abrirá a rodada de encontros

Luiz Inácio Lula da Silva e Mohammed bin Salman al Saud
Luiz Inácio Lula da Silva e Mohammed bin Salman al Saud (Foto: Reuters)

247 - Uma missão histórica composta por fundos de investimentos, empresas estatais e cerca de 200 empresários da Arábia Saudita desembarca no Brasil com o objetivo de firmar pelo menos 20 acordos e contratos em diversos setores. A partir deste domingo (30), eventos em São Paulo marcarão esse esforço de aproximação entre os dois países. Os encontros serão abertos pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). Do lado saudita, a missão é liderada por Khalid Al-Falih, ministro de Investimentos, ex-CEO da Aramco e um dos principais aliados do príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman.

Segundo fontes envolvidas na organização da missão e ouvidas por Jamil Chade, do UOL, os acordos que serão anunciados devem abranger setores estratégicos como defesa, farmacêuticos e até mesmo o futebol, com a presença de um representante da federação saudita. Além disso, há uma expectativa de aproximação no setor de fertilizantes, visto que o Brasil importa quase todo o seu consumo anual desse insumo essencial para a produção agrícola, sendo um terço proveniente da Rússia, país em guerra.

Uma possibilidade que está sendo considerada é a negociação de um acordo de joint-venture para a produção de fertilizantes no Brasil, envolvendo empresas sauditas e brasileiras. Esse tema também faz parte da agenda do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que se encontrará com empresários brasileiros durante sua visita ao reino saudita neste fim de semana.

O embaixador do Brasil em Riad, Sérgio Bath, ressalta que essa missão é um "evento histórico", já que nunca antes na história diplomática dos dois países houve uma delegação organizada com tal dimensão. Em Brasília, a missão e o envolvimento do vice-presidente marcam o fim de qualquer tensão que possa ter surgido com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de cancelar um jantar em Paris, no mês passado, com o príncipe herdeiro. Bin Salman é acusado de envolvimento na morte de um jornalista e frequentemente denunciado por grupos de direitos humanos.

Durante uma visita anterior de Jair Bolsonaro (PL) a Riad, ele chegou a dizer que tinha "certa afinidade" com Bin Salman, o que gerou críticas por parte de ativistas, especialmente por comentários considerados inadequados. Os contatos entre o príncipe saudita e a família Bolsonaro também foram marcados pelas joias entregues pelo príncipe ao casal presidencial.

A garantia de fornecimento de fertilizantes para a agricultura brasileira é de grande interesse dos sauditas, visto que o Brasil é o maior fornecedor de alimentos para a Arábia Saudita, ocupando 10% desse mercado. Contudo, o Brasil quer equilibrar sua balança comercial, que atualmente apresenta um déficit de US$ 2,4 bilhões. Apesar de ser um dos principais fornecedores de alimentos, a importação de petróleo saudita dificulta o equilíbrio nas contas.

Os investimentos brasileiros também têm ganhado relevância na Arábia Saudita. Empresas como Vale, BTG Pactual e Embraer já estão presentes em Riad. Há uma esperança de que os US$ 10 bilhões prometidos pelos sauditas para investir no Brasil encontrem um destino adequado, buscando áreas de convergência que possam impulsionar o desenvolvimento econômico de ambos os países.

Fonte:  https://www.brasil247.com/mundo/liderados-pelo-governo-da-arabia-saudita-investidores-e-empresarios-desembarcam-no-brasil-para-fechar-contratos-no-pais

'Fundo Clima será motor da nova economia no Brasil', diz Mercadante

 

"A parte de infraestrutura e energia limpa está crescendo muito, tanto eólica como solar. Temos perspectivas muito promissoras de hidrogênio verde", disse o presidente do BNDES

Amazônia e Aloizio Mercadante
Amazônia e Aloizio Mercadante (Foto: Reuters)

247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, manifestou entusiasmo com o potencial do Fundo Clima, criado em 2009 sob o guarda-chuva da instituição financeira, que já financiou R$ 2,3 bilhões em projetos voltados à redução de emissões de gases do efeito estufa e adaptação às mudanças do clima. Segundo a Folha de S. Paulo, a proposta é transformar o Fundo Clima - que irá receber aportes de R$ 680 milhões em agosto - em um dos pilares da transição ambiental no Brasil por meio da emissão de títulos verdes. 

"Neste momento, com a liderança do presidente Lula, o avanço da agenda ambiental, a COP 30 na Amazônia, temos crescente espaço para captar", disse Mercadante. No primeiro semestre, o BNDES registrou desembolsos 21% superiores aos registrados no  mesmo período do ano passado, totalizando R$ 40,6 bilhões adicionais. De forma enfática, ele destaca que esses avanços não envolvem subsídios, mas defende que o banco utilizará subsídios de forma racional onde for necessário. 

Uma das iniciativas mais aguardadas é a criação de uma linha de crédito com subsídio, já autorizada pelo Congresso, destinada à inovação. Essa linha reserva R$ 20 bilhões para os próximos quatro anos, com juros de até 2% ao ano. Mercadante argumenta que a inovação, especialmente em regiões mais interioranas, apresenta riscos significativos e que investimentos adequados são fundamentais para encorajar os empresários a participar.

Mercadante ainda destaca o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que está sendo organizado nas próximas semanas e será sediado no Rio de Janeiro, com a expectativa de atrair apoio e investimentos para o Brasil.

Em relação à crise ambiental, Mercadante ressalta que o Brasil possui um potencial significativo para liderar a transição ambiental e alcançar a redução de emissões. Com medidas concretas para combater o desmatamento, o país busca avançar em infraestrutura e energia limpa, com destaque para a energia eólica, solar e perspectivas promissoras de hidrogênio verde.

“A parte de infraestrutura e energia limpa está crescendo muito, tanto eólica como solar. Temos perspectivas muito promissoras de hidrogênio verde. O Brasil tem a melhor matriz energética do G20”, afirmou.

Fonte:  https://www.brasil247.com/meioambiente/fundo-clima-sera-motor-da-nova-economia-no-brasil-diz-mercadante

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro

César Lira, superintendente do Incra em Alagoas, responde a uma ação do MPF por desvio de dinheiro de diárias de funcionários terceirizados

MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro
MPF acusa chefe do Incra em Alagoas, primo de Arthur Lira, de desvio de dinheiro (Foto: Divulgação/Câmara de Maceió)

247 - O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação contra o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, César Lira, sob a acusação de desviar diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários terceirizados. César é primo do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

“César Lira foi nomeado por indicação de seu primo Arthur Lira — hoje presidente da Câmara dos Deputados — ainda em 2017, no governo Michel Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa com a qual a superintendência tinha contrato, a Mega Service”, diz o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.

Ainda de acordo com a reportagem, a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) aponta que César Lira pressionou a demissão de oito funcionários da Mega Service, substituindo-os por indicados pessoais. Esses aliados receberam diárias que, posteriormente, eram desviadas em um esquema fraudulento. O inquérito também revelou indícios de um possível crime eleitoral, cujos detalhes permanecem sob sigilo.

Segundo relatos, os funcionários supostamente viajavam a serviço, mas, na realidade, permaneciam em outras localidades. Por exemplo, um servidor chamado Cristiano Dorta, próximo ao superintendente, recebia diárias para viagens a Branquinha e Japaratinga, mas foram encontradas fotos suas em Boa Viagem (Recife) e Maceió, durante os mesmos períodos de tempo.

As investigações apontam que Dorta recebia, em média, R$ 2,9 mil adicionais por mês em diárias pagas pelo governo federal através do Incra, mesmo não cumprindo com as tarefas previstas nas ordens de serviço. Além disso, depoimentos afirmam que ele consumia álcool durante o horário de trabalho.

Outra denúncia grave mencionada durante o processo é que a empresa Mega Service foi pressionada a contribuir financeiramente para manter o contrato com o Incra. Ocorreram demissões de funcionários e substituições de acordo com as indicações do superintendente César Lira, e quando a empresa negou o repasse de dinheiro, os pagamentos começaram a atrasar até que o contrato fosse finalmente encerrado

César Lira também está associado a outro escândalo de corrupção, pois seu nome figurava na lista de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Alagoas, descoberta durante a Operação Taturana, conduzida pela PF, que revelou desvios de recursos públicos, totalizando R$ 300 milhões.

A reportagem ressalta ainda, que “o governo quer substituir César Lira na direção do Incra, mas espera um aval do presidente da Câmara dos Deputados”.

Fonte:  https://www.brasil247.com/regionais/nordeste/mpf-acusa-chefe-do-incra-em-alagoas-primo-de-arthur-lira-de-desvio-de-dinheiro

Globo pressiona por aumento da gasolina e faz lobby por importadores

Petrobrás diz que os preços estão corretos e que não há risco de desabastecimento

Frentista abastece veículo em posto de combustíveis no Rio de Janeiro. 08/07/2021
Frentista abastece veículo em posto de combustíveis no Rio de Janeiro. 08/07/2021 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

247 - Por meio do portal g1, o grupo Globo publicou neste sábado (29) matéria que faz lobby pelos importadores de petróleo, pressionando a Petrobrás a subir o preço dos combustíveis no Brasil. Segundo o texto, “importadores relatam encolhimento do mercado e ‘preocupação’ com oferta de combustíveis em agosto”. No entanto, a companhia nega risco de desabastecimento. >>> Com mudança na política de preços, Petrobrás tem melhor primeiro semestre de vendas dos últimos seis anos

Cumprindo uma promessa de campanha, o governo do presidente Lula (PT) acabou com o Preço de Paridade de Importação (PPI) há pouco mais de dois meses. O PPI vinculava ao mercado exterior os preços dos combustíveis dentro do Brasil.

Segundo a reportagem, “o valor da gasolina vendida pela estatal está pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores” nas últimas semanas. “Já de acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na sexta-feira (28), a gasolina estava 24% abaixo do preço praticado pelos importadores, o equivalente a cerca de R$ 0,77 por litro. O óleo diesel estava 21% mais baixo do preço praticado no mercado externo, ou R$ 0,78 por litro”. >>> Gleisi comemora recorde de vendas da Petrobrás: 'fim do PPI é bom para todo mundo'

A própria reportagem destaca que “a Petrobrás segue como a maior fornecedora de combustíveis do Brasil, com custo de produção local” e, exatamente por esta razão, consegue praticar preços mais baixos. No entanto, a matéria faz lobby pelos importadores de combustíveis ao ponderar que “a diferença não deve afetar as contas da estatal, mas afeta a atividade de importação”. Na prática, o jornal sugere que os brasileiros paguem mais caro pelos combustíveis para atender aos interesses do mercado privado.

“Como cerca de 12% da gasolina e 25% do diesel consumidos no Brasil são importados, a Petrobras não pode praticar preços muito abaixo do mercado internacional, sob o risco de inviabilizar a importação e prejudicar o abastecimento nacional”, diz o texto. Por outro lado, a Petrobrás nega qualquer risco de desabastecimento: “a demanda nacional vem sendo atendida tanto pela Petrobrás, quanto pelos demais produtores e importadores que atuam no mercado brasileiro”, afirmou a companhia em nota.

Fonte:  https://www.brasil247.com/economia/globo-pressiona-por-aumento-da-gasolina-e-faz-lobby-por-importadores

sexta-feira, 28 de julho de 2023

TSE multa Bolsonaro e Braga Netto em R$ 110 mil por propaganda do 7 de setembro

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro

Braga Netto e Jair Bolsonaro
Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

247 - O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou nesta sexta-feira (28) uma multa de R$ 110 mil para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, devido ao descumprimento de uma decisão judicial. 

Ambos são alvos de ações no TSE por abuso de poder político e uso indevido de comunicação. Segundo a determinação de Gonçalves, Bolsonaro e Braga Netto não cumpriram a ordem para remover de seus perfis em redes sociais a propaganda eleitoral contendo imagens do ex-presidente capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência. Cada um deverá pagar R$ 55 mil.

O ministro destacou que as postagens irregulares foram mantidas entre 12/09/2022 e 22/09/2022, mesmo após a campanha ter se comprometido a retirar o conteúdo. Dos 40 links que deveriam ter sido excluídos, 17 permaneceram em desacordo com a decisão.

Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha realizados no 7 de setembro. 

As solenidades ocorreram tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília e foram transmitidas pela TV Brasil. Em sua passagem pela capital federal, o ex-presidente dirigiu críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal, comemorou a redução do preço da gasolina e a expansão do Auxílio Brasil, ao mesmo tempo que afirmou que as eleições daquele ano se configurariam como uma "batalha entre o bem e o mal", fazendo alusão a Lula.

Em quatro decisões distintas, o ministro Benedito Gonçalves também agendou audiências com as seguintes autoridades: o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), que na época era ministro-chefe da Casa Civil e atualmente é senador; e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Fonte:  https://www.brasil247.com/poder/tse-multa-bolsonaro-e-braga-netto-em-r-110-mil-por-propaganda-do-7-de-setembro

 

Investigação aponta movimentação suspeita de R$ 32,2 milhões em empresa que pagou despesas de Michelle Bolsonaro, diz Coaf

 

Movimentação foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa

Michelle Bolsonaro
Michelle Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anunciou ter encontrado movimentação financeira "incompatível" nas contas da empresa investigada por supostamente financiar despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção, alvo das investigações, “a empresa recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa”.

"Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte / estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declaradas", diz um trecho do documento do documento do Coaf sobre a Cedro do Líbano, que também está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os detalhes sobre as movimentações financeiras "atípicas" da empresa foram enviados à CPI em 8 de janeiro. A Cedro do Líbano está sendo investigada em um inquérito da Polícia Federal (PF) em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). >>> Bolsonaro movimentou R$ 800 mil pouco antes de viajar para os EUA, diz relatório do Coaf

Ainda segundo a reportagem, o relatório do Coaf aponta duas transferências bancárias de R$ 8.330,00 cada para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid e Reis foram presos em maio sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis havia participado pessoalmente dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro em Brasília.

A Cedro do Líbano entrou na mira da CPI e da PF não apenas por suas transações com o militar que trabalhou com o ex-presidente, mas também por ter fechado contratos com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) durante o governo Bolsonaro.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/investigacao-aponta-movimentacao-suspeita-de-r-32-2-milhoes-em-empresa-que-pagou-despesas-de-michelle-bolsonaro-diz-coaf