Foi com tristeza e lágrimas nos olhos que a mãe da jogadora Marta, dona Terezinha Vieira dos Santos, 60 anos, assistiu neste domingo a derrota por 2 a 0 da Seleção Brasileira para a Alemanha, na grande final da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na China. "Ainda não foi dessa vez, mas a vida continua e essas meninas ainda vão dar muitas alegrias para o Brasil", afirmou Dona Terezinha, antes de deixar o salão do Programa de Erradiação do Trabalho (Peti), onde assistiu a partida, em um telão montado pela Prefeitura. Dona Terezinha estava nervosa desde o início da partida. Ela vestia a camisa da seleção com o número 10 e o nome de Marta nas costas. Estava sentada ao lado do prefeito de Dois Riachos, Jailton Matias de Azevedo (PP), assistindo ao jogo com familiares, amigos e moradores da cidade. Para a mãe de Marta, a falta de apoio ao futebol feminino pesou na disputa contra a forte selação alemã. "A derrota não é motivo de desespero. Essas meninas já foram longe demais, pois não é fácil jogar futebol feminino sem incentivo, sem apoio", acrescentou a mãe da atacante Marta. "Mesmo assim, as meninas conseguiram um feito histórico, conquistar o vice-campeonato mundial, que é um título inédito para o Brasil", afirmou José Vieira, que é irmão de Marta e acompanha pela imprensa a carreira da irmã. "Não foi porque Marta perdeu o pênalti que vai deixar de ser a melhor jogadora futebol feminino do mundo", afirmou. O prefeito Jailton Matias lamentou a derrota, mas reconheceu que não foi por falta de empenho e esforço que o Brasil perdeu para a Alemanha. "Essa Copa do Mundo da China dever servir de lição para os dirigentes do futebol brasileiro, para que invistam mais nessa modalidade, pois só assim a nossa seleção poderia mostrar todo o seu potencial nas próximas competições", afirmou Matias. Segundo ele, a cidade tinha se preparado toda para fazer um grande carnaval, caso a seleção brasileira de futebol feminino, sob o comando de Marta, conquistasse o título inédito. "O grito de campeã ficou engasgado na garganta, mas quem sabe se da próxima vez ele não pode ecoar pelo mundo afora", afirmou a professora Maria José Vasconcelos - a Ezinha - que ensinou Marta, na Escola Cônego José Bulhões. Segundo ela, a cidade se enfeitou toda para torcer por Marta e se a Seleção Brasileira ganhasse haveria uma grande festa em Dois Riachos. "A gente acordou mais cedo para assistir ao jogo, mas infelizmente foi uma tristeza muito grande essa derrota, principalmente porque Marta perdeu o pênalti", afirmou a professora, que viu a jogadora praticamente começar sua carreira vitoriosa, jogando com bolas de meia, no pátio da escola, durante os intervalos. "A Marta era inteligente, mas não prestava atenção direito às aulas porque ficava ansiosa, esperando a hora do recreio, para jogar bola com os meninos", conta a professora Ezinha, vestida coma camisa 10 da seleção feminina. O ex-prefeito de Dois Riachos, José Damasceno Filho - o Dezinho (PTB) - também estava triste com a derrota do Brasil. "Já tava tudo pronto para a festa, mas não vamos desaninar, vamos comemorar mesmo assim, afinal essas meninas já foram loge demais", afirmou o político. Dezinho já administrou quatro vezes o município de Dois Riachos, que tem uma população de 10 mil habitantes e fica no Sertão alagoano, a cerca de 220 quilômetros de Maceió.
Agência Estado
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