Família suspeita da versão oficial

O corpo do jovem Germano Leôncio de Oliveira Filho, 23, morto quando participava de um treinamento de instrução no Curso de Formação de Sargento (CFS) do Exército Brasileiro, em Maranguape, chegou a esta cidade (230Km de Fortaleza) no começo da noite de ontem e foi direto para cemitério, onde ocorreu o sepultamento com honras militares.

Constatada na manhã de quarta-feira passada, no Centro de Instrução no Penedo, em Maranguape, a morte de Germano Leôncio de Oliveira Filho ainda está cercada de mistério. De acordo Francisco Valnei de Oliveira, casado com uma das tias do jovem, a primeira informação dada pelo 23o Batalhão de Caçadores (23º BC) para a família foi de que ele teria ido dormir, na noite anterior, e no dia seguinte não teria acordado.

"Eles disseram que fizeram de tudo para ressuscitá-lo, mas não foi possível", disse Valnei que ficou indignado com a versão fornecida pelo Exército ao Diário do Nordeste - com exclusividade - de que ao lado do corpo foi encontrado um pedaço de seringa e marcas de agulhadas no braço esquerdo.

"Quem conheceu o Germano sabe que ele não tinha vício nenhum. Por isso, não concordamos com esta versão e vamos solicitar uma investigação por parte da Justiça Federal".

Valnei contou ainda que o jovem carregava o sonho de ser militar desde a adolescência, e que somente em janeiro desde ano conseguiu êxito. "Ele já havia tentando ser sargento do Exército em um outro concurso, mas foi reprovado nos testes físicos. O mesmo aconteceu no concurso dos Bombeiros".

O último contato que o militar teve com a mãe, Vera Lúcia Gadelha, foi no último sábado quando ligou para informar que iria participar de um treinamento na selva. O pai foi à Capital buscar o corpo do filho.

PROTAGONISTA
Jovem sempre sonhou ter sucesso na carreira militar

Desde a sua infância, o jovem sobralense alimentava o sonho de se tornar um militar. Fez, pelo menos, dois concursos e não obteve sucesso. Mas não desistiu. No terceiro certame foi aprovado. Em breve, ele seguiria para o Rio de Janeiro.

Por Wilson Gomes