O depoimento de três adolescentes procedentes da cidade de Coreaú, região Norte do Estado, poderá levar a Justiça do Trabalho, por meio da Procuradoria da República e do Trabalho no Ceará, a investigar se há casos de trabalho forçado, ou seja, de escravidão, nesta região do Litoral Oeste do Ceará.
Os adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, encontrados pela Polícia Militar na noite de segunda-feira, na margem de CE-364, próximo a Coreaú, com bolsas de viagens, foram encaminhados para delegacia para serem interrogados. Na Delegacia de Polícia Civil em Sobral, os adolescentes contaram ao delegado de plantão e na presença de membros do Conselho Tutelar de Coreaú, que estavam retornando para aquela cidade depois de passar por mais de uma semana trabalhando em regime de escravidão numa fazenda situada nos arredores da cidade de São Gonçalo do Amarante.
Aliciados por um homem conhecido por "Assis Cosmo", segundo contaram, os três adolescentes, juntamente com um grupo de pessoas das localidades de Timbaúba e Canto, foram levados em caminhão pau-de-arara para esta fazenda, pertencente a família Tavares, com a promessa de ganhar um bom dinheiro, além de alimentos e também vestuários.
O adolescente E.C.S. , de 17 anos, contou que, ao chegar à fazenda, eles foram colocados numa casa juntamente com outros rapazes, para no dia seguinte iniciar uma jornada de trabalho que começava às 5h e só terminava 18h. "A gente só tem direito a tomar um café puro, se pedir biscoito tem que pagar. O almoço e o jantar são servidos apenas arroz e feijão fornecidos no meio do mato", disse ele. (Matéria completa no Diário do Nordeste).
Por Wilson Gomes
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