O caso repercute na cidade e ainda há um clima de revolta por parte dos historiadores, arquitetos e sociedade sobralense. Num programa de rádio da cidade, o jornalista e historiador Cleiton Medeiros chegou a classificar a ação como um ato irresponsável de quem está fazendo a demolição do casarão e acredita que pouca coisa poderá ser feita para reparar o dano.
A destruição foi denunciada por moradores da área. "O casarão onde morou Pedro Mendes já estava sendo levantado pelo patrimônio histórico para ser tombado, por esse motivo, estamos tratando a sua demolição como uma questão federal, já que constitui crime contra o Patrimônio Nacional", disse Juraci Neves, secretária do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Município.
O casarão pertencia ao tabelião Idelfonso Cavalcante e serviu para abrigar, por muitos anos, a família de Pedro Mendes Carneiro, um dos primeiros tabeliões da cidade, figura política e escrevente substituto do 1º Cartório de Sobral, que mais tarde passou a ser chamado de Cartório Idelfonso.
O diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Sobral, Alexandre Veras, adiantou que todas as medidas cabíveis já estão sendo tomadas para que o casarão ganhe a sua forma original.
"A demolição já foi embargada, a Prefeitura já ingressou com uma ação pública e o Iphan irá cobrar do proprietário a recuperação do prédio que pertence não a uma família e sim à história do município", disse Alexandre Veras, acrescentando que, apesar de estar localizado numa área do entorno do sítio histórico, a sua demolição jamais deveria ter acontecido.
Sobre a possibilidade da recuperação do imóvel, Veras vê como possível e cita como exemplo o prédio onde hoje abriga o anexo da Câmara de Vereadores, que anteriormente existiam apenas parte das paredes laterais e a antiga Fábrica de Tecido, que futuramente irá abrigar o Campi da Universidade Federal do Ceará (UFC) em Sobral.
Por Wilson Gomes, publicado no DN.
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