Russas Novas informações sobre os gastos públicos da Câmara de Vereadores deste município aumentam a suspeita de corrupção com o dinheiro público e improbidade administrativa do vereador Francisco Agaci Fernandes da Silva, há mais de uma semana afastado do cargo de presidente da Câmara por determinação da Justiça, que acatou Ação Cautelar pelos promotores Herton Cabral e Ricardo Rabelo. As denúncias envolvem superfaturamento na construção da nova sede da Câmara, e agora mais dados do Tribunal de Contas dos Municípios geram suspeita de superfaturamento na locação de veículos.
Os 15 pagamentos que foram feitos de janeiro a agosto deste ano na locação de veículos para a Câmara Municipal de Russas seriam suficientes para comprar quatro carros populares, parecidos com os que são usados pelo órgão, conforme solicitado no edital de licitação. De acordo com dados do Tribunal de Contas do Município (TCM), foram pagos R$ 109,0 mil somente neste ano. A Câmara Municipal realizou processo de licitação no dia 29 de maio deste ano, do qual só participaram duas empresas - pelo menos três empresas devem participar. Mas desde janeiro a empresa Facilita Entregas e Serviços presta serviços ao órgão e recebe diferentes quantias em 15 pagamentos, com valores que vão de R$ 150 a R$ 13.500.
As denúncias se somam às irregularidades apontadas pelo Ministério Público na contratação de empresas para a construção da nova sede da Câmara. De acordo com os promotores Herton Cabral e Ricardo Rabelo, o vereador, outros servidores e empresas contratadas para a obra vinham fraudando o erário, e teriam desviado parte dos recursos para a obra, um valor aproximado em R$ 190 mil, em cheques nominados a terceiras pessoas. Os promotores apuraram que os cheques foram endossados em favor de empresa local de fachada denominada M.V. Leão Cerâmica ME, que teria outorgado procuração dando plenos poderes de movimentação financeira a um dos filhos do vereador Agaci Fernandes. Os promotores tiveram dados do TCM, INSS, Caixa Econômica e Ministério do Trabalho.
O afastamento por 120 dias, se dá para que não se atrapalhe as investigações. A reportagem tentou contato telefônico com o vereador Agaci Fernandes, mas nenhum número atendeu. (DN).
Por Wilson Gomes
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