por Helena Sthephanowitz publicado 16/10/2013 15:44, última modificação 16/10/2013 15:49
Sergio Amaral / MDS
Marcelo Neri e Tereza Campello anunciam prêmio recebido pelo Bolsa Família. Globo foi, mas não noticiou
O principal telejornal da TV Globo está demonstrando um parcialismo político e antipopular cada vez mais despudorado. Na edição de terça-feira (15), não mostrou a principal notícia sobre mais um êxito de uma política pública que combate um dos problemas históricos do Brasil, a pobreza. O Programa Bolsa Família ganhou um prêmio internacional comparável a vencer uma Copa do Mundo na erradicação da pobreza.
O prêmio foi concedido pela principal instituição que promove a seguridade social no mundo e atua em 157 países, a Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA). É uma premiação rara, pois é concedida somente de três em três anos. Segundo a ISSA, o Bolsa Família é uma experiência pioneira na redução da pobreza e modelo para demais países. Tanto a notícia é relevante que ela foi – como tinha de ser – destaque em outras redes de televisão. Jornalismo básico.
O expurgo da notícia pelo principal telejornal do país não chega a ser surpresa para quem acompanha a linha editorial das organizações Globo. Em sintonia com setores da oposição tucana que desdenha do programa social, o jornal O Globo já publicou diversos artigos e editoriais contrários ao Bolsa Família.
Nos telejornais, em geral, o programa só merece espaço no noticiário quando ocorre algum problema, como na recente onda de boatos mentirosos sobre o seu fim, que levou a uma corrida dos beneficiários para fazerem saques antecipados. Na TV há mais sobriedade nas críticas do que no jornal impresso, mas não faltam casos de dar voz excessiva aos críticos, enquanto censura opiniões favoráveis e premiações importantes como esta.
Mas os problemas de parcialidade do Jornal Nacional não ficaram só aí na edição daquela terça-feira. O telejornal também não divulgou a pesquisa eleitoral do Vox Populi que não foi muito favorável aos candidatos de oposição, o que seria mais do agrado dos donos da emissora. A sondagem mostrou que a oposição como um todo encolheu com a exclusão de uma das candidaturas, ou de Marina Silva (PSB) ou de Eduardo Campos (PSB) que, agora, no mesmo partido não poderão concorrer simultaneamente.
Para complicar a situação da oposição, quando Marina Silva é testada como candidata no lugar de Eduardo Campos, ela fica em segundo lugar, na frente de Aécio Neves (PSDB), com números semelhantes aos que já tinha antes. As intenções de votos que eram para Campos parecem migrar para Dilma em maior quantidade, em vez de ir para Marina. No cenário em que Campos é candidato no lugar de Marina, as intenções de votos dela são diluídas entre os outros candidatos, e Campos continua em um desconfortável terceiro lugar com cerca de metade das intenções de votos de Aécio Neves. Esse resultado pode aumentar desavenças dentro do PSB. A ilusão de que Aécio e Campos subiram alguns pontos a estatística explica: com apenas três candidatos para dividir o bolo de intenções de votos, a fatia de cada um fica maior do que se houvessem quatro.
Ah! Como se não bastasse ainda teve mais um capítulo da novela requentada das investigações sobre o PCC, parecendo querendo diluir a pauta das propinas pagas pela Siemens e Alstom a autoridades dos governos tucanos de São Paulo. Aliás o noticiário policial dominou a pauta.
Mas teve até uma matéria sobre propina paga na Suíça para um diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Uau! Finalmente uma notícia desfavorável ao governo tucano paulista? Ledo engano. A reportagem termina poupando o PSDB e o governador Geraldo Alckmin, encerrando com o apresentador William Bonner lendo uma nota oficial do PSDB sobre o assunto, em vez do tradicional "procuramos ouvir o governador Geraldo Alckmin, mas sua assessoria disse que ele não se manifestaria".
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