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domingo, 27 de outubro de 2013

95% desaprovam 'black blocs', diz Datafolha

 

Para 76%, protestos foram mais violentos do que deveriam; 42% acham que PM se excedeu

Pesquisa ouviu 690 pessoas na sexta-feira, mesmo dia em que mascarados agrediram coronel durante ato

DE SÃO PAULO

Nada menos do que 95% dos paulistanos desaprovam a atuação dos chamados "black blocs" --manifestantes que praticam o confronto com as forças policiais e a destruição de agências bancárias, lojas e prédios públicos como forma de protesto.

É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas. A margem de erro máxima da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.

Na mesma sexta-feira, durante manifestação promovida pelo Movimento Passe Livre no centro de São Paulo, "black blocs" agrediram o coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi --a arma dele também desapareceu.

A ação dos vândalos incluiu a destruição de caixas eletrônicos, ônibus e de cinco cabines de venda de bilhete único, além de pichações.

Quanto maior a faixa etária, maior a reprovação aos métodos dos "black blocs".

Assim, se 87% dos jovens de 16 a 24 anos os desaprovam, entre os mais velhos (60 anos e mais) o índice atinge virtualmente a totalidade dos entrevistados (98%).

Quando se pergunta se as manifestações foram mais violentas do que deveriam ser, violentas na medida certa ou menos violentas do que deveriam ser, três quartos (76%) dos paulistanos cravam a primeira alternativa: mais violentas do que deveriam ser.

Apenas 15% julgam que os manifestantes foram violentos na medida certa e 6%, menos violentos do que deveriam ser.

O Datafolha pediu aos entrevistados que avaliassem a atuação da PM segundo os mesmos critérios. Para 42%, a polícia se excedeu. Mas 42% consideram o grau de violência adequado e 13% dizem que a polícia foi menos violenta do que deveria.

APOIO EM QUEDA

O resultado é que o apoio dos entrevistados às manifestações de rua em São Paulo desabou.

No final de junho, 89% eram favoráveis aos protestos. Em setembro, o índice já caíra para 74%. Nesta semana, são 66% os apoiadores.

Do outro lado, a taxa dos que são contrários às manifestações quase quadruplicou. Eram 8% em julho, 21% em setembro e, agora, 31%.

Apesar de focalizarem causas "dos oprimidos", como a melhoria do transporte público, as manifestações têm conseguido taxas mais altas de apoio entre os mais ricos --80% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos e 80% dos paulistanos com renda maior do que 10 salários mínimos.

Contra os protestos disseram-se 18% dos mais ricos.

Entre os mais pobres, com renda até dois salários mínimos, a taxa de apoio aos protestos é de 54%, 26 pontos percentuais a menos do que entre os mais ricos.

Contra os protestos disseram-se 42% dos mais pobres, 24 pontos percentuais a mais do que o índice observado na parcela rica.

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