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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Brasil dos economistas está indo muito pior que Brasil dos brasileiros

 

O Brasil dos brasileiros vai muito melhor que o Brasil dos economistas. A conclusão é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e secretário de Assuntos Estratégicos, ministro Marcelo Neri, que ontem fez uma análise dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), no lançamento da primeira análise social da pesquisa 2012.
Divulgados na última sexta-feira (27), os números da Pnad mostram que existem dois Brasis: um que gerou Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9%, apelidado de “pibinho”, e outro, revelado pela pesquisa, que mostrou crescimento de 8% na renda média dos trabalhadores, “um desempenho de nível chinês”, como definiu Néri.
“A Pnad 2012 surpreende muito, porque foi o ano do ‘pibinho’ – o PIB cresceu 0,9%, mas a renda média dos brasileiros cresceu 8,9%. Ou seja, uma diferença de 8 pontos percentuais. O Brasil dos economistas está indo muito pior que o Brasil dos brasileiros. A desigualdade deu uma estabilizada [descendente] em 2012, mas, com certeza, a pobreza teve uma queda espetacular por conta do crescimento”, afirmou Neri. Pelos dados, entre 2011 e 2012, 1 milhão de brasileiros deixaram a pobreza extrema e 3,5 milhões deixaram a pobreza.
Os resultados também repercutiram na Câmara. O deputado Assis Carvalho (PT-PI), vice-presidente da Comissão de Finanças e Tributação, afirmou que desde 2003, no primeiro mandato do presidente Lula, o Brasil está mudando para melhor.
“A gente tem um grupo de economistas que tem sempre uma avaliação muito pessimista do nosso País, tem um olhar nos números frios, mas quando você foca a realidade, a rua, quando você vai aos rincões do nosso País percebe o quanto o Brasil melhorou”, disse Assis Carvalho. 
Crescimento – Segundo Marcelo Neri, em todos os extratos da população, a renda aumentou bastante, “em ritmo chinês”, e “isso está em completa dissonância com os dados das contas nacionais do PIB”. Para Neri, o avanço registrado pela Pnad deve ser atribuído ao forte crescimento do mercado de trabalho, principalmente pelo aumento do salário e não tanto pelo crescimento na ocupação, pois o País está vivendo quase um momento de pleno emprego. “Houve uma melhora em termos de formalidade e mais acesso a direitos trabalhistas. Fundamentalmente, é uma economia em que o mercado de trabalho está descolado do crescimento do PIB. São dois Brasis completamente diferentes.”

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