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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Imigração Norte-Americana ao Brasil”, ocorrida a partir do ano de 1866

Durante os anos de 1861 a 1865, os Estados Unidos experimentaram uma das piores guerras civis da sua história: a “Guerra da Secessão” como foi chamada, onde 11 estados do sul dos Estados Unidos queriam se tornar independentes dos Estados Unidos e assim formar um novo país que seria chamado de Estados Confederados.

Os estados do sul, cuja atividade principal era a agricultura de algodão, com significativo volume de exportações, estavam descontentes com a política traçada pelos Estados Unidos. O governo queria impor condições ao estados do sul que o povo sulino não aceitava. Os demais países do norte eram altamente industrializados e as diferenças sociais eram muito grandes.

Essa guerra civil durou 4 anos e terminou com a derrota dos estados do sul. O saldo de mortes chegou quase a 1 milhão de pessoas.

Durante essa guerra foi interrompida a produção e o fornecimento de algodão, tanto às empresas têxteis dos Estados Unidos, como para empresas do resto do mundo, e evidentemente, o preço do produto disparou no mercado internacional.

Um dos combatentes, o Coronel Willian Hutchinson Norris, insatisfeito com a derrota e com as condições a que teriam que se submeter, lidera um movimento migratório para outro país. O Brasil foi o país escolhido, pelas oportunidades de trabalho, as terras férteis e a acolhida com que o governo imperial brasileiro, liderado por D. Pedro II oferecia. Tanto D. Pedro II, como o Cel. Norris eram ligados à Maçonaria, o que facilitou muito essa aproximação. O Coronel Norris foi Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Alabama e senador por este estado americano.

E então, o Cel. Willian H. Norris lidera esse movimento de imigrantes para o Brasil, trazendo para cá intelectuais, profissionais liberais e pessoas com larga experiência na agricultura, na medicina, na geologia, professores, dentistas. O processo de imigração desses norte-americanos ao Brasil iniciou-se em 1866, mas culminou em 1868.

O local escolhido para a fixação da maioria deles foi onde hoje estão situadas as cidades de Santa Bárbara d’Oeste e Americana, na região metropolitana de Campinas, Estado de São Paulo. Isto se deveu à fertilidade do solo, às facilidades e abundância de água e disponibilidade de terras para a lavoura.

Chegando, imediatamente cuidaram de construir suas casas, formar as vilas e começar o plantio do algodão, que estava com altos preços no mercado internacional.

A prosperidade chegou à região. Logo depois trouxeram a ferrovia que passou por Americana e Santa Bárbara d'Oeste, chegando até Rio Claro. Criou-se a primeira indústria têxtil na região, a histórica Indústria Têxtil Carioba. E a industrialização de Americana se deveu a essa fábrica, que vendia suas máquinas obsoletas aos funcionários, e estes abriam pequenas fábricas têxteis de fundo de quintal em suas casas.

O progresso não parou mais, tanto que Americana ganhou a carinhosa denominação de a “Princesa Tecelã”, por conta da qualidade do tecido fabricado ali e do volume de indústrias têxteis na cidade, fato que se nota até hoje.

Uma história bonita de progresso, de trabalho, de determinação e acima de tudo, de união das famílias em prol do desenvolvimento, que acabou culminando no surgimento das cidades de Americana e de Santa Bárbara d’Oeste, hoje dois pólos de desenvolvimento no interior de São Paulo.

As músicas inseridas nesta apresentação são as seguintes:

- Stars and Stripes Forever – USSMA Regimental Band
- National Emblem March – The Boston Pops Orchestra

Agradeço a valorosa contribuição de informações prestadas pelo amigo Sr. José Roberto Guedes de Oliveira, de Indaiatuba-SP (guedes.idt@terra.com.br) e de imagens antigas cedidas pelo Museu da Imigração Norte-Americana, de Santa Bárbara d’Oeste, que foram de extrema valia para a elaboração deste trabalho.

Edison Piazza – Piracicaba
e-mail: contato@viajandopelomundo.com

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