Demora em fechar alianças causou crise com o maior aliado no governo.
Candidaturas ao governador serão discutidas com diretórios regionais.
Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
Em reunião do Diretório Nacional do PT nesta quinta-feira (20), em Brasília, a cúpula do partido debateu o cenário de alianças regionais nas eleições de outubro e avaliou a possibilidade de lançar candidaturas próprias a governador em 12 estados, informaram lideranças petistas após o debate. Neste cenário, o PT apoiaria o PMDB em outros 9 estados.
A demora da cúpula petista em debater eventuais parcerias nas disputas para governador é uma das causas da crise com o PMDB. Insatisfeito ainda com a pouca participação na tomada de decisões do governo federal e com o “desprestígio” no lançamento de programas e eventos do Palácio do Planalto, a bancada do PMDB na Câmara quer “rediscutir” a aliança com o PT.
Na reunião desta quinta, o deputado José Guimarães (CE) defendeu que o partido apresente de forma “clara” suas candidaturas nos estados para reduzir a tensão com o PMDB. “O PT tem que apresentar claramente os candidatos que vai lançar em tais e tais estados e dizer que vai apoiar o PMDB em tais e tais. E tem que deixar claro que vai fazer muito para manter a aliança”, afirmou.
De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o PT pretende ter candidato próprio a governador em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Piauí, Bahia, Distrito Federal, Alagoas, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Roraima.
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O partido discute, segundo Teixeira, apoiar o PMDB em outros nove estados, mas o cenário está mais consolidado em sete- Amazônia, Pará, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Mato Grosso e Tocantins. Há chance de parceria com entre os dois partidos em Rondônia e Maranhão, mas as negociações ainda estão em andamento.
Na reunião do Diretório, a cúpula petista também a estudou o cenário de alianças com outros partidos da base aliada. A previsão é que o PT apoie os candidatos a governador do PSB no Espírito Santo e no Amapá. O PTB deverá ter o apoio do partido da presidente Dilma Rousseff em Pernambuco.
Já o PROS, partido que integrado recentemente pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, dividirá palanque com o PT na campanha par ao governo do Ceará. Ainda conforme planilha apresentada por Paulo Teixeira, o partido pretende apoiar o PSD no Rio Grande do Norte. De acordo com o deputado, o PT ainda não definiu se lançará candidatura própria ou se vai se aliar a algum partido na disputa em Santa Catarina.
Negociação continua
Apesar da discussão sobre alianças ter dominado grande parte da reunião do Diretório, o presidente do PT, Rui Falcão, ressaltou que as negociações precisam ser chanceladas pelos diretórios regionais e a Executiva Nacional do partido.
Segundo ele, a previsão de parcerias pode sofrer modificações em alguns estados no decorrer das negociações.
“Foram dadas informações de articulações em andamento. Embora haja essa tendência de alianças com o PMDB em alguns estados, tudo só será decidido nos estados. É provável que essas alianças se concretizem, mas é uma decisão nos estados”, afirmou.
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