O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) classificou como “erro político” a aprovação ontem, pelo plenário, do requerimento de autoria dos partidos de oposição para a criação de comissão externa com a finalidade de acompanhar denúncias de supostas irregularidades envolvendo empresa holandesa e a Petrobras. “Isso vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, porque o Ministério Público da Holanda ainda não decidiu se vai, ou não, investigar denúncias de que uma empresa daquele país teria pago propina a funcionários da Petrobras”, criticou Arlindo Chinaglia.
Ainda de acordo com o líder do governo, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, estarão na Câmara hoje para falar aos deputados sobre as providências tomadas pelo governo sobre o tema. “Os ministros virão relatar o que está sendo feito em relação à Petrobras. O governo não está parado”, ressaltou Chinaglia.
O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também criticou a aprovação do requerimento e afirmou “que colocar sob suspeição a Petrobras, maior empresa do Brasil, é negativo para o País” e denota “irresponsabilidade”. O que ocorreu, acrescentou o líder petista, “foi a demonstração de um conluio entre a oposição e um grupo da base para constranger o governo”.
Para o deputado Sibá Machado (PT-AC), vice-líder da Bancada do PT, a criação da comissão externa é “inócua”. “Não há o que fazer lá, será um passeio aos Países Baixos. Para quem quer fazer uma investigação de verdade seria importante ouvir as autoridades brasileiras antes de qualquer tomada de providência com a justiça da Holanda”, afirmou. Sibá Machado lembrou que os partidos de oposição que apresentaram o requerimento para a criação da comissão externa “são os mesmos que queriam entregar a Petrobras por qualquer dinheiro” no governo FHC.
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