MATTHIAS GROSS – UM SAMARITANO MODERNO
Sua profissão foi prestar auxílio a pessoas doentes. Médico e Radioamador alemão, durante o dia , Matias Gross, hoje aposentado, realizava seu trabalho na Clínica da Universidade de Marburg, como enfermeiro formado; à noite, dedicava-se ao seu “hobby”, o Radioamadorismo.
Há anos, que vinha mantendo diálogos com Radioamadores de todo o mundo. Entre os milhares de contatos radiofônicos, houve um que modificou, completamente, sua vida: no verão de 1973, atendendo a um pedido de socorro da região do Amazonas, enviara para lá medicamentos contra a doença de Parkinson. E, com isso, foi despertado seu interesse pela provisão de medicinal dessa região de florestas virgens. Desde aquele instante, sua antena direcional não girou mais para lugar algum, voltando-se, permanentemente, para o Brasil. Após ouvir de seus colegas Radioamadores brasileiros que os equipamentos hospitalares e consultórios médicos eram insuficientes, não ficou mais em paz: teria que empreender algo!
Em novembro de 1973, Matthias Gross pôde, finalmente, realizar uma viagem a Óbidos, Brasil. No centro dessa cidadezinha de quase 5 mil habitantes, encontra-se um forte, erguido no século XVII. Antigamente sede dos portugueses, servia como sede administrativa da Santa Casa e alojamento dos funcionários. Também o nosso samaritano, o “alemão”, morou ali durante 4 semanas. Durante esse tempo, ajudou, diariamente, em 3 ou 4 operações, observando nessas ocasiões o que faltava. Andou pelas selvas, a cavalo ou de barco, a fim de auxiliar as pessoas e enviá-las ao hospital para tratamento. Viu doentes que não puderam ser tratados a tempo e outros que, após a operação, não obtiveram atendimento médico suficiente. Todas essas vivências e experiências foram reunidas numa lista de várias páginas, contendo instrumentos e aparelhagens necessárias a um tratamento ideal.
Após o retorno, iniciou, então, a parte mais penosa do trabalho, que lhe exigia de 15 a 16 horas diárias. Escreveu a fabricantes de aparelhos médicos, dando como remetente apenas “ OJ OVE/PY1 MAX,ondas curtas, Estação de Radioamador Amazonas, Expedição de Socorro” e solicitando a “doação dos aparelhos a seguir indicados”. A reação foi inesperada: todos ajudaram e enviaram os aparelhos desejados, no valor de quase duzentos e cinquenta mil marcos. Como agradecimento a todos os doadores, ele remeteu, então, diplomas pintados por crianças brasileiras, mostrando animais de suas regiões. Logo a seguir, os instrumentos e aparelhos foram registrados, embalados e preparados para expedição por via aérea. Matthias realizou até mesmo o controle técnico final, fazendo tudo sozinho, tanto no que se refere ao eletrocardiógrafo, como ao aparelho de Raios-X ou à enfermaria de tratamento intensivo. Em janeiro de 1975, chegaram ao seu destino as primeiras 3 toneladas de material, transportadas pela companhia de aviação brasileira VARIG. Nesse ínterim, já foram desembarcadas outras 3 toneladas, incluindo um gabinete dentário.
Matthias Gross propôs-se a um grande objetivo : não pretende apenas equipar, modernamente, o hospital de Óbidos, mas, também, ampliar a enfermaria para tuberculosos anexa e equipar, medicinal e tecnicamente, os ambulatórios externos, dificilmente acessíveis, de Orixima, Juruti, e Terra Santa. Ele quer, ainda, auxiliar as pessoas diretamente, através de um centro de reabilitação.
VALEU, MATTHIAS GROSS, NOSSO GRANDE E EXEMPLAR COLEGA RADIOAMADOR!
Após fazer esta leitura e descobrir que você nunca ajudou a um ser humano necessitado, qual foi a sua reação? Considera-se um ser de qualidade inferior ou incapaz de ser útil à sociedade? O que tem feito pela humanidade, pelos cidadãos indefesos?
ResponderExcluirDr. Lima, Engenheiro Agrônomo, Residente em Cruz -CE, natural de Augusto Severo - RN