Crise na segurança pública do Rio de Janeiro piorou após uma série de ataques a comunidades pacificadas; Cabral pediu ajuda federal ao RJ
O governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em coletiva após a reunião com Dilma Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro / Divulgação
Diogo Alcântara Direto de Brasília
A presidente Dilma Rousseff determinou nesta sexta-feira o envio de tropas federais para o Rio de Janeiro, diante de um quadro de ataques consecutivos a postos da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na capital fluminense. O apoio ocorre após um pedido feito pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, em encontro com a presidente da República, no Palácio do Planalto. As ações contra o crime no Estado terão ajuda do governo federal já neste fim de semana.
Ministério da Justiça e Ministério da Defesa anunciaram seu apoio ao Rio de Janeiro após reunião do governo federal com a cúpula da segurança do Rio, mas não foi detalhado quantas e quais tropas serão enviadas. "As perguntas que vocês tiverem sobre que forças irão intervir, em que condições vão intervir, onde vão intervir, eu não poderei responder, mas é que questões de segurança pública são tratadas sigilosamente, mas depois tanto eu quanto o governador Sérgio Cabral prestaremos as contas de tudo o que foi efetivamente feito e do nosso plano, mas ele tem que ser feito e executado", afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
“Espero que possamos na segunda-feira avançar e, quem sabe, já materializar o que faremos em conjunto. O fato é que teremos das forças federais o apoio que nunca nos faltou. A presidente Dilma nunca nos faltou com seus apoio e solidariedade”, garantiu Cabral após a reunião. "Estaremos juntos, apoiando o Estado do Rio de Janeiro no que for necessário", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Cabral exaltou o apoio da presidente ao Estado, que passa por uma crise na segurança pública. "A marginalidade tenta ocupar territórios, desmoralizar a nossa polícia. Mas o Estado é um só, e tem que se mostrar unido e capaz de se mobilizar", disse o governador do Rio.
Cabral se encontrou com a presidente na companhia do vice governador, Luiz Fernando Pezão, do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, do comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro, e do chefe da Polícia Civil do Estado, Fernando Veloso. A viagem a Brasília foi anunciada pelo governador Cabral na madrugada desta sexta após reunião com Beltrame e o comando da Segurança Pública estadual, no Centro Integrado de Comando e Controle.
Segundo o governador, a decisão de solicitar reforço ao governo federal foi tomada junto com o comando da segurança pública do estado. “O gabinete de crise se reuniu para fazer uma análise da situação da criminalidade, que tem como finalidade enfraquecer a política de pacificação. Estou indo nesta sexta-feira a Brasília me encontrar com a presidenta e os ministros das pastas afins para pedir ajuda. O Rio vai responder como sempre fez: unindo forças. A população pode ter certeza de que vamos responder", disse Cabral em nota divulgada da noite de ontem.
Na quinta-feira, durante ataques em pelo menos duas áreas com UPPs, o comandante da UPP Manguinhos, capitão Gabriel Toledo, foi baleado na perna direita com um tiro de fuzil. As ações ocorreram em um curto intervalo de tempo no início da noite de ontem e o secretário de Segurança Pública admitiu que as ordens para os ataques partiram de presídios. "É um ataque já detectado pelos serviços de informação e de inteligência do governo federal e do governo estadual deliberado, com gravações e informações de diálogos entre chefes dessas organizações criminosas", disse o governador do Rio.
Cardozo garante segurança para a Copa do Mundo
Mesmo às voltas com ataques coordenados que partiram dos presídios no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, garantiu que haverá segurança na Copa do Mundo, que terá o Rio como palco da final. Segundo o ministro, os órgãos de inteligência estão interligados e que “tudo está sendo acompanhado para que as medidas corretas sejam tomadas no seu tempo e na forma necessária”.
“Temos um excelente plano de segurança para enfrentar situações na Copa do Mundo. Então estamos muito seguros. Teremos uma excelente Copa com um excelente padrão de segurança. Teremos agora uma ação imediata no Rio, teremos uma reunião para avaliar isso e, desde já, mesmo antes da reunião, estamos juntos com o governador do Estado do Rio para avaliar a situação”, afirmou o ministro.
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