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sexta-feira, 14 de março de 2014

Dilma define com reforma qual é o seu PMDB

 

UESLEI MARCELINO: Brazil's President Dilma Rousseff reacts during the plenary meeting for the Council of Economic and Social Development at Itamaraty Palace in Brasilia July 17, 2013. REUTERS/Ueslei Marcelino (BRAZIL - Tags: POLITICS) A presidente Dilma Rousseff confirmou que a ousadia está no seu DNA político. Alheia ao histórico de estragos feitos pelo PMDB, ao longo da história do partido, sobre diferentes gestões presidenciais, ela peitou. Diante da maior rebelião de bancadas em seus três anos e três meses de gestão, comandada pelo líder peemedebista Eduardo Cunha, a presidente fez exatamente tudo o que os chantagistas da política não esperavam.  Diante do pedido de um sexto ministério para o partido, ela atendeu bem à sua maneira.

Nomeou para a Agricultura um peemedebista indicado por um dos reis do agronegócio do Brasil, o senador Blairo Maggi, Neri Geller. Hoje, surpreendeu e confirmou seis trocas, o que incluiu a entrada no governo do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Clélio Campolina Diniz. Ambos são considerados pessoas de notório saber em seus respectivos ambientes profissionais.

Qual é o problema desse tipo de escolha?, é como se ela perguntasse ao PMDB. Vendo-se como ofendida pelas manobras radicais de Cunha, que inicialmente surpreenderam a cúpula do partido, mas que, no decurso, pareceram agradar pela oportunidade de fazer pressão, Dilma fez sua escolha. E ela preferiu marcar sua posição com nomes técnicos do que ceder e, ainda assim, não conseguir aplacar o apetite insaciável da ampla ala fisiológica do partido.

O recado da presidente é claro. Neste ano eleitoral, ela está se importando menos com a sustentação que pode obter no Congresso – especialmente na Câmara – e sim muito mais com a maneira como pretende se apresentar ao eleitorado. Dilma quer passar longe dos carimbos que podem marcá-la como conivente com pressões que considera ilegítimas e sem justificativa.

Mesmo irritando-se diante da convocação de noves ministros e a presidente da Petrobras, Graça Foster, para depoimentos na Câmara, a presidente avalia com seus núcleo de conselheiros que a pauta do Congresso não terá, no restante do ano, votações cruciais para o governo. A presidente pagou para ver se as ameaças do PMDB de até mesmo romper a aliança eleitoral planejada para este ano são verdadeiras. O partido, por seu lado, sempre se mostrou perfeito em praticar vinganças políticas.

O que vai se descobrir é quem pode mais para chorar menos.

247 Brasil

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