Nem a pompa da cerimónia de entronização mudou o estilo do novo pontífice. Sob os olhos do mundo, o líder da Igreja reiterou a ideia de uma simplicidade exemplar
Com menos de uma semana de eleito, o Papa Francisco já vai com três enchentes na Praça de São Pedro. E só na primeira, em breve momento, foi uma decepção. O cardeal Tauran anunciara habemus papam e que este era "Georgium Marium Bergoglio" e da multidão, que esperava um italiano ou um brasileiro, fez-se um silêncio por pouco se saber dele. Logo depois, aparecendo pela primeira vez aos fiéis, o novo Papa desfez a desilusão com um termo coloquial: Buonanotte, disse aos que ainda não eram seus e seus se tornaram. Seguiram-se poucos dias de uma campanha vitoriosa, que o é tanto mais quanto não parece campanha. Francisco parece vender simplicidade com o à vontade dos simples.
No Angelus, segunda enchente, domingo, falou de uma nonna ("é assim que na minha terra lhes chamamos, avozinha...", explicou, com os parênteses a que já nos habituou nos seus discursos) que encontrou em Buenos Aires durante a visita da Senhora de Fátima, em 1992, e nonna que lhe dizia coisas tão certas da Igreja que "lhe disse: ma, estudou na Gregoriana!", exclamou Francisco. Diálogos simples destes, mas que atiram pérolas que exigem atenção: Gregoriana? Sim, a universidade de Roma que foi a primeira escola jesuíta... Para que se saiba que um Francesco pode sê-lo em honra dos franciscanos, o dos pobres, mas não é por isso que esquece a sua própria ordem de origem, a Companhia de Jesus, que preza a aristocracia dos intelectuais.
E, finalmente, a enchente de ontem, a da missa de entronização, aquela em que, perante os poderosos do mundo, o Papa inicia o seu pontificado.
Postado por pompeumacario
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