Um terrorista matou pelo menos 30 pessoas nesta terça-feira (1º) em Bagdá ao detonar uma bomba em meio à multidão que assistia a um funeral. Outras 30 pessoas também ficaram feridas no ataque, executado no início da tarde, durante o enterro de um ex-militar xiita do Exército iraquiano no bairro de Zayuna, que justamente morreu em um atentado num mercado de Bagdá. Segundo autoridades iraquianas, o camicase detonou a bomba que carregava em meio aos presentes nos funerais. Os atentados na capital iraquiano continuam freqüentes, apesar da considerável redução da violência nos últimos meses. No dia 28 de dezembro, 14 pessoas morreram em um atentado suicida com carro-bomba em um mercado do centro de Bagdá, uma área majoritariamente xiita. Este atentado acontece depois da divulgação oficial de que 568 pessoas morreram no Iraque em dezembro em ataques e atentados, no menor balanço desde fevereiro de 2006, o que confirma a relativa melhora da segurança nos últimos seis meses, sobretudo em Bagdá, apesar de 2007 ter sido o ano em que os Estados Unidos perderam mais homens no país árabe. Segundo dados de três ministérios iraquianos obtidos pela AFP, 480 civis, 24 soldados e 64 policiais morreram em dezembro em atos de violência. Apesar de não terem sido confirmados por fontes independentes, os números dos ministérios do Interior, Defesa e Saúde mostram que a quantidade de mortos em dezembro de 2007 foi o menor em 22 meses. Naquela ocasião, um atentado contra o masoléu xiita de Samarra, 125 km ao norte de Bagdá, desencadeou uma onda de violência sem precedentes entre as comunidades xiita e sunita do Iraque. A violência alcançou o apogeu em janeiro de 2007, quando os três ministérios calcularam o número de mortos em 1.992. Nos meses seguintes, as vítimas chegaram a 840 em setembro, 887 em outubro e 606 em novembro. Apesar da redução, 2007 foi o pior ano para as tropas americanas no Iraque desde a invasão do país, em março de 2003, com pelo menos 896 soldados mortos, segundo um balanço da AFP com base em dados divulgados pelo Pentágono. Pelo menos 21 militares americanos morreram em dezembro de 2007 no Iraque. O balanço pode ser maior, já que o comando militar dos Estados Unidos às vezes comunica a morte de seus oficiais vários dias depois do óbito. No entanto, também é preciso destacar que desde maio - mês em que morreram 126 militares - o número de baixas nas tropas americanos registra queda considerável. Todos os balanços parecem confirmar timidamente que o Iraque passa por uma relativa melhora da segurança desde o verão (hemisfério norte). Esta situação é especialmente visível em Bagdá, que tem menos atentados, seqüestros, execuções e confrontos entre milícias rivais armadas. Na segunda-feira à noite, pela primeira vez desde 2003, milhares de pessoas saíram às ruas no centro de capital, em meio a fortes medidas de segurança, para celebrar a chegado do Ano Novo, com músicas e danças. Segundo um relatório recente da administração americana, os ataques disminuíram em 62% no Iraque desde junho. Para Washington esta é a prova do sucesso da grande ofensiva lançada em fevereiro de 2007 em Bagdá e no resto do país. O bom momento também se deve à mobilização dos milicianos sunitas contra a Al-Qaeda e à trégua decretada pela milícia xiita do clérigo radical Moqtada al-Sadr, o Exército de Mahdi. Os milicianos sunitas que combatem a Al-Qaeda - dezenas deles morreram em vários atentados em semanas passadas - são contabilizados como baixas civis pelas autoridades iraquianas. De acordo com o governo de Bagdá, 937 pessoas ficaram feridas em dezembro. Delas, 730 eram civis, 51 militares e 156 policiais. Além disso, 251 "terroristas" morreram e outros 1.146 foram detidos. Em todo caso, o número de iraquianos mortos em atos de violência continua sendo objeto de controvérsia. O gabinete do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, se nega a divulgar balanços desde o aumento da violência após o atentado de Samarra e o comando americano não divulga números sobre as víctimas civis iraquianas.
AFP
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