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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Internet é a grande arma dos pré-candidatos à Casa Branca

A campanha presidencial dos Estados Unidos é realizada em grande parte na internet, e os candidatos à Casa Branca usam de toda a sua criatividade para que seus esforços on-line se transformem em votos no dia das eleições.

Segundo um estudo do instituto independente Pew Research Center, cerca de 25% dos americanos recorre à internet para acompanhar a campanha presidencial. Embora este percentual ainda esteja abaixo dos que acompanham pela televisão, é o dobro que em 2004 e o triplo em relação a 2000.

A internet dá aos militantes ferramentas para arrecadar fundos ou para organizar atos em favor do candidato de sua escolha. E há sites de socialização, destinados particularmente aos jovens, que permitem aos participantes comparar os gostos musicais dos diferentes candidatos.

"Cada vez mais discussões sobre a campanha presidencial ocorrem na internet, e ignorar isso representa um risco", afirma Mike Feldman, que foi conselheiro do democrata Al Gore durante sua campanha presidencial em 2000.

Entre os eleitores menores de 30 anos, 42% usam a internet para se manterem informados sobre as eleições. É este grupo que utiliza com mais freqüência os sites de socialização como o MySpace ou o Facebook.

Se nesses sites "se seu amigo Joe disser que gosta do candidato republicano John McCain, isso pode dar a você uma outra idéia sobre John McCain", afirma David Almacy, ex-encarregado de comunicação via internet do presidente George W. Bush.

De fato, a campanha do atípico republicano Ron Paul, contrário à guerra no Iraque, se baseia quase que por completo na internet. Paul chamou a atenção quando conseguiu juntar cerca de 20 milhões de dólares para sua campanha pela internet.

No lado democrata, o jovem senador negro Barack Obama usa a internet para se diferenciar de sua rival Hillary Clinton, cuja imagem é associada à velha guarda. Das 500.000 pessoas que doaram dinheiro para a campanha de Obama 60% o fizeram por meio da internet.

Segundo sua equipe de campanha, as ferramentas disponíveis via internet para os militantes permitiram criar 6.000 grupos de apoio e 20.000 páginas para a coleta de fundos.

"É surpreendente como a internet é capaz de dar energia às pessoas quando as ferramentas corretas são oferecidas", opina Joe Rospars, encarregado de "novos meios de comunicação" da equipe de Obama.

No entanto, alguns especialistas têm suas reservas a respeito.

A internet "é apenas uma ferramenta, e ponto. É preciso levar em conta do que é capaz e quais são seus limites", sugere Josh Marulies, que criou um site para o ex-general Wesley Clark durante sua campanha em 2004.

Uma das vantagens da rede é que ela permite o envio de milhares de mensagens com muita facilidade, com diferentes temas em função dos diferentes públicos, além de tornar "absurdamente fácil" a doação de dinheiro.

Mas um candidato não pode "supor que porque estou disposto a dar dois clicks e a enviar alguns dólares estarei disposto a ir ao centro de votação no dia da eleição", alertou.

Além disso, a internet tem o problema da circulação de informações falsas: entre as mensagens recebidas esta semana por um jornalista havia uma que afirmava que Obama é "um extremista islâmico".

Mas mesmo assim a internet tem as ferramentas para combater informações falsas. Existe um site especializado (www.snopes.com) que faz a separação entre os rumores e a informação.

AFP

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