Preocupado com a detecção de casos suspeitos de febre amarela silvestre em Goiás e no Distrito Federal, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, mobilizou os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Turismo, Marta Suplicy, com o pedido para que cada um empenhe esforços contra a doença em suas respectivas áreas. O objetivo é proteger turistas, trabalhadores em viagem e os representantes diplomáticos que seguem para as áreas de risco. Foram encaminhados aos ministros avisos para que ambos mobilizem suas pastas, entidades e representações quanto à situação da doença, que requer intensa vigilância epidemiológica. Também foi enviada uma nota técnica que recomenda a vacinação contra a febre amarela silvestre aos viajantes com destino ao Brasil. O documento deve subsidiar os ministérios na disseminação das informações sobre a doença para evitar situação de risco para turistas. Ao ministro Amorim, Temporão solicitou que todas as Embaixadas e representações de organismos internacionais em Brasília sejam informadas sobre o quadro atual da febre amarela no país. Para a ministra Marta Suplicy (Turismo) a recomendação é para que também repasse as informações sobre a situação atual da enfermidade para a Associação Brasileira de Agentes de Viagem, bem como as demais entidades do ramo de turismo. Para evitar a doença, basta que os viajantes tomem a vacina contra a febre amarela 10 dias antes de se deslocar para áreas de risco. A vacina é eficaz e protege por 10 anos. O atual alerta reforça a recomendação feita pelo Ministério da Saúde no início de dezembro de 2007. O vírus da febre amarela circula na natureza nas regiões Norte e Centro Oeste, em Minas Gerais e Maranhão. Além disso, há faixas de transição e de risco potencial no oeste de 4 estados (Piauí, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) e sul de outros dois (Bahia e Espírito Santo). Estoques - O Ministério da Saúde deslocou 300 mil doses de vacina de seu estoque estratégico para o Centro-Oeste. “Precisa vacinar quem vai por turismo ou a trabalho para áreas endêmicas, principalmente aqueles que vão entrar nas matas”, afirmou Penna. De acordo com dados apresentados ontem, em Brasília, pelo secretário de Vigilância em Saúde, entre 1996 e 2007, o Brasil registrou 349 casos de febre amarela silvestre, com 161 óbitos. No ano passado, houve a notificação seis casos da doença no país, sendo dois no estado do Amazonas, dois em Goiás, um em Roraima e outro no Pará. Das pessoas que contraíram a doença, cinco pessoas morreram. A Doença - A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, que ataca o fígado e outros órgãos, podendo levar à morte. A transmissão ocorre, principalmente, em regiões de matas. No passado, também havia a ocorrência da febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Desde 1942 não há casos de febre amarela urbana no Brasil. Nas matas, a febre amarela ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas. Esses mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem quando ele entra na mata. Caso o indivíduo não esteja vacinado, ele corre o risco de contrair a doença. A maior incidência da doença acontece nos meses de janeiro a abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor e, por coincidir com a época de férias, muitos ecoturistas não vacinados se deslocam para regiões de risco. As atividades agrícolas realizadas no período também podem levar um número maior de pessoas às áreas com risco de transmissão.
Agência Estado
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