A Síria decidiu deixar de cooperar com a França quanto à crise internacional libanesa ante a suspensão dos contatos diplomáticos recentemente anunciada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, declarou nesta quarta-feira, 2, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem.
Sarkozy, que realizou no domingo passado uma curta visita oficial ao Egito, numa entrevista coletiva com seu colega egípcio Hosni Mubarak afirmou que a França não manterá mais contato com a Síria enquanto este país não demonstrar que está disposto a permitir que o Líbano eleja um presidente consensual.
Depois de vários dias de férias em Luxor (sul) e no balneário de Sharm El-Sheikh, nas margens do Mar Vermelho, o chefe de Estado francês chegou à capital egípcia para analisar com Mubarak os principais assuntos da região, da crise institucional no Líbano até o processo de paz entre israelenses e palestinos, assim como Darfur e a luta contra o terrorismo.
"Agora é necessário dar provas, chegou o momento da Síria mostrá-las", afirmou o presidente francês. "O Líbano deve ter um presidente, um presidente de consenso", insistiu Sarkozy numa clara mensagem à Síria, a antiga potência tutelar do Líbano.
Mubarak descreveu o impasse no Líbano como algo perigoso e apelou a Damasco que "use de toda sua influência no Líbano e trabalhe pela reconciliação a fim de que o Parlamento possa eleger um presidente".
"Eu peço à Síria que trabalhe para achar uma solução para esta questão porque ela tem forte influência sobre os partidos em conflito", acrescentou.
Os libaneses estão sem presidente desde a saída do pró-sírio Emile Lahoud no dia 23 de novembro por causa das persistentes divergências entre a maioria anti-síria e a oposição ligada a Damasco e Teerã.
A votação do Parlamento libanês para eleger um presidente foi adiada 11 vezes nos últimos três meses. A próxima tentativa de eleição foi marcada para 12 de janeiro.
AFP
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