Preocupa-me a forma como as pessoas estão optando por resolver seus
conflitos. Vivenciamos um período de violência generalizada, gratuita. O
ser humano padece com a falta de compaixão ao próximo. Pessoas trabalham
para ganhar o pão de cada dia e se não dispõem de dinheiro para alimentar
os criminosos, esses parasitas sociais, são incendiadas, violentadas,
mortas sem a menor piedade. Até onde vamos chegar? Quando iremos acordar?
Quando vamos perceber que a nossa omissão está fazendo mais e mais
vítimas? A sociedade precisa se posicionar urgentemente frente a essa onda
de violência.
Aproveitemos o momento de indignação coletiva que o país enfrenta para
canalizarmos essa energia de forma positiva e construtiva. Não adianta
querer colocar os “bichos” para fora sem qualquer controle, quebrando
tudo, saqueando, aterrorizando... pois assim, o cidadão de bem se confunde
com o vândalo, o marginal, o bandido. Tenho acompanhado cenas cotidianas
de barbárie, como a do menino boliviano assassinado com um tiro na cabeça
no colo de sua mãe na zona leste da capital paulista após já terem
entregado todo o dinheiro que havia na casa; ou a do juiz da partida de
futebol em Pio XII, no Maranhão, que foi brutalmente esquartejado e
decapitado após ter sido amarrado e espancado em resposta a ato de
violência que teve contra jogador que o agrediu em campo. Será que essa é
a melhor forma de resolvermos nossos problemas?
Embora pareça que estamos em franco retrocesso moral, acredito que esse é
um claro sintoma de depuração. O que é podre está sendo expurgado, mas
estamos pagando um preço alto pela nossa omissão e aquiescência com o mal.
Nossas famílias estão sendo vitimadas nesse processo de cura coletiva que
não tem data certa para acabar. Se todos resolverem mostrar a sua pior
face, ficaremos realmente encrencados, além de podermos ser a próxima
vítima dessa indigestão coletiva. Mas, o que podemos fazer para melhorar a
situação geral?
Pensemos no bem, no amor, na paz. Limpemos a nossa mente de quaisquer
pensamentos negativos e do espírito de vingança. Procuremos adotar
iniciativas voltadas para o bem do coletivo. Vamos abraçar mais, sorrir
mais, perdoar mais. Deixemos de lado as lamentações e voltemos nosso olhar
para as oportunidades de crescimento e trabalho honesto. Nem tudo está
perdido, mas pode se perder dependendo da nossa postura diante dos fatos e
acontecimentos. Pagar o mal com mal não tem se revelado um bom negócio.
Jesus ensinou que devemos pagar o mal com o bem, e assim ir
desconstituindo o ciclo da maldade, gerando em nós uma sensação de bem
estar e tranquilidade. Quiçá possamos compreender que a felicidade reside
no amor, e que o amor agrega, não destrói. Comece a mudança por você. Não
espere do outro. Podemos mudar a cara do mundo!
Maria Regina Canhos (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
A onda de violência
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