- Publicado em Sexta, 12 Julho 2013 10:20
Ao contrário do que se viu em passeatas que aconteceram em junho, na Capital, quando participantes do movimento de Apoio ao Passe Livre entoavam o canto "sem partido" para retaliar manifestantes partidários, ontem, cerca de 35 mil pessoas, conforme a PM, foram às ruas do Centro para empunhar suas bandeiras. Integrantes de diversas classes sindicais aderiram ao movimento "Vem Pra Rua Brasil" para cobrar melhorias trabalhistas, mais investimento na saúde e educação e redução da tarifa do transporte coletivo.
A maioria das bandeiras presentes no manifesto era de partidos de esquerda. Trabalhadores também vestiram camisas de seus respectivos sindicatos e as diferentes cores permitiram a visualização de diversos blocos ao longo da passeata. Fátima Silva, representante do CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e articuladora da manifestação, foi enfática ao afirmar que não existe democracia sem a presença de partidos políticos. "Em uma democracia é preciso ter partidos de direita e esquerda, movimentos sociais e sindicatos. Isso faz com que a sociedade seja organizada. Nosso manifesto quer integrar os movimentos do campo com os da cidade", afirma.
Manifestantes elaboraram carta de reivindicações para prefeito Bernal Durante pouco mais de uma hora, a manifestação pacífica passou pelas principais ruas do Centro, como Afonso Pena, 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, 13 de Maio e Barão do Rio Branco. Ao longo do trajeto, 70 homens da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) trabalharam na interdição das ruas adjacentes. As lideranças dos diversos sindicatos se reuniram após a passeata para elaborar uma carta de demandas para o prefeito Alcides Bernal (PP). Hoje, um novo manifesto, denominado Parada da Cidadania, está marcado para às 14h com concentração na praça do Rádio.
Correios, Polícia Civil e indígenas participam do protesto
Mediante a demora na demarcação de terras indígenas, cerca de 70 índios kaiowás, da aldeia Jaguapiru, vieram de Dourados - a 228 km da Capital - cobrar agilidade na resolução do impasse. "Acreditamos que a última reunião entre proprietários e índios com o CNJ acena para uma solução. Queremos que isso não seja esquecido", ressalta o kaiowá Sander Barbosa.
Carteiros também protestaram contra a sobrecarga de tarefas. "Trabalhamos 44 horas semanais, sendo que metade deste tempo estamos na rua e debaixo de sol forte para ganhar R$ 1 mil. Queremos a valorização da carreira e uma rotina menos desgastante", reclama Diogo Caeli, carteiro há cinco anos.
Policiais Civis também foram protestar contra o governo estadual que, segundo a categoria, não cumpriu com as propostas oferecidas para encerrar a greve de cinco dias da instituição de segurança pública em maio. "Disseram que iam contratam mais 120 investigadores ainda neste ano, o que não vai acontecer. Além disso, um abono de R$ 100 só foi concedido aos peritos, nada para os policiais. Na semana que vem vamos reunir nossas regionais e, quem sabe, decidir por uma nova paralisação", ameaçou Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol/MS. Ao longo da passeata, comerciantes fecharam as portas dos estabelecimentos. Alguns funcionários prestaram apoio ao movimento. Já um gerente, que não quis se identificar, admitiu que fechou as portas por temer ações de vandalismo. "É melhor prevenir. Nas outras manifestações houve quebra-quebra, por isso estamos precavidos", explica. A PM não registrou nenhum tipo de ocorrência durante o manifesto.
(O ESTADO DE MS, 12/07/13)
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