O mundo precisa de um tratado para se defender dos ciberataques antes que eles se transformem em uma ciberguerra ou guerra na internet, declarou neste sábado em Davos o chefe da agência de telecomunicações da ONU, Hamadoun Touré.
Os ataques contra o Google, ocorridos na China segundo o site de busca norte-americano, entraram na pauta de discussões do Fórum Econômico Mundial, que terminou no domingo (31) na estação de esqui dos Alpes suíços.
Sobre o tema, o secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Hamadoun Touré, disse que o risco de um conflito entre dois países por meio da internet aumenta a cada ano.
Com essa situação, Touré propôs um tratado no qual as partes se comprometem a não lançar um primeiro "ciberataque" contra outra.
"Uma ciberguerra seria pior que um tsunami, uma catástrofe", declarou Touré.
O acordo internacional "seria parecido com um tratado de paz antes de uma guerra", acrescentou.
Entretanto, John Negroponte, ex-diretor da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) durante a administração de George W. Bush, disse que os serviços secretos das potências mundiais seriam os primeiros a "fazerem ressalvas" a essa ideia.
Já Susan Collins, uma senadora republicana e membro das comissões de Defesa e Interior no Senado norte-americano, estimou que a perspectiva de que um ataque por meio da internet desencadeie uma guerra deve ser feita agora em consideração a seu país.
"Se alguém bombardeia nossa rede elétrica e vemos os responsáveis fazerem isso, claramente é um ato de guerra", observou.
"Se o mesmo país utiliza computadores sofisticados para desativar a nossa rede elétrica, creio realmente que não estamos longe de dizer que se trata de uma guerra", acrescentou.
Segundo Craig Mundie, diretor de investigação da Microsoft, "há menos de dez países no mundo cuja capacidade informática é sofisticada o suficiente para produzir ciberataques, que podem ainda fazer com que eles pareçam vindos de qualquer parte".
China, Estados Unidos e Rússia são parte dos 20 países que se encontram envolvidos em uma corrida armamentista no ciberespaço e que se preparam para possíveis hostilidades via internet, indicou na quinta-feira em Davos o presidente da companhia de segurança de rede McAfee, Dave DeWalt.
Para a McAfee, o recente ataque contra o Google ilustra a mudança de infraestrutura dos governos em matéria de espionagem e ataques em uma ofensiva que é "comercial por natureza".
O último informe da McAfee, que guarda informações de cerca de 600 empresas de telecomunicações e informática, revelou que 60% dos consultados acreditam que representantes de governos estrangeiros estejam envolvidos em operações para invadir suas estruturas.
Cerca de 36% afirmaram que os Estados Unidos são a maior ameaça, seguido por 33% que citam a China.
Fonte: Site de notícias do BOL.
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