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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PREFEITURA DE CRUZ MANDA 800 FUNCIONÁRIOS PARA CASA

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Cruz. Na tarde de ontem, 24, às 17 h, funcionários da Prefeitura Municipal de Cruz fizeram um ato público na Praça Afonso Fontes, Centro de Cruz, para questionar a saída de 800 funcionários com o fim dos contratos temporários. As escolas liberaram os funcionários às 15h, para que fossem participar do manifesto. O setor mais afetado foi o de Educação com a saída de professores, merendeiras, zeladoras e vigias, pois o ano letivo ainda não terminou faltando mais de vinte dias letivos. O Último dia de trabalho para os contratados é 31 de outubro e para preencher as vagas deixadas por eles, todas as diretoras, secretárias e coordenadoras foram mandados para as salas de aula com acumulo de cargo, uma determinação impossível de ser cumprida, segundo os funcionários. Também foram retiradas as horas dedicadas aos planejamentos para que atendessem as demandas de salas de aula. Muitos destes funcionários nunca estiveram em sala de aula impossibilitando-os de assumirem esta nova determinação da secretaria.

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Com a falta de professores, a determinação do Secretário de Educação Raimundo Otávio da Mota (Raí) foi para que os professores formassem turmas multiseriadas, uma prática que representa um retrocesso na metodologia da educação. A professora contratada Izabel Maria do Nascimento (Bidu) disse que a classe de professores estava sendo humilhada com esta medida que tinha como principal vítima os alunos. Rosena, da Comunidade de Lagoa Salgada, disse que estava muito preocupada com o futuro dos filhos, pois este ato era uma bomba para a cabeça dos pais e professores, pois teriam que reunir várias séries diferentes para ensinar formando turmas com mais de quarenta crianças. O professor contratado Fernando mostrou-se indignado com esta situação fato que se repetia a cada final de ano com os professores contratados. Para contornar a situação, os professores eram obrigados a ensinarem de graça até o termino do ano letivo para assegurarem a renovação do contrato no ano seguinte. Como no próximo ano será outro prefeito, esta tática não funcionou causando todo este transtorno à educação. Os professores entendem que com o fim do contrato todos estariam dispensados. Mas, o que está sendo questionado é a prática de contratar professores para 80 dias letivos quando o período escolar é 200 dias. Fica difícil para encerrar o ano letivo sem professor contratado nem concursado. Alguns pais disseram que não vão mandar seus filhos pequenos para a escola porque a professora não vai está presente e sua ausência causará transtorno para as crianças. Uma jovem da Viola de Caiçara mostrava um cartaz com a seguinte frase: “não sou concursada e nem sou contratada, sou estudante, quero ser respeitada”. A Prefeitura fez um concurso público para preenchimento de vagas, mas o Secretário Educação disse que o Prefeito Jonas Muniz não vai contratar os concursados deixando para o Prefeito eleito quando assumir no próximo ano.

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Participaram do ato em solidariedade aos funcionários contratados, funcionários concursados da rede municipal e estadual, o Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cruz – SINDSEPCRUZ – Henrique Conceição e o Vice-Presidente da APEOC, Iradson Cordeiro, alunos e pais. O Presidente da Federação das Associações Comunitárias do Município de Cruz Antônio dos Santos também se solidarizou com os professores neste momento de angustia e humilhação.

Após o ato púbico, a multidão saiu em passeata, com faixas e cartazes pelas ruas de Cruz até a Praça da Matriz enfrente à residência do prefeito Jonas Muniz. A Polícia acompanhou o movimento e fez segurança na residência do Prefeito, mas tudo aconteceu de forma pacifica sem que nenhum ato de agressão, violência ou vandalismo fosse praticado. Sexta feira, por ocasião reunião da Câmara Municipal, os professores irão comparecer para fazerem suas reinvindicações.

Dispensar funcionários em fim de mandato foi uma atitude muito criticada pela sociedade, pois não justifica tamanha humilhação para com os professores que passaram o ano trabalhando, mas não tiveram como concluir o ano letivo deixando milhares de alunos em situação difícil. Também reclamam que não há mais material de expediente a até as provas, que eram feitas na Secretaria de Educação, agora estão sendo feitas pelos alunos em folhas de caderno. Com o fim dos contratos todos os setores foram afetados. As praças públicas ficaram sem os vigias e os animais invadem os canteiros destruindo as plantações, espalhando o lixo e sujando as praças. O clima é de revolta em todas as secretarias do município.

Dr. Lima

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