O Brasil é atualmente um dos países que mais atraem Investimento Estrangeiro Direto (IED), mantendo-se no topo do ranking mundial sempre entre a terceira e a quinta colocação nos últimos anos. A visibilidade brasileira nesse quesito mereceu destaque na edição de ontem do jornal O Valor Econômico, que traz a avaliação de diversos analistas de mercado acerca do fato. Em sua matéria, a publicação destaca no título que a estabilidade do IED, que vem se mantendo desde 2011 acima dos US$ 60 bilhões, “surpreende analistas”.
Quando o ministro Guido Mantega (Fazenda) esteve na Câmara dos Deputados, em meados do mês passado, para participar de audiência pública, ele também pontuou esse viés positivo da economia brasileira. “Mesmo no período de maior turbulência, não deixamos de receber investimentos estrangeiros diretos”, ressaltou. Mais adiante justificou os motivos de o País ser tão atrativo: “Isso ocorre porque o Brasil é um país sólido, tem uma economia sólida, e a maior razão dessa solidez pode ser vista no nosso volume de reserva, que dá a ele condições de enfrentar uma escassez momentânea de liquidez, de enfrentar problemas cambiais”, argumentou o ministro, que em seguida mostrou que hoje o Brasil tem US$ 379 bilhões em reservas internacionais.
Na matéria publicada pelo Valor Econômico, ao contextualizar o crescimento do Brasil num mundo em crise financeira, o economista-chefe do Deutsche Bank no Brasil, José Carlos de Faria Assim, diz que os investidores estrangeiros, mesmo diante de um PIB que não era o esperado, ainda são atraídos por uma expansão que é superior à apresentada pelos países onde essas empresas têm sede, sobretudo na Europa. O mesmo Deutsche – afirma a matéria – espera US$ 60 bilhões em IED em 2014 e prevê um volume ainda maior em 2015, de US$ 65 bilhões.
O Valor ressalta ainda a opinião de bancos como o Bradesco e o Itaú sobre o elevado volume de investimento estrangeiro direto no Brasil. “A equipe econômica do Bradesco diz que os dados de abril (mais especificamente a conta financeira) revelam que a entrada de investimentos estrangeiros diretos ainda segue robusta, confirmando a projeção de US$ 60 bilhões para 2014”. Em seguida, revela qual a avaliação dos economistas do Itaú: “de janeiro a abril, o IED na modalidade participação do capital representou 75% do total, enquanto no mesmo período do ano passado esse valor era de 63%. Essa modalidade de IED tende a ser ainda menos volátil, criando um vínculo de longo prazo mais forte entre o investidor e o País”.
O deputado Jorge Bittar (PT-RJ) afirma que esse cenário demonstra a consistência da política macroeconômica da presidenta Dilma Rousseff, a despeito do clima de pessimismo de alguns setores empresariais, notadamente influenciados pelo mercado financeiro. “Os investidores externos estão vendo que a economia brasileira é forte e que, a médio e longo prazos, eles terão retornos desses investimentos, porque temos um mercado interno forte, um setor industrial importante, um setor de serviço consistente e um setor de agronegócio que lidera mundialmente muitas áreas. É um ambiente muito atrativo se comparado à realidade americana e europeia”, completa Bittar.
PT na Câmara
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