DELÚBIO SOARES (*)
Há exatos 30 anos nascia a Central Única dos Trabalhadores, a CUT. Nós que a fundamos – buscando fortalecer a classe trabalhadora através de uma central sindical moderna, democrática e atuante – antevíamos o longo caminho de lutas a ser seguido. E hoje, depois dessas três longas e trabalhosas décadas, onde empunhamos com força e coerências as bandeiras de lutas mais caras à classe trabalhadora, podemos constatar que todo o esforço empreendido não foi em vão.
As incompreensões, as perseguições e toda sorte de fortes barreiras que enfrentamos, não impediram de lutássemos e muito menos que colecionássemos um sem número de expressivas vitórias e reconhecidos avanços das trabalhadoras e trabalhadores dos campos e das cidades, do comércio, da indústria ou da área de serviços. Valeu a pena!
Do momento em que surgiu no cenário sindical, político e social de nosso país, até os dias de hoje, a CUT teve participação efetiva e relevante na vida da nação. Organizada por respeitados líderes sindicais e integrada por milhares de trabalhadores que se multiplicaram com o passar dos anos, chegando à casa das dezenas de milhões, ela não decepcionou os que a sonharam como autêntica interprete das reivindicações da classe trabalhadora, mas também como seu braço combativo, destemido e atuante.
A CUT não é apenas a primeira central sindical brasileira. Ela é uma dos três maiores organismos de representação sindical do mundo, destacando-se pela seriedade de sua condução e a profunda identificação de ideais e propósitos com os milhares de sindicatos e milhões de trabalhadores que a integram.
Não houve movimento cívico ou social que não tivesse a participação ou o apoio da CUT. Na luta pela redemocratização, logo após seu nascimento, passando pelo reclamo popular por uma Assembléia Nacional Constituinte, livre e soberana; pela campanha das Diretas Já, mobilizando a massa sindical, e, sobretudo, em milhares de campanhas em favor dos trabalhadores, lá esteve a CUT. E em cada capítulo da história recente do Brasil, existe a marca indelével da participação decisiva de nossa Central e de sua devoção solidária à classe trabalhadora e ao país socialmente mais justo pelo qual lutamos.
A presença da CUT no cenário brasileiro pode ser realçada em alguns pontos fundamentais: o surgimento de um sindicalismo impregnado de comprometimento para com o novo país que construímos a partir de 2003, com o advento do governo do presidente Lula; a notória mudança positiva nas relações entre o sindicalismo e o restante da sociedade civil; a participação fundamental da CUT no processo de valorização da classe trabalhadora, que possibilitou a inclusão sócio-econômica de 40 milhões de brasileiros que saíram da pobreza e ingressaram na classe média. A CUT é a maior responsável, também, pela crescente melhoria nas relações entre o capital produtivo e o trabalho em todas as áreas da economia e da vida institucional brasileira.
A CUT nasceu com clareza de objetivos e a destinação histórica de um papel sem precedentes na história do país. Ela organizou os trabalhadores, modernizou a vida sindical, adquiriu irretocável respeitabilidade dentro e fora de nossas fronteiras e tornou-se um dos pilares do Brasil rico, justo, democrático e moderno que estamos legando às novas gerações.
Homenageio todos os companheiros que, naquele já distante e histórico 23 de agosto de 1983, comigo participaram da fundação da Central que organizou a classe trabalhadora como nunca dantes se ousara. Recordo os que já não se encontram entre nós e ressalto aqueles que, hoje, amanhã e sempre, mantém e manterão acessa a chama perene da luta em favor dos direitos e da emancipação de nossos irmãos trabalhadores. Orgulhamo-nos da história, da trajetória e do presente da Central Única dos Trabalhadores.
Viva a CUT! Viva os trabalhadores do Brasil!
(*) Delúbio Soares é professor
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