O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem a criação do programa “Mais Professores”, para reforçar a educação em municípios de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). “Vamos, a exemplo do Mais Médicos, criar incentivos para levar professores de Matemática, Física, Química e Inglês para municípios que têm dificuldades de manter educadores nessas áreas, principalmente em escolas do Nordeste e da Amazônia”, explicou o ministro.
O programa “Mais Professores” está em fase de elaboração, e Mercadante fez questão de explicar que sua implementação depende da aprovação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Ele destacou também que o professor tem que ser concursado e formado na disciplina. A intenção é já contar com esses profissionais na escola em 2014.
“Aceitamos sugestões ainda de como isso vai ser feito, mas uma das hipóteses é levar professores aposentados, jovens, que aceitem voltar para a sala de aula”, afirmou o ministro. Segundo Mercadante, só serão encaminhados professores se houver, de fato, esse desfalque e dificuldade de preencher as vagas. “Precisamos de uma solução para esse problema e não de uma improvisação”, completou.
Compromissos – O “Mais Professores” faz parte de um conjunto de compromissos que o ministério está elaborando para avançar na qualidade do Ensino Médio brasileiro, apresentados ontem, pelo ministro, em audiência pública organizada pela comissão especial da Câmara que discute propostas de reformulação do Ensino Médio. “Melhorar a qualidade dessa fase educacional é o nosso maior desafio”, admitiu o ministro, lembrando que o salto da inclusão dos jovens no Ensino Médio nos últimos anos não foi acompanhado pela melhoria da qualidade da educação.
Faz parte dos compromissos também o aperfeiçoamento da formação continuada dos docentes e gestores, com o desenvolvimento de material didático específico e a criação da Universidade do Professor – uma rede que vai concentrar todas as iniciativas voltadas para a formação docente. O objetivo é que em um mesmo portal o professor possa acessar todos os cursos e programas disponíveis para a melhoria e atualização da sua qualificação.
As outras ações do ministério que ajudarão na reformulação do Ensino Médio são: Escola em tempo integral; o redesenho curricular do Ensino Médio; Nenhum estudante para trás; Quero ser Professor, Quero ser Cientista; aperfeiçoamento do livro didático; educação digital; educação profissional e tecnológica; e universalização do Enem.
Reginaldo Lopes destaca sintonia com MEC na reformulação do Ensino Médio
As propostas do Ministério da Educação (MEC) para melhorar o Ensino Médio brasileiro convergem com as ações que estão em estudo na comissão especial da Câmara que trata do tema. A avaliação é do presidente do colegiado, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). “Estamos sintonizados nas soluções para fazer avançar, melhorando a qualidade do ensino, permitindo a qualificação do professor, garantido a permanência do jovem na escola, proporcionando uma oportunidade de profissionalização do estudante e ampliando os recursos orçamentários para o setor”, afirmou.
O deputado anunciou que a comissão pretende apresentar o seu parecer em outubro. “A questão polêmica ainda é como calibrar o Ensino Médio regular com o ensino técnico. A certeza que temos é a que o mundo atual exige que o aluno saia da escola com uma qualificação para o mercado de trabalho”, afirmou.
A deputada Iara Bernardi (PT-SP) elogiou os compromissos com o Ensino Médio, apresentados pelo ministro Aloizio Mercante (Educação). “É fundamental esse regime de colaboração que o ministério estabeleceu com a rede estadual de educação. Espero que essa ação conjunta contribua também para que todos os estados cumpram o piso salarial do professor, agente indispensável da educação de qualidade”, afirmou.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) destacou a parceria do MEC com a comissão especial para promover as mudanças necessárias com o objetivo de melhorar o Ensino Médio, “que vive uma crise sem precedente”. “O setor carece de mudanças profundas, não é só financiamento”, alertou.
O deputado Artur Bruno (PT-CE) lembrou que vários países também estão reformulando o Ensino Médio. “Um dos maiores desafios é o currículo, temos excesso de conteúdo”, citou. Ele defendeu também mudança nos cursos de formação dos professores, que precisam ter mais metodologia e menos teoria, na sua avaliação.
O deputado Newton Lima (PT-SP) defendeu a inclusão dos Conselhos da Juventude nos compromissos com o Ensino Médio. “Eles serão essenciais, principalmente no compromisso de não deixar nenhum aluno fora da escola”.
Para o deputado Siba Machado (PT-AC) é fundamental incluir a iniciação científica obrigatória no currículo do Ensino Médio. E a deputada Margarida Salomão (PT-MG) lembrou o “extraordinário” salto de qualidade da educação nos governos Lula e Dilma. “A crise na etapa da educação é um fenômeno mundial, decorrente da mudança cultural advinda das novas técnicas de comunicação”, acrescentou.
Participaram ainda do debate com o ministro Mercadante os deputados Antônio Carlos Biffi
(PT-MS); Leonardo Monteiro (PT-MG); Márcio Macêdo (PT-SE); Odair Cunha (PT-MG); Waldenor Pereira (PT-BA) e Weliton Prado (PT-MG).
Liderança do PT na Câmara
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