Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Quero aproveitar esse Dia dos Pais deste ano para pedir àqueles pais que estão longe dos filhos por qualquer razão, que lembrem deles e procurem os seus filhos, porque nesta época eles estão esperando por vocês.
Falo, é claro, dos filhos pequenos, pois os maiores talvez já consigam superar a separação, a distância. Mas os pequenos, não. Eles estão esperando o pai, cada um deles, para lhe dar o presente do Dia dos Pais, para levá-lo à escola, porque prepararam uma programação para pais e filhos, e é muito frustrante uma criança não poder levar o pai, como se não o tivesse.
Mesmo aqueles casos mais extremos, de pais que não assumiram os filhos fora do casamento, se o filho o conhece, não pode deixar de visitá-lo. Como será a cabecinha de uma criança que sabe que tem pai, mas não pode tê-lo por perto, porque o pai some e só aparece muito raramente?
Conheço uma história assim, de um menino agora com sete anos, para quem o pai se apresentou quando ele tinha seis. Para ele, o pai estava viajando e um dia voltaria. E ele esperava essa volta com toda ansiedade. A época do Dia dos Pais era um suplício, pois a escola pedia para todos levarem o pai e ele não podia. Até que o pai apareceu. E aquela agonia toda pela falta do pai transformou-se em uma certa apatia e ele parou de falar do pai. Será que o pai não era aquilo que ele esperava? Ou ele esperava que o pai chegasse e ficasse com ele? Ele não quis mais falar sobre isso. Até que foi chegando perto o Dia dos Pais deste ano.
A escola, como sempre, começou a trabalhar com a data e intimou os alunos a trazerem o seu pai à escola, para uma homenagem, para brincadeiras a dois, para comemorarem a data. E voltou toda a ansiedade, não adiantava dizer que o pai havia viajado de novo, ele não aceitava que teria que levar outra pessoa no lugar do pai, tinha que ser o pai.
Então, principalmente os pais de filhos fora do casamento que não os assumem para não perderem a família constituída, não abandonem seus filhos como se fossem seres humanos de segunda categoria. Eles são filhos iguais a qualquer outro. Lembrem que eles estão esperando que o pai vá até eles para, pelo menos, receberem o presente, às vezes feito com as próprias mãos, um abraço, um beijo. E para que seus pais sejam pais deles pelo menos por um momento, devolvendo-lhes o abraço, o beijo, um carinho.
Porque toda criança, todo amiguinho tem o pai perto, para brincar, para ensinar, para ser companheiro, e só eles não. Como é que eles vão conseguir processar isso? Pai que é pai não abandona seu filho, seja qual for o caso. Não esqueçam disso. Jamais. Feliz Dia dos Pais para todos. Para todos, pais e filhos.
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