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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Esquema de propina de tucanos só veio à tona porque denúncia foi feita no exterior, diz Siraque

 

O deputado Vanderlei Siraque (PT-SP) não tem dúvida: “O esquema de propina montado pelos tucanos só veio à tona porque partiu de denúncias feitas no exterior”. Para o deputado, as denúncias reveladas pela edição de domingo (18) da revista IstoÉ reforçam a tese de blindagem dos governos tucanos por parte do Ministério Público Estadual (SP), do Tribunal de Contas do Estado (SP) e dos principais veículos de comunicação do Brasil.
Segundo o deputado Siraque, os indícios de práticas ilícitas pelos sucessivos governos tucanos estão sendo alertados há muito tempo. “Desde 2008, a Bancada do PT na Assembleia Legislativa já denunciava essas práticas. Eu mesmo, quando era deputado estadual em São Paulo, entrei com ação popular questionando as ações do governo na linha Lilás do metrô”, contou.
De acordo com o deputado, a base tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo não permite à oposição aprovar nem requerimento de informação. “Mas agora a casa caiu, e a população tem que cobrar uma investigação profunda dos fatos”, observou.
Denúncia – A edição de domingo da IstoÉ é a quarta consecutiva a estampar na capa o esquema do PSDB já conhecido como propinoduto tucano. Como novidade dessa semana, a revista desmonta a versão de José Serra e FHC, segundo a qual o esquema não contou com a participação de servidores do estado nem beneficiou governos comandados pelo PSDB.
A reportagem não deixa dúvidas do envolvimento de tucanos de alta plumagem nas irregularidades, como José Luiz Portella, secretário de Transportes Metropolitanos de Serra, e Jurandir Fernandes, secretário de Alckmin na mesma pasta, que, segundo apurou a revista, chefiaram de perto e coordenaram as atividades dos altos executivos envolvidos na investigação.
A publicação também destaca indícios de que parte do montante desviado do metrô de São Paulo abasteceu campanhas políticas de tucanos, inclusive a de FHC, em 1998. Na reportagem, campanhas investigadas, documentos coletados em investigações internacionais e declarações de um procurador apontam que cerca de R$ 4,1 milhões teriam saído de paraísos fiscais em 2008 e engrossado a verba de campanha do PSDB.
A revista revela também que aproximadamente meio bilhão de reais foi desviado do metrô da capital federal, em um esquema de cartel semelhante ao de São Paulo durante os governos Roriz e Arruda e informa que as autoridades brasileiras investigam as ramificações federais da máfia dos transportes.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que as investigações sobre os cartéis devem ser feitas em qualquer nível de governo, podendo atingir também o federal. “Doa a quem doer, a investigação tem que ser feita em qualquer nível, em qualquer estado do País. Agora, o foco, evidentemente, como nós todos sabemos, não está no plano federal. O foco principal está em São Paulo”, afirmou. Segundo o ministro, no governo federal, só não será investigado “quem não errar”.
Plenário – O deputado Luiz Couto (PT-PB) registrou em plenário o conteúdo da matéria mais recente publicada pela revista IstoÉ, ressaltando os detalhes do propinoduto tucano. Além disso, dá conta do cartel em Brasília: “auditorias dos tribunais de contas do Distrito Federal e da União e investigações da Polícia Federal e do Ministério Público apontam desvios de meio bilhão de reais no metrô da capital federal”.

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