Protesto na capital paulista já reúne cerca de três mil pessoas; um grupo cerca a Assembleia e exige a abertura de uma CPI sobre o transporte público; manifestantes criticam esquema denunciado pela Siemens de cartel e favorecimento a políticos do PSDB em licitações do Metrô e CPTM no Estado e pedem melhoria no transporte público; "Por 20 centavos, derrubamos a tarifa. Por 425 milhões, nós derrubaremos o Alckmin", diz uma faixa; manifestantes, que colocaram fogo em catraca e em boneco de Alckmin, alegam que o dinheiro que era para ser investido no transporte é usado no interesse de grupos privados; ato é organizado pelo Sindicato dos Metroviários e tem o apoio do Movimento Passe Livre
14 de Agosto de 2013 às 19:00
247 - Manifestações iniciadas no final da tarde nesta quarta-feira (14) em São Paulo de forma pacífica foram encerradas com confrontos entre manifestantes e policiais tanto em frente à Câmara Municipal quanto nas proximidades da Assembleia Legislativa. O foco dos protestos era o cartel em licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Ao menos sete pessoas ficaram feridas em frente à Assembleia Legislativa. Três dos feridos eram policiais militares.
Segundo a corporação, uma pessoa foi detida e levada ao 1º DP por "danos ao patrimônio, desacato à autoridade, apologia ao crime e porte de entorpecente". Para dispersar manifestantes que também protestavam em frente à Câmara Municipal, a Força Tática da PM usou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Tiros de bala de borracha também foram disparados. Os manifestantes revidaram com pedras.
Antes do confronto, 16 militantes foram autorizados pela PM a entrar na Câmara. Eles subiram até o oitavo andar e discutiram com o vereador e presidente da Casa José Américo (PT). Só saíram por volta das 21h10. Na Assembleia Legislativa, policiais militares também usaram bombas para dispensar o protesto. Lá, ao menos três pessoas ficaram feridas e foram atendidas no centro médico da Casa Legislativa.
A bancada do PT vai abrir sindicância para apurar a ação da Tropa de Choque em frente à Assembleia. O presidente nacional do PT e deputado estadual Rui falcão usou a palavra no plenário da Câmara para criticar a ação da polícia e exigir a apuração do caso. Logo na sequência, a bancada do partido se retirou em protesto contra a ação da PM.
Manifestantes pedem CPI sobre transporte público de São Paulo
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de 100 manifestantes fazem, neste momento, ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pedindo a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades nos contratos do transporte público no estado.
Os manifestantes, em sua maioria, são filiados ao Sindicato dos Químicos de São Paulo, ao Levante da Juventude Popular, à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Central dos Movimentos Populares de São Paulo. “Estamos aqui para mostrar nossa insatisfação e pedir CPI já", disse Hugo Fanton, do Levante da Juventude Popular. Segundo ele, as denúncias de desvio de recursos do setor têm de ser apuradas e o dinheiro devolvido aos cofres públicos para ser usado em transporte público”, acrescentou.
Desde as 16h de hoje (14), o acesso à Assembleia Legislativa está bloqueado pela Tropa de Choque da Polícia Militar. No entanto, mais cedo, cerca de 300 manifestantes conseguiram entrar na assembleia, com a ajuda de parlamentares favoráveis à criação da CPI. Houve conflito entre deputados e policiais.
Dentro da assembleia, os manifestantes pressionam os deputados para assinar requerimento para abertura da comissão. Os ativistas lotaram o plenário da Casa e o Auditório Franco Montoro. Segundo a bancada do PT, o requerimento já tem 28 das 32 assinaturas necessárias para a criação da CPI. Dois deputados da base governista assinaram o pedido de abertura, informou a bancada petista.
Por volta das 19h, não era possível entrar, nem sair do prédio da Assembleia Legislativa, por causa do bloqueio da polícia. Os deputados favoráveis à criação da CPI não conseguiram atravessar a barreira formada pela Tropa de Choque e chegar ao carro de som dos manifestantes, instalado ao lado de fora da assembleia.
Abaixo, reportagem anterior do 247 sobre a manifestação em São Paulo:
247 - Cerca de três mil pessoas, segundo a Polícia Militar, fazem neste momento uma manifestação em São Paulo em defesa do transporte público e contra o desvio de recursos destinados a obras no metrô paulistano e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Participam do ato representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e dos movimentos dos Trabalhadores Sem Teto e Passe Livre, entre outros.
A concentração para a manifestação Chega de Sufoco: Trabalhadores e Usuários por um Outro Transporte! foi no Vale do Anhangabaú, por volta de 15 horas. Na caminhada, os manifestantes passaram pela sede da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na Rua Boa Vista, e pelo Tribunal de Contas do Estado, na Avenida Rangel Pestana. Uma das faixas, colocada embaixo do Viaduto do Chá, traz o desenho de um ônibus e a frase 'Transporte não é mercadoria: Chega de sufoco".
Para Marcelo Hotimsky, do Movimento Passe Livre, a manifestação de hoje (14) é semelhante às que foram feitas em junho. “O motivo hoje é muito parecido: seja a denúncia de cartel [no setor de transportes], seja o aumento de tarifa. Todos eles [motivos] demonstram a mesma lógica: que o transporte coletivo em São Paulo é pensado de acordo com interesses de certos grupos e empresas e não de acordo com os interesses dos usuários e dos trabalhadores do transportes”, criticou Hotimsky.
Ele disse que a denúncia de formação de cartel demonstra que o dinheiro, que deveria ser investido em transporte público, na melhoria dos serviços e na redução das tarifas, está sendo usado no interesse de alguns grupos privados.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, informou que tem uma carta de reivindicações para entregar ao secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. “É possível vencer essa máfia, que é muito poderosa e que financia os políticos”, disse ele. Prazeres adiantou que a principal reivindicação é a devolução do dinheiro público que, segundo ele, foi roubado. "Já se fala em R$ 425 milhões. Queremos a devolução e a prisão de todos os que estão envolvidos neste esquema de corrupção.”
Carta de reivindicações
Uma comissão com seis pessoas, integrada pelo presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, além de representantes do Sindicato dos Ferroviários e do Movimento Passe Livre, entrou por volta das 17h30 na sede da secretaria para entregar uma carta com reivindicações.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, o grupo será recebido por um chefe de gabinete e a carta será protocolada. "Os principais temas são o fim da corrupção, a abertura da caixa-preta [das planilhas de custo do transporte público], a devolução do dinheiro [que teria sido desviado do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)], a prisão de corruptos e corruptores e mais investimentos em transporte público".
Enquanto a comissão entrava na secretaria para entregar o documento, os manifestantes tocaram fogo em uma catraca e em um boneco simbolizando os empresários que ganharam dinheiro com o cartel.
Com Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário