ADAM GABBATT
DO "GUARDIAN"
Da Folha de São Paulo
Uma mulher de Nova York diz que o interesse de sua família pela compra de panelas de pressão e mochilas levou seis investigadores à sua casa. Os policiais exigiam informações sobre o emprego dela, os ancestrais de seu marido e a preparação de quinoa.
Michele Catalano, que vive em Long Island, Nova York, diz que suas buscas na internet por panelas de pressão, a procura de mochilas pelo marido e o apetite do filho, "maníaco por notícias", pelos detalhes do atentado de Boston de alguma maneira se combinaram criando "perfis de terrorismo".
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A busca provocou uma visita de "uma força-tarefa integrada de combate ao terrorismo" à casa da família Catalano, na quarta-feira. Catalano, jornalista da revista independente de música e política "Death and Taxes", relatou as experiência em um post na Medium.com, quinta-feira.
"Por volta das 9h, meu marido, que por acaso estava em casa ontem, sentado na sala com nossos dois cachorros, ouviu dois carros parando diante da casa. Seis cavalheiros usando trajes casuais saíram dos veículos e se espalharam para caminhar até a casa --dois caminhando para o quintal, de um lado, dois tomando o lado oposto e dois se dirigindo à porta da frente. Um milhão de coisas passaram pela cabeça de meu marido. Nenhuma delas era a resposta certa".
Os agentes do Serviço Federal de Investigações (FBI) perguntaram a Catalano se ele tinha uma panela de pressão; "meu marido disse que não, mas que tínhamos uma panela elétrica de arroz. E é possível fazer uma bomba com ela? Não, minha mulher usa a panela para fazer quinoa. Eles perguntaram que diabos era quinoa".
"A essa altura haviam compreendido que não estavam lidando com terroristas", disse Catalano.
Um porta-voz do FBI disse ao jornal britânico "Guardian" na quinta-feira que investigadores da agência não estavam envolvidos na visita, mas que Catalano "havia sido visitada pelo departamento de polícia do condado de Nassau", cujos agentes estavam "trabalhando em cooperação com o departamento de polícia do condado de Suffolk".
O "Guardian" contatou os departamentos de polícia dos condados de Suffolk e Nassau em busca de comentários.
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