Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual
Causou repúdio a votação secreta em Brasília que não cassou o mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), por ter sido gravada recebendo dinheiro do mensalão do DEM.
Agora a Assembléia Legislativa de São Paulo faz pior com seu mensalão das emendas: resolve investigar a si própria em sessão secreta.
Nem sequer a imprensa, que é pró-Geraldo Alckmin (PSDB), governador paulista, e nem mesmo deputados de oposição, que não pertencem à comissão de "Ética", puderam entrar.
Aos olhos do cidadão, fica parecendo o quê? Um atestado confirmando de que a corrupção existe e é das bravas, porque ninguém pode ver nem saber. Os deputados tucanos e seus aliados querem fazer tudo escondido.
Comento
Já dizia o ex ministro de FHC Rubens Ricupero: O que é bom a gente mostra o que é ruim a gente esconde. O PSDB segue à risca o ensinamento do ex ministro.
E a manobra – que poderia ser chamada de maracutaia – acontece sob "a bênção" do governador, interessadíssimo em abafar o escândalo de corrupção tucana e empurrar com a barriga para cair no esquecimento.
Haja cara-de-pau e falta de vergonha na cara.
O deputado estadual Roque Barbieri (PTB-SP) aliado de Alckmin, denunciou que 25% a 30% dos deputados vendem emendas orçamentárias. Ao apresentar uma emenda, eles garantem que, no ato da liberação do recurso, uma parte da verba pública será entregue a título de agradecimento pelo prefeito agraciado.
O secretário de Meio Ambiente de Alckmin, Bruno Covas, primeiro confirmou a existência do fato, inclusive relatando uma oferta de propina de um prefeito (embora a comissão tenha sido recusada pelo então deputado, o caso foi também acobertado por ele). Depois disse ter sido mal interpretado.
Diante disso, os deputados que apóiam Alckmin são todos suspeitos. Qualquer ato realizado escondido, no escurinho de uma sessão secreta, fica com ares de acordo para abafar a denúncia de corrupção.
O mínimo que se exige é transparência, para que os esclarecimentos sejam feitos abertamente ao público.
No imaginário popular, sessão secreta para deputado tucano investigar a si mesmo pode lembrar reuniões como as que permitiram gravações de flagrantes do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM-DF), e da própria Jaqueline Roriz recebendo dinheiro entre quatro paredes.
Nome aos bois
A aprovação da sessão secreta ocorreu por seis votos a dois. Foram contra apenas:- Luiz Cláudio Marcolino (PT)
- Marco Aurélio de Souza (PT)
Membros Efetivos
Partido
Membros Substitutos
Cauê Macris
PSDB
Analice Fernandes
Hélio Nishimoto
PSDB
Maria Lúcia Amary
Luiz Cláudio Marcolino
PT
Enio Tatto
Marco Aurélio de Souza
PT
João Paulo Rillo
André Soares
DEM
Estevam Galvão
Dilmo dos Santos
PV
Afonso Lobato
Campos Machado
PTB
Edson Ferrarini
José Bittencourt
PDT
Rogério Nogueira
Alex Manente
PPS
Vitor Sapienza
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