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sábado, 15 de outubro de 2011

Transporte Escolar de Santana do Acaraú é matéria no Jornal Nacional

 

Desde pequenos, estudantes da zona rural de Santana do Acaraú vão para a escola no chamado pau de arara. Em outros casos, crianças viajam até no teto de caminhões e ônibus circulam sem pedal do acelerador.

Em algumas cidades do interior do Ceará, ir para a escola é tarefa de risco. Falta segurança no transporte escolar público, como mostra o repórter Alessandro Torres.

Desde pequenos, os estudantes da zona rural de Santana do Acaraú, no norte do Ceará, vão para a escola no chamado pau de arara, um caminhão com a carroceria de madeira, sem proteção.

Esforço para subir no caminhão e para disputar espaço. Na cabine, cinco crianças vão amontoadas junto com o motorista. No meio da poeira do sertão, uns vão chacoalhando na caçamba, outros ocupam até o painel da cabine.
"Infelizmente, a dificuldade de um município pobre, a gente não tem condições de manter ônibus em todas as rotas dos alunos", diz Roberto Carlos Farias, prefeito de Santana do Acaraú.
Uma ladeira muito íngreme, sem asfalto e estreita. É a justificativa de quem transporta os estudantes para utilizar os caminhões em vez de ônibus. Mas é justamente nestes pontos que a viagem se torna mais perigosa.
Durante todo o trajeto, os estudantes se equilibram em pé no caminhão. "Às vezes, não tem espaço onde é para sentar, aí o jeito é ir em pé. É perigoso ser jogado fora", conta o estudante
Mateus Souza Costa.

O motorista Artênio Araújo Costa não vê perigo nesse transporte. "É aberto! Qualquer coisa, se acontecer um acidente, o pessoal pula!”, ele defende.
Não há perspectiva de solução a curto prazo. "O ônibus não sobe. Se a gente conseguir ônibus pequeno, aquele de 12 estudantes, aí você chega atrasado na escola. Você tem que levar de uma vez, se você leva 12, depois volta para pegar mais 12, aí é inviável”, avalia Eliésio Fonteles, prefeito de Alcântaras.
Nem o ônibus que transporta os universitários das cidades vizinhas até Sobral oferece segurança. Ele percorre um trecho de serra sem velocímetro nem tacógrafo. Falta até o pedal do acelerador.
"Teve um dia desses que a direção travou e não sei como o motorista conseguiu parar na curva", lembra a estudante Ronalda Nascimento.

Há um mês e meio, outro ônibus que transportava universitários na mesma região tombou depois de tentar uma ultrapassagem, atingir uma moto e um caminhão. Duas estudantes morreram. É um alerta para quem continua diariamente na estrada nestas condições.
"A qualquer hora pode acontecer uma tragédia e não vai embora só um. Vão embora todos os universitários de uma vez", alerta um morador.

Fonte: Globo

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