“Hoje é dia de mais um capítulo da novela policial em que acabou se transformando o chamado escândalo dos banheiros. Às 17 horas, o presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teodorico Menezes, vai prestar depoimento ao Ministério Público. De acordo com o promotor Luiz Alcântara, da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), depois do depoimento de Menezes – que é peça chave no inquérito – será feita uma análise financeira dos documentos que serão remetidos pelo Bradesco sobre a movimentação financeira das associações envolvidas. “Nosso objetivo é saber onde foi parar o dinheiro”, esclarece Alcântara.
O “escândalo dos banheiros” foi descoberto há mais de três meses, quando foram identificadas irregularidades na construção de kits sanitários no Interior do Estado. Os equipamentos deveriam ser erguidos por meio de convênios entre a Secretaria das Cidades do Estado do Ceará e associações comunitárias. Durante as investigações, foi detectado que algumas dessas entidades eram chefiadas por pessoas vinculadas a Teodorico. Elas também foram identificadas como doadores de campanha de seu filho, deputado Téo Menezes (PSDB).
Silêncio
Em nenhum momento, desde que o escândalo dos banheiros foi descoberto, Teodorico Menezes veio a público prestar qualquer tipo de esclarecimento. As explicações ficaram por conta de seu filho, o deputado Téo Menezes, que em entrevista ao O POVO chegou a declarar que as construções dos kits sanitários estavam totalmente regulares. “Os banheiros estão todos lá”, chegou a garantir o parlamentar.
Não foi essa, entretanto, a realidade constatada pelo O POVO e pelos próprios órgãos de fiscalização durante visitas in loco. Em vários municípios do Estado as obras não tinham sido sequer iniciadas. Em outros, a qualidade dos equipamentos deixava a desejar.
No último dia 8, Téo Menezes depôs no Ministério Público, após dois adiamentos, e reafirmou que não tem nenhum tipo de envolvimento com o caso.
Histórico
Ex-deputado estadual, Teodorico Menezes foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) no Governo Tasso Jereissati, tendo sido eleito para presidir a Corte em 2010. Seu mandato se encerraria em dezembro de 2011. Quando as denúncias surgiram, Menezes decidiu sair de férias, mas depois de alguns dias resolveu se afastar da presidência.”
(O POVO)
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