De Laíre Rosado, Dep. Federal/RN
A população reagiria indignada se os parlamentares apresentassem um Projeto de Lei concedendo prêmio e auxílio especial mensal aos jogadores das seleções campeãs do mundo de 1958, 1962 e 1970. Pois bem,o projeto existe e teve origem no Poder Executivo.
O PL foi encaminhado em 1988 pelo então presidente Lula e já foi aprovado em três comissões do Senado, faltando apenas ser apreciado pelo Comissão de Constituição e Justiça.Sendo aprovado, 51 ex-jogadores receberão R$ 100 mil, de imediato, mais um auxílio mensal de R$ 3.400, não importando a situação financeira de cada um. A importância pode parecer pequena e insignificante, pois atingirá o total de R$ 5,1 milhão, mas vai contra a tendência do momento. E os campeões em outras modalidades esportivas. Por analogia, todos terão o mesmo direito. O PL tem ação terminativa nas comissões permanentes, não sendo necessário votação em plenário. Atualmente, a sociedade está em campanha para extinguir a pensão especial dos ex-governadores de Estado. São poucos os remanescentes, para as críticas na imprensa são permanentes, até que esse auxílio seja extinto. No caso dos jogadores campeões do mundo, o projeto determina que não incidirá imposto de renda no prêmio de cem mil reais, nem contribuições previdenciárias sobre as mensalidades pagas.Depois, esse auxílio especial também será pago à esposa ou companheira e aos filhos menores de vinte e um anos ou inválidos do beneficiário falecido, desde que a invalidez seja anterior à data em que completaram vinte e um anos. É até difícil acreditar, mas o PL deverá ser aprovado. Entre todos os que disputaram essas copas, Eduardo Gonçalves de Andrade, o "Tostão", fugiu à regra geral de ganhar dinheiro fácil e mostrou-se indignado com a proposta. É claro que essa posição provocou a repulsa dos demais jogadores, alguns deles enfrentando difícil situação financeira.Ao declarar que o governo não pode pegar dinheiro e distribuir dessa maneira, Tostão passou a ser classificado de demagogo pelos ex-companheiros de seleção.Não se pode negar que Tostão tem situação financeira privilegiada em relação a outros jogadores. Soube economizar o que ganhou nos gramados, abandonou o futebol por conta de um descolamento de retina, formou-se em medicina e trabalha normalmente como qualquer cidadão. Voltou ao esporte, como comentarista, sendo disputado pelas grandes redes de TV brasileiras.
Os que serão beneficiados, caso o projeto de lei seja aprovado, também reclamam da posição de silêncio adotada por Pelé. Para eles, a manifestação de apoio do rei seria fundamental para a agilização do processo. Amarildo, que defende o benefício, afirmou que muita gente pensava que Buenos Aires era a capital do Brasil. A seleção ajudou a tornar o país mais conhecido. O técnico Zagalo, quatro vezes campeão mundial, considera o benefício como um direito adquirido e utiliza o mesmo argumento, comparando o papel da seleção brasileira ao desempenhado pelos embaixadores nos países onde desempenham suas funções. Não será a atuação isolada de Tostão que irá interferir na aprovação ou rejeição do PL. De todo jeito seria bom torná-lo mais transparente,com a população tomando conhecimento de sua existência.
Dr. Lima
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