NOVA YORK (Reuters) - Os Estados Unidos podem perder a nota "AAA" nas próximas semanas se os parlamentares não conseguirem elevar o teto da dívida do país, forçando o governo a descumprir pagamentos, alertou nesta quarta-feira a agência de classificação de risco Moody's.
A Moody's é a primeira das três grandes agências de risco a colocar o rating dos Estados Unidos em revisão para um possível downgrade, o que significa que uma redução é avaliada.
Em comunicado, a Moody's afirmou que vê uma "crescente possibilidade de que o limite estatutário da dívida não seja elevado a tempo adequado, levando a um default sobre as obrigações de dívida do Tesouro dos Estados Unidos."
Uma redução da nota da dívida norte-americana causaria muita turbulência no mercado financeiro internacional e aumentaria o custo de crédito ao governo e às empresas dos Estados Unidos, prejudicando ainda mais as finanças públicas do país e dificultando a recuperação econômica.
O risco de um default nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, tradicionalmente vistos como o investimento mais seguro do mundo, tem aumentado desde que o governo atingiu em 16 de maio o limite legal de dívida a 14,294 trilhões de dólares. Líderes do Congresso e o presidente Barack Obama enfrentam um impasse em tensas negociações para aumentar o limite antes de 2 de agosto.
Em abril, a agência Standard & Poor's colocou a nota dos Estados Unidos em perspectiva negativa, o que significa que uma redução é provável no intervalo de 12 a 18 meses.
O Congresso norte-americano elevava o teto da dívida rotineiramente no passado. Dessa vez, no entanto, as negociações pararam em torno do equilíbrio entre aumento de impostos e redução de gastos.
Até o momento, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, tem conseguido recorrer a medidas extraordinárias para adiar o default pelo menos até 2 de agosto.
Diferentemente da Fitch, que prometeu reduzir a nota dos Estados Unidos a "default" caso o país descumpra alguns pagamentos, a Moody's afirmou que reduzirá o rating à faixa "Aa", ainda dentro do grau de investimento.
(Reportagem de Walter Brandimarte e Daniel Bases)
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