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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Em nota, Ciro diz que decisão do PSB é 'erro tático'. Opine

O deputado Ciro Gomes divulgou nota na noite desta terça-feira, 27, criticando a decisão da Executiva Nacional do PSB. Reunida em Brasília, a direção do partido oficializou a desistência de disputar a Presidência com candidatura própria.

Numa nota intitulada "Ao rei tudo, menos a honra", Ciro chamou a decisão do PSB de "erro tático". "Acho um erro tático em relação ao melhor interesse do partido e uma deserção de nossos deveres para com o País", escreveu.

Porém, Ciro promete obedecer a decisão do partido. "Não é hora mais, entretanto, de repetir os argumentos claros e já tão repetidos e até óbvios. É hora de aceitar a decisão da direção partidária. É hora de controlar a tristeza de ver assim interrompida uma vida pública de mais de 30 anos dedicada ao Brasil e aos brasileiros e concentrar-me no que importa: o futuro de nosso País!"

No texto, o deputado diz que seu engajamento com o partido dependerá dos rumos do projeto que o PSB apresentará para o País. "Meu entusiasmo, e o nível de meu modesto engajamento, entretanto, compreendam-me, por favor, meus companheiros, irão depender do encaminhamento, pelo partido, de minhas preocupações com o Brasil, com nossa falta de um projeto estratégico de futuro, com a deterioração ética generalizada de nossa prática política, com a potencial e precoce esclerose de nossa democracia."

Decisão

O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, oficializou nesta terça-feira a decisão do partido de não lançar candidatura própria à sucessão presidencial. A posição, firmada em encontro da Executiva do partido, em Brasília, acaba com a expectativa do deputado federal Ciro Gomes de concorrer ao Planalto nas eleições de outubro.

"(O partido) Avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo Lula. As eleições de outubro não estão definidas. O PSB está pronto para ampliar a sua presença nas eleições estaduais e no Senado", disse Eduardo Campos.

Em um encontro que durou quase três horas, os integrantes da Executiva do PSB resolveram conservar a aliança com o PT nos estados. O único sinal favorável a Ciro era um adesivo colado na porta da sala de reuniões do PSB com o dizer: “Agora é Ciro”. Os socialistas esperam pavimentar, ao lado dos petistas, acordos para lançar 11 candidatos a governador e seis ao Senado.

Ciro não participou da reunião, e alegou que gostaria de deixar os colegas de partido à vontade para decidir sobre o seu futuro. Prefeitos, parlamentares e demais lideranças do PSB também acompanharam o encontro.

Negociações

As lideranças do partido discutiam a candidatura com o deputado desde a semana passada. Ele insistia em concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última quinta-feira, após reunião com Lula, Eduardo Campos afirmou que Ciro mantinha a decisão de disputar a Presidência, mas que o posicionamento do partido seria decidido nesta terça pela Executiva, após consulta aos diretórios estaduais.

Em entrevista aos Diários Associados um dia antes, o próprio presidente Lula havia dito que conversaria com Ciro. Porém, em entrevista ao SBT no dia 23, o deputado afirmou que Lula estava perdendo a humildade e reclamou que o presidente nunca tratou de candidatura com ele. "Por que ele não pode tratar esses assuntos com franqueza? Por que não trata comigo cara a cara, francamente?", questionou. (O Povo).

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