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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Diretores de redação condenam diploma, mas se dividem quanto à Lei de Imprensa

Ricardo Gandour, Rodolfo Fernandes e Mariza Tavares, diretores de redação do Estado de S. Paulo, O Globo e Rádio CBN, respectivamente, se manifestam contra a obrigatoriedade do diploma, embora se dividam em relação à Lei de Imprensa. As duas questões estarão na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (01/04).
"Minha expectativa é de que o STF confirme a liminar, mas não anule totalmente a Lei de Imprensa. Sua modernização deve ficar a cargo do Congresso, onde poderá ser objeto de um debate mais profundo”, opinou Mariza.
Para ela, a exigência do diploma ajudou a elevar o padrão da profissão, mas a especialização do exercício de jornalismo chegou a um ponto que a regra deve ser revista. “A imprensa e o público precisam de profissionais de formação sólida e esta pode ser adquirida em diversos cursos superiores, e não apenas no de jornalismo”.
Gandour se diz contra a obrigatoriedade do diploma, mas a favor da existência do curso de Jornalismo. “Eu acho que o curso de jornalismo tem que se aprimorar, e ganhar flexibilidade para poder ser uma especialização para graduados em várias áreas”.
Quanto à Lei de Imprensa, ele acredita que deva haver “uma lei mínima, que normatize algumas questões que, se não forem normatizadas, geram excessos, como as indenizações milionárias que são cobradas. Acho que a lei vigente é do regime autoritário, não faz nenhum sentido. Acho essencial que tenha uma lei que proteja a imprensa contra abusos, como a orquestração de ações. A imprensa é algo que deve ser protegido, no sentido mais nobre do termo. A atividade jornalística interessa a sociedade, interessa a democracia. A imprensa livre e de qualidade é fundamental para a democracia brasileira”. (comunique-se).

Por Wilson Gomes

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