7 de Novembro de 2015 às 19:02
Minas 247 – Graças à Lei de Acesso à Informação, os contribuintes mineiros saberão o uso que foi dado, pelo governo de Minas Gerais, às aeronaves oficiais, nos anos em que o estado foi governado pelos tucanos Aécio Neves (PSDB-MG) e Antônio Anastasia (PSDB-MG), ambos senadores.
Nos oito anos de governo Aécio, houve nada menos que 198 voos sem autoridades oficiais a bordo. Com Anastasia, foram 60 voos sem o governador ou ou autoridades cuja legislação autoriza o voo – ou seja, ambos contrariaram a lei, configurando atos de improbidade administrativa. Os dados foram obtidos pelos repórteres Ranier Bragon e Aguirre Talento, que recorreram à Lei de Acesso à Informação e publicam reportagem na edição deste domingo da Folha de S. Paulo.
O mais surpreendente, no entanto, é a lista de passageiros. Nos 12 anos de governo tucano, a "AeroAécio" transportou barões da mídia e amigos pessoais de Aécio.
Em 2010, por exemplo, Aécio cedeu o helicóptero oficial para que Roberto Civita, ex-presidente da Abril, já falecido, e sua esposa Maria Antônia visitassem o Museu de Inhotim, no interior de Minas Gerais.
Outro passageiro da "AeroAécio" foi o apresentador Luciano Huck, da Globo, que usou aviões oficiais para viajar ao interior de Minas – num dos voos, viajou acompanhado da dupla sertaneja Sandy & Júnior.
Também passageiro frequente, quase com direito a cartão fidelidade, Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, usou três vezes o helicóptero oficial e três vezes o jato para se deslocar entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Também voaram nas asas do contribuinte mineiro o ator Milton Gonçalves e o empresário José Bonifácio Sobrinho, o Boni, que foi um dos homens-forte da Globo.
"Interesses do Estado"
Questionado pela reportagem, Aécio respondeu por meio de sua assessoria e disse que todos os voos "atenderam a interesses da administração do Estado".
Em relação ao caso Civita, por exemplo, ele afirmou que era importante apresentar o Museu Inhotim a um dos empresários de comunicação do País, como se Civita, bilionário, não pudesse se deslocar com seus próprios recursos. No caso de Huck, Aécio disse que a cessão do avião se justificou para que fosse divulgado o roteiro da Estrada Real.
É Aécio o personagem "moralista" que, há mais de um ano, vem tumultuando a vida política e econômica do País, com sua obsessão golpista, desde que foi derrotado nas eleições presidenciais de 2014.
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