Está previsto para até a próxima sexta-feira aumentar de 27 para 70 a quantidade de municípios que passarão a receber carros-pipa. A informação é do chefe da Operação Pipa no Ceará, coronel Luiz Benício. Ele destaca que as regiões do Cariri e Centro-Sul são as que possuem mais municípios a serem incluídos na lista de atendimento. "A situação do Centro-Sul e Cariri é mais complicada, porque são localidades distantes e ainda é preciso fazer o contato com os pipeiros", diz.
Na lista, serão incluídas 39 cidades, além de mais quatro municípios que pediram a implantação do serviço junto ao Ministério da Integração Nacional. A escassez de água no Interior do Ceará, devido à falta de chuva, também dá sinais de preocupação quando avaliado o nível dos reservatórios no Estado. Nenhum açude encontra-se sangrando e a diminuição na quantidade de água desses reservatórios é gradativa. As poucas chuvas registradas até agora foram insuficientes para aumentar o nível dos reservatórios. De acordo com a Funceme, choveu em 51 cidades até ontem, sendo 22.5mm o maior registro.
Conforme os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a reserva dos açudes em janeiro estava consolidada em 79,41% da capacidade total, passando para 77,68% em fevereiro e registrando, até o meio-dia de ontem, 73,94%, o que corresponde, atualmente, a 13,188 bilhões de metros cúbicos de água.
Porém, de acordo com o assessor da presidência da Cogerh, Yuri Castro, o volume é avaliado como "excelente" quando comparado com a média histórica do Estado, quando não ultrapassava 40%.
"A reserva garante abastecimento por até cinco anos e ainda não foi consolidada a quadra chuvosa no Estado",diz. No início do ano, lembra Yuri, as comportas do Castanhão foram abertas e liberaram 400 milhões de metros cúbicos na tentativa de conter as cheias e, segundo ele, "não foi uma atitude precipitada", argumentando que "houve estudo criterioso de técnicos para a liberação de água".
Sertão Central
O problema da escassez de água do Interior não se concentra somente na zona rural. Na maior cidade do Sertão Central, Quixadá, a falta de água está deixando a população revoltada. Apesar do esforço da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) em procurar abastecer os bairros da cidade, realizando manobras de abastecimento sistemático, na maioria deles continua faltando água. Além de desagradável, a situação é preocupante. Quem sofre mais são os idosos e as crianças.
Por conta da falta de água nas torneiras de suas casas, os consumidores estão se mobilizando. Pretendem realizar uma manifestação maciça na visita do governador Cid Gomes à cidade. Conforme divulgação nas emissoras de rádio, Cid estará em Quixadá na próxima sexta-feira, dia de São José.
Na oportunidade, ele deverá anunciar a construção de várias obras, dentre as quais uma Policlínica. Também assinará ordem de serviço da adutora, ligando o Açude Pedras Brancas à cidade. Mesmo assim, os moradores já começaram a ensaiar o "baldaço", como definem o protesto a ser realizado quando o governador chegar. "Essa promessa vem se arrastando há mais de 20 anos. A gente não suporta mais. Entra governo, sai governo, a promessa é a mesma", reclama a comerciaria Dulcineide de Almeida. Ela e os filhos estão há mais de um mês sem água. Tomam banho nas casas de parentes ou de amigos. "Para lavar os pratos e as panelas é um sacrifício. Melhor comer em marmita descartável, de alumínio. Lavar roupa, nem pensar", reclama.
Para piorar a situação, a chuva não chega. O calor na região está chegando aos 40 graus. A sensação térmica é sentida inclusive noite adentro. Por conta disso, o banho se torna ainda mais necessário. "Os carroceiros aproveitam a situação para cobrar mais caro pela lata de água. Aumentou de R$ 0,60 para R$ 1. Desse jeito não tem quem aguente. É um caso de calamidade pública", reclama o aposentado Augusto do Anjos Martins, de Campo Velho.
O gerente regional da Cagece, Cristhian Quezado, disse que a estrutura da velha adutora, cerca de 23km, está comprometida. Os reparos demoram até 12 horas, prejudicando o abastecimento. Não descartou a possibilidade da água ser desviada de forma clandestina. Enquanto a nova rede não é construída, o problema continua.
Reserva
73% DA CAPACIDADE total dos açudes no Estado é a reserva atual, segundo levantamento da Cogerh. O volume hídrico equivale a 13,188 bilhões de metros cúbicos de água (DN).
Na lista, serão incluídas 39 cidades, além de mais quatro municípios que pediram a implantação do serviço junto ao Ministério da Integração Nacional. A escassez de água no Interior do Ceará, devido à falta de chuva, também dá sinais de preocupação quando avaliado o nível dos reservatórios no Estado. Nenhum açude encontra-se sangrando e a diminuição na quantidade de água desses reservatórios é gradativa. As poucas chuvas registradas até agora foram insuficientes para aumentar o nível dos reservatórios. De acordo com a Funceme, choveu em 51 cidades até ontem, sendo 22.5mm o maior registro.
Conforme os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a reserva dos açudes em janeiro estava consolidada em 79,41% da capacidade total, passando para 77,68% em fevereiro e registrando, até o meio-dia de ontem, 73,94%, o que corresponde, atualmente, a 13,188 bilhões de metros cúbicos de água.
Porém, de acordo com o assessor da presidência da Cogerh, Yuri Castro, o volume é avaliado como "excelente" quando comparado com a média histórica do Estado, quando não ultrapassava 40%.
"A reserva garante abastecimento por até cinco anos e ainda não foi consolidada a quadra chuvosa no Estado",diz. No início do ano, lembra Yuri, as comportas do Castanhão foram abertas e liberaram 400 milhões de metros cúbicos na tentativa de conter as cheias e, segundo ele, "não foi uma atitude precipitada", argumentando que "houve estudo criterioso de técnicos para a liberação de água".
Sertão Central
O problema da escassez de água do Interior não se concentra somente na zona rural. Na maior cidade do Sertão Central, Quixadá, a falta de água está deixando a população revoltada. Apesar do esforço da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) em procurar abastecer os bairros da cidade, realizando manobras de abastecimento sistemático, na maioria deles continua faltando água. Além de desagradável, a situação é preocupante. Quem sofre mais são os idosos e as crianças.
Por conta da falta de água nas torneiras de suas casas, os consumidores estão se mobilizando. Pretendem realizar uma manifestação maciça na visita do governador Cid Gomes à cidade. Conforme divulgação nas emissoras de rádio, Cid estará em Quixadá na próxima sexta-feira, dia de São José.
Na oportunidade, ele deverá anunciar a construção de várias obras, dentre as quais uma Policlínica. Também assinará ordem de serviço da adutora, ligando o Açude Pedras Brancas à cidade. Mesmo assim, os moradores já começaram a ensaiar o "baldaço", como definem o protesto a ser realizado quando o governador chegar. "Essa promessa vem se arrastando há mais de 20 anos. A gente não suporta mais. Entra governo, sai governo, a promessa é a mesma", reclama a comerciaria Dulcineide de Almeida. Ela e os filhos estão há mais de um mês sem água. Tomam banho nas casas de parentes ou de amigos. "Para lavar os pratos e as panelas é um sacrifício. Melhor comer em marmita descartável, de alumínio. Lavar roupa, nem pensar", reclama.
Para piorar a situação, a chuva não chega. O calor na região está chegando aos 40 graus. A sensação térmica é sentida inclusive noite adentro. Por conta disso, o banho se torna ainda mais necessário. "Os carroceiros aproveitam a situação para cobrar mais caro pela lata de água. Aumentou de R$ 0,60 para R$ 1. Desse jeito não tem quem aguente. É um caso de calamidade pública", reclama o aposentado Augusto do Anjos Martins, de Campo Velho.
O gerente regional da Cagece, Cristhian Quezado, disse que a estrutura da velha adutora, cerca de 23km, está comprometida. Os reparos demoram até 12 horas, prejudicando o abastecimento. Não descartou a possibilidade da água ser desviada de forma clandestina. Enquanto a nova rede não é construída, o problema continua.
Reserva
73% DA CAPACIDADE total dos açudes no Estado é a reserva atual, segundo levantamento da Cogerh. O volume hídrico equivale a 13,188 bilhões de metros cúbicos de água (DN).
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