Hoje, os olhos e as atenções do homem do campo, em todo o Ceará, estão voltados para o céu. É que de acordo com a crença popular, 19 de março, Dia de São José, um dos santos mais populares da Igreja Católica e padroeiro do Estado, representa a data limite para o início do inverno cearense.
Até agora, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme), foram registradas apenas chuvas pontuais. Isso significa que não caracterizam o início da quadra invernosa de 2010, que está comprometida devido à configuração do El Niño, fenômeno que torna desfavoráveis as condições de chuva nas regiões Norte e Nordeste.
Nascidos numa região marcada pela força da religiosidade popular, expressa na devoção aos santos através da realização de promessas, procissões e celebrações de missas, os agricultores cearenses aproveitam a data para pedir a São José que mande chuva, urgente. Motivos para apreensão eles têm de sobra, uma vez que apenas 16% da área do Estado foi plantada, demonstrando que a safra deste ano está prejudicada, conforme dados da Secretária do Desenvolvimento Agrário (SDA).
Outra preocupação é com o abastecimento na zona rural, principalmente, nas comunidades distantes, típicas da região do semiárido atendidas por pequenos reservatórios que não suportam grandes períodos secos. A saída é recorrer ao abastecimento por carros-pipas, realidade que vem sendo delineada, a cada dia, mediante o número de solicitações que chegam ao Exército brasileiro, coordenador da Operação Pipa.
Quase sem esperança, os agricultores cearenses, numa demonstração de fé, lançam mão a um discurso místico-religioso, apelam em tom de súplica a São José para que a chuva venha, trazendo fertilidade à terra e fartura à mesa desse povo que, há cerca de um século, tenta encontrar a melhor forma de conviver com a realidade adversa da seca no Nordeste.
"São José é a nossa última esperança", reitera João Evonilson Alexandrino de Sousa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Tauá. "Até o momento, tivemos chuvas isoladas, não há perspectiva de início da plantação", diz, destacando a importância do Dia de São José no imaginário do agricultor cearense. "Se chover hoje é sinal de bom inverno e fartura".
Pensamento semelhante defende Maria de Fátima Marques Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Crateús: "Nossa esperança é o Dia de São José". Até agora, choveu um pouco em janeiro, fazendo com que alguns agricultores iniciassem o plantio. "Quem se arriscou, perdeu tudo. Eu mesma já perdi a minha plantação", lamenta.
O aumento da temperatura, assim como acontece em Fortaleza, segundo Maria de Fátima Marques, torna este tempo "insuportável". O gado começa a sentir os efeitos da estiagem. Para piorar a situação, falta forragem, o que representa um gasto a mais no orçamento do homem do campo, obrigado a comprar comida para os animais. "A gente espera que o tempo fique bonito, hoje, e mude", brinca. (DN).
Até agora, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme), foram registradas apenas chuvas pontuais. Isso significa que não caracterizam o início da quadra invernosa de 2010, que está comprometida devido à configuração do El Niño, fenômeno que torna desfavoráveis as condições de chuva nas regiões Norte e Nordeste.
Nascidos numa região marcada pela força da religiosidade popular, expressa na devoção aos santos através da realização de promessas, procissões e celebrações de missas, os agricultores cearenses aproveitam a data para pedir a São José que mande chuva, urgente. Motivos para apreensão eles têm de sobra, uma vez que apenas 16% da área do Estado foi plantada, demonstrando que a safra deste ano está prejudicada, conforme dados da Secretária do Desenvolvimento Agrário (SDA).
Outra preocupação é com o abastecimento na zona rural, principalmente, nas comunidades distantes, típicas da região do semiárido atendidas por pequenos reservatórios que não suportam grandes períodos secos. A saída é recorrer ao abastecimento por carros-pipas, realidade que vem sendo delineada, a cada dia, mediante o número de solicitações que chegam ao Exército brasileiro, coordenador da Operação Pipa.
Quase sem esperança, os agricultores cearenses, numa demonstração de fé, lançam mão a um discurso místico-religioso, apelam em tom de súplica a São José para que a chuva venha, trazendo fertilidade à terra e fartura à mesa desse povo que, há cerca de um século, tenta encontrar a melhor forma de conviver com a realidade adversa da seca no Nordeste.
"São José é a nossa última esperança", reitera João Evonilson Alexandrino de Sousa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Tauá. "Até o momento, tivemos chuvas isoladas, não há perspectiva de início da plantação", diz, destacando a importância do Dia de São José no imaginário do agricultor cearense. "Se chover hoje é sinal de bom inverno e fartura".
Pensamento semelhante defende Maria de Fátima Marques Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Crateús: "Nossa esperança é o Dia de São José". Até agora, choveu um pouco em janeiro, fazendo com que alguns agricultores iniciassem o plantio. "Quem se arriscou, perdeu tudo. Eu mesma já perdi a minha plantação", lamenta.
O aumento da temperatura, assim como acontece em Fortaleza, segundo Maria de Fátima Marques, torna este tempo "insuportável". O gado começa a sentir os efeitos da estiagem. Para piorar a situação, falta forragem, o que representa um gasto a mais no orçamento do homem do campo, obrigado a comprar comida para os animais. "A gente espera que o tempo fique bonito, hoje, e mude", brinca. (DN).
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