Por José Roberto de Toledo e Daniel Bramatti | Estadão Conteúdo –
A presidente Dilma Rousseff está recuperando sua popularidade duas vezes mais rápido do que os governadores. De julho a dezembro, o saldo da aprovação a seu governo cresceu 23 pontos, segundo pesquisa Ibope/CNI. Ao mesmo tempo, a média ponderada da aprovação aos governadores cresceu 10 pontos.
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O saldo de popularidade é a taxa dos que avaliam o governo como ótimo ou bom descontados os que o acham ruim ou péssimo. Em julho, após a onda de protestos pelo País, o saldo de Dilma era zero: 31% de ótimo e bom contra 31% de ruim e péssimo. Agora, é de 23 pontos (43% a 20%). Já o saldo médio da aprovação aos governadores foi de -2 para 8 pontos.
Dos 11 governadores que foram avaliados por pesquisas em julho e cujas taxas podem ser comparadas individualmente com as da presidente, dez tiveram recuperação menos acentuada do que Dilma. Apenas o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), cresceu mais em popularidade: seu saldo pulou de 3 para 33 pontos.
Em relação à pesquisa CNI/Ibope de setembro, a avaliação positiva do governo Dilma subiu de 37% para 43%. A taxa ainda está longe dos 55% obtidos no início de junho, antes da nacionalização dos protestos.
Comparação. Hoje, a presidente tem taxa de ótimo e bom maior do que a do respectivo governador em 18 das 27 unidades da federação. A maior diferença em favor da presidente acontece no Rio Grande do Norte, onde ela chega a 49% de avaliações positivas, contra apenas 7% da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Em cinco Estados, a aprovação da presidente se equivale à do líder local, pois a diferença está dentro da margem de erro.
Somente em quatro Estados a avaliação do governador é melhor do que a da presidente. A maior diferença é justamente em Pernambuco, cujo governador, Eduardo Campos (PSB), é provável candidato à Presidência contra Dilma. Ele tem saldo de aprovação 13 pontos maior do que o da possível adversária.
Dilma melhorou sua popularidade apenas recentemente, após três meses de estabilidade. Dois motivos se destacam: a melhora da confiança do consumidor (típica após ele receber o 13.º salário), e a mudança na percepção sobre o noticiário.
Segundo a pesquisa, foram relativamente raras as citações de notícias negativas para o governo entre os brasileiros. Na época dos protestos em massa, 63% se lembravam de notícias sobre os protestos. Agora essa taxa caiu a menos da metade.
O noticiário sobre a prisão de condenados pelo mensalão foi citado por apenas 13% dos eleitores. Notícias sobre problemas na área econômica despertaram menos atenção do que outras sobre concessões de rodovias e programas como o Mais Médicos e o Bolsa Família. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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