Foto do Blog do Wilson Gomes
11 meses após perder totalmente a voz para o câncer, vejo que não é fácil viver no silêncio, a minha voz não era só um meio de comunicação, não usava só para comentar partidas de futebol ou desfiles de carnaval , a voz era minha arma de defesa, com ela conversava com médicos sobre minha patologia crónica e podia expressar melhor o que eu sentia, além de buscar ajuda para outras pessoas que tivessem precisando! porém não ficou nem um trauma por não poder usar mais a voz, mas seria hipócrita se dissesse que a voz não vai mim fazer nem uma falta, claro que faz falta, pois não é fácil viver no silêncio.
Há. 12 anos quando começou o PENFIGO VULGAR, eu já imaginava que um dia algo muito ruim ia acontecer comigo, por causa dos efeitos colaterais do forte tratamento com corticoides, cheguei até a imaginar que um dia poderia ser vítima do câncer, mas nunca pensei que fosse na garganta, principalmente nas cordas vocais, principal instrumento em minha luta por minha sobrevivência.
Quis o destino que eu fosse ser radialista, onde a exposição com a voz é muito grande, e morasse em uma cidade muito quente, onde o contato com o sol é inevitável, e foi assim que aos poucos o câncer foi chegando, e vai ser com a minha força de vontade de viver que ele vai embora. Pois ele calou minha voz, mais jamais calara minha consciência. Porquê mesmo vivendo sob a tortura do silêncio, minha voz jamais será calada.
Por Danilo Neves
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