A renda da população negra foi a que mais cresceu no Brasil entre 2001 e 2009, cerca de 45%, contra 21% dos brancos, informou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Marcelo Neri, em uma matéria publicada pela Agência France Presse (AFP).
O texto da AFP (Brésil: parce que les femmes noires de Rio le valent bien) destaca o sucesso de uma rede de salões de beleza dedicada exclusivamente a atender clientes negras, fenômeno, de acordo com Neri, da “ascensão de uma nova classe média”. “É a nova classe média produzindo para a nova classe média”, afirmou.
O empreendedorismo na população negra também foi tema em uma reportagem publicada pelo jornal espanhol El País (Alrededor del 30% de la población negra en Brasil es empreendedora). De acordo com o diário, dados do IBGE apontam que, atualmente, 30% dos negros brasileiros são empreendedores, reflexo da elevação de renda e da diminuição da pobreza observada no país nos últimos dez anos, o que levou essa população a trocar o emprego doméstico ou a inatividade pelo empreendedorismo.
De acordo com o presidente do Ipea, vários fatores contribuíram para as mudanças sociais observadas, entre eles o aumento de renda do trabalho assalariado, a melhoria educacional nas camadas mais pobres, assim como, recentemente, as políticas de cotas em universidades públicas. Para o El País, Neri disse acreditar que o negro recuperou o orgulho por sua identidade.
Otimismo
No início do mês, a revista britânica The Economist publicou, em seu site, um artigo (Brazil isn’t growing, so why are Brazilians so happy?) no qual tenta entender por que o brasileiro continua feliz, mesmo com o baixo crescimento do país. O texto cita uma pesquisa do Ipea em que mais de dois terços das famílias afirmaram acreditar que a renda aumentará no próximo ano.
(Ipea)
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